segunda-feira, 11 de julho de 2022

ATUALIZANDO GLAUBER ROCHA


 

Glauber Rocha foi um cineasta brasileiro considerado um dos nomes mais importantes do Cinema Novo. Ele nasceu em 1939 na Bahia, Vitória da Conquista. Abandonou o curso de Direito, em Salvador, para trabalhar como crítico de cinema e documentarista.

Glauber dirigiu seu primeiro curta-metragem, O Pátio, em 1959. Em Barravento (1962), lançou seu primeiro longa-metragem protagonizado pelos atores Antonio Pitanga e Aldo Teixeira. Tornou-se o líder de um movimento que almejava produzir um cinema autenticamente nacional, de autor, voltado para a temática social e cuidado com a linguagem.

Glauber Rocha.

Estética da fome

Seus filmes não tiveram êxito comercial. Glauber Rocha nunca foi popular, mesmo tendo feito um cinema que representava o povo. Suas obras mostravam a fome da população, a opressão, a exploração econômica e a alienação tomada pelo misticismo religioso. Outra característica marcante em seus filmes é a busca constante por um Messias salvador. No cinema de Glauber Rocha, religião e política institucional andam de mãos dadas em um populismo desenfreado. Uma de suas frases mais célebres é: “nossa maior miséria é que esta fome, sendo sentida, não é compreendida”.

Reconhecimento Internacional

Foi premiado no Festival de Cinema Livre de Porreta, na Itália por seu filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964). Na França, ele recebeu o prêmio Luís Buñuel, no Festival de Cannes, por “Terra em Transe”, de 67. Na década de 70, Glauber filmou no Quênia, África, ‘’O Leão de Sete Cabeças’’, e na Espanha, ‘’Câncer’’ e ‘’Cabeças Cortadas’’, que teve sua exibição censurada no Brasil até 1979.

Outras obras

Ainda produziu o documentário, “As Armas e o Povo”, sobre a revolução de 25 de abril de 1974 na Portugal dominada pelo fascismo de Salazar. Publicou o romance “Riverão Sussuarana” em 1977. Documentou Di Cavalcanti e Jorge Amado (1976) e “A Idade da Terra”, de 1980, seu último filme.

O Cinema Novo

Em meio a uma cultura dominada por superproduções hollywoodianas, surge nos anos 60 o Cinema Novo (1960-1972). Era um movimento cinematográfico brasileiro com influência do neorrealismo italiano, da nouvelle vague francesa e também do cinema soviético, de Eisenstein. Com produções de poucos recursos, o Cinema Novo era feito como uma força de resistência, “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” era seu lema. Durante o período, a produção dos países de Terceiro Mundo tinha a mesma tônica.

No Brasil, os cineastas do Cinema Novo faziam parte do Centro Popular de Cultura (CPC), entidade ligada a UNE (União Nacional de Estudantes), tendo Glauber Rocha como um dos fundadores.

A partir de 1964, em uma tentativa de aproximação ao público, foi lançado “Garota de Ipanema” de Leon Hirszman (1968), dialogando diretamente com a classe média. Em sua última fase, o Cinema Novo foi descrito como canibal-tropicalista, vide os filmes: “Como Era Gostoso o Meu Francês” (1971), de Nelson Pereira dos Santos, “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, entre outros.

Durante este período, Glauber Rocha exilou-se em 1971, devido o acirramento da perseguição do regime militar brasileiro, realizando diversos filmes e documentários fora do país.

 

Fontes:

SILVA NETO, Antônio Leão da. Dicionário de filmes brasileiros: Longa-metragem. São Paulo: Ed. do Autor, 2002.

(CPDOC – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil) www.cpdoc.fgv.br/producao/

http://revistadecinema.com.br/2016/11/glauber-e-o-cinema-novo/

https://www.rosebud.club/post/15052020

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