domingo, 6 de junho de 2021

VITÓRIA DA CONQUISTA E A GERAÇÃO QUE VIVEU TUDO...

 
Uita Mamola - Caricatura de Kleber Trajano

Wilton Amorim ( Uita Mamola ) nasceu no dia 28 de fevereiro de 1950, no município de Vitória da Conquista, na Bahia. Filho de Helvécio Amorim e Eponina Santos de Amorim  e neto de José Manoel de Souza e  Benvinda Amorim de Souza (  avós paternos  )   e de  Manoel Alves dos Santos  e Eufrozina Amorim dos Santos ( avos maternos ).  Foi criado com os pais e com o irmão, Ubiratan Amorim, aqui em Vitória da Conquista, onde fizeram o curso primário.  Logo depois, os irmãos  foram transferidos para Salvador onde cursaram até o ginásio e  depois, retornaram a Vitória da Conquista,  após o falecimento do pai.  Já adultos continuaram os estudos e assumiram a administração das fazendas da família, focando nas atividades agropecuárias. Os dois irmãos,  Ubiratan Amorim, conhecido como “Bira bigode” e Wilton Amorim, mais conhecido como “ Uita Mamola”,   criaram gado e cavalos, chegando a criar uma raça de cavalo PO chamado “birawita” e assim, começando a participar de grandes exposições agropecuárias, inclusive no Texas nos EUA. Posteriormente mudaram da pecuária para agricultura na qual foram grandes cultivadores de café.  Wilton Amorim, que tinha 3 filhos um homem e duas mulheres, após sua separação, foi morar em Porto Seguro / BA.

De volta a Vitória da Conquista, sua terra natal, mergulhou nos estudos. Em seu escritório - home office - fez grandes descobertas e reflexões: ouvia músicas de excelente qualidade (amava  as rádios russas e americanas), fazia cursos por correspondência, escrevia crônicas e artigos para jornais, etc. Cinéfilo pesquisador e filósofo, Mamola contribuiu  imensamente para cultura  de Vitória da Conquista.  Foi membro  junto com seu irmão, do "Magnatas" um time de futebol e um grupo onde reuniam inúmeros amigos que alegravam e davam vida  a cidade. Um figura folclórica desta terra! 

Wilton era um homem que, na juventude, viajou muito pelo Brasil e pelo mundo. Teve a vida desregrada com seus horários, sim! Mas, a partir de uma certa idade começou a ser disciplinado e religioso,  ficou mais  recluso, resumindo a sua vida social à pouquíssimos amigos e frequentando apenas poucos  estabelecimentos, como a  Chame Chame, mercearia Gloria e o bar do Paulinho - onde ia com mais frequência. Mas, como era uma figura notívaga, atendia os amigos nas madrugadas e cotidianamente conversava com professores universitários, médicos, jornalistas, boêmios, filósofos, filólogos e qualquer um que o procurasse em sua casa. Tínhamos  longos papos ao telefone durante toda a madrugada, como era proveitoso!

Além de inúmeros fatos e episódios inusitados e engraçados, eu mesmo pude presenciar inúmeras facetas deste grande representante da cultura, da sociedade e da produtividade cultural conquistense, chamado Wilton Amorim, o nosso Uita “Mamola”.  

 Eu cheguei a homenageá-lo em 2002 fazendo um singelo filme curta metragem para ele o “MEMÓRIAS DE UM PERDULÁRIO ”.  Uita era uma pessoa extraordinária e única sob todos os aspectos. Vai ser impossível encontrar outro “Mamola”, até no nome ele foi diferente...Uita Mamola...muito mais do que Wilton Amorim... quem é Wilton Amorim perto de “Uita Mamola”?  Ele foi dois e para sempre será. Sabe-se lá onde estão agora.         

 Beto Magno. 

 VM FILMES.