sábado, 22 de agosto de 2009

BESOURO ( O FILME )


Por Filipêra

Lembro que era adolescente e tive uma reação de estupefação ao ver Chown Youn-Fat trocando sopapos no ar com Zhang Ziyi. Apesar de já ter visto filmes de Hong Kong nas velhas sessões Kickboxing da Band, foi com O Tigre e o Dragão que tive aquela queda por filmes de kung fu. Depois veio Bruce Lee, Jet Li e meu maior ídolo: Jackie Chan. Olhando o cinema brasileiro, parece inimaginável que coisa parecida pintasse por aqui. É mais fácil ver clássicos que são uma ode à violência, às costelas quebradas e tiros a esmo, como os essenciais Cidade de Deus e Tropa de Elite.

Besouro surge para mostrar que uma vez ou outra podemos experimentar, nem que seja acrescentado à cultura dos outros, um pouco da nossa cultura. O filme é uma mistura de O Tigre e o Dragão (ou Herói, outro clássico moderno dos filmes wuxia) com capoeira.

Toda essa maluquice surreal e interessante é dirigida pelo publicitário João Daniel Tikhomiroff, ao custo de 10 milhões de verdinhas com a cara da Princesa Isabel. Grande parte dessa bolada foi para Hiuen Chiu Ku, que ajudou na coreografia da produção, coisa que ele já havia feito em Matrix, Kill Bill e… O Tigre e o Dragão



Besouro é baseado no romance Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho, e levou quase três meses para ser filmado no Bahia. Fátima Toledo (Tropa de Elite, Cidade de Deus) cuida do elenco e Patrícia Andrade (Os 2 filhos de Francisco) assinou o roteiro.

METEORANGO KID - O HERÓI INTERGALÁTICO (1969)

Beto Magno

SINOPSE

As aventuras de Lula, um estudante universitário, no dia do seu aniversário. De forma absolutamente despojada, anárquica e irreverente, mostra sem rodeios o perfil de um jovem desesperado, representante de uma geração oprimida pela ditadura militar e pela moral retrógrada de uma sociedade passiva e hipócrita. O anti-herói intergaláctico atravessa esse labirinto cotidiano através das suas fantasias e delírios libertários, deixando atrás de si um rastro de inconformismo e um convite à rebelião em todos os níveis



FICAHA DO FILME


              • Título original: Meteorango Kid - O Herói Intergalático

              • Diretor: André Luiz Oliveira

              • Elenco: Antônio Luís Martins, Carlos Bastos, Milton Gaúcho, Manoel Costa Junior, Antonio Vianna, Nilda Spencer, Ana Lúcia Oliveira, João Di Sordi, Caveirinha, Sônia Dias, José Wagner

              • Gênero: Ação, Comédia, Cult

              • Duração: 85 min

              • Ano: 1969

              • Cor: Preto e Branco

              • Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos

              • País: Brasil


              DADOS DO DVD



              • Extras: Curtas "Doce Amargo" (1968, co-direção com José Umberto); "A Fonte" (1970), "O Cristo de Vitória da Conquista" (1981)

              • Idioma: Português

              • Distribuidora: Lume

              • Ano: 1969

              • Data de lançamento: 24/05/2009

              DOCUMENTÁRIO SOBRE RAUL SEIXAS SERÁ FILMADO EM SALVADOR


              RAUL SEIXAS


              “Estamos materializando aqui uma ideia de cinco anos atrás, quando um garoto visionário decidiu que iria fazer um filme sobre Raul Seixas”.

              O autor da frase é Walter Carvalho, mais respeitado diretor de fotografia do cinema brasileiro em atividade (”Central do Brasil”, “Lavoura Arcaica”), ao iniciar, no último domingo(19) em Salvador, as fillmagens de “O Inicio, o Fim e o Meio”, documentário que promete abrir ainda mais o baú de informações sobre a vida do lendário roqueiro baiano, morto em 21 de agosto de 1989

              O “garoto” em questão é o produtor Denis Feijão, 30, idealizador do longa. Para um completo desconhecido no mercado cinematográfico, quando teve a ideia, é impressionante ver a estrutura que o projeto tomou.

              É uma conquista ver tudo se concretizando. E, para mim, era fundamental começar aonde tudo começou para Raul”, diz Feijão, explicando o motivo das filmagens começarem pela capital baiana.

              Depois de Salvador, a equipe parte para filmagens no Rio de Janeiro e São Paulo, finalizando em junho com entrevistas no exterior (provavelmente na Suíça) com o parceiro de Raul, o escritor Paulo Coelho. Também impressiona a escalação para a direção do projeto: Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel, nomes consagrados do cinema nacional.

              Carvalho tem, como diretor, no currículo, a bem sucedida cinebiografia “Cazuza – O Tempo Não Para” (co-dirigido por Suzana Werneck) e o premiado documentário “Janela da Alma”, (co-dirigido por João Jardim).

              “Fiquei muito sensibilizado com o convite porque, como documentarista, gosto de trabalhar com a memória”, disse ele, em um intervalo nas gravações das primeiras entrevistas do filme, realizadas no Café Portela, no bairro do Rio Vermelho.

              Acostumado aos trabalhos em dupla e vendo o tamanho da proporção do trabalho, Carvalho (que lança no próximo dia 22 de maio a adaptação para o cinema do livro de Chico Buarque, “Budapeste”) convidou para a empreitada o amigo Mocarzel – editor nos anos 90 do caderno de cultura do jornal Estado de S. Paulo e, na atual década, um documentarista de filmes como “Do Luto à Luta” e “A Imagem do Concreto”. “Serviu para aumentar o meu medo em me meter nesta aventura”, brinca Carvalho.

              Parece que, realmente, Raul Seixas estava no caminho de Mocarzel. Além de ser testemunha de vários momentos do que chama de “ascensão e queda de Raul”, outro fato curioso liga o jornalista/cineasta ao cantor: “Quando fui morar em São Paulo, em 1990, morei no apart hotel em que ele morreu. O filme está cheio dessas coincidências loucas. Quando o Waltinho me chamou para dividir a direção, fiquei muito excitado. Raul é o expoente de uma época. Vamos falar de Brasil, dos anos 60. Quer dizer, até o fato dele ter nascido em 1945, ano das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, marcou o estilo apocalíptico dele”

              Falando em coincidências, uma delas veio logo de cara no início das filmagens em Salvador. É que, como o humorista Chico Anysio estava na cidade, se apresentando no Teatro Castro Alves, os diretores foram atrás de uma entrevista. Mas o que ligaria Raul Seixas e Chico Anysio?

              “Tivemos a informação de que o Chico deu uma força para o Raul ir para o Rio. Na verdade, o que ele fez foi sugerir ao (cantor) Jerry Adriani os Panteras (banda com que Raul tocou no início de sua carreira). Muitos episódios da vida de Raul são lendas. Disseram também que o Chico Anysio tinha ajudado a carregar os instrumentos dos Panteras. O que até tem uma parte de verdade. Vamos ter que enfrentar essas várias camadas de realidades, essas ciladas”, explica Carvalho

              Outra coincidência que os diretores esperam que aconteça é que dois fãs especiais do cantor leiam esta matéria. São personagens de duas fotos de momentos peculiares: uma delas, feita durante o velório do cantor, mostra alguns fãs chorando copiosamente no seu caixão (o fã desejado é o mais em destaque na imagem, na extrema direita, de barba).

              Já a outra foto mostra Carlos Augusto Santana Silva, que em 1993, foi flagrado tentando levar para casa, como recordação, a lápide do túmulo de Raul. “Estamos curiosos para descobrir como essas pessoas se relacionam com Raul hoje em dia”, diz o produtor Feijão, que deixa o contato da produção – (71) 2103-2233 ramal 2074, para quem souber alguma informação.

              Carvalho e Mocarzel se mostram abertos às possibilidades que podem aparecer na busca de informações e no processo de realização do filme. “O ponto de partida é Raul. Não temos um ponto a chegar, e, sim, de partir. Quanto mais elementos você tem, mais você descobre as relações entre estes pontos com o tema”. diz Carvalho

              “Claro que você vislumbra um filme na sua cabeça. Eu vislumbro essa textura de memória, ir no colégio Maristas, onde ele foi expulso, e observar a ação do tempo nessas locações. O filme terá várias texturas, porque temos matérias das mais diversas fontes: Super 8, VHS, e por aí vai. Também queremos trabalhar com o silêncio e, ao mesmo tempo, o universo rock’n'roll do Raul, sua trajetória, problemas com o alcoolismo. Uma de suas mulheres diz que, se ele passava uma imagem de artista muito agressivo, em casa era um homem muito delicado. Queremos também humanizar o mito”, complementa Mocarzel.


              Entre as 54 pessoas pré-selecionadas para as entrevistas, estão personalidades como os cantores Jerry Adriani e Marcelo Nova, as três mulheres com quem Raul foi casado, os companheiros de banda local Os Panteras, além de personalidades da indústria musical, como os produtores Roberto Menescal, André Midani e Marco Mazolla. E, claro, Paulo Coelho.

              Por fim, a pergunta que os fãs devem estar ansiosos: quando o filme chega às telas? “Te garanto que sai esse ano. Acho que está mais para a Mostra Internacional de São Paulo (fim de outubro), entrando no circuito comercial logo depois”, afirma Feijão.
              Cineinsite

              segunda-feira, 17 de agosto de 2009

              ENTREVISTA DE RADA REZEDÁ A REVISTA "MUITO" DO JORNAL A TARDE


              Revista Muito 71 - 09/08/2009
              Abre aspas: Quem tem medo de Marcelo Nova? Rock, polêmicas e palavrões
              Moda: Quando o estilo aproxima pais e filhos, fica mais fácil se divertir
              Arte: Em vídeos, instalações e pinturas, Caetano Dias valoriza o humano
              Bio: A atriz e publicitária Rada Rezedá aposta na versatilidade
              Atalho: No Dom Fernand’s, em Villas, cozinhas hispânica e mediterrânea
              Satélite: O bar Via Urbana une arte e descontração no centro de Roma
              Gastrô: As delícias da gastronomia espanhola vão além das famosas paellas

              Vejam a revsita Muito do Jornal A Tarde, na coluna BIO a atriz Rada Rezedá

              GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO SOBRE OS 25 ANOS DA UNEB.

              XENO VELOSO E CHICO ARGUEIRO - SENTADOS - PALMERINHA E BETO MAGNO

              domingo, 16 de agosto de 2009

              SAMBA DE LATA - SERIE DE VIDEOS 25 ANOS UNEB.



              CINE MARACANGALHA

              O CINEASTA LÁZARO FARIA


              VEM AI: O 2 DE JULHO ( O FILME)

              Beto Magno

              Lazaro Faria nasceu no Sul de Minas na cidade de Lamberi em 08 de dezembro de 1956, começou sua carreira em Belo Horizonte como Produtor de RTVC na PTC. Aos 19 anos viaja para a Bahia e trabalha na Sany Filmes como operador de camera de cinema, em seguida trabalhou na agencia de Publicidade Divisao como Produtor e Diretor de Filmes Publicitarios e documentarios.em seguida trabalha na Randam Propaganda e Norton Publicidade exercendo as mesmas funçoes.Em 1980 funda uns dos primeiros canais de TV Comunitarios do Brasil em Camaçari onde produz varios Programas de Televisao e dirige seu primeiro Filme A Comunidade no Poder, produz para o obeservatorio Astronomico de Feira de Santana um documentario sobre o Cometa Harley.

              Em 1985 e contratado por uma das maiores Agencias de Publicidade da Bahia a Propeg onde desempenha a funçao de Produtor Executivo e Diretor de Cenas de mais de 1000 comercias em Cinema e diversos Documentarios para Clientes como Correios, Telebras, Governo da Bahia, Governo de Pernambuco, Governo Federal, Ministerio das Comunicaçoes, Telebahia e dirige neste
              periodo diversas campanhas Politicas para Televisao.

              Em 1990 funda sua empresa a X Filmes da Bahia, onde produz enumeros comerciais para todo o Brasil, institucionais e Programas para Televisao. Produz em 16 mm o Documentario Orixas da Bahia, viaja a India e produz Satytananda, documenta varias festas populares e faz um documentario em cinema sobre a festa de Yemanja, em 2000 começa a produçao e direçao do sei primeiro Longa Metragem A Cidade das Mulheres, recebe premio do BNDS e patrocinio da Petrobras e em 2005 faz o lançamento no teatro Castro Alves, ganha o premio Tatu de Ouro como melor longa metragem na 32 Jornada de Cinema da Bahia, no mesmo Ano produz e Dirige Mandinga em Manhattam, documentario sobre como a capoeira se espalhou pelo Mundo. A partir dai foi convidado com seus filmes para diversos Festivais no Brasil e exterior como tambem Universidades como a da Fhiladelfia e Notre Dame.

              Em 2007 lança a primeira ediçao do BAHIA AFRO FILM FESTIVAL no palacio daaclamaçao, apresentado entre outros filmes o resultado da oficina o Negro e o Cinema.
              Atualmente e presidente da casa de cinema da Bahia, onde desenvolve enumeros projetos da area de produçao e Formaçao de proficionais e esta a frente da direçao do BAFF.

              EU ME LEMBRO, DE EDGARD NAVARRO



              Beto Magno

              Eu Me Lembro é um filme que desperta no espectador um gostar carinhoso. Incursão nas memórias de Edgard Navarro e na história do país, o filme é costurado por uma trilha sonora muito bem selecionada (com direito a canção original de Caetano Veloso), e conta a história de Guiga, da sua infância na ainda provinciana Salvador, passando pela descoberta do sexo na adolescência até a rebeldia da juventude – entre os anos 50 e 70. Assisti-lo é o tipo de experiência que nos coloca dentro do furacão, desperta tantas questões que o filme quase parece ficar perdido no meio de tanta coisa

              A primeira delas, claro, é o fato de que Edgard Navarro demorou tantos anos para fazer seu primeiro longa-metragem. paralelamente, a revista Cine Imperfeito lançava uma edição sobre cineastas desaparecidos, incluindo o Edgard Navarro, na mesma época que o diretor ganhava diversos prêmios no Festival de Brasília. Se é claro que não se pode gostar de um filme só porque ele teve um processo demorado e sofrido de realização, isso vem à mente de forma inevitável quando estamos assistindo ao filme e pensamos em Superoutro, experiência radical dirigida por Navarro no fim dos anos 80 – filme que dá vontade de fazer cinema, escatológico e engraçado, certamente inspirador. Por que tanto tempo entre aquele e este filme? Em relação ao radicalismo de Superoutro, Eu Me Lembro trabalha em chave muito distinta. Está ali o roteiro bem concatenado, os lampejos de loucura que não extrapolam limites, explicações sobre a matriz psicanalítica do filme a disposição no site do filme. Seria ridículo exigir que um cineasta atendesse às nossas expectativas, mas não deixa de ser triste perceber como a estética agressiva e radical de alguns cineastas se apaziguou: sinal dos tempos, ou de que um filme é sempre muito mais do que um filme.
              Neste sentido, Eu Me Lembro é bem simples mesmo. Evoca claramente uma matriz felliniana na sua incursão ao passado, mas não chega a existir ali nada da indistinção surrealista entre fantasia e realidade, a força e beleza dos momentos de magia. O filme tem grandes momentos, é verdade: os atores estão especialmente bem e muitas situações são inspiradas. Apesar do período da infância ser extenso demais, o retrato da família é bonito, cada um seguindo o seu caminho e a criança observando e absorvendo tudo aquilo. É a matriz do que virá a seguir na vida de Guiga e não é a toa que o filme termina com um devaneio seu, louco de cogumelo, onde surgem todos os personagens de sua infância.

              Mas, tem grua, muita grua e a presença ostensiva do equipamento faz pensar que existe muita intenção para pouco cinema, ou que definitivamente falta ao filme uma linguagem que dê conta de tanta intenção. O que não tira a força da experiência que é ver o filme, mas certamente deixa uma saudade, uma espécie de um lirico regresso a nossa própria infância e adolecência.