sábado, 9 de fevereiro de 2019

MARACANGALHA, EU VOU! ( O FILME )


 Por Rada Rezedá 

Marancagalha cantada por Caymmi,  será cenário de filme dirigido por Marcos Wainberg 

Maracangalha, Eu Vou!  tem roteiro e produção executiva de Rada Rezedá e direção de Marcos Wainberg e será filmado em Maracangalha, distrito de São Sebastião do Passé, no Recôncavo baiano. A história conta sobre os personagens exóticos de Maracangalha dos anos 30 e suas peripércias na cidade, também sobre o cinema de Alô Boys e do Circo da vila, passando pela morte do Besouro Mangangá, Anália sambadeira e pelos beijos gelados de Edson Lingua de Gelo. O curta pretende invadir os festivais de cinema do Brasil e do mundo.

A vila de Maracangalha já foi cenário de cinco filmes produzidos por Rada Rezedá em parceria com a VM Filmes, de Beto Magno. Maracangalha, Eu Vou! é o sexto filme da dupla. Todos os curtas foram  foram inspirados no livro Cine Maracangalha, do jornalista José Augusto Berbert de Castro, que posui mais de 40 crônicas sobre a vila da Usina Cinco Rios e que abrigou o primeiro modelo de shopping na Bahia, bem como o primeiro cinema do Recôncavo baiano. Já são 11 anos de histórias cantadas e contadas sobre a vila da samabadeira mais famosa do mundo, Anália, que inspirou Caymmi em sua música Eu Vou pra Maracangalha, eu vou...que por sua vez inspirou a roteirista neste seu último filme .

O elenco conta com 31 jovens atores, estreantes das artes e da telona. Todos são alunos e empresariados de Rada Rezedá, que possui  a Cap Escola de TV e Cinema da Baha há 23 anos, com 12 cursos na aréa do audiovisual. 

Maracangalha, Eu Vou! possui as exuberantes participações especiais de Mônica Sangalo, Rosiane Pinheiro e do delegado especial Valdir Barbosa, nos personagens Fofoqueira 2, Anália sambadeira e Investigador, respectivamente. A direção artística de Marcos Wainberg, que já fez novelas e séries em algumas emissoras: Sol de Verão, Hipertensão, Anos Dourados, Vale Tudo, Kananga do Japão.. Mas, foi em Zorra Total, que Marcos ganhou fama com o personagem do Diretor ao lado do ator Paulo Silvino que fazia o Brasil rir, com o famoso bordão “Cara, crachá” e a iluminada direção de fotografia de César Pires, que etem em seu curriculo trabalhos ao lado do ilustre Walter Carvalho (Central do Brasil, O Canto da Sereia)

Elenco e Equipe em lista,
As crianças:
Cecília Sande
Clara Campos
João Pedro Campos
Sâmila Silva
Aine Rocha
Malu Reis
Rebeca Ferreira
Emily Reis
Lara Fontenele
Lulu Alcantara
Sophia Amaral
Maria Nicoly
Lara de Paiva

 Adolescentes:
 Júlia d'Almeida
Yuri Viana
Ingrid Hannah
Victor Lima
Gabi Paixão
Andressa Victória
Beatriz Limeira

Adultos:
Yin yee Carneiro
Amacloe
Lila Vidal
Catarina Viana
Cris Magalhães
Gilberto Pereira
Bruno Dourado
Antônio Márcio



Participações Especiais: 
Mônica Sangalo
Rosiane Pinheiro
Delegado Valdir Barbosa 
.
🎬 Na equipe técnica temos:
Roteiro e Produção Executiva: Rada Rezedá
Produção: Beto Magno
Foto: Vitória Magno
Figurino, Make e Caracterização: Tábita Rezedá.
César Pires: Direção de fotografia
Direção Artistica: Marcos Wainberg
Produtora de Cinema  parceira: Santo Guerreiro.
Assessoria de imprensa: Yin yee Carneiro

Agradecimentos Especiais:
Pais de alunos e empresariados
Prefeitura de São Sebastião do Passé
Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de São Sebastião do Passé

CAHIERS DU CINEMA OU AÍ SÓ TEM ARTISTA

arquivo VM FILMES Beto Magno
                          Dia de Gravação em " Maracangalha" São  Sebastião do Passé - BA

Por Fernando Vita Souza

Baiano não nasce, estréia! costumam dizer, com indisfarçável despeito, todos os que, por algum inexplicável motivo, não conseguiram nascer na Bahia, estando por isso mesmo condenados a passarem o resto da vida sem poder bater a mão no peito, prenhes de orgulho cívico. e dizer-se conterrâneos de glorias nacionais como  Castro Alves, Caetano, Joana Angelica, Chocolate do Mercado Modelo, Ruy Barbosa ( o que foi para Inglaterra ensinar inglês! ) e Beijoca. E  dia desses, por obra e graça da Globo, que reexibiu " A Tenda dos Milagres", de Nelson Pereira dos Santos, pude ter a certeza de que a Bahia pode não presar pra outras coisas, mas duvido que exista qualquer outro lugar no mundo com tanto artista...
Rapaz inteligente, apesar de não ser baiano, o cineasta Pereira dos Santos houve por bem decidir que em tendo que filmar " A Tenda dos Milagres" ai, nesta verdadeira fabrica de artistas, não teria por que esquentar a cabeça contratando gente em outras plagas. E, sabiamente, assim o fez. Chegou no primeiro boteco e bradou, em alto e bom som, a senha magica que em segundos permitiu-lhe lotar seis ônibus, duas kombis e três fuscas de artistas:
- Por acaso, aqui tem artistas?
E acompanhado por uma verdadeira multidão de artistas baianos, de todas as cores, credos, habilidades e preferências, pôde o bom Nelson, ideia na cabeça e câmera na mão, desempenhar o seu mister sem problemas, legando á cinematografia nacional mais que um filme com sua grife, um valioso mostruário de talento, da genialidade e do domínio da difícil arte de interpretar de uma serie de verdadeiros astros da tela, que província da Bahia escondia aos olhos do mundo, modesta como é desde que Cabral começou a fazer o Brasil - logo por onde, adivinhem? - pela Bahia, isso mesmo, aí pela Bahia.
Assim, ao longo da história do negro Pedro Arcanjo, o bedéu que deitava e rolava inteligencia e saber em cima dos doutos, teve o Brasil e o mundo mais uma vez que se curvar ante a artistice baiana, em desempenhos memoráveis e definitivos de astros de primeira grandeza, que modéstia e a timidez furtavam ás telas, escondendo-os em outras profissões igualmente nobres, mas ainda assim cometendo um verdadeiro crime de lesa-arte, posto que lugar de artista é na tela, verdade que até office-boy em Hollyood sabe.
Não fosse Nelson Pereira dos Santos e o seu hoje histórico grito de "Por acaso, aqui tem artistas?" e o mundo acabaria privado de ver gente como Jehová de Carvalho, Tuna Espinheira, Tasso Franco, Pedro Formigli, Carlos Navarro Filho, Rêmulo Pastore, Nadja Miranda, Césio Oliveira, Claudio Barreto, Raimundo Machado e tantos outros mostrar para os pósteros como é que se trabalha ante os spots-lights e câmeras da vida. Todos eles, sem exceção, poderiam abandonar os afazeres que originalmente abraçam - taí por que nunca levei fé nos chamados testes vocacionais - e partir para disputar mercado com os Pereios, Tarcísios Meiras, Newmans, Brandos e Nicholsons, sem receio nenhum.
Diante de TV, com o espírito crítico aguçado e afiado ante os conterrâneos  acima citados, todos meus amigos, aplaudi de pé momentos que considero definitivos na cinematografia mundial, como, por exemplo, aquele em que o jornalista Césio de Oliveira levanta-se e bate palmas numa conferencia. Nunca vi ninguém bater palmas tao bem, de forma tão convincente, em toda historia do cinema.Ali, em questão de segundos, o nosso Césio conseguiu brilhar mais que o outro césio- 137, que fez aquela zorra toda em Goiânia. E Rêmulo Pastore, o nosso Reminho? A este Pereira dos Santos concedeu apenas alguns segundos em cena, mas suficientes para firma-lo como ator, por todo o sempre, amém. Coube ao citado artista a difícil tarefa de atravessar de forma furtiva uma sala onde pessoas discutiam acalouradamente alguma coisa. E o nosso Rêmulo o fez de forma tão furtiva, astro que é, que nem ele conseguiu depois ver-se na tela... Até hoje o diretor de "A Tenda Dos Milagres" elogia. Mas não para por aí a genialidade dos nossos artistas em " A Tenda"... Não há como descrever a performance do também jornalista Tasso Franco, interpretando polemico repórter de jornal. Ele faz um 'Oh, não é possível!" tão comovente, tão brilhante no filme que se Fellini o pega de jeito pela Europa, adeus Amélia, jamais Serrinha teria de volta seu filho mais ilustre. E Pedro Formigli, o Pedrinho Me Mate Logo, também como repórter, anotando com raro brilho o que o pesquisador gringo falava? Fui, por instantes, transportado ao Orson Wells do "Cidadão Kane"... Não há como deixar de lado desempenhos como o de Carlos Navarro Filho, o ontem vereador de Alagoinhas e hoje presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia. Além do jeitão misterioso de encarar as câmeras, merece aplausos o periodista em questão, pela gravata parecida com uma raquete de tênis que usava, encarnando o publicitário-picareta. E a calça boca de sino de Raimundo Machado? E o seu "Sex- appeal" dando esporro na sua equipe de repórteres? Por muito pouco  A TARDE não perdeu um de seus melhores repórteres de policia para o cinema.
O publicitário Claudio Barreto como maestro, a professora Nadja Miranda como mulher dama e Tuna Espinheira como professor estão geniais.
Vejam como o Claudio, no filme, segura a batuta. E o decor de Nadja? O Tuna, uma das poucas pessoas que sabem de cor e salteado o hino de Juracy Magalhães na campanha para o governo do estado, dirige um olhar de reprovação para um colega professor em certa hora que, meu Deus, Humprey Bogart jamais conseguiria fazer igual.
O homem de leis, letras e litros Jehová de Carvalho teve atuação destacadíssima, e não pode, por questão de justiça, ser olvidado. Bom de discurso e gestos, é mesmo nos momentos em que aparece de copo na mão que mais se sente a sua genialidade. Mas, aí, não há por que se surpreender, haja vista que o bom Jehová treina essa arte de levantar copos desde tenra idade, ainda na sua Santa Maria da Vitória, e quem sabe, sabe, quem aprende bem não desaprende jamais, mesmo com o baque surdo da claquete no pé do ouvido.
Como se vê, aí na Bahia só tem artista! E se Hollyood, ao invés de estar na Califórnia, fosse aí em São Sebastião do Passé, por exemplo, a historia do cinema, não tenham dúvidas, teria sido outra.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

A IDENTIDADE CROMÁTICA DO FILME

Espaço Cultural da Fazenda Vidigal

Escolha das cores é extremamente importante e capaz de transmitir climas e emoções e até aparece como elemento central da narrativa em algumas obras. No audiovisual, é estabelecido o conceito de que cores são um elemento eficaz na comunicação de emoções subjetivas para o espectador. A base é a teoria das cores, que sugere que cores e tons são capazes de influenciar ou comunicar certos espectros de emoções. A série “Harry Potter” é um bom exemplo. A paleta dos filmes vai ganhando tons mais frios, como azul, preto, verde-escuro e cinza, filme a filme, na medida em que a história vai se tornando mais sombria.



E há as obras em que a paleta de cores representa um elemento central na narrativa. Os filmes de Wes Anderson são facilmente reconhecíveis pela escolha da paleta de cores. Longas como Traffic, Sin City, Precisamos Falar Sobre O Kevin, Matrix e A Vida Em Preto E Branco têm nas paletas, cada um de maneira diferente, informações importantes sobre a história em si.


Em Matrix, por exemplo, a paleta de cores é diferente antes de depois de Neo escolher a pílula azul; em Sin City, o espectador é capaz de identificar em qual narrativa paralela o filme se encontra pela paleta de cores. No Twitter, o usuário CINEMAPALETTES está compilando as paletas de cores de cenas de centenas de filmes e está fazendo sucesso entre designers e profissionais do audiovisual. E ele aceita pedidos de outros usuários. Veja as paletas de cores identificadas em alguns filmes pelo perfil:

Cena de "Aladdin" (1992), da Disney 


"Cidade de Deus" (2002), Fernando Meirelles e Kátia Lund 


"O Iluminado" (1980), Stanley Kubrick 

São alguns exemplos.