sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA PARA BLOG DE SÃO PAULO:


Beto Magno
Entrevista a Rafael Spaca para um blog sobre cinema de São Paulo
Endereço do blog:
http://oscurtosfilmes.blogspot.com.br/ 

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?

No meu caso começou quando sentimos a necessidade de produzir nossos próprios trabalhos como resultado dos cursos que são ministrados na Cap Escola de Tv e Cinema da Bahia sob a direção da minha ex-mulher Rada Rezedá.  Daí pra frente tomei gosto pela coisa e resolvi que faria alguma coisa digamos... experimental. Isso sem contar com o gosto de estar no set de filmagem junto com uma equipe de produção e atores. O que além de desafiador é magnífico.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.

Nós temos uma cooperativa a COOPERCINE – BAHIA que apesar de nova vem desenvolvendo um trabalho junto aos produtores de áudio visual na Bahia no sentido de subsidiar um ao outro nas suas necessidades, e isso tem rendido um bom resultado, embora falte muita coisa.


Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral? 

Eu penso que há um apelo comercial muito grande em pró dos longas metragens  em relação aos curtas, na verdade é uma série de fatores, além da própria cultura que foi se desenvolvendo no País. O que é uma grande bobagem, pois um bom roteiro desenvolvido num curta muitas vezes é melhor que certos longas.


Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?

Em função da existência da Lei do Curta, buscou-se uma definição de curta-metragem que fosse compatível com a sua exibição antes do longa metragem, nas sessões comerciais de cinema. Por isso, em 1992 a Lei 8.401 já definia o curta-metragem como o filme "cuja duração é igual ou inferior a 15 minutos". (Isso no Brasil, pois em alguns países um curta pode ter 30 minutos). Este conceito, com a mesma redação, foi mantido pela Medida Provisória 2.228, de 2001, e, portanto permanece em vigor. Só que não é uma coisa repeitada, inúmeros exibidores burlam essa lei Brasil a fora.


O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?

Sim, Sem duvidas! É uma verdadeira escola...


O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?

Eu especificamente acho que sim! Pois não deixa de ser um exercício, um aprendizado que nos traz muita experiência que sem sombra de duvidas iremos precisar para dirigir um longa metragem.


Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?

Olha! Acho que se você tem um bom roteiro e uma equipe empenhada, além de parceiros que te proporcione suporte técnico e trabalhe num sistema de cooperativismo você pode realizar alguma coisa sem precisar necessariamente de participar de editais de leis de incentivo a cultura. O que não anula os editais! Que nós também participamos esporadicamente.

Conte sobre o filme '2 de Julho'.

O Dois de julho é um Projeto do diretor Lázaro Faria, um dileto amigo e parceiro que juntamente com o Zelito Viana da MAPA FILMES - Rio de Janeiro. Que produzirá esse longa metragem importantíssimo para resgatar a verdadeira História do Brasil.

Como estão os trabalhos na Escola de TV e Cinema da Bahia?

A Cap Escola de TV e Cinema da Bahia é uma escola de formação de atores e uma produtora que é dirigida por Rada Rezedá, minha ex- mulher e amiga que tem um trabalho pioneiro na Bahia a mais de 16 anos. Continuo ligado a essa instituição através de parcerias, no passado fizemos muitas coisas juntos.

Fale sobre a sua parceria com a Casa de Cinema da Bahia.

A Casa de Cinema da Bahia é uma Osipe presidida por meu amigo Lázaro Faria diretor premiado de vários curtas e ex - publicitário, que irá dirigir o longa metragem “Dois de Julho a verdadeira História da Independência do Brasil!” nós somos parceiros em vários projetos e estamos trabalhando num filme internacional chamado “ A Roda do Mundo” que é um trabalho feito em vários Países sobre a capoeira que saio da Bahia, rodou  e está em todo canto do planeta! Começamos com “ Mandinga em Manhattan”, depois veio Mandinga em Colômbia...etc...etc... e por ai vai! Estamos na captação de recursos para fazer mais de 10 Países .


Pensa em dirigir um curta futuramente?  Recentemente escrevi um roteiro para um curta: “Eu não presto, mas eu te amo!” que começaria a gravar agora em Março, mas foi adiado para Abril por causa da produção de elenco que estamos fazendo para um seriado Israelense que será gravado no Brasil exatamente na época programada. 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CINEMA


diretor de cinema ou realizador (também conhecido como cineasta) é considerado, em termos gerais, o criador da obra cinematográfica. Ainda que o seu papel seja diferente consoante o realizador em causa (que além de estilos diferentes, têm estratégias de trabalho igualmente diversas), o trabalho do diretor de cinema, ao supervisionar e dirigir a execução das filmagens, utilizando recursos humanos, técnicosdramáticos e artísticos inclui:
  • A definição da orientação artística geral que caracterizará o filme no seu todo;
  • A análise e interpretação do roteiro do filme, adequando-o à realização cinematográfica;
  • A direção das interpretações dos atores  tanto sob um ponto de vista técnico (colocando-os em determinado local e enquadramento) como de um ponto de vista dramático, solicitando o género de emoção pretendida para a personagem;
  • A organização e selecção dos cenários do filme;
  • A direcção dos meios técnicos (sonoplastia, iluminação, enquadramento);
  • Escolha da equipe técnica e do elenco (em alguns casos, apenas);
  • Supervisão dos preparativos da produção;
  • Escolha de locações, cenários, figurinos, cenografia e equipamentos;
  • Direção e supervisão da montagem, dublagem, confecção da trilha musical e sonora (em Portugal: banda sonora)
  • Processamento do filme até a cópia final;
  • Acompanha a confecção do trailer, do avant-trailer.

"O ANJO EXTERMINADOR" DE LUIS BUÑUEL


Por André Setaro


Os 51 anos de O anjo exterminador (El angel exterminador, 1962), de Luis Buñuel, obra-prima do surrealismo cinematográfico, não podem passar em branco. Sobre ser o maior realizador surrealista da história do cinema, Luis Buñuel tem uma trajetória desigual, cheia de acidentes de percurso, vindo a estrear, em fins dos anos 20, com filmes puristas no que diz respeito aos postulados surrealistas: Un chien andalou (Um cão andaluz, 1928), em colaboração com o excêntrico Salvador Dali, e, dois anos depois, L'âge d'or (A idade do ouro, 1930). Nestas duas obras, Buñuel pretendeu passar ao cinema o surrealismo em estado bruto: as imagens se desenrolam como num processo onírico de associação de idéias. A cena inicial de Un chien andalou é clássica: um homem, com uma navalha, decepa o globo ocular de uma mulher enquanto as nuvens passam, indiferentes, no céu enluarado.
Em 1962, quando O anjo exterminador estreou em Paris, o exibidor solicitou a Buñuel que escrevesse alguma coisa para ser colocada na porta do cinema, a fim de esclarecer melhor os espectadores. Buñuel escreveu o seguinte: "A única explicação que pode ter esse filme é que ele, na verdade, não tem nenhuma." Woody Allen, em seu recente Meia-noite em Paris (Midnight in Paris), quando do retorno no tempo aos esfuziantes anos 20 na Cidade Luz, há um momento impagável: o personagem se encontra com o próprio Buñuel e dá a ele a idéia de fazer um filme como O anjo exterminador sobre um grupo de burgueses que depois de um jantar comemorativo, sem que haja obstáculos que o impeçam de sair, ficam trancados meses e meses na mansão. Buñuel se espanta com a idéia e diz que não compreendeu o por que de o grupo não poder sair.
Em 1955, Luis Buñuel se encontra com André Breton em Paris e este, desanimado, aborrecido, diz ao cineasta: "O escândalo não existe mais!" Breton, autor do manifesto surrealista, é o seu principal nome. Se o escândalo não existe mais, pour épater les bourgeois (para escandalizar os burgueses), o que se pode dizer hoje, decorridos mais de 50 anos, no momento de vale-tudo em que o BBB expõe, sem arte e sem surrealismo, a demência verificada na mentalidade da sociedade atual? A juventude, passou-a nos atribulados anos 20 em Paris, quando os artistas se amontoavam (como mostra Midnight in Paris, como mostra Sinfonia em Paris/An american in Paris, 1950, de Vincente Minnelli, entre tantos outros). Na capital da França, o aragonês Buñuel conheceu a nata e ficou amigo de muitos, além de trabalhar como assistente de direção em uma ou duas películas. Mas o que o atraiu mesmo foi o movimento surrealista liderado por André Breton. Nos anos 30, teve uma experiência mal sucedida em Hollywood, e, com a Guerra Civil da Espanha (1936/1939) exilou-se no México, onde estabeleceu a sua residência, ainda que, no final da carreira tenha filmado bastante em Paris. Terminadas as filmagens, porém, voltava para o aconchego de sua casa mexicana.
Metáfora surrealista sobre o homem e a sociedade, El angel exterminador (o título é bíblico, premonitório e profético) tem na impossibilidade de sair da mansão, sem que nada impeça que seus convidados saiam, um recurso de surrealismo que o autor utiliza para, na verdade, fazer um estudo de comportamentos, um laboratório para a observação de burgueses metidos a aristocratas que, com o tempo, fazem com que caiam as suas máscaras de hipocrisia, e, em consequência, as normas de etiquetas sejam relegadas.
Em uma suntuosa mansão de Nóbile (Enrique Rambal) se celebra um jantar elegante depois que os participantes voltam de uma ópera. Ao término da recepção, os convidados se dão conta de que não podem abandonar o salão. Reclusos por força invisível naquele lugar, iniciam um verdadeiro processo de degradação que deixa a descoberto o ser primário e zoológico que luta para sobreviver e, com isso, são esquecidos todos os prejuízos e convencionalismos sociais. Tudo é pulverizado e destruído, inclusive os luxuosos trajes dos personagens e o mobiliário rico da sala. Eles se alimentam graças a uns cordeiros que conseguem pegar – e que vivem, surrealisticamente, dentro da mansão, recorrendo a toda a classe de fórmulas – cerimônias mágicas, invocações maçônicas, rezas – numa série de tentativas para por fim àquela situação. O parágrafo seguinte contém spoiler e para os suscetíveis melhor que não seja lido.
Finalmente, depois de vários meses de reclusão, os convidados repetem os instantes finais da festa, e, desse modo, conseguem sair da casa. Na catedral do México, assistem a um solene Te Deum. Mas, findo este, comprovam que nem os oficiantes nem seus assistentes conseguem abandonar a igreja. O plano final apresenta cordeiros que entram na catedral enquanto nas ruas explode uma revolução.
(Na versão disponível em DVD de O anjo exterminador, a empresa distribuidora achou por bem cortar uma cena. No original, quando os convidados chegam à mansão de Nóbile, a chegada deles, entrando pela porta e subindo as grandes escadarias, é filmada duas vezes sob dois ângulos diferentes. O responsável pela edição do DVD cometeu um desastre com o corte, interferindo indevidamente na integridade da obra cinematográfica. Talvez por achar que, com a supressão de dois momentos idênticos, viesse a dar mais legibilidade ao filme. Já a versão em VHS, distribuído pela Sagres, mantém a obra na sua integralidade).
O surrealismo parte de uma atitude revolucionária em filosofia, cujo verdadeiro objetivo não consistiria em interpretar o mundo, mas, sim, em transformá-lo. Na forma exposta por seu principal animador, André Breton, o surrealismo revela forte influência do materialismo dialético, dele retirando sua "lógica da totalidade". Assim como o sistema social constitui um todo e nenhuma de suas partes pode ser compreendida separadamente, a arte não deve ser o reflexo de uma parcela de nossa experiência mental (a parcela consciente), mas uma síntese de todos os aspectos de nossa existência, especialmente daqueles que são mais contraditórios.
O surrealismo buñuelesco se, no princípio, seguia fielmente os postulados bretonianos, com o passar do tempo foi se diluindo, com o acréscimo de um humor refinado, sutil, ainda que bem corrosivo, a exemplo de O charme discreto da burguesia (1973), O fantasma da liberdade (1974) e Este obscuro objeto do desejo (1977, seu último filme, pois viria a morrer em 1983. Entre os seus filmes de minha predileção, os dois primeiros, Ensaio de um crime (1956), Viridiana (1960), que causa escândalo na época, O anjo exterminador, Nazarin, O alucinado,La mort em CE jardin, A bela da tarde, e Ocharme discreto da burguesia. Sem esquecer de uma fita mexicana, Los olvidados, que realizou em 1950. Em Este obscuro objeto do desejo, por exemplo, uma mesma personagem é interpretada por duas atrizes diferentes.
Obra sobre a alienação dos indivíduos alienados por crenças e atitudes, e, também, sobre as vacuidades das fórmulas postiças de convivência, El Angel exterminador constitui, de certo modo, uma prolongação dos grandes temas apontados em Laje d'or., mas com uma maturidade e lucidez ideológicas tais que fazem do filme uma síntese perfeita de toda a obra e ideário de seu autor. O roteiro original – de Buñuel e Luiz Alcoriza – leva o expressivo título de Os náufragos da Rua da Providência. O anjo exterminador foi premiado em Cannes (1962), Sestri-Levante (1962) e Acapulco (1963).

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

BASTIDORES DE UMA SALA DE CINEMA

Sala de Cinema
Operador (projecionista) fazendo emenda em película de 35mm, na bancada da enroladeira
Juntando as Partes de Filme Para Exibição e Carretel Gigante II
Juntando as Partes de Filme Para Exibição e Carretel Gigante
Filme pronto para ser rodado no cinema

COISAS DE CINÉFILOS II

Bancada com Coladeira e Enroladeira

COISAS DE CINÉFILOS

 Carreteis e filmes de 16mm