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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA " PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Antenor Netto Beto Magno gravando o Programa "Papo de Ator" com Rosa Maria Mortinho, Paulo Camarotti e Patricia Cortizo alunos da Cap Escola de Tv e Cinema de Salvador na livraria travessa no shopping Leblon no Rio de Janeiro

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

Cap Escola de Tv em Salvador
* CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO (atores, jornalistas, comunicadores em geral) Com Rada Rezedá

Conteudo: Dicção (respiração/voz/fala); Expressão corporal; Memorização e interpretação de textos; Gravação; Noções sobre set de filmagem, direção de fotografia e mercado de trabalho.No 5º mês de curso é gravado um vídeo com a turma que fará parte do projeto "Baianos que Brilham".

INICIO: OUTUBRO – toda quarta-feira das 19 as 22hLIGUE:(71) 9167.8274


** CURSO DE ROTEIRO PARA TV (turma para iniciantes) com Marlú Chaves

Conteudo: construção de narrativas ficcionais, construção d epersonagens, televisão e sua estética,a criança contemporânea e os elemntos narrativos que não podem faltar numa história, técnicas de roteiro com ênfase em teledramaturgia infantil.

INICIO: OUTUBRO

Valor: R$ 250,00 ( a vista 20% desconto ou 2x de R$ 125,00)

LIGUE: (71) 9167.8274


***CURSO DE LOCUÇÃO (turma para iniciantes) OUTUBRO PROFESSORES:

Rada Rezedá e Jai luna

VALOR: R$ 290,00 (a vista 15% desconto)LIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO DE PRODUÇÃO E DIREÇÃO PARA TV (turma para iniciantes)

DIAS: 24,26 e 25 de outubro HORÁRIO:

Sab das 14 as 18h Dom das 9 as 13h e das 14 as 18 hSeg das 19 as 22 h

VALOR: R$ 300,00 (a vista R$ 260,00)

PROFESSOR: Rada Rezedá e professor convidado da áreaLIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO PARA CINEGRAFISTA (turma para iniciantes)

DIAS: 19, 20 e 21 de outubroVALOR: R$ 250,00 a vista ou 2x R$ 150,00

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PENSAMENTO GLAUBERIANO


Por Beto Magno

"Nosso cinema é novo porque o homem brasileiro é novo e a problemática do Brasil é nova e a nossa luz é nova e por isso nossos filmes nascem diferentes dos cinemas da Europa.

No Brasil, o Cinema Novo é uma questão de verdade e não de fotografismo. Para nós, a câmera é um olho sobre o mundo, o travelling é um instrumento de conhecimento, a montagem não é demagogia mas a pontuação do nosso ambicioso discurso sobre a realidade humana e social do Brasil!

Temos que multinacionalizar, internacionalizar o mundo dentro de um regime interdemocrático, com a grande contribuição do cristianismo e de outras religiões, todas as religiões. O cristianismo e todas as religiões são as mesmas religiões. Entre o entendimento dos religiosos e dos políticos convertidos ao amor..."

Pensando como os gênios, Glauber anteviu a globalização!

domingo, 18 de janeiro de 2009

O CASCALHO (PRECISAMOS RECONHECER NOSSOS TALENTOS)


Artigo de Lúcia Mesquita:

"Uma força telúrica invade a tela com a sucessão de imagens de escarpas, grutas, montanhas, cascatas e vales por uma câmera ansiosa em registrar a exuberância da paisagem de uma beleza estonteante na região da Chapada Diamantina. Em seguida, surge a grande música de Aderbal Duarte e Walter Queiroz Jr.acompanhando os planos com o um contraponto indispensável à expressão cinematográfica, até que os letreiros apresentam Cascalho, livre transposição do cineasta Tuna Espinheira para o romance homônimo de Herberto Sales.

Verdadeiro diálogo de sensibilidades entre romancista e cineasta, Cascalho é o exemplo de como a literatura pode ser recriada por outras fontes narrativas sem perder sua essência. Em outras palavras, quando o texto é sumarento, permite que diferentes linguagens se apropriem da idéia original e recriem outras formas de narração sem perder força e identidade.

Manejando técnicas diversas, escritor e cineasta souberam usar com maestria as armas de seu ofício. Herberto preocupou-se com a exploração e a sobrevivência do homem duplamente fragilizado quando subjugado pelas forças da natureza e do poder político do coronelismo predominante na Bahia.

Com essas tintas, retratou sua Andaraí natal na década de 30 com um realismo tal que as forças da intolerância e da opressão obrigaram-no a emigrar para o sul do País, onde reafirmou sua vocação de escritor regionalista e ocupa até hoje um lugar de destaque na literatura brasileira.
A leitura do magistral romance não passou despercebida ao cineasta também de origem interiorana, que se debruçou sobre o texto para recriar com imagens o universo herbertiano. Em contrapartida, a ação é a matéria-prima da criação cinematográfica, basta lembrar que é o grito enérgico do diretor o passe de mágica capaz de imprimir no celulóide a imagem, e ela está aqui valorizada e manejada com talento invulgar pelo cineasta.

Utilizando-se da construção linear, o filme de Tuna não recorre a efeitos especiais nem a recursos narrativos banalizados. Nele, a estrutura do enredo e da linguagem foi de tal forma alicerçada num trabalho artesanal consistente e vigoroso, de forma que uma cena brota da outra, pontuadas todas por uma tensão entre as personagens e as situações interpretadas, prendendo naturalmente a atenção do espectador do princípio ao fim.

Pedra e água são os elementos que delimitam o cenário físico e político dos habitantes da mineração e pontuam o relacionamento entre os donos da terra e os que nela garimpam seus sonhos e sustento. Em conluio com a natureza agreste, a brutalidade ali presente permeia o cotidiano da luta pela sobrevivência em condições adversas, não se apresentando como mero artifício para impressionar o público. Dedicado ao seu labor criativo de transformar texto em imagem, escolheu distanciar o seu cinema da violência urbana decalcada de uma matriz hollywoodiana que ultimamente vem se tornando um tema recorrente no cinema nacional.
Inclusive, há de ser dito que Cascalho mostra com lucidez e coragem uma realidade social do século passado, que de forma surpreendente continua se reproduzindo apesar do avanço democrático, em nossos dias atuais. A disputa travada na tela entre o poder do coronel e as demais autoridades locais, representadas pelo prefeito, promotor e o juiz, permanece tão atual que a ação parece ter-se transportado para a contemporaneidade.

Há uma passagem premonitória no filme, quando o coronel e seu preposto tramam desviar, para uso particular, verba pública armazenada e transportada em moeda corrente numa mala de couro. Esse artifício concebido pelo roteirista/cineasta para ilustrar a corrupção e o desvio de dinheiro público em proveito de dirigentes políticos, por coincidência, precedeu em alguns meses ao escândalo do “mensalão”, amplamente divulgado na imprensa.

Diante do registro, perfeitamente cabível o comentário: a vida imita a arte ou é a arte que imita a vida? Há, sobretudo, uma riqueza narrativa no filme que enfoca em seus vários aspectos a saga do garimpo, com o conflito entre o proprietário da terra e os que nela laboram, a dominação do dinheiro, de um lado e a necessidade de sobrevivência, na outra extremidade, a exploração do homem pelo homem e a crueldade da relação entre poder versus subser viência.
E como cenário, transborda a natureza na profusão da água que brota incessante da pedra como seu elemento primordial.Sendo fonte de utilidade para todos, o precioso líquido pode se transformar em humilhação para o negro cujo corpo empurrado pelo patrão chafurda na lama, ou de redenção para o garimpeiro que encontra a morte no alagamento da gruna. Esta comovente cena final consagra o lírico e o onírico como vitória do homem sobre o inexorável, num desfecho apoteótico.

Louve-se, ainda a escolha dos atores para caracterização das diversas personagens, merecendo menção especial às interpretações impecáveis do renomado Othon Bastos, como coronel Ramiro, Harildo Deda, Wilson Mello, Jorge Coutinho, famoso por seu trabalho em Ganza-Zumba e que desempenha o papel de Zé de Peixoto, Lúcio Tranchesi, inesquecível como o garimpeiro Filó, da expressiva e talentosa Maria Rosa Espinheira, de Ângelo Roberto, em breve e marcante aparição, do saudoso Irving São Paulo em seu último trabalho como o memorável promotor público, e afinal do próprio cineasta dublê de ator, numa evocação direta a Orson Welles e Hitchcock.

Neste filme emblemático, de forte conotação política e regional, uma página da história deste país é revivida, sob a competente direção de Tuna Espinheira que com ele consolida seus múltiplos talentos de roteirista, ator e diretor.Deve ser dito que a película foi garimpada como um diamante bruto até atingir a cintilação de uma gema lapidada. Por vários e vários anos o projeto esteve nos sonhos do cineasta, até que recebeu o premio de melhor roteiro no concurso Fernando Coni Campos, em 2002, e foi graças a este laurel que as filmagens foram iniciadas. Em seguida, foi escolhido o melhor filme no 1º Festival de Cinema de Macapá.Este é o primeiro longa-metragem de Tuna, que vem sendo elogiado em todas as partes onde é exibido e, inclusive, recebeu convite para, no primeiro trimestre de 2009, participar de uma mostra na Alemanha para onde seguirá tão logo sejam colocadas legendas em inglês.Desejo sucesso ao filme no exterior e torço para que ele volte a confirmar o prestígio de nossa tradição cinematográfica inaugurada com o cinema novo.

LÚCIA LEÃO JACOBINA MESQUITA Advogada, ensaísta e autora de Aventura da palavra