sábado, 26 de março de 2011

CURSO EDIÇÃO DE IMAGEM EM FINAL CUT E OPERADOR DE CAMERA/CINEGRAFISTA- CAP ESCOLA DE TV COM MATRICULAS ABERTAS

Xeno Veloso dando aula de Cinegrafista na Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador
Por Beto Magno
CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR DA A DICA DOS CURSOS PARA ABRIL E MAIO DE 2011.

CURSO CINEGRAFISTA

25 a 30 de ABRIL (CH 20 HORAS)

Conteúdo: curso prático – o aluno aprende a operar câmera profissional de TV;planos e movimentos de câmera; lentes, noção básica de iluminação, etc.

Professor: Xeno Veloso

Investimento: R$ 450,00

Forma de Pagamento:
Ø a vista 5% desconto
Ø em até 2x de R$ 225,00 (cheque ou cartão)
ØR$ 385,00 a vista para matriculas até 20 de abril


CURSO DE EDIÇÃO DE IMAGEM

02 a 13 MAIO (CH 30 HORAS)

Conteúdo: Edição em Final Cut. Como montar um audiovisual adequando conhecimento da linguagem cinematográfica ao recurso do final cut pró. Aula teórica e prática com montagem de um vídeo de 1 minuto.

Professor: Xeno Veloso

Investimento: R$ 850,00

Forma de Pagamento:
Ø a vista 5% desconto (R$ 807,50)
Ø em até 2x de R$ 425,00 (cheque ou cartão)
Ø R$ 745,00 a vista para matriculas até 9 de maio



CINEMA E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Beto Magno

A história do cinema nos mostra que o modelo de linguagem narrativo clássico instituído por Griffith, predominou no decorrer da evolução da produção cinematográfica. Um cinema com estrutura narrativa linear e naturalista, demonstrando respeito pela imagem captada pela câmera. No entanto, desde os primórdios, o cinema também se preocupou em desenvolver gêneros a partir dos quais pudesse expressar suas várias possibilidades de linguagem. Assim, ao lado dos irmãos Lumière, produtores de filmes com estruturas narrativas relativamente simples, temos Georges Méliès que, fascinado pela então nova tecnologia, transforma seus filmes em verdadeiras experiências de linguagem usando efeitos de imagem como substituição de objetos a partir de interrupções da câmera ou sobre-impressão feita com a própria câmera, os chamados trick effects. O objetivo é sempre o de criar uma ilusão próxima à idéia da magia.


Méliès adapta seu conhecimento de teatro ao cinema. Ele constrói cenários para seus filmes, de forma a nos dar a sensação de multicamadas e de profundidade de campo no mesmo plano, o corte evidenciando a continuidade temporal e a manutenção do mesmo espaço.


Se para alguns teóricos, dentre os quais destacamos André Bazin, o cinema deveria exprimir a realidade do mundo registrando a espacialidade dos objetos e o espaço que eles ocupam, sem uso de artifícios e respeitando sua unidade; para outros teóricos como S. M. Eisenstein, por exemplo, o cinema está baseado na montagem, que surge como necessidade ideológica uma vez que organiza os códigos para transformá-los em um meio de expressão cinematográfica. Dessa maneira, aquele cinema baseado na simples ação dá lugar a um cinema de idéias.


Nessa perspectiva, é na montagem que encontramos a imagem do tempo uma vez que, o tempo cinematográfico sendo uma representação indireta, depende da organização das imagens e sons para que ele se constitua.


Quando Orson Welles realiza Cidadão Kane (Citizen Kane - 1940) e, logo a seguir, surgem os filmes do neo-realismo italiano no período do pós-guerra, já se elaborava importante alteração na tradição narrativa e de representação Griffthiana em favor de um percurso que, pode-se dizer, vai do naturalismo ao realismo. Em Orson Welles temos a mistura de estilos diferentes (do jornalístico-documental ao expressionismo), a noção de fragmento (o filme constituído por blocos narrativos e seqüências independentes), a preocupação em registrar o tempo interior da ação em sua integridade (plano-sequência), o desenrolar de duas ações diferentes no mesmo plano (profundidade de campo), a narrativa em espiral fechando-se num círculo em oposição à linearidade teleológica de causa-efeito.


Com as novas tecnologias, ampliam-se os recursos para se praticar e desenvolver essas novas formas de realismo, ou, se quisermos, de realidades. O tempo cinematográfico rompe definitivamente seus laços com a noção de continuidade temporal.

Peter Greenaway é um dos que tem procurado estabelecer, por exemplo, o desenvolvimento do tempo narrativo em simultaneidade. Cada realidade a ser mostrada é composta por múltiplas camadas anteriores e, ao mesmo tempo, temos a fusão/síntese de várias ações acontecendo simultaneamente. Tudo ao mesmo tempo, aqui e agora. Num mesmo momento, sobrepostos, são vistos planos gerais e detalhes de uma mesma cena, janelas que se abrem para comentar a cena ou introduzir uma outra.


A leitura/visão de um filme não se processa apenas no nível plano da horizontalidade, mas também na verticalidade e na profundidade, assim como se antevia em Mèliés e se configurou em Orson Welles.


Em O livro de Próspero (Prospero's Book - 1991), adaptação de A Tempestade (The tempest) de William Shakespeare, Greenaway utiliza as novas técnicas de maneira extremamente sofisticada e rompe definitivamente com o que ele chama de "cinema conservador". Utilizará no filme "algo de televisão, algo de cinema e algo de pintura".


A única possibilidade de mostrar com toda a força dramática o delírio imaginativo de Próspero, a maneira intrincada como armava seus planos para manipular as pessoas, o jogo temporal entre passado, presente e futuro, era a utilização da multiplicidade de telas, recurso amplamente facilitado pelas novas tecnologias.


A mesma multiplicidade de telas será novamente a base narrativa de seu filme O livro de cabeceira (The pillow book - 1996). Indo além na questão temporal, neste filme rompe os limites entre passado e presente ao trabalhar com as várias temporalidades no mesmo plano. Há uma profusão de acontecimentos que transcorrem ao mesmo tempo, aproximando-se cada vez mais do processo que nossa mente desenvolve para registrar os fatos.


Nossa mente é capaz de registrar simultaneamente milhares de imagens e sons, sendo que tendemos a priorizar aquilo que nosso foco de atenção determina.


Cada vez mais as novas técnicas permitem que o cinema proceda de maneira semelhante, chegando ao que Eisenstein desejava: "o cinema deve ser materialização do pensamento em movimento".


A interpretação visual da realidade deixa de ser somente figurativa e de sentido único, passando a ser espelhamento de várias partículas elementares que coexistem e se fundem.


O surgimento do vídeo, primeiro analógico e depois digital, nos coloca diante de uma inegável transformação das imagens e da temporalidade das mesmas. Não deixando de ser representação, o vídeo, diferente do cinema, é detentor de uma instantaneidade que nos aproxima do tempo real, aproximação esta permitida a partir da analogia, evidenciada pelo vídeo, entre o movimento e o tempo.


Se para atingir a idéia de tempo real o cinema tem que, necessariamente, articular imagens e sons através de uma estrutura de montagem onde o conceito de continuidade narrativa, mesmo que de maneira velada, deve estar sempre presente no momento do corte; o vídeo é capaz de trabalhar as ações de maneira simultânea, sem ter que recorrer ao corte propriamente dito.


A montagem clássica permite, a partir do paralelismo de imagens articuladas pelo corte, criar a sensação do enquanto isso. O plano cinematográfico se constitui como uma unidade espaço-temporal, elemento primordial da linguagem cinematográfica. Já o vídeo permite dissimular a noção de começo e fim de um plano, dissolvendo dessa maneira, a unidade espaço-temporal. Mesmo a trucagem cinematográfica mais sofisticada não havia conseguido, até esse momento, criar imagens superpostas com tanta riqueza dramática.


As novas formas de representação correspondem a uma nova relação do ser humano com a realidade. O pensamento contemporâneo está moldado por uma complexidade que o diferencia radicalmente da estrutura de pensamento linear dominante antes da revolução tecnológica. A evolução da informática e o avanço das telecomunicações determinaram uma mudança radical nas relações do homem com seu próprio mundo e, conseqüentemente, consigo mesmo. É necessário estabelecer novos padrões de discussão de conhecimento.


Não podemos mais falar em imagens simples, a imagem-vídeo cria uma nova linguagem, uma nova forma de utopia como diz Raymond Bellour, capaz de permitir, a partir da integração com outras formas de expressão (cinema, fotografia, pintura), sua organização em um sistema próprio.


Podemos dizer, ainda, que está surgindo uma outra espécie de realismo, a imagem captada por uma câmera (vídeo ou cinema) não passa de matéria-prima, para posterior manipulação através das técnicas digitais.



sexta-feira, 25 de março de 2011

CURSO DE DUBLAGEM NA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR

Flávio Back nos estúdios Herbert Richers Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador

CURSO DUBLAGEM ( AS INSCRIÇÕES PARA CURSO DE DUBLAGEM ENCERRAM DIA 9 DE ABRIL )

16 e 17 abril
CH 15 horas

Sábado e domingo – das 9 às 18h – vídeo e apostilas inclusos no valor do curso.

Valor da Matricula: R$ 40,00

Valor do curso: R$ 400,00 em até 2x de R$ 200,00 com cheque ou cartão
Matriculas até 9 de ABRIL tem desconto: a vista R$ 310,00.
Professor: Flavio Back - ator, radialista e dublador.
Com 13 anos de profissão, trabalhou na Herbert Richers por 10 anos. Como ator faz participações em novelas da Globo e da Record. Na Globo fez,também, algumas participações em episódios do Sob Nova Direção. Fez diversos trabalhos em animações, seriados e filmes. Como dublador acumula alguns importantes trabalhos:
-XLR8, o monstro velocista de Ben 10
-Ando, de Heroes
-Pai da Mimi, Hamtaro
-Zed, de Loucademia de Policia
-Úmido, Ying, Yang, Yo
-Mikami Teru, Death Note
- Meninas Super Poderosas Geração Z, dentre outros.


terça-feira, 22 de março de 2011

ZELITO VIANA

Foto: Beto Magno
Zelito Viana, Vera Palmeira, Marcos Palmeira e Betese Palmeira

Por Beto Magno

Zelito Viana é um produtor e cineasta que, em 1965, fundou com Glauber Rocha a Mapa Filmes, empresa que realizou, entre outros, Terra em transe (1966), O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1968) e Cabeças cortadas (1970). Em 1999 dirigiu seu projeto mais ambicioso, Villa Lobos, uma vida de paixão. Foi levado para o cinema por Leon Hirszman, com quem se formou, em 1964, pela Escola Nacional de Engenharia. Entre suas produções destacam-se Menino de engenho (1965), dirigido por Walter Lima Jr.; Terra em transe (1966), O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1968) e a coprodução estrangeira Cabeças cortadas (1970), todos dirigidos por Glauber Rocha; Quando o carnaval chegar (1972), de Carlos Diegues; e o documentário Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho. Com Armando Costa produziu e codirigiu Minha namorada (1970). Tendo como protagonista seu irmão Chico Anysio, dirigiu o primeiro episódio da comédia O doce esporte do sexo (1971). Foi produtor e diretor dos filmes: Os condenados (1973), Morte e vida severina (1976), Terra dos índios (1978) e Avaeté, semente de vingança (1985), medalha de prata do Festival de Cinema de Moscou. Realizou os documentários de curta-metragem Arte para todos (2004), e Ferreira Gullar – A necessidade da arte (2005), codirigido com Vera de Paula, Aruanã Cavalleiro e Cláudia Duarte. Em 2009, lança Bela noite para voar, ficção sobre o Presidente Juscelino Kubitschek.