sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Documentário revela figura do poeta baiano Waly Salomão



SÃO PAULO - Grande vencedor do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade de 2008, "Pan-Cinema Permanente", do diretor paulista Carlos Nader, revela algumas das muitas faces do poeta e compositor baiano Waly Salomão (1943-2003). O filme estréia em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Filho de pai sírio e mãe baiana, Salomão chegou a estudar Direito, mas desde a adolescência foi fisgado pela poesia. Seu primeiro livro foi publicado em 1971, "Me Segura que eu Vou Dar um Troço". Não parou mais na carreira literária, vencendo o prêmio Jabuti, em 1997. Em 2003, tornou-se Secretário do Livro e da Leitura do Ministério da Cultura, na gestão de seu amigo Gilberto Gil.
Amigo e biógrafo do artista plástico Hélio Oiticica, Salomão aproximou-se dos tropicalistas no final dos anos 60, tornando-se um dos compositores preferidos das cantoras Gal Costa e Maria Bethânia e parceiro de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jards Macalé -- com quem escreveu as canções "Vapor Barato" e "Mal Secreto", que seu tornaram sucesso na voz de Gal.
Entre outras músicas famosas, estão "Mel" e "Talismã", com a co-autoria de Caetano e gravadas por Maria Bethânia, e "Luz do Sol", parceria com Carlos Pinto.
Fazendo justiça à personalidade inquieta de seu biografado, "Pan-Cinema Permanente" recolhe suas manifestações de várias fontes, como as dos filmes em que ele atuou, "Quilombo" (84), de Cacá Diegues, e "Gregório de Mattos" (03), de Ana Carolina.
A maioria das imagens inéditas, que registram saborosas conversas com Salomão em viagens, são fruto da ampla convivência do diretor Nader com o poeta e compositor, que o filmou ao longo de 15 anos.
Também são entrevistados amigos do poeta, como o próprio Caetano, Antônio Cícero -- com quem Salomão escreveu as letras do disco "Zona de Fronteira", de João Bosco --, Gilberto Gil e seus filhos, Omar e Khalid Salomão.
O documentário registra algumas seqüências especialmente engraçadas, como a participação de Salomão num programa de TV síria onde, entre inglês e português, o poeta confunde seu entrevistador, que procura manter as regras do jogo.
Salomão morreu vítima de câncer no fígado, aos 59 anos, no Rio de Janeiro, em maio de 2003.
Por Neusa Barbosa, do Cineweb

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