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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MANUAL DESCOMPLICADO DE ROTEIRO



Por André setaro


Roberto Lyrio Duarte Guimarães ou, como é mais conhecido, Roberto Duarte, lança, amanhã, dia 25 de agosto, a partir das 18 horas, no Instituto Goethe (Icba), que se localiza no Corredor da Vitória, o livro Primeiro Traço - Manual descomplicado de roteiro, um tratado sobre o roteiro cinematográfico ou, segundo as palavras do autor, "o meu pequeno manual". Na verdade, Roberto Duarte é um pesquisador que está sempre a refletir sobre a construção do roteiro e pode ser considerado um dos poucos especialistas no assunto. Há mais de uma década realiza oficinas quase permanentes abertas ao público que se destinam a ensinar, discutir, analisar, e pensar sobre a elaboração do roteiro, que é a pré-visualização de um filme. Excetuando-se os casos particulares, aqueles de cineastas que dispensam o roteiro, o fato é que este é imprescindível para um filme que se queira consistente e bem alinhavado. Duarte sabe caminhar pelos labirintos de sua construção.

A recomendação aqui é feita sem nenhuma hesitação. Leiam e comprem Primeiro Traço - Manual descomplicado de roteiro. E clique na imagem para ver a capa em tamanho maior. O livro é editado pela Edufba e contou com o apoio da Fapesb.

sábado, 20 de junho de 2009

"O TEMPO E O LUGAR"


BETO MAGNO E JORGE MELLO (JM)

Por EDILSON SAÇASHJMA.


Genivaldo Vieira da Silva é o protagonista do documentário "O Tempo e o Lugar". Esse nome poderia passar despercebido em meio à população que sobrevive no semi-árido nordestino. Porém, a sensibilidade do cineasta Eduardo Escorel conseguiu captar naquele homem uma história que levanta questões sobre a realidade agrária do país.O primeiro contato entre Genivaldo e Escorel aconteceu em 1996, quando o cineasta realizou com ele uma peça publicitária chamada "Gente que Faz", parte de uma série institucional de um banco apresentada nos intervalos do Jornal Nacional. O anúncio mostrava Genivaldo como um agricultor familiar, mas o cineasta notou que aquele morador de Inhapi, no interior de Alagoas, possuía outras histórias.


Estava certo.Genivaldo também era um militante da causa agrária e líder do Movimento Sem-Terra. Participou de invasões, foi preso e, anos depois, tentou a carreira políticao registro do depoimento de Genivaldo relatando esta parte de sua biografia aconteceu em 2005. Em 2007, Escorel voltou a Alagoas e captou novos relatos do protagonista, desta vez com os comentários dele em relação aos depoimentos de 2005. Com isso, o ex-líder do MST passa em revista a sua trajetória e avalia sua própria história."O Tempo e o Lugar" é um filme sobre a memória e também uma revisão crítica da história recente do Brasil.Carismático e com boa retórica, Genivaldo apresenta críticas ao MST, demonstra frustração com o PT e com o presidente Lula.


Talvez se possa esperar reações acaloradas de uma parte da platéia, como ocorreu durante o festival É Tudo Verdade deste ano. O tema incendiário, porém, é tratado com sutileza e leveza por Escorel. O diretor, colaborador de cineastas como Joaquim Pedro de Andrade, Glauber Rocha e Eduardo Coutinho, consegue fugir da crítica fácil e inflamada sem perder de vista a refinada análise do contexto histórico brasileiro em que se enquadra o personagem.Cineasta, montador, roteirista e ensaísta, Escorel transforma o quase monólogo de Genivaldo em diálogo com a realidade brasileira.


Mas o diálogo é possível também em outros níveis. A estrutura e o tema de "O Tempo e o Lugar" podem ser vistos à luz de "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho e do qual Escorel foi montador.Os dois filmes tratam da questão agrária do país, retratam um período histórico preciso e falam de memória.Porém, como lembrou Escorel em entrevista ao UOL, João Teixeira, protagonista de "Cabra", é um herói trágico. Genivaldo, um herói realizado. Mas ele teria atingido seus objetivos políticos e sociais? Está aí mais um ponto para se refletir.
VM FILMES