quarta-feira, 10 de agosto de 2022

ZELITO VIANA ( O DR. FANTÁSTICO)

Beto Magno, Dr. Valdir Barbosa, Valéria Vidigal, Vera de Paula e Zelito Viana



AS MEMÓRIAS DE ZELITO
Por Amir Labaki

Zelito Viana é um homem-cinema. São quase seis décadas de dedicação. Como poucos, fez de tudo, e assim nos conta no livro de memórias que finalmente lança, “Os Filmes e Eu” (Record, 296 págs, R$ 69,90).

Engenheiro de formação, Zelito é sobretudo produtor e diretor, mas também ator e fotógrafo, roteirista e selecionador musical, fomentador público (na Embrafilme de Roberto Farias de meados dos anos 1970) e distribuidor comercial (até de VHs e DVDs na Globo Vídeo). Há 57 anos mantem ativa sua produtora, a MAPA, que herdou o nome da revista cultural baiana tocada, entre outros, pelo jovem Glauber Rocha (1939-1981).

Seus primeiros passos na produção coincidem com a aurora do Cinema Novo. Pudera: um de seus próceres, ninguém menos que Leon Hirszman (1937-1987), seu colega nos estudos de engenharia, o convidou para fazer a transição profissional. No calor da hora, ou algum tempo depois, Zelito trabalhou com boa parte da patota: Cacá Diegues, Eduardo Coutinho (1933-2014), Glauber, Leon, Paulo César Saraceni (1932-2012), Walter Lima Jr.

No documentário rodado por Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988) sobre o movimento para uma TV alemã, “Cinema Novo -Improvisiert Und Zielbewusst” (1967), ei-lo apresentado correndo salas de cinema, ao lado de Cacá, para conferir o público de “A Grande Cidade”. Outro registro histórico está no livro: a Santa Ceia do Cinema Novo segundo David Drew Zingg (1923-2000), na foto batida em 1967 em mesa do Bar Zeppelin, em Ipanema, Rio. Quatro já se foram: Nélson Pereira dos Santos (1928-2018), Leon, Glauber e Joaquim Pedro. Quatro mantém alto a bandeira: Luiz Carlos Barreto, Ruy Guerra, Walter Lima Jr e o próprio Zelito.

“Os Filmes e Eu” repassa, em prosa despojada e ordem cronológica, a vida do cearense que se especializou na Europa em engenharia siderúrgica até não resistir ao chamado de Leon. A agilidade com números serviu-lhe de passaporte inicial. O amor por filmes desde a infância prenunciava a guinada. A proximidade com um dos irmãos mais velhos, o extraordinário humorista e escritor Chico Anysio (1931-2012), referendava a vocação familiar.

Sem cerimônia, Zelito reconstitui sua trajetória, discorrendo tanto sobre os grandes filmes que produziu e dirigiu quanto sobre os trabalhos de ocasião, de institucionais a campanhas políticas. A memória prodigiosa oferece anedotas deliciosas sobre quase todas as produções e perfis breves e carinhosos sobre personalidades (João Gilberto, Juruna, Mário Henrique Simonsen) e anônimos marcantes com quem conviveu.

“Terminar ‘Cabra Marcado para Morrer’ foi minha primeira tarefa a executar no mundo de cinema”, lembra Zelito. Duas décadas se passaram até conclui-la. Interrompidas as filmagens devido à eclosão do golpe de 1964, a inviabilidade de terminar o filme foi reconhecida a partir de uma projeção do copião nos laboratórios da Líder no Rio. “Nos vinte anos que se seguiram ao golpe militar, Eduardo Coutinho foi um homem obcecado pelo desejo de completar sua obra”, testemunha. O que era uma ficção engajada, na linha do CPC (Centro Popular de Cultura), se reencantaria num documentário de cristalina originalidade.

Zelito debutou como produtor com “A Grande Cidade” (1966), longa-metragem de estreia de Cacá Diegues, a quem conhecia de vista dos tempos no tradicional colégio Santo Inácio. Voltariam a trabalhar juntos em “Quando o Carnaval Chegar” (1973) e “Veja Esta Canção” (1994).

A parceria mais prolífica foi com Glauber, a quem conheceu na saída da citada projeção do primeiro “Cabra” na Líder. Estiveram juntos do curta documental “Maranhão 66” até o fim da década: “Terra em Transe” (1967), “Câncer” (1968), “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1968), “Der Leone Have Sept Cabeças” (1970). O título do último foi sacada dele. A recusa em produzir “A Idade da Terra” (1980) os afastou até a precoce morte de Glauber em 1981.

Nem só de obras-primas se constrói mais de meio século de carreira audiovisual. É assim admirável como Zelito não se furta de recordar produções eminentemente comerciais de grande sucesso, como o policial “Máscara da Traição” (1969) de Roberto Pires, com o casal Glória Menezes/Tarcísio Meira, e de retumbante fracasso, como sua primeira direção solo, “O Doce Esporte do Sexo” (1970), uma comédia de esquetes protagonizada pelo irmão, Chico Anysio.

Filmes melhores viriam. Adaptado do romance “Alma” de Oswald de Andrade (1890-1954), “Os Condenados” (1974) talvez seja ainda seu ápice no cinema ficcional. Rodado durante dois anos, “Terra dos Índios” (1979) é um marco na denúncia da violência contra as nações indígenas brasileiras, infelizmente ainda atualíssimo. Devemos a Zelito ainda os melhores retratos do poeta Ferreira Gullar (1930-2016), do dramaturgo Augusto Boal (1931-2009) e de seu multitalentoso irmão (“Chico Anysio É”, de 2006). O músico Egberto Gismonti será o próximo, anuncia o livro. O homem-cinema não para.

Fonte: http://etudoverdade.com.br/br/noticia/2217-As-Memorias-de-Zelito

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

ANSELMO VASCONCELLOS

 
Anselmo Vasconcellos
 
  1. Anselmo Carneiro Almeida Vasconcelos (Rio de Janeiro, 1° de dezembro de 1953) é um ator brasileiro de cinema, teatro e televisão.

    Já participou de mais de 50 filmes, entre os quais se destacam: Se segura, malandro!, de 1978, e Bar Esperança, o último que fecha, de 1983, ambos de Hugo Carvana; A república dos assassinos, de 1979, de Miguel Faria Jr., e Brasília 18%, de 2006, de Nelson Pereira dos Santos, entre outros.

    Na televisão, participou de telenovelas e minisséries, no humorístico Bronco, exibido pela Band, e atualmente atua na novela Genesis e Reis da Rede Record

    Carreira

    Na televisão

    Ano Título Papel
    1978 Ciranda Cirandinha Tavito
    1979 Plantão de Polícia
    1980 Ciranda Cirandinha
    O Bem-Amado Boca de Tramela
    1981 Brilhante Tavares
    Obrigado Doutor
    1982 Sítio do Picapau Amarelo Serapião
    1983 Eu Prometo Jair
    1984 Transas e Caretas Ronaldo
    1985 Um Sonho a Mais Edgar Chaves / Edson Chaves
    1986 Anos Dourados Capitão Serpa
    1987 - 1990 Bronco Chacal de Souza
    1990 Araponga Bitola
    1991 Amazônia Ezequiel
    Salomé Capivara
    1992 - 1993 Incrível, Fantástico, Extraordinário
    1993 - 1999 Você Decide
    1994 A Viagem Presidiário
    1995 Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados
    1996 A Vida Como Ela é...
    Caça Talentos Tony Dark
    1997 A Justiceira Paco
    Mandacaru Coronel Fontes
    Sai de Baixo Bartolomeu
    1998 Brida Henrique
    Corpo Dourado Naldo
    Hilda Furacão Jabuti
    Pecado Capital Jomar
    2000 Esplendor Rajão
    2001 - 2011 Zorra Total Vários Personagens
    2009 Toma Lá, Dá Cá Antônio Carlos
    2015 Zorra Vários personagens[3]
    2018 Treme Treme Pirarucu
    2021 Gênesis Ismael (idoso)
    2022 Reis Guedór, Rei dos Filisteus
    Cara e Coragem Milton Figueira

     

    No cinema

    Ano Título Papel
    1978 Fim de Festa Valentim[4]
    Se Segura, Malandro Beto[5]
    J.J.J., O Amigo do Super-Homem
    O Escolhido de Iemanjá
    Tudo Bem
    1979 A República dos Assassinos
    Eu matei Lúcio Flávio
    Terror e Êxtase
    Amante Latino
    1980 Perdoa-me por Me Traíres
    Consórcio de Intrigas
    1981 Eles Não Usam Black-Tie
    O Torturador
    1982 O Segredo da Múmia Runamb[6]
    1983 Bar Esperança
    O Bom Burguês
    1985 Chico Rei
    Tropclip
    Urubus e Papagaios
    1990 A Rota do Brilho
    1991 A Maldição do Sanpaku
    1994 Boca
    1995 Sombras de Julho
    Yemanján tyttäret
    1996 Quem Matou Pixote?
    Sambolico
    1997 O Homem Nu
    1998 Vox Populi (curta-metragem)
    1999 O Dia da Caça
    2001 Condenado à Liberdade Detetive Osmar
    2003 Apolônio Brasil, Campeão da Alegria
    2005 O Xadrez das Cores (curta-metragem)
    2006 Brasília 18%
    Madrugada de Inverno (curta-metragem)
    O Farol de Santo Agostinho (curta-metragem)
    2007 Primo Basílio
    Último Páreo
    It's A Very Nice Pra Xuxu
    O Jogador
    República dos Ratos
    2009 Tempos de Paz
    2011 Réquiem para Laura Martin
    2011 Chico Xavier Perácio
    2017 Gente Igual a Você (curta-metragem)
    2019 O Amor Dá Trabalho chefe do limbo
    2021 O Silêncio da Chuva Cláudio Lucena  

     

    Referências

  2. «Izabelle Valladares entrevista o ator e produtor Anselmo Vasconcellos - Entrevista». www.recantodasletras.com.br. Consultado em 6 de março de 2012

  3. «Anselmo Vasconcelos -Famosos - Vida - Contigo». contigo.abril.com.br. Consultado em 6 de março de 2012. Arquivado do original em 19 de dezembro de 2011

  4. GShow (29 de abril de 2015). «Dani Calabresa aceita desafio de Fabiana Karla em lançamento do Zorra». Globo.com

  5. Cinemateca Brasileira, Fim de Festa [em linha]

  6. Cinemateca Brasileira, Se Segura, Malandro [em linha]

  7. Cinemateca Brasileira, O Segredo da Múmia [em linha]

domingo, 7 de agosto de 2022

5 MOSTRA DE CINEMA DE FAMA - MG


 

As inscrições para a MOSTRA DE CINEMA DE FAMA – Curta-Metragem estão abertas de 00:00 do dia 30 de junho até 23h:59 de 14 de agosto de 2022. Serão realizadas em plataforma online, disponível no site www.mostrafama.com.br.
 

Os filmes deverão estar acessíveis em plataforma de vídeo online, podendo conter senhas, que deverão ser informadas na ficha de inscrição, para a avaliação do comitê de seleção.
Os filmes devem ter até 25 minutos de duração e terem sido finalizados de 2020 em diante.
Os materiais promocionais deverão ter seu upload na plataforma da inscrição.
Os filmes inscritos para a seleção devem assegurar que possuam os direitos de exibição de imagens e de execução de trilha sonora contida na obra, para fins de exibição em mostras e festivais e exibições públicas sem fins lucrativos, isentando a organização da Mostra de Cinema de Fama de pagamentos de direitos conexos em sua exibição.
Os filmes selecionados deverão enviar por e-mail, no endereço mostradecinemadefama@gmail.com, a declaração, em modelo anexo a este edital, comprovando que possuem o direito de exibição de imagem e execução da trilha sonora para sua exibição na Mostra de Cinema de Fama.
Com a autorização do candidato, todas as informações presentes na ficha de inscrição dos filmes selecionados, assim como até 30 segundos de imagens do filme (em sistema stream), poderão ser publicadas em todos os meios publicitários da Mostra de Cinema de Fama.

Critérios de seleção e envio de cópias e material para exibição
Serão selecionados filmes em curta metragem que irão compor o programa da Mostra de Cinema de Fama.
A lista de filmes selecionados será divulgada oficialmente até o dia 15 de setembro de 2022.
O formato de exibição dos filmes selecionados será digital. A cópia de exibição deverá ser enviada para a comissão, por pasta compartilhada online, até o dia 25 de setembro de 2022.

Júri
O júri será composto por profissionais de cinema e cultura, convidados pela organização da Mostra de Cinema de Fama, que decidirão os prêmios relacionados abaixo. A decisão do júri é suprema e autônoma.

Premiação
Menção Honrosa
Aclamação do Público
Melhor Ator
Melhor Atriz
Melhor Direção
1º lugar Melhor Filme pelo Júri – Troféu Cardume
2º lugar Melhor Filme pelo Júri – Troféu Peixe
3º lugar Melhor Filme pelo Júri – Troféu Escama

Premiação – Mostra Mineira
1º lugar Melhor Filme Mineiro

A inscrição de um filme no Festival implica na plena aceitação deste regulamento.
MOSTRA DE CINEMA DE FAMA
30 de junho de 2022
Aryanne Ribeiro – Diretora