sábado, 6 de fevereiro de 2021

CASANOVA DE FELLINI

Casanova de Fellini: um artista sem limites
Por Fabio Belik


     Quando assisti a Casanova de Fellini, compreendi que o cinema não é um jovem de pouco mais de 120 anos. É um senhor experiente, que bebeu na fonte do teatro, da ópera, do circo... Jamais esqueci deste mar revolto criado em estúdio. Fellini realizou esse filme em 1976, partindo da autobiografia de Giacomo Casanova, mas carregou nas tintas.

            Para contar as aventuras sexuais do escritor italiano que construiu a reputação do amante latino, o diretor chamou um... anglo-saxão! Donald Sutherland está irreconhecível nesse filme. O ator foi guiado com mãos de ferro por Fellini, que preferiu caracterizá-lo não como um grande amante, mas como um personagem com viés cômico, entristecido porque vaga à mercê do destino e dos seus instintos sexuais.
            Confinado nos estúdios da Cinecittá, Casasona de Fellini tem uma configuração teatral, mas é cinema em estado puro. Inovador, ousado, autoral... Uma obra de referência para quem quer entender os caminhos da sétima arte. Ah, e uma curiosidade: o filme esteve presente no Óscar de 1977. Apareceu entre os indicados, concorrendo como melhor roteiro adaptado e ainda ganhou a estatueta de melhor figurino. Quem se saiu melhor naquele ano foi Rocky, o Lutador, dirigido por John G. Avildsen, levou as estatuetas de melhor filme e melhor diretor.

Filme: Casanova de Fellini


Ano de produção: 1976
Direção: Federico Fellini
Roteiro: Federico Fellini e Bernardino Zapponi
Elenco: Donald Sutherland, Tina Aumont e Cicely Browne


*Fabio Belik é autor do livro VENTANIA

Um romance com sotaque de cinema. Em 278 páginas narra a história de Daniel, um garoto de 9 anos que em 1969 se vê às voltas com o abandono, vivendo momentos de amadurecimento e superação. À venda no Clube de Autores.

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