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domingo, 1 de janeiro de 2017

ARMÁRIOS ABERTOS, ROUPAS NO CHÃO.

Por Miguel Silveira
“O mundo muda e homens e mulheres assumem inéditas representações diante de demandas que se renovam a todo instante.”
Os ventos que sopram sobre a sociedade arrebatam ideias, comportamentos e movimentam culturas e hábitos. Os conceitos e as práticas acerca da moral são substituídas por novos comportamentos e novas diretrizes do que é certo e do que é errado. O mundo muda e homens e mulheres assumem inéditas representações diante de demandas que se renovam a todo instante.
Esse turbilhão transformador faz com que todos os segmentos reflitam sobre seus papéis e lugares que ocupam. Pessoas, organizações, coletivos sociais, instituições religiosas e a política estão diante da maior e mais expressiva mudança de todos os tempos. O que era novidade hoje pode estar obsoleto e não fazer o menor sentido. O que não fazia sentido pode ser o caminho. O que não tinha relevância pode ser a diferença; o que era amoral pode caracterizar um jeito de ser, uma bandeira social.
Meios, manias, costumes e formas são circunstanciais e escorrem entre os dedos. Por algum momento, poderíamos pensar que estávamos vivendo em uma torre de Babel. Os desencontros de ideias e pensamentos povoaram os meios de comunicação e ninguém sabia onde estava a verdade. Um caos que, Oxalá queira, nos levará sabe Deus para onde. Bananas não são maçãs e os abacaxis não são morangos.
Mas, no fundo, podemos sorver de uma boa salada frutas.
Os armários estão sendo abertos e as roupas sendo expostas. Esses contextos nos levam a perguntar: Quem fala o quê e para quem? A comunicação não responde. Ouve e pergunta. Comunicar é fazer diálogos, é perceber o que está “entre” emissores e receptores. Uma habilidade que exige percepção, sensibilidade e entendimento dos contextos, ambientes e a coragem para rever velhos paradigmas.
Faz-se necessário colocar as roupas para fora do armário e repensar tudo.