quarta-feira, 11 de junho de 2025

" O ECO DAS GAIOLAS "

 

Crônica "O Eco das Gaiolas": Um Brado por Amor e Paz


Por Joaquim Jasp!


Caminhamos por dias, por anos a fio, em uma espécie de apartheid existencial. Cada um de nós, uma alma enclausurada, enjaulada em sua própria versão de si. Desmembrados, divididos por um mundo que insiste em nos rotular, a vida se desenrola em uma urgência angustiante. Nossa única, e muitas vezes exaustiva, missão: sobreviver. Sobreviver a uma realidade que se apresenta hostil, ingrata e, tantas vezes, imoral. Viver em harmonia, em verdadeira igualdade, parece um sonho distante, quase impossível de alcançar.


Perambulamos em lotes separados, marcados pela cor da pele, pela crença que abraçamos. Somos produtos em liquidação, com preços etiquetados em uma gôndola de um hipermercado imaginário. Envoltos em embalagens transparentes, expostos e ávidos por sermos consumidos antes que nossa validade expire. É nesse cenário, frio e impessoal, que a gaiola se personifica. E o clamor, tão triste quanto contraditório, ressoa: qual o caminho a seguir em busca da paz?


Olhamos para o lado e observamos a gaiola do vizinho, talvez invejada por seu conforto reluzente ou sua exibição cintilante. Mas, ao fim e ao cabo, todas elas — a dele, a sua, a minha — não passam de gaiolas. Um cenário repetitivo, tedioso, por vezes vão. E a pergunta que nos assola é cruel: será que nada mais pode nos libertar senão o AMOR em sua grandiosa bondade? Mas estamos realmente dispostos a ceder? A abrir mão do orgulho que nos cega, da vaidade que nos aprisiona? Estamos prontos para que as trancas de nossas gaiolas, enfim, se arrebentem?


Ah, mas quando a paz brota, quando ela desabrocha no mais íntimo de nosso ser, a vida se revela sob uma nova luz. É um estado único, onde a compreensão se faz presente e a conexão com o Amor, essa força vital, é restabelecida. Uma nova condição se revela, e nossos dons mais benignos, antes adormecidos, são convidados à prática. Nossas percepções equivocadas, antes turvas e distorcidas, são banhadas pela mais resplandecente luz. É nesse instante que tudo se transforma. Tornamo-nos dignos aos olhos do Criador, pois Ele é a própria personificação do Amor. E para percebê-lo, para sentí-lo em sua plenitude, é necessário que vejamos o mundo, as pessoas e a nós mesmos através das lentes desse Amor — a única chave libertadora capaz de nos livrar das gaiolas que nós mesmos construímos e trancamos.


Que acreditemos sempre no AMOR, e que a PAZ resida, eterna e plena, em nossos corações.


* Joaquim Jasp  é Publicitário 

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