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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

O SEGREDO DA PIRÂMIDE


Galeria Allan de Kard

O SEGREDO DA PIRÂMIDE.
       
Por Beto Magno 

Com esse curioso título, certo site intitulado "MAUS SERTÕES", certa época  Inicia uma insólita viagem com o claro objetivo de desmerecer o trabalho do talentoso Artista Allan de Kard, o que passo a analisar a seguir, pois quando se trata de injustiça não podemos nos calar. Reproduzo aqui o mesmo título de referida reportagem, com o intuito de trazer a lume a nefasta intenção do escritor, e em seguida analiso ponto por ponto o que me conduz a esta conclusão. 
                   
QUEM É ALLAN DE KARD?                      Allan Kardec Cardoso Lessa, nasceu em Itapetininga Ba, no dia 13 de fevereiro de 1964, mudando para.Vitoria da Conquista aos 15 dias de vida, filho de Antonino Meira Lessa e Silene Teles Cardoso Lessa, é o terceiro dos 9 filhos do casal. Ambos professores primários, tiveram suas energias voltadas para a criação de tão grande prole, com tão parcos recursos. As dificuldades financeiras serviram como estímulo para todos que logo cedo encontram cada um a seu turno, os caminhos do sucesso. E não foi diferente com o nosso Allan de Kard que ainda menino se aventurava pela feirinha do Bairro vendendo picolés, engraxando sapatos, pegando carrego de feiras e tudo mais que lhe rendesse alguns trocados para atender suas necessidades de vestuário, diversão etc.  Criança inquieta, e com padrões suigeneres de aprendizado parecia ver o mundo ao averso, só mais tarde iria saber que era portador de dislexia. Assim mergulhava nos seus quintais imaginários e lá vivia um mundo de sonhos e realizações no campo das criações artísticas e questionamentos filosóficos inimagináveis. Era um mundo absolutamente confortável, pois ali ele era o senhor absoluto das realizações, porém em seu íntimo sabia que em algum momento haveria de abandonar seus Quintais imaginários, para o contato com o mundo e seus desafios, tais como estudo, profissão, família.  A arte sempre presente na sua vida desde a infância, na construção de seus brinquedos foi redescoberta em 1995, quando teve um seu trabalho premiado no segundo salão de Arte Moderna da Bahia. Em 1982 ingressou no Curso de Agronomia da UESB até 1987, quando conheceu sua Esposa Solange, e constituiu uma grande Família de 5 filhos, 3 biológicos e 2 adotivos.  Espírito empreendedor, edificou do zero várias empresas nos ramos da indústria Gráfica, de embalagens, industria, e imobiliário, construindo com muito suor e trabalho uma base econômica sólida suporte de suas realizações no campo das artes na atualidade. Nas duas décadas deste século,  Allan de Kard consciliou as atividades profissionais, religiosas e artísticas com muita sabedoria, tendo sucesso em todas elas.  Em 2016, fato extremamente doloroso, quando a situação com um vizinho saiu do controle resultado em agressões causando prejuízos financeiros de parte a parte. Tendo setores da imprensa convenientemente manipulado os fatos, Allan se viu completamente execrado pela opinião pública, fato que o conduziu a retomar um trabalho de assistência aos presidiários, que já fazia desde 1997, nesta volta que ocorreu durante o ano sabático de 2017, Ele fez ali diversas ações, como Criação de uma pequena Biblioteca, um jardim no pátio, assistência nas necessidades individuais etc.  Ali foi também gestada a ideia da Construção do Museu de Kard, projeto ao qual tem se dedicado de corpo e Alma. Ao ponto de renunciar a condição de Empresário para dedicar-se exclusivamente a Arte.  Homem de hábitos simples, no agir e no vestir, comumente é confundido com um dos operários do Museu, fato que é encarado por ele com muito bom humor. A ponto dos historiadores Durval Menezes e Antônio Ernesto Viana dizer que Allan tem uma simplicidade Franciscana.  Sua inspiradora História de sucesso, admirada e reconhecida por toda parte, tem despertado em algumas mentes doentias o despeito e a inveja, que não se cansam em tentar desmerecer, descartar e cancelar o nosso talentoso artista.                             Feito esse breve relato, procuremos encontrar as razões por traz, da perseguição contumaz sofrida pelo artista por uma minoria recalcada.   É sabido e notório que o Sucesso dos sábios incomoda os medíocres. Assim Saliere não suportava a genialidade de Mozart.  A genialidade dos Judeus que detém 25% dos prêmios Nobel, mesmo representando 0,2 % da população mundial, seu sucesso econômico e Científico, fez nascer uma nefasta cultura anti- semita que atravessa os séculos. Assim o sucesso, a generosidade a genialidade de Kard incomoda terrivelmente uns poucos adeptos da cultura vitimista tão em volga nos dias atuais.                             O aventureiro das letras inicia sua peça literária repleta de mensagens subliminares e menções maliciosas com a clara intenção de diminuir o valor do grande equipamento cultural que é o Museu de Kard, apartir do título da matéria. O SEGREDO DA PIRÂMIDE, na tentativa de despertar a curiosidade do Leitor e prende-lo até o final do pífio texto que não consegue se sustentar por si só, logo mais veremos o que efetivamente está por trás deste despretensioso título. Em seguida tenta desqualificar a localização do Museu, como faz uma criança que gostaria que o Museu fosse localizado no quintal de sua Casa. Reclama do endereço, Ba 262 km 2 Zabelê, demonstrando inteiro desconhecimento da existência do importante Bairro Zabelê, só explicado pelo fato de que algumas pessoas que residem na zona leste de Vitória da Conquista, achar que a cidade se encerra na Avenida Integração. E esquece de mencionar que existe uma linha de ônibus Urbano que passa pela frente do Museu. Esse fato é perfeitamente compreensível, pois naturalmente o repórter nem aventa a possibilidade de tomar um transporte coletivo. Chega ao cúmulo culpar o Museu pelo fato de alguns motoristas de Uber cobrar um preço exorbitante para o traslado.  Alega que o horário anunciado não corresponde com a realidade, fato inverídico, pois o Museu encontra-se aberto de domingo a domingo, eu mesmo pude comprovar. Acredito que essa menção foi feita porque o Artista não estava disponível para atender um visitante que demandaria de seu tempo, sem prévio aviso.  Mesmo sabendo que tão incrível equipamento é obra de um único indivíduo, sem nenhum apoio público, faz cobranças como criança exigente que almeja perfeição em tudo sem nada contribuir para isto. Allan de Kard dedicou duas horas de seu precioso tempo, segundo ele mesmo confessa em sua matéria, para gentilmente apresentar o espaço, e ao final ele ainda reclama que o anfitrião teve que se ausentar para um compromisso previamente agendado. O observador atento, irá notar a baixa qualidade das fotos utilizadas na reportagem, porém esse expediente é proposital, pois o objetivo da materia é desqualificar e o Museu.Diante da grandiosidade do que lhe foi apresentado, só lhe restava desqualificar o trabalho apelando para o fato de que o artista era também empresário, e se da ao trabalho de enumerar os empreendimentos do artista como se tal fato fosse algo imoral, próprio da cultura vitimista vigente. E por fim lança o que ele provavelmente acha que é a cereja do bolo,  o incidente com seu vizinho, fato completamente desmistificado pelo escritor Durval Menezes em sua obra Allan de Kard, vida e Obra que será brevemente lançada. Enfim, sou testemunha de primeira hora da Construção do Museu de Kard e acredito ter autoridade Moral para falar deste.  Vejo ali um artista que se deixa confundir com cada operário, pois ali está de Sol a Sol, tem abdicado dos prazeres mundanos, em nome de um projeto coletivo que tem encantado a quantos que amantes das artes se propõe a visitá-lo, sua empatia é hipnotizante, fala com um Amor contagiante sobre tudo, sua cultura ampla, o faz transitar pelos mais variados assuntos, uma alegria quase infantil, e ao mesmo tempo uma seriedade dos homens sábios.    O tempo, Juiz de todas as questões saberá colocar este ilustre artista no pedestal reservado aos heróis de um Povo.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

UMA CONQUISTA NOSSA


Cesar Andrade, Beto Magno, Tina Rocha, Herzem Gusmão, Paloma Rocha, Hermes Mendes e Mauro Mendes

 

UMA CONQUISTA NOSSA!

Por Beto Magno

Tudo começou assim: Li e comentei duas postagens no Facebook sobre a entrega de uma moção de aplausos (mais do que merecedora) ao meu ex- professor, o advogado e intelectual, Dr. Afrânio Leite Garcez, a quem costumo chamar carinhosamente de Dom Garcez. Enquanto lia, me lembrava dos inúmeros artigos escritos sobre Vitória da Conquista, onde Dom Garcez, com muito amor, sempre enaltecia a nossa terra natal. Lembrei também de muitas falas, inclusive da frase : " Beto vá para Salvador, entre numa faculdade, Conquista é pequena para sua grandeza”. Uma profecia do meu advogado preferido!
Pensei muito, e vim pra Salvador de mala e cuia.

Depois disso, nunca mais deixei de pedir conselhos ao meu amigo, Dom Garcez.

Ah, mas eu também profetizo e elogio o meu amigo. Sim! Certa feita o chamei de _marqueteiro nato_, diante de tantos elogios e análises que ele sempre faz sobre o crescimento de Vitória da Conquista, e dos
planos que ele possui para a nossa cidade do coração.

Nesses anos todos nunca perdemos o vínculo de amizade, sempre falamos por telefone ou Whatsapp. Se eu quero notícias verdadeiras e quentíssimas sobre Vitória da Conquista, corro pra Dom Garcez! (risos)

*GLAUBER ROCHA* - No início do primeiro mandato do prefeito Herzém Gusmão, eu convidei Afrânio Garcez para integrar a comitiva da família do cineasta Glauber Rocha, comandada por mim, Dr. Armênio Souza Santos, Allan de Kard, Paloma Rocha e seus 3 primos,
Ele não aceitou o convite, pois tinha outros compromissos na época. Bem, sem querer entender, entendi... (risos). Sobre a comitiva - Ocorreu no dia 05 de janeiro de 2017, e lá, após as primeiras tratativas na presença da então secretaria de cultura Tina Rocha, o prefeito chamou um secretário dele e disse “resolva isso com urgência, e é para ontem”. Saímos convictos de que tudo estava resolvido. Mas, é...bem...que vergonha revelar isso: nada foi resolvido!!!

*VC* - No dia 04/05/2022, eu telefonei para Dom Garcez, e em mais 90 minutos de conversa, ele, como sempre, me colocou a par das últimas melhorias que foram implementadas em Conquista, como o asfaltamento de bairros inteiros, antes esquecidos, a aquisição de um terreno na Avenida Olívia Flores, sobre a inauguração do terminal de transporte urbano Herzem Gusmão, na Lauro de Freitas, sobre revitalização de diversas praças, e (segura coração) sobre um projeto para instalações da Casa Glauber Rocha na Rua 2 de Julho. Foram muitas novidades! O meu coração disparou, e eu tive uma espécie de taquicardia de tanta alegria, pois consigo enxergar um novo cenário para a produção do audiovisual na terra de Glauber, e, assim, consequentemente, geração de emprego e renda pro meu povo, além da divulgação do nome de Vitória da Conquista no Brasil e no mundo.

Afrânio falou também da esperança que ele nutre em ver uma iluminação moderna, com lâmpadas de LED, em toda a cidade, em ver a cidade totalmente arborizada.

A importância da iniciativa dos vereadores, aprovando projetos importantes, e em sintonia com a atual prefeita, também foi comentado por meu amigo pensador. Tudo isso, de maneira calma, sem citar ideologia política ou partidária, apenas pensando no bem comum dos cidadãos de Vitória da Conquista.

E eu fiquei feliz por tudo, inclusive porque possuo, em Conquista, a VM FILMES, uma produtora de cinema, com muita vontade de produzir.

Feliz também está o meu conselheiro preferido, homem culto, cristão, afetuoso, inteligente... Dom Garcez leva uma vida quase monástica, escrevendo, lendo, advogando, expondo seus pensamentos e pontos de vista de maneira branda, suave, mas repleta de razão.
Eu sou feliz por ter tido um professor com tantas qualidades! Um amigo querido, que em breve será um depoente do EXPOENTES, documentário que estou produzindo sobre a nossa Conquista.

Em tempo: ganhei o mês!

quarta-feira, 7 de junho de 2023

CONSCIÊNCIA E AÇÃO ECOLÓGICA.

 CONSCIÊNCIA E AÇÃO ECOLÓGICA.


Por Beto Magno


Allan de Kard 

Mesmo não me encontrando em tempo pleno em Vitória da Conquista, não deixo de observar os movimentos construtivos e edificantes de nossa amada Cidade. Tive a oportunidade de observar o que pouca gente notou.  Na providencial revitalização da Lagoa das Bateias promovida pela Prefeita Sheila Lemos, com a limpeza completa, restabelecendo a visão da  lâmina d'água, proporcionando para o cidadão conquistense um belo espaço de lazer. Isso certamente todo mundo notou.  


Beto Magno 

O que quase ninguém sabe é da sacada genial da secretária do meio ambiente, Ana Cláudia, que está utilizando o espurgo da lagoa, material riquíssimo em macro e micro nutrientes, para revitalizar um solo degradado no Museu de Kard, uma vez que esse material seria descartado, é sem dúvidas uma saída muito inteligente, dando ao mesmo uso pratico. 


Beto Magno 


domingo, 10 de julho de 2022

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Depoimento Museu de Kard - Eugênio Avelino (Xangai) Secretário de Cultur...

 

Neste depoimento sobre o Museu de Kard, o Secretário de Cultura e Cantador Xangai ( Eugenio Avelino ) fala sobre sua emoção e encantamento com o museu, convidando a todos para uma visita, localizado em Vitória da Conquista, na Bahia.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

MUSEU DE KARD - VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - BRAZIL.

 Allan de Kard 

 

MUSEU DE KARD 

 

Encravado na Jóia do Sertão baiano, mais precisamente no sopé de Serra do Peri Peri, fica o Museu de Kard, numa área de meio milhão de metros quadrados, já é o maior museu do gênero de todo Nordeste. Tenho a honra de ser o “Operário Mor” desta obra, onde diversas galerias abrigarão obras dos mais reconhecidos artistas, tanto daqui como de fora.  Mas também se propõe a expor obras ao ar livre, que certamente fará composição com o belo projeto paisagístico, que aproveitará as aptidões botânicas locais, visto se tratar de um bioma da caatinga.

   Elementos constitutivos da minha história de vida, é que me levaram a conceber esse projeto. Lembro-me que desde a infância, tinha o hábito de construir Quintais imaginários, geralmente muito espaçosos, onde podia mergulhar numa aventura solitária. É como se fosse uma viagem interior, onde podia compulsar lembranças atávicas, e daí produzir, ainda que no campo da imaginação, grandes projetos artísticos.  Sabia desde então, que o maior bem da vida era a Paz, e que o segundo era a Liberdade.

Com o Projeto do Museu, encontrei ambos. É como se todos os meus quintais imaginários coubessem ali.

   Assim, posso dizer com certeza que não busco reconhecimento. Ser reconhecido pode até ser uma consequência, mas nunca o objetivo do meu trabalho.  

     O que está sendo construído é uma verdadeira Egregora, onde as energias do esforço produtivo revestida do amor, é capaz de encantar a todos que por lá passar.

     De lá pode-se contemplar o mais belo por do Sol de nosso País, quando o Astro Rei mergulha por detrás da Serra da Tromba, anunciando  o ocaso de mais um dia.

    E um sentimento de esperança contagia a todos. A sonoridade da música, que parece ecoar de todos os cantos, invade a Alma do transeunte. Porque sendo a Alma de emanação Divina, está Vinculada, a verdade, o bem e o belo.

Allan de Kard Primavera de 2021

#allandekard #museudekard

#vmfilmes #cinema #vitoriadaconquista #bahia #brazil

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

GRANDE, VOCÊ FOI GRANDE!

Milton Gonçalves: morre aos 88 anos mais um ícone do cinema e da televisão brasileira que se vai... 

O ator morreu em casa, por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um AVC. O Brasil se tornou  pouco mais  triste nessa data fatídica!

 Mais um Gigante que aparentemente tombou. Ledo engano, homens desta estatura não morrem jamais. A vida por si só não cessa jamais, mais no caso de gigantes como esse permanece o grande legado em forma de memórias afetivas que despertaram sentimentos e produziram sensações inenarráveis. Siga em PAz 

Allan de Kard

terça-feira, 3 de maio de 2022

A MARGINALIZAÇÃO DE GLAUBER ROCHA PELA PATRULHA IDEOLÓGICA

Beto Magno na Casa Tempo Glauber, Botafogo - Rio de Janeiro - JR / 2011

Glauber de Andrade Rocha estaria, se vivo estivesse, com respeitáveis 83 anos. Nasceu nos já distantes 1939 (14 de março), quando a Segunda Guerra Mundial estava prestes a explodir, e desapareceu prematuramente em 1981 (22 de agosto), aos 42, tendo, como causa mortis, uma septicemia (infecção generalizada) ao desembarcar, vindo de Portugal, no Rio de Janeiro.

Muito já se escreveu sobre a obra cinematográfica de Glauber Rocha e, também, muito já se falou sobre a sua esfuziante personalidade polêmica por natureza. Há exegeses de todo tipo publicadas sobre a rica filmografia de Glauber Rocha, mas o melhor livro sobre ele, na minha opinião, é o de João Carlos Teixeira Gomes (Joca), Glauber, esse vulcão, editado em 1997 pela Nova Fronteira. Teixeira Gomes era um dos melhores amigos do realizador e participou de sua juventude agitada na província da Bahia nos saudosos anos 50.

A amizade, porém, perdurou até o fim da vida do cineasta de Terra em transe. Assim, além da rica parte biográfica, Glauber, esse vulcão, obra fundamental para a compreensão do gênio baiano, faz também uma exegese de sua obra, a contemplar a sua linguagem e a sua estética.

Não vou falar sobre os filmes de Glauber Rocha, pois muitos já o fizeram (inclusive este comentarista). Quero me restringir à sua polêmica volta ao Brasil na década de 70, quando foi colocado à margem por grande parte de seus amigos do Cinema Novo e pela intelectualidade dita de esquerda.
Acontece que, em 1974, na desaparecida revista Visão, Zuenir Ventura encomendou a Glauber um artigo sobre o Brasil. O texto publicado veio a provocar a ira de seus companheiros, porque, nele, Glauber escreveu que a volta do país à democracia não poderia prescindir do apoio dos militares progressistas. E elogiou a abertura, lenta, gradual, de Geisel, chamando o General Golbery do Couto e Silva de “gênio da raça”.

Na sua volta, ao invés de uma aclamação, recebeu a indiferença (e, segundo William Shakespeare, "a indiferença também é crime" - "Hamlet") e viu negada a publicação de seus escritos em jornais alternativos como Movimento, Opinião e até em O Pasquim. O Partidão emitiu ordem no sentido de que se espalhasse que Glauber estava completamente maluco (na acepção psiquiátrica). Pessoa muito emocional, sentimental, Glauber amargou o desespero. Não se apaga fatos históricos (como Stalin pretendeu fazer em Outubro [1927], de Sergei Eisenstein, quando mandou tirar as imagens de Trotsky).

Em 1977, quando da morte de Di Cavalcanti, Glauber adentrou o velório, ao lado do fotógrafo Mário Carneiro, e passeou, com sua câmera, o corpo defunto do famoso pintor - a família deste, depois, entraria com um processo na justiça para impedir a circulação do filme, que, apresentado em Cannes, ganhou a Palma de Ouro de melhor curta metragem. Mas, antes da proibição (que perdura até hoje), Di Cavalcanti teve negada a sua exibição numa jornada baiana em 1977. O impedimento de o filme ser mostrado tem como causa a ordem partidária emitida pelo Partidão em função da marginalização do cineasta. Enfurecido, ao saber da recusa, o realizador ataca furiosamente o organizador da jornada e estabelece uma polêmica em jornais que foi esquecida propositadamente, mas que vale, agora, ser lembrada.

Nada tenho contra o Partidão, mesmo porque, ainda que nunca fazendo parte de seus quadros, era, na época, um jovem de pensamento de esquerda, simpatizante dos comunistas, inclusive. Mas aqui se trata da constatação de fatos.

A partir de 1978, começam os preparativos para a realização de A idade da terra, todo financiado pela Embrafilme, com os maiores recursos da empresa no financiamento de um filme brasileiro. Falou-se, na época, que houve intervenção de Golbery para a liberação das verbas. O fato é que Glauber filmou a vontade, e o resultado foi um copião de 40 horas. Como montar o filme e retirar, no mínimo, 37 horas e meia para ajustá-lo às 2 horas e mais (como ficou o tempo de duração na cópia final)?

Amigo e companheiro de Glauber desde os seus primeiros filmes, Roque Araújo foi presenteado pelo amigo com as 37 horas e meia de celulóide para que as vendesse para uma fábrica de vassouras em Niterói. Roque, sempre atento, desistiu e guardou tudo em seu apartamento. Morto o cineasta no ano seguinte, Roque aproveitou o rico material excedente e realizou um documentário precioso como documento histórico: No tempo de Glauber, no qual estão registrados os bastidores das filmagens de A idade da terra, inclusive a célebre briga entre Glauber e Valentin Calderon de La Barca, então diretor do Museu de Arte Sacra dentro do qual Glauber queria filmar um ritual dançado por freiras desabusadas.

A irritação pegou foto quando Glauber, já a morar em Portugal, abraçou efusivamente o General João Figueiredo quando este estava a visitar o país. O abraço, no entanto, é simbólico. Figueiredo, presidente, representava o Brasil e promovia a abertura. Já tinha sido promulgada a lei da anistia, a censura se encontrava branda, e Glauber, neste ato simbólico, o que queria, na verdade, era abraçar o Brasil. Mas a esquerda não o perdoou. A morte de Glauber talvez tenha muito a ver com esta marginalização que sofreu de seus companheiros de luta. Falou-se, na época de sua morte, de um assassinato cultural.

Em Glauber, o filme – Labirinto do Brasil, documentário de Sílvio Tendler, as cenas do sepultamento de Glauber – proibidas de serem veiculadas por mais de vinte anos por sua mãe, Dona Lúcia Rocha – mostram todos seus companheiros e amigos do peito do Cinema Novo. Todos se encontram emocionados, tristes, muitos a chorar. Lágrimas de crocodilo? Parece que não. Aqueles que fizeram de tudo para marginalizá-lo estavam todos lá, contritos. A morte funcionou como uma redenção. Glauber foi sacralizado. E mostras e homenagens foram realizadas por muitos que o chamaram de maluco e coisas que tais.Glauber de Andrade Rocha estaria, se vivo estivesse, com respeitáveis 83 anos. Nasceu nos já distantes 1939 (14 de março), quando a Segunda Guerra Mundial estava prestes a explodir, e desapareceu prematuramente em 1981 (22 de agosto), aos 42, tendo, como causa mortis, uma septicemia (infecção generalizada) ao desembarcar, vindo de Portugal, no Rio de Janeiro.
 
Fonte: Texto do saudoso professor André Setaro / 2010
* Atualizado a idade de Glauber Rocha

sábado, 16 de abril de 2022

A SÉTIMA ARTE

Beto Magno

Por Beto Magno

Cinema é uma expressão artística. Chamamo-no de 7ª arte. Mas a que tipo de cinema nos referimos quando falamos de arte? É evidente que o cinema em seus primórdios era muito mais arte do que atualmente.
Comparando as histórias dos filmes de antigamente com as de hoje podemos notar uma gritante diferença. Falava-se de bonitos valores humanos, fortes laços de amizade, regeneração, arrependimento e perdão, bravura e perseverança.
Hoje temos filmes que não só são isentos de arte como parecem zombar da inteligência de quem os vê. Salvo raras exceções, é claro.
Enlatados, pastelão, comédias com piadas ridículas e até ofensivas, estes filmes passam bem longe da arte. São feitos para gerar lucros e popularidade a seus diretores, que se sairiam bem melhor como publicitários de cerveja de humor duvidoso do que dirigindo filmes. Seu humor reciclado não tem expressão artística alguma.
Filmes bons geralmente não se utilizam de muita tecnologia, são mais roteiro e interpretação do que efeitos especiais e computação gráfica. Bons atores e atrizes e uma bela história. E então temos um filme promissor.
Já os produtos cinematográficos enlatados, geralmente dão preferência a atrizes "boas" e não a boas atrizes; se esta não consegue subir o ibope com suas curvas e litros de silicone, então não é a atriz ideal. Notam-se também muitas cenas de violência gratuita, criminosos virtuais, vilões bonitos e carismáticos etc. Tudo o que é necessário para desviar mentes sãs para o mau caminho.
Adolescentes, ao verem certos filmes, saem do cinema com o desejo de possuir poderes sobrenaturais, soturnos ou saltar de um prédio a outro sem o mínimo esforço, como se isso fosse algo absolutamente normal.
Quem já assistiu a filmes em preto e branco e até mesmo alguns filmes dos anos 70, 80 e meados da década de 90 pode notar que ali sim havia uma certa preocupação com o roteiro, a mensagem a ser passada. A partir da metade dos anos 90 é que as coisas começaram a mudar. Para pior.
O nome da rosa, a vida é bela, o fabuloso destino de amélie poulain, os excêntricos tenenbaums, sociedade dos poetas mortos, gênio indomável, casablanca são exemplos de belíssimos filmes com mensagens que realmente tocam o coração de quem os assiste.
Bons filmes deixam marcas, emocionam, tornam-se inesquecíveis, sem dúvida ver um bom filme é uma experiência transcendental. Altamente recomendável. É como uma terapia para a alma.
Há que se ter por isso, bom senso para saber discernir o que é bom do que é ruim. Por esse motivo é melhor evitar filmes muito ricos em tecnologia e efeitos especiais. Certamente, os mais simples sempre terão roteiros melhores e mais bem-acabados. Mensagens realmente belas, para sempre.