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sexta-feira, 8 de julho de 2022

Depoimento Museu de Kard - Eugênio Avelino (Xangai) Secretário de Cultur...

 

Neste depoimento sobre o Museu de Kard, o Secretário de Cultura e Cantador Xangai ( Eugenio Avelino ) fala sobre sua emoção e encantamento com o museu, convidando a todos para uma visita, localizado em Vitória da Conquista, na Bahia.

quarta-feira, 24 de março de 2021

TRIBUTO AO GUERREIRO


Por Allan de Kard

O Retorno a Pátria Espiritual de mais um filho Ilustre de Vitória da Conquista.
Navegar por corredeiras sinuosas, até que por fim, chegar ao grande oceano da tranquilidade.
Do berço ao túmulo, estende -se o laborioso espaço das realizações humanas.
E assim foi a vitoriosa passagem, de Herzem Gusmão pela vida.

Amou sua cidade como poucos, converteu o Discurso de largos anos em prática intensa.
Conquistou nos últimos anos, milhares de amigos que engrossou ainda mais fileira daqueles que já
admirava seu trabalho.

Vai Herzem! E carrega consigo a grata satisfação, só presente naqueles que cumprem fielmente seu dever.

As lágrimas que serão derramaras por ti, serão tão somete as lágrimas da saudade, e nunca as do desespero, pois todos, somos concordantes aos desígnios Divinos.

Um forte abraço nos familiares, que o Mestre Jesus possa conforta-los nesta hora difícil.

Ouço uma grande orquestra, que entoa um hino de esperança, que faz ecoar por toda parte alegria nos corações.

Até Breve Irmão.
Allan de Kard 18 de março de 2021

 

sábado, 6 de março de 2021

O MELHOR HELICENTRO DO NORTE/NORDESTE







 Localizado estrategicamente a 11km do Aeroporto de Salvador, longe da influência do tráfego aéreo, o Helicia é um helicentro completo. Sua estrutura garante que serviços como manutenção, abastecimento, pousos e decolagens sejam realizados rapidamente e em qualquer horário. Além disso, você ainda conta com um amplo estacionamento para veículos, confortável sala de embarque/desembarque com coffee-shop, ambiente wi-fi e TV a cabo, sala de reunião, WC adaptado para deficientes e sala de aula.

A uma altitude de 298 ft, a Helicia – Simões Filho oferece condições ideais de segurança para pousos e decolagens diurnos e noturnos. Possuímos três spots e um heliporto com balizamento noturno de 24 x 24 m.

Outro diferencial da Helicia Helicópteros é o heliponto Helicia - Del Rey (SWDL), localizado no centro da Cidade de Salvador (Jd de Alah), de fácil acesso a todos os principais bairros de Salvador, contamos com estacionamento, sala vip, 4 spots de pouso, e um heliponto com balizamento para operação noturna.

Através de uma parceria com a Helibase / HBR, prestamos todos os serviços de manutenção às aeronaves da Robinson, Helibrás, Agusta e Bell em um hangar exclusivo de manutenção.

Via das Torres, 646 - CIA Sul 43700000 Simões Filho, BA

Telefone(71) 3594-7171 



segunda-feira, 1 de março de 2021

A MARGINALIZAÇÃO DE GLAUBER ROCHA PELA PATRULHA IDEOLÓGICA. AGORA EM 14/03/2021 GLAUBER FARIA 82 ANOS

 Foto Orlando Brito

                               Glauber Rocha e João Figueiredo ( Sintra - Portugal ) 1981

Pro André Setaro em 2010

Glauber de Andrade Rocha estaria, se vivo estivesse, com respeitáveis 71 anos: (leia-se) 82 anos. Nasceu nos já distantes 1939 (14 de março), quando a Segunda Guerra Mundial estava prestes a explodir, e desapareceu prematuramente em 1981 (22 de agosto), aos 42, tendo, como causa mortis, uma septicemia (infecção generalizada) ao desembarcar, vindo de Portugal, no Rio de Janeiro.


Muito já se escreveu sobre a obra cinematográfica de Glauber Rocha e, também, muito já se falou sobre a sua esfuziante personalidade polêmica por natureza. Há exegeses de todo tipo publicadas sobre a rica filmografia de Glauber Rocha, mas o melhor livro sobre ele, na minha opinião, é o de João Carlos Teixeira Gomes (Joca), Glauber, esse vulcão, editado em 1997 pela Nova Fronteira. Teixeira Gomes era um dos melhores amigos do realizador e participou de sua juventude agitada na província da Bahia nos saudosos anos 50.

A amizade, porém, perdurou até o fim da vida do cineasta de Terra em transe. Assim, além da rica parte biográfica, Glauber, esse vulcão, obra fundamental para a compreensão do gênio baiano, faz também uma exegese de sua obra, a contemplar a sua linguagem e a sua estética.


Não vou falar sobre os filmes de Glauber Rocha, pois muitos já o fizeram (inclusive este comentarista). Quero me restringir à sua polêmica volta ao Brasil na década de 70, quando foi colocado à margem por grande parte de seus amigos do Cinema Novo e pela intelectualidade dita de esquerda.
Acontece que, em 1974, na desaparecida revista Visão, Zuenir Ventura encomendou a Glauber um artigo sobre o Brasil. O texto publicado veio a provocar a ira de seus companheiros, porque, nele, Glauber escreveu que a volta do país à democracia não poderia prescindir do apoio dos militares progressistas. E elogiou a abertura, lenta, gradual, de Geisel, chamando o General Golbery do Couto e Silva de “gênio da raça”.


Na sua volta, ao invés de uma aclamação, recebeu a indiferença (e, segundo William Shakespeare, "a indiferença também é crime" - "Hamlet") e viu negada a publicação de seus escritos em jornais alternativos como Movimento, Opinião e até em O Pasquim. O Partidão emitiu ordem no sentido de que se espalhasse que Glauber estava completamente maluco (na acepção psiquiátrica). Pessoa muito emocional, sentimental, Glauber amargou o desespero. Não se apaga fatos históricos (como Stalin pretendeu fazer em Outubro [1927], de Sergei Eisenstein, quando mandou tirar as imagens de Trotsky).


Em 1977, quando da morte de Di Cavalcanti, Glauber adentrou o velório, ao lado do fotógrafo Mário Carneiro, e passeou, com sua câmera, o corpo defunto do famoso pintor - a família deste, depois, entraria com um processo na justiça para impedir a circulação do filme, que, apresentado em Cannes, ganhou a Palma de Ouro de melhor curta metragem. Mas, antes da proibição (que perdura até hoje), Di Cavalcanti teve negada a sua exibição numa jornada baiana em 1977. O impedimento de o filme ser mostrado tem como causa a ordem partidária emitida pelo Partidão em função da marginalização do cineasta. Enfurecido, ao saber da recusa, o realizador ataca furiosamente o organizador da jornada e estabelece uma polêmica em jornais que foi esquecida propositadamente, mas que vale, agora, ser lembrada.


Nada tenho contra o Partidão, mesmo porque, ainda que nunca fazendo parte de seus quadros, era, na época, um jovem de pensamento de esquerda, simpatizante dos comunistas, inclusive. Mas aqui se trata da constatação de fatos.


A partir de 1978, começam os preparativos para a realização de A idade da terra, todo financiado pela Embrafilme, com os maiores recursos da empresa no financiamento de um filme brasileiro. Falou-se, na época, que houve intervenção de Golbery para a liberação das verbas. O fato é que Glauber filmou a vontade, e o resultado foi um copião de 40 horas. Como montar o filme e retirar, no mínimo, 37 horas e meia para ajustá-lo às 2 horas e mais (como ficou o tempo de duração na cópia final)?


Amigo e companheiro de Glauber desde os seus primeiros filmes, Roque Araújo foi presenteado pelo amigo com as 37 horas e meia de celuloide para que as vendesse para uma fábrica de vassouras em Niterói. Roque, sempre atento, desistiu e guardou tudo em seu apartamento. Morto o cineasta no ano seguinte, Roque aproveitou o rico material excedente e realizou um documentário precioso como documento histórico: No tempo de Glauber, no qual estão registrados os bastidores das filmagens de A idade da terra, inclusive a célebre briga entre Glauber e Valentin Calderon de La Barca, então diretor do Museu de Arte Sacra dentro do qual Glauber queria filmar um ritual dançado por freiras desabusadas.


A irritação pegou foto quando Glauber, já a morar em Portugal, abraçou efusivamente o General João Figueiredo quando este estava a visitar o país. O abraço, no entanto, é simbólico. Figueiredo, presidente, representava o Brasil e promovia a abertura. Já tinha sido promulgada a lei da anistia, a censura se encontrava branda, e Glauber, neste ato simbólico, o que queria, na verdade, era abraçar o Brasil. Mas a esquerda não o perdoou. A morte de Glauber talvez tenha muito a ver com esta marginalização que sofreu de seus companheiros de luta. Falou-se, na época de sua morte, de um assassinato cultural.


Em Glauber, o filme – Labirinto do Brasil, documentário de Sílvio Tendler, as cenas do sepultamento de Glauber – proibidas de serem veiculadas por mais de vinte anos por sua mãe, Dona Lúcia Rocha – mostram todos seus companheiros e amigos do peito do Cinema Novo. Todos se encontram emocionados, tristes, muitos a chorar. Lágrimas de crocodilo? Parece que não. Aqueles que fizeram de tudo para marginalizá-lo estavam todos lá, contritos. A morte funcionou como uma redenção. Glauber foi sacralizado. E mostras e homenagens foram realizadas por muitos que o chamaram de maluco e coisas que tais. Glauber de Andrade Rocha estaria, se vivo estivesse, com respeitáveis 71 anos. (leia-se): 82 anos Nasceu nos já distantes 1939 (14 de março), quando a Segunda Guerra Mundial estava prestes a explodir, e desapareceu prematuramente em 1981 (22 de agosto), aos 42, tendo, como causa mortis, uma septicemia (infecção generalizada) ao desembarcar, vindo de Portugal, no Rio de Janeiro.

domingo, 28 de fevereiro de 2021

HISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO

Beto Magno

Por Daniel Santos de Castro

Menos de um ano depois dos irmãos Lumière fazerem uma exibição em Paris, aconteceu a primeira exibição de cinema no Brasil, que ocorreu na cidade maravilhosa. No ano seguinte a primeira sala de cinema é inaugurada pelo imigrante italiano Paschoal Segreto, também no Rio de janeiro. As primeiras filmagens em terras tupiniquins aconteceram por conta de Afonso Segreto que filmou em 1898 na Baía de Guanabara e no ano seguinte em São Paulo, durante a celebração de unificação da Itália. No próximo ano, o italiano Vítor di Maio abre a primeira sala de cinema em São Paulo. Nessa mesma época, passou-se a rodar vários filmes sobre o cotidiano carioca.

Os primeiros 10 anos foram mais difíceis por conta do envio de fitas e pela precariedade da energia elétrica, mas, em 1907, com a inauguração da usina hidrelétrica de Ribeirão de Lages tudo melhorou e passou-se a exibir muito mais filmes. O repertório não era muito diferente do resto do mundo. Não existiam ainda uma ampla variedade de filmes. Depois da hidrelétrica parece que algumas coisas passaram a mudar pelo Brasil. Antônio Leal, produziu o primeiro filme de ficção brasileiro, com 40 minutos de duração em 1908. Nesse mesmo ano, mais de 30 curtas e médias metragens foram produzidos, foi ai que começaram a surgir os primeiros atores de cinema, alguns vinham do teatro como Adelaide Coutinho, Abigail Maia, Aurélia Delorme e João de Deus.

Quando tudo parecia estar evoluindo no cinema nacional acontece a Primeira Guerra Mundial, isso faz com que o fornecimento de matéria-prima seja interrompido e as produções acabam por paralisadas. Entre 1912 e 1922 por exemplo, produziu-se apenas em torno de 60 filmes no Brasil, predominando o gênero documentário. Nesse mesmo período, em 1911 Francisco Serrador compra salas de exibição por todo o Brasil porém, sua política de exibição de filmes estrangeiros termina por enfraquecer o cinema nacional. A partir de 1915 é produzido um grande número de fitas inspiradas na rica literatura brasileira, como “Inocência”, “A Moreninha”, “O Guarani” e “Iracema” e o italiano Vittorio Capellaro é o cineasta que mais se dedica a essa temática. E em 1917 foi produzido "O Kaiser", do desenhista Seth, a primeira animação brasileira.

Nos anos 20, o Brasil passa a se tornar um dos maiores importadores de filmes americanos, mesmo assim o país vive uma expansão e produz cerca de 120 novos títulos, as produções ocorrem principalmente em Minas Gerais e Pernambuco, com destaque para Edson Chagas e Gentil Roiz. Outro fato importante da década de 20 é o filme "Noite de São João", de Francisco de Almeida Fleming, que surpreende por apresentar um processo de colorização manual.

A década de 30 exibe filmes sonoros e mudos e as produções com som são geralmente voltadas ao estilo carnavalesco, nesse momento atores de rádio passam a atuar também no cinema, é bem nessa época que o Brasil conhece o talento de Carmen Miranda, que em 1933 faz sua estreia em "A Voz do Carnaval", de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro. Em 1930 é criada por Gonzaga a Cinédia, o primeiro grande estúdio cinematográfico do país e em 1936 o Instituto Nacional do Cinema Educativo, por Roquete Pinto. Depois de Francisco Serrador exibir só filmes estrangeiros, é decretada uma lei em 1939, que impõe uma cota mínima de exibições de filmes nacionais.

As chanchadas, primeiro gênero de filmes criado no Brasil, ganham destaque nos anos 40. Em 41, é criada por Moacir Fenelon e José Carlos Burle, a Atlântida, que produz filmes de baixo orçamento se associa ao exibidor Luís Severiano Ribeiro para garantir espaço e promover o desenvolvimento industrial do cinema brasileiro. Dois anos depois, estreia "Moleque Tião", dirigido por Burle com Grande Otelo como protagonista, primeiro filme da Atlântida. Em meados da década de 40 a Atlântida se consolida como maior produtora brasileira. São produzidos 12 filmes e é em 44 que Oscarito e Grande Otelo atuam juntos pela primeira vez. Em 1947 a produtora passa a ter Luis Severiano Ribeiro Jr. como sócio majoritário. Isso faz com que as chanchadas tornem-se marcas registradas da companhia. Alguns filmes sobre problemas sociais também não produzidos, mas não fazem tanto sucesso com o público.

Os anos 50 começam com duas produções musicais de Watson Macedo “Aviso aos Navegantes”, em 1950, e “Aí Vem o Barão”, em 1951 e com isso consolidou-se  a dupla Oscarito e Grande Otelo, grande fenômeno de bilheteria para o cinema no Brasil, lembrados até hoje. Em 1953 tem-se o primeiro filme nacional em cores, "Destino em Apuros" de Ernesto Remani. Também tem o primeiro filme brasileiro ganhando Festival de Cannes "O Cangaceiro". Além disso, acontece o surgimento do jovem Carlos Manga com seu primeiro filme "A Dupla do Barulho". Manga se destaca por dominar as técnicas e pela sua identificação com o cinema norte-americano. Meados dessa década vemos a Chanchada perdendo sua força e depois do filme "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos, marca-se o início da corrente do Cinema Novo. Em 1956 é criada a Cinemateca Brasileira em São Paulo, porém no ano seguinte um incêndio destrói grande parte de seu acervo. Em 1959, outra vitória para o Brasil, o filme é francês "Orfeu Negro", dirigido por Marcel Camus, porém foi inspirado no musical Orfeu da Conceição, de Vinicius de Morais e Tom Jobim. O filme levou o Palma de Ouro em Cannes e Oscar de melhor Filme Estrangeiro nos EUA.

Os anos 60 são marcados por grandes nomes no Cinema como Nelson Pereira dos Santos, Roberto Santos, Glauber Rocha e Arnaldo Jabor com filmes que buscam uma discussão da realidade econômica, social e cultural do país, características do Cinema Novo. Esse movimento teve força em diversos países como Espanha, Itália e França. No Brasil ele se tornou uma arma contra o governo. A frase “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, foi lema dos cineastas de 60. A ideia era realizar filmes com teor social a baixo custo. Fosse discutindo problemas rurais (primeira metade dos anos 60) ou problemas políticos (segunda metade de 60), o Cinema Novo brasileiro foi de extrema importância pois tornou o Brasil reconhecido como cenário importante no cinema mundial, além de ter apontado para a população problemas importantes que até então não tinham grande relevância. Em 1966 é criado o curso de Cinema e Audiovisual em São Paulo (ECA-USP). No ano seguinte é criado o Festival de Brasília, um dos maiores festivais de cinema do Brasil até os dias atuais. Porém, em 1969, auge dos tempos de ditadura, o governo militar brasileiro cria a Embrafilme, empresa estatal, para promover e controlar a indústria cinematográfica. Ainda assim filmes eram produzidos, porém o teor deles era velado e o conteúdo tinha que ser disfarçado. Ainda assim a Embrafilmes, abre espaço em lei para filmes nacionais.

Outro movimento passa a surgir, agora no início de 70. O Boca do Lixo produz filmes de baixo orçamento com algum ou muito apelo erótico. Esse movimento, com influência italiana, nasce em São Paulo e seus filmes são conhecidos por Pornochanchadas. Vários atores hoje consagrados, iniciaram suas carreiras nesse estilo de filmes. Nessa década, tem-se o destaque de Carlos (Cacá) Diegues, que havia começado a fazer filmes e críticas aos 17 anos. Outro grande diretor que ganha destaque é Hector Babenco que iniciou sua carreira no cinema como figurante. É também na década de 70 que o fenômeno "Os Trapalhões" surgem atraindo milhões de espectadores. Em 1976 tem-se um recorde de bilheteria no Brasil. "Dona Flor e seus Dois Maridos", uma história de Jorge Amado, adaptada por Bruno Barreto, Eduardo Countinho e Leopoldo Serran, foi dirigido por Bruno Barreto e teve Sônia Braga, Zé Wilker e Mauro Mendonça nos papéis principais.

Com a chegada do vídeo-cassete e o cinema dentro de casa, tem-se a proliferação de vídeo-locadoras no país. Em 1985 com o fim da ditadura militar, o cinema no Brasil acompanha a crise financeira do país e enfrenta problemas pois a Embrafilme deixa de financiar produções fazendo- as decaírem vertiginosamente. As salas passam a receber apenas 1/3 do público. No final da década, com a obrigatoriedade de exibir curtas metragens no cinema e com o Prêmio Estímulo, surge uma grande quantidade de curtas produzidos principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Destaque para o curta "Ilha das Flores", de Jorge Furtado que em 1989 vende o Festival de Berlim e é eleito pela crítica europeia um doa 100 mais importantes curtas do século XX.

A crise só piorava e o governo Collor que privatizou muitas empresas estatais acaba com a Embrafilme e outros órgãos públicos do cinema. Com as salas quase vazias de espectadores, as produções quase não aconteciam mais e o Festival de Brasília teve que ser adiado por falta de concorrentes enquanto o de Gramado teve que abrir inscrições para filmes internacionais para poder sobreviver. A partir de 1993 há uma retomada da produção nacional através do Programa Banespa de Incentivo à Indústria Cinematográfica e do Prêmio Resgate Cinema Brasileiro, instituído pelo Ministério da Cultura. Os diretores passam a receber financiamentos para a produção, finalização e comercialização dos filmes com isso as produções de cineastas como Nelson Pereira dos Santos, Carlos Reichnbach, Sérgio Rezende, Paulo Thiago, Mauro Frias, Sérgio Bianchi vão aparecendo e e esse período fica conhecido por Cinema da Retomada. Em 1994, Carla Camurati produz o primeiro filme com verba da Lei Audiovisual. Em 1997 o filme "O que é isso Companheiro", de Bruno Barreto é indicado ao Oscar e no ano seguinte "Central do Brasil", de Walter Salles, que já havia ganhado Berlim, tem Fernanda Montenegro como indicada a melhor atriz no Oscar.

Inicia-se o século XXI e o cinema nacional passa a procurar por maior qualidade.  Em 2002 é criada a Academia Brasileira de Cinema, instituição que reúne realizadores, distribuidores, produtores, exibidores, técnicos, atores e demais profissionais do cinema e do audiovisual. O cinema nacional tenta conquistar maior participação no mercado, produzindo cada vez mais filmes com qualidade. São lançados filmes de grande sucesso de público e reconhecimento internacional. "Cidade de Deus" de Fernando Meirelles, tem grande destaque e fica mundialmente conhecido. Outros filmes como "Carandiru", de Hector Babenco e  "Tropa de Elite", de José Padilha também tornam-se destaques mundiais e o cinema brasileiro passa a ser mais visto e procurado.


Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cinema/historia-do-cinema-no-brasil/

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

A JÓIA DO SERTÃO BAIANO ( O CRISTO DE MARIO CRAVO )


Construção do cristo de Vitória da Conquista - Mario Cravo Neto
Direção - André Luiz de Oliveira

UNIX ( OBRA DO ESCULTOR ALLAN DE KARD ) LOCALIZADA NA FAZENDA VIDIGAL


 UNIX  

   Existe grande diferença entre verdade e mito.

     A verdade está comprometida com a cor do irrefutável , tem como uma das molas propulsoras a Ciência.

      Já mito é o exercício do livre pensar, onde o sentido literal geralmente é substituído pelo sentido metafórico.

     Assim vemos os mitos e as lendas como componentes Sá Cultura de todos os povos.

      Alguns mitos são tão bem construídos que chegam a ser confundidos com verdades.

       Conta-se que numa certa época  os deuses gregos e os deuses romanos entraram em conflito, por conta de guerra de vaidades.

     Acusavam-se de parte a parte. O gregos reclamavam que os deuses romanos eram meras copias deles.

     Os deuses Romanos retrucavam dizendo que os opositores é que eram ultrapassados, e a prova disto é que se assim não fosse eles não deixariam que o povo grego fosse conquistado pelos romanos.

     Diante de tanta controvérsia, alguém sugeriu que fosse marcado um Conclave no Olympus, com o objetivo de

Construir a paz entre eles, afinal de contas tratava-se de deuses,  esse tipo de futricas estava reservado aos simples mortais.

     E assim foi feito, no dia aprazado lá estava todos; de um lado Zeus e sua turma,  do outro Júpiter e os demais deuses romanos. E depois de exaustivas discussões na longa assembleia, enfim chegaram a Paz tão desejada, como também o comprometimento de todos em preservá-la.

     E para comemorar a vitória do bom senso, Zeus propôs a todos um brinde com uma bebida mágica, que ao ser degustada por todos que maravilhados com o sabor de tão inusitada bebida, não pouparam elogios.

      Só há bem pouco tempo é que passamos a saber que aquela bebida mágica era o café.  E que o único lugar no mundo onde se serve o café dos deuses é na fazenda Vidigal em barra do Choça Ba.

       Ao término da grande reunião, proclamou-se que o recipiente chamar-se-ia Unix, que significa união que se multiplica. O X que é símbolo de multiplicação, também passou a emoldurar a palavra Xícara.

 

   Unix  Escultura em Aço.

   Autor;   Allan de Kard.


A obra é uma proposição a Alteridade.

    Alteridade uma palavra muito pouco utilizada, significa a convivência entre os diferentes.

    Aqui proponho:  O respeito as opiniões do próximo.

    A Fraternidade entre os Homens só será possível quando ruírem as barreira construídas pelas divergências , Religiosas, Politicas, opções de vida etc.

  Allan de Kard  artista plástico

Vitoria da Conquista - Ba - Brasil.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

INSTITUTO MUSEU DE KARD


 Paisagismo do Museu de Kard 


Tão importante quanto as obras já instaladas na área aberta do Museu de Kard, é seu projeto Paisagístico.

O Paisagismo está pacientemente sendo construído, juntamente com o projeto arquitetônico, que propõe uma completa funcionalidade das edificações. Em assim sendo , cada Galeria, prédio administrativo ou de suporte, são também obras de Arte. Até o presente momento temos: A obra Tributo a Mondrian ( setor administrativo, loja e auditório), a Obra Ascensão, que é a Pirâmide, ( Galeria),

Obra: Lápis na Mão ( depósito). E a Galeria Mix ( galeria Mix). Tanto o Projeto Arquitetônico,, como o projeto Paisagístico foram concebidos e estão sendo executados, pelo Artista Plástico Allan de Kard.

No tocante ao Paisagismo, algumas considerações precisam ser feitas, a Primeira delas é que o artista cursou Agronomia na UESB na sua Primeira turma durante a década de 80 do século Passado , depois de já ter concluído o ensino médio no curso técnico em Agropecuária na EMARC de Uruçuca Ba em 80/81.

E a segunda consideração refere-se as condições climáticas e de solo do espaço onde está sendo implantado o Museu.

É sabido que Vitória da Conquista está localizada na linha divisória entre a Mata Atlântica e o bioma da Caatinga. Enquanto que a Leste, tem-se um índice pluviométrico que ultrapassa facilmente os 1000 milímetros anuais , a zona Oeste, onde se encontra o Museu na passa de 700 milímetros anuais. Essa grande diferença no regime de chuvas, foi construindo ao longo dos séculos biomas bastante distintos tanto na sua Fauna, mas principalmente na sua Flora.

Tendo como ponto de partida essa importante informação, bem como as características físico-químicas do solo e um outro fator não menos importante que é o fato da área ter sido utilizada já 4 décadas como um lixão, iniciou-se a execução do projeto paisagístico, concomitantemente a construção civil. Nesta primeira fase, foram utilizadas apenas espécies endémicas. Assim , madeira nova, favaca, Canjão etc todas nativas foram preservadas e cuidadas, na medida que ia sendo implantada uma imensa cobertura de grama nativa em toda a área. A grande vantagem desta estratégia, é que o Paisagismo vai sendo edificado aos poucos sem necessidade de irrigação, o que elevaria em muito o custo de implantação. Assim com um baixíssimo custo operacional o Paisagismo vai modificando a paisagem aos poucos .

Num segundo momento serão plantadas espécies exóticas.

Um outro desafio ainda maior , é fazer renascer um pequeno riacho existente no local que morreu devido às contínuas agressões sofridas ao longo do tempo, bem como uma lagoa ali existente no passado, assoriada por materiais lixiviados das partes superiores ao longo dos anos.

Desta forma, num processo lento, porém continuo o Museu de Kard vai sendo Construído, é sem dúvidas já é um legado para as futuras gerações.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

SET DE GRAVAÇÃO


 Denílson Santana e Beto Magno

O filme "Sonho de Boneca" conta a história da menina Sônia que, aos 13 anos, conseguiu  realizar o sonho de ter mais de 70 bonecas de diversas nacionalidades. Soninha tinha o sonho de conhecer o mundo, mas na década de 60, viajar era muito difícil! Então, ela teve a ideia de colecionar bonecas em trajes típicos de diversos países! 

Sônia escreveu cartas para vários chefes de Estado pedindo uma boneca que representasse aquele país. A primeira boneca que ela ganhou foi a da China Formosa. Ela conseguiu!
Sonho de Boneca é um filme que nos mostra que sonhos não podem ser engavetados!
Essa história aconteceu em Cachoeira / Bahia, em 1960.
O filme "Sonho de Boneca"  foi rodado em Cachoeira, nos dias 20, 21 e 22 de novembro e 23, 24. 27/11,em Salvador. O curto será exibido em Festivais de Cinema no Brasil e na Europa. A direção é de Rada Rezedá, cineasta, reúne 25 filmes na carreira. Em 2019, Rada rodou 4 filmes curtas: Maracangalha, Eu Vou! - Direçaõ de Marcos Wainberg; Teste Baiano - Direção Celso Taddei; Crime do Creme - Direção Rada Rezedá; Amar Diferente - Direção Ivann Willig. A fotografia de Sonho de Boneca é de Xeno Veloso e a produção de Rada, Tábita Rezedá e Manoela Lobo. O roteiro também é assinado por Rada e Manoela.


Elenco: 

  1. SEU MANOEL - Flávio Galvão, participação especial. 
SONINHA – Vitória Lobo
DONA PIEDADE – Louise Sande
IRMÃ MODESTA – Tábita Rezedá
ROBERTINHO 10 ANOS – Dudu Saback 
CARLINHOS 7 ANOS – Nikolas Pereira
PAULINHO 4 ANOS – Daniel Saback
FOTOGRAFO SR. DONDOM – Beto Magno
MARLI 6 ANOS – Clara Lobo
LÚCIA – Belle Avena
ANA – Aíne Rocha                                                                                    BALEIRO - Denílson Santana                                                                          FOFOQUEIRA 1 BENEDITA– Cissa Sande                                      FOFOQUEIRA 2 FRANCISCA – Clara Campos                                   CARTEIRO – Cristian Saback 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

SONHO DE BONECA ( O FILME )

Xeno Veloso, Beto Magno e Tábita Rezedá


 O filme "Sonho de Boneca" conta a história da menina Sônia que, aos 13 anos, conseguiu  realizar o sonho de ter mais de 70 bonecas de diversas nacionalidades. Soninha tinha o sonho de conhecer o mundo, mas na década de 60, viajar era muito difícil! Então, ela teve a ideia de colecionar bonecas em trajes típicos de diversos países! 

Sônia escreveu cartas para vários chefes de Estado pedindo uma boneca que representasse aquele país. A primeira boneca que ela ganhou foi a da China Formosa. Ela conseguiu!
Sonho de Boneca é um filme que nos mostra que sonhos não podem ser engavetados!
Essa história aconteceu em Cachoeira / Bahia, em 1960.
O filme "Sonho de Boneca"  foi rodado em Cachoeira, nos dias 20, 21 e 22 de novembro e 23, 24. 27/11,em Salvador. O curto será exibido em Festivais de Cinema no Brasil e na Europa. A direção é de Rada Rezedá, cineasta, reúne 25 filmes na carreira. Em 2019, Rada rodou 4 filmes curtas: Maracangalha, Eu Vou! - Direçaõ de Marcos Wainberg; Teste Baiano - Direção Celso Taddei; Crime do Creme - Direção Rada Rezedá; Amar Diferente - Direção Ivann Willig. A fotografia de Sonho de Boneca é de Xeno Veloso e a produção de Rada, Tábita Rezedá e Manoela Lobo. O roteiro também é assinado por Rada e Manoela.


Elenco: 
SEU MANOEL - Flávio Galvão, participação especial. 
SONINHA – Vitória Lobo
DONA PIEDADE – Louise Sande
IRMÃ MODESTA – Tábita Rezedá
ROBERTINHO 10 ANOS – Dudu Saback 
CARLINHOS 7 ANOS – Nikolas Pereira
PAULINHO 4 ANOS – Daniel Saback
FOTOGRAFO SR. DONDOM – Beto Magno
MARLI 6 ANOS – Clara Lobo
LÚCIA – Belle Avena
ANA – Aíne Rocha
FOFOQUEIRA 1 BENEDITA– Cissa Sande
FOFOQUEIRA 2 FRANCISCA – Clara Campos
CARTEIRO – Cristian Saback 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Chico Anysio - Cartão de Visitas - Pantaleão


Chico Anísio e Francisco Afrânio Peixoto

Por Mauricio Afrânio Peixoto

Segundo meu irmão mais velho Chico Peixoto, me contou que neste dia Chico Anysio participou de um evento aqui em Salvador e repentinamente teve um mal estar e então meu pai, sendo profissional da área da saúde, foi atendê-lo. Mas meu irmão Chico me falou também que estava lá nesse momento da foto e que a conversa, nesta hora, era sobre o cachimbo que meu pai tinha hábito de usá-lo. Então disse que começou o hábito quando viajou para a Europa e atendendo a um pedido/encomenda de um amigo (usuário de cachimbos) que comprasse alguns cachimbos para ele. Bem, meu pai comprou vários, algo em torno de uns doze, e ao mostrar a um companheiro de viagem adepto ao hábito do cachimbo, este ficou maravilhado com a alta qualidade das compras (cachimbos) e então incentivou a meu pai a experimentar um deles com um fumo muito especial que tinha e pronto, meu pai gostou da experiência e começou o hábito. Ao retornar meu pai ligou para o amigo e falou que tinha trazido os cachimbos, mas que ele tinha interesse neles também e então o amigo logo propôs em dividir, metade para cada, meu pai olhava para o lado onde estava minha mãe e perguntava: "não foi Amy (minha mãe), pois é a pura verdade". Enquanto isso Chico Anysio ouvia atentamente a história. Nesta época meu pai já era aposentado precocemente por benefício de ter sido integrado ao batalhão brasileiro da segunda guerra mundial, dedicando-se somente as propriedades rurais de cacau e pecuária.
Meu irmão acredita que nesse momento Chico Anísio teria visto ali ou inspirado ali um personagem e dali surgiria o famoso personagem Pantaleão.
Contei toda esta história e mostrei esta foto para Zelito Viana (irmão de Chico Anysio) e ele respondeu assegurando que certamente ele se inspirou no personagem em meu pai, pois ele era muito observador e daí criou muitos personagens.
"PANTALEÃO, o nome completo era Pantaleão Pereira Peixoto, é um nordestino, aposentado que está sempre a contar histórias falsas. Vive em sua cadeira de balanço, na companhia de sua esposa Tertuliana (Suely May) e de Pedro Bó (Joe Lester), um adulto com postura de criança adotado por ele. Sempre pergunta para sua mulher se ele está mentindo que, por sua vez, não tinha coragem de contradizê-lo e sempre garantia ser verdade. Possui um óculos com uma lente escura e outra incolor. Seu visual é inspirado em Dom Pedro II, enquanto a voz é similar a do cantor Luiz Gonzaga. Suas histórias sempre ocorrem no ano de 1927."

domingo, 17 de janeiro de 2021

ANIVERSÁRIO DE VITÓRIA

Beto Magno, Vitória Magno e João Luís

 Você, minha filha, sempre foi motivo de orgulho, um exemplo de criança e jovem, e agora é uma mulher forte, corajosa, linda e muito maravilhosa. Mas mesmo admirando todas as suas facetas como pessoa, para mim você é e sempre será acima de tudo a minha filha amada. Seja sempre muito feliz! Eu te amo!
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

ANIVERSARIANTE DO DIA

Beto Magno, Vitória Magno e Lucas Andrade

Você, minha filha, sempre foi motivo de orgulho, um exemplo de criança e jovem, e agora é uma mulher forte, corajosa, linda e muito maravilhosa. Mas mesmo admirando todas as suas facetas como pessoa, para mim você é e sempre será acima de tudo a minha filha amada. Seja sempre muito feliz! Eu te amo!
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O CINEMA NA PANDEMIA


 BETO MAGNO
Por Roberto Sadovski

Fui ao cinema. Depois de não entrar numa sala de projeção desde março, isolado por conta da pandemia do coronavírus, eu me vi em uma sessão tripla que começou como trabalho e foi esticada para mais dois filmes. Depois de tantos meses, queria sentir qual era o clima em meu lugar preferido em todo o planeta. Foi uma experiência... estranha.

Em primeiro lugar, trabalho. Sessões de cinema para a imprensa geralmente são realizadas no período da manhã, e eram parte da rotina há décadas. Em 2020 isso acabou. Depois de meses com o mercado ensaiando um retorno, o primeiro grande filme a ser lançado por "Tenet", de Christopher Nolan - que eu analisei aqui. Para evitar aglomeração de jornalistas, o estúdio marcou diversas sessões. Eu fui na última, em um shopping de São Paulo, dividindo a sala com outros cinco colegas.

 Quando o filme terminou, dei uma volta pelo shopping. Nem de longe o movimento está normal. Algumas lojas permaneciam fechadas, as que insistiam não atraiam muitos clientes. A impressão é que as pessoas perambulavam pelos corredores do shopping pela simples vontade de colocar os pés na rua. Arrisquei entrar em uma livraria, dessas megastores que resistem aos trancos e barrancos. Senti como se estivesse no jogo "The Last of Us". Ao gravar mensagens em áudio no celular, ouvia o eco de minha voz.

Foi aí que tive a brilhante ideia de conferir o que estava em cartaz. Se já estava lá, melhor então ver na prática os protocolos de segurança adotados pelos cinemas desde a retomada. Na prática, não havia muito o que fazer. Álcool gel em todos os lugares, funcionários dispostos... E ninguém para atender. Escolhi dois filmes e, máscara no rosto, fui à luta. Pipoca e refrigerante? Nem arrisquei: não é nenhum sacrifício passar duas horas sem mastigar, prestando atenção somente aos filmes. A primeira sessão foi de "Os Novos Mutantes", filme derradeiro da série da Marvel quando estava nos braços da Fox. A essa altura eu sequer imaginava que a aventura era real, depois de um bom par de de anos brigando com tretas de bastidores. Quando o estúdio foi comprado pela Disney, o filme de Josh Boone ("A Culpa É das Estrelas") obviamente deixou de ser prioridade por não se encaixar no Universo Cinematográfico Marvel. A pandemia foi a oportunidade para desovar o cadáver silenciosamente.

A bem da verdade, "Os Novos Mutantes" não é nem de longe uma experiência terrível. Pelo contrário: é mais decente que absurdos do universo dos X-Men como "Apocalýpse" e "Fênix Negra". Mas é um filme de fato modesto, barato, de baixo orçamento e escopo reduzido. O elenco resume-se a seis atores trancafiados num hospital/prisão, lidando com os poderes de seus personagens em um roteiro bobão mas inofensivo. Não acho que as duas (!) outras pessoas na sala comigo se incomodaram.

A sessão seguinte foi exclusiva. Embora houvesse uma poltrona já comprada quando fui providenciar meu ingresso, no fim estava sozinho na sessão de "A Verdadeira História de Ned Kelly". A solidão combinou com o clima desolado do filme de Justin Kurzel ("Assassin´s Creed"). O lendário bandido australiano, que entrou para a história ao fim do século 19, ganhou uma biografia crua, suja, estranha e perturbadora em sua beleza melancólica.

O personagem já foi defendido meia dúzia de vezes no cinema, com Mick Jagger e Heath Ledger assumindo seu papel em filmes lançados em 1970 e 2003, respectivamente. Mas era um registro de filme de ação, caminho oposto ao escolhido por Kurzel. Aqui, é George MacKay ("1917") que abraça o papel de Kelly, filho de um imigrante irlandês que termina fincando raízes no outback australiano.

O texto, baseado no livro premiado de Peter Carey, muda o foco do bandido heroico para a autobiografia de Ned Kelly, narrando as decisões que o levaram a criar uma gangue de criminosos em um relato deixado para sua filha. O tom é por vezes lúdico, com o realismo substituído por delírios do protagonista e seu choque com as forças policiais da colônia. É um "filme de arte" provocativo e surpreendente, violento e sufocante.

Saí do cinema satisfeito em reencontrar minha paixão. Mas foi um sentimento agridoce, porque o mundo não está nem de longe preparado para voltar a girar. A Europa está voltando ao lockdown, as mortes por Covid nos Estados Unidos voltaram a disparar e a política genocida brasileira não inspira nenhuma confiança em arriscar uma data para o "novo normal".

É hora de voltar ao cinema? Isso, meu caro, é decisão totalmente sua. Sem grandes lançamentos pelo menos até dezembro (e eu não aposto na estreia de "Mulher-Maravilha 1984"), e com o caminhão de pérolas prestes a desembarcar via streaming ("Mank", "O Céu da Meia-Noite", "Mulan", "Soul"), acredito que seu futuro imediato esteja mesmo no sofá de casa.

Fonte: UOL

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

SONHO DE BONECA (O FILME)


 Rada Rezedá, Beto Magno, Alisson Santos, Flavio Galvão e Xeno Velloso.

O filme Sonho de Boneca conta a história de Soninha, uma menina que viveu na cidade de Cachoeira, interior da Bahia.
Soninha tinha o sonho de conhecer o mundo, mas na década de 60, viajar era muito difícil! Então, ela teve a ideia de colecionar bonecas em trajes típicos de diversos países!
Para realizar seu sonho, Soninha escreveu cartas para reis e presidentes de todas as nações! Mas, será que reis e presidentes deram importância à carta de uma criança?
Sonho de Boneca é um filme que nos mostra que sonhos não podem ser engavetados!

domingo, 13 de dezembro de 2020

UMA CONQUISTA NOSSA


 
 Foto: Secom – PMVC

Cesar Andrade, Beto Magno, Tina Rocha, Herzem Gusmão, Paloma Rocha, Hermes Mendes e Mauro Mendes

 

  UMA CONQUISTA NOSSA

 

 Após ver e comentar duas postagens no Facebook, sobre a entrega de uma moção de aplauso – mais do que merecedora -, ao meu ex- professor, o advogado e intelectual Dr. Afrânio Leite Garcez, à quem costumo chamar carinhosamente de Dom Garcez, comecei a me lembrar dos inúmeros artigos por ele escrito sobre Vitória da Conquista, nossa terra natal. 

Relembrei que certa feita eu e minha saudosa mãe íamos atravessando a Praça Tancredo Neves, e eu desanimado, e após cumprimentar Dom Garcez, paramos um pouco e ele me disse uma frase que de profecia se transformou em realidade, e a frase foi dita com pureza, sinceridade e com todo cuidado para não me ferir a frase foi a seguinte: “Beto vá para Salvador, entre numa faculdade, Conquista é pequena para sua grandeza”. 

Depois de muito pensar e meses após fui de mala e cuia para Salvador, e ainda sou devedor deste bom conselho que somente pessoas com o coração nobre e repleto de generosidade pode dar.

 Fiz o vestibular fui aprovado num curso superior e me tornei posteriormente roteirista, diretor, e cineasta. Jamais deixei de pedir conselhos ao meu caro amigo Dom Garcez, e eu me lembro que certa feita ele elogiava tanto o crescimento de Conquista, falava tanto de diversas carências, e de
planos que ele possui e todos exequíveis, que o respondi: “Dom Garcez você é um marqueteiro nato, vende facilmente a imagem de Vitória da Conquista”. 

Nunca perdemos o vínculo de amizade, sempre falamos por telefone ou via WhatsApp, porque ultimamente estou finalizando um filme em Cachoeira, e também pelo falecimento dos meus genitores. Nunca fiquei sem ter notícias verdadeiras sobre Vitória da Conquista. No início do mandato do prefeito reeleito Herzém Gusmão, eu comentei com Dom Garcez que estava indo para Conquista e que ele estava convidado para integrar a comitiva da família do Glauber Rocha, comandada por Paloma Rocha e primos, numa possível aquisição do imóvel onde nasceu o pai do cinema novo. 

Ele declinou o convite, pois tinha outros compromissos e eu entendi. Este fato como bem demonstra a fotografia que ilustra este artigo ocorreu no dia 05 de janeiro de 2017, e lá após as primeiras tratativas, o prefeito chamou um secretário dele e disse “resolvam isso com urgência, e é para ontem”. Saímos crente que tudo estava resolvido, mas não o foi. 

No dia de ontem, domingo 13 de dezembro de 2020, eu telefonei para Dom Garcez, e numa conversa de mais de 1 hora e meia, ele me colocou a par das diversas melhorias que já foram implementadas em Conquista como o asfaltamento de bairros inteiros, antes esquecidos, e o mais importante falou-me que foi aprovada a aquisição de um terreno na Avenida Olívia Flores, para as futuras instalações da Casa Glauber Rocha. O meu coração disparou e eu tive uma espécie de taquicardia de tanta alegria, pois se abre um novo cenário para a produção do áudio visual em nossa cidade, com geração de emprego e renda, e a divulgação do nome do Glauber Rocha pelo país e o mundo. Também me falou de quanto à cidade está ficando linda e ainda mais civilizada, com a construção do terminal de transporte urbano na Lauro de Freitas, a revitalização das praças e a esperança que ele nutre de ver por toda a cidade uma iluminação moderna, com lâmpadas de LED, e muito bem arborizada, e inclusive a importância da iniciativa dos senhores vereadores que aprovaram o projeto de permuta. 

Tudo isso, de maneira calma, sem citar ideologia política ou partidária, apenas pensando no bem comum dos cidadãos de Vitória da Conquista. E eu fiquei feliz, pois tenho em Conquista uma empresa altamente capaz de produzir vídeos, curtas e longas metragens, peças publicitárias etc, que é a VM FILMES.

 Eu senti que o Dr. Afrânio Garcez, ou Dom Garcez, estava radiante e feliz, pois é um homem que realmente é culto, humano, cristão, e até onde sei não possui desafetos, leva uma vida quase monástica, escrevendo, lendo, advogando, expondo seus pensamentos e pontos de vista de maneira branda, suave, mas repletas de razão. 

Eu sou feliz por ter tido um professor desta envergadura, e por ter um amigo, que, aliás, irá prestar seu depoimento num documentário que estou fazendo sobre a história e personagens de Vitória da Conquista.
 

Beto Magno. Jornalista e Cineasta  DRT: 5353-BA

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

SOBRE ALLAN DE KARD ll

Allan de Kard, Vera de Paula e Beto Magno em visita ao MUSEU DE KARD

   As maravilhas da moderna tecnologia, nos aproxima de tudo e de todos. Graças a ela consigo me manter conectado ao meu torrão Natal, Vitória da Conquista , terra que amo com todas as minhas forças.

     Tenho mantido meus amigos aqui de Salvador , informados dos últimos episódios ocorridos aí , no tocante as obras do artista Allan de Kard e o injustificável ataque que tem recebido em especial pelo Conselho Municipal de Cultura, que foge completamente do seu papel , assumindo uma postura quase que inquisitorial . Quando falo Conselho Municipal de Cultura , devo dizer que existe lá honrosas exceções, que se constitui em minoria.  As obras da Olívia Flores , parece ter tomado todo o tempo da atual gestão.  Gostaria de saber o que de verdadeiramente propositivo saiu da atual gestão, em relação a Cultura de nossa cidade?  Parece que a perseguição encetada ao artista , tem motivação ideológica, embora o artista não pertença a nenhum partido , aliás já vi uma declaração sua muito interessante a esse respeito.
“ Na Política, o meu partido é o inteiro, daí pode-se dizer que sou ambidestro, pois só acredito na aristocracia intelecto-moral”
    A última deliberação desse conselho, foi a recomendação ao executivo da retirada das obras do artista da Avenida Olívia Flores, recomendação essa que certamente não será acatada por esse ou qualquer outro Governo.
   Existem algumas considerações que gostaria de fazer a cerca dessa recomendação:
   A primeira é que ao contrário do anunciado essa não foi uma decisão unânime.
    Segundo:  o conselho alega que é necessário normalizar o uso do espaço Público para a instalação de obras de arte. Porém nasce em mim uma dúvida.  Essa recomendação vale só para o artista Allan de Kard, ou para as demais obras instaladas
de outros artistas na Cidade?
Como o Monumento aos Pracinhas de Cajaiba, ou a escultura do Artista Romeu Ferreira em homenagem aos desaparecidos do período do Regime militar, ou o Monumento ao índio do artista Edimilson Santana, ou mesmo o Cristo de Mário Cravo.  Em que condições essas obras foram instaladas? Tenho certeza que essa pergunta nunca foi formulada dentro do Conselho municipal de Cultura.
    Vale ressaltar que as obras de Allan de Kard não foram feitas com recursos públicos.
     Ainda ontem tive a oportunidade de ler uma matéria, feita em conjunto pelos sites Avoador e Gambiarra, onde fica clara a tentativa de desmerecer o trabalho do artista.
    A autora da matéria faz um esforço enorme para parecer imparcial. salta aos olhos os artifícios utilizados na construção de uma narrativa negativa , desfavorável ao Allan, que vai desde o super trato nos argumentos do conselho e o completo desleixo as colocações do artista, chegando ao cúmulo de negligenciar na pontuação, construir frases soltas , fugindo completamente do contexto. Técnica essa já conhecida de muitos.
    Há ainda um flagrante desequilíbrio, quando a matéria é apresentada com opiniões de pessoas supostamente abalizaras, sem contudo apresentar o contraditório, já que sabemos existir um grande número de críticos
de arte que tem uma posição completamente diferente.
    Parece-me que a referida matéria , atende a uma encomenda com fins específicos.
      Tenho um sentimento que já me é antigo.  O Conselho municipal de Cultura não representa os anseios da classe artística, e tenho certeza que a sociedade conquistense não deixará isso acontecer.

    Beto Magno, Cineasta e jornalista

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

ANSELMO VASCONCELLOS


 Anselmo Vasconcellos justificando  para o publico o motivo da sua ausência na inauguração da VM FILMES em Vitória da Conquista - BA. Novembro de 2017 na Fazenda Vidigal.