Entrevista á Assessoria de Imprensa da mostra de cinema
Esmom Primo é idealizador e coordenador geral da Mostra Cinema Conquista. Há mais de 20 anos desenvolve trabalhos culturais em Vitória da Conquista, sobretudo na área do audiovisual. Confira a entrevista, onde ele fala das novidades e expectativas para o evento deste ano.
ASSESSORIA DE IMPRENSA: A Mostra Cinema Conquista chega a sua sexta edição já consolidada no calendário do audiovisual brasileiro. Como surgiu a ideia do evento?
ESMOM PRIMO: A vontade de realizar um evento como a Mostra surgiu por volta de 1995. Nessa época, eu e Jorge Luiz Melquisedeque tivemos a ideia de fazer um festival chamado “Cinema Conquista Glauber Festival”, já que estávamos começando a recuperar a imagem de Glauber Rocha na cidade. Com as visitas contínuas de Walter Salles à Vitória da Conquista, de 1997 a 2000, ele nos deu alguns toques informando que um festival demoraria muito e que poderíamos iniciar com uma mostra. No final de 2003, quando participei em Salvador de um Panorama de Cinema feito pelo cineasta Cláudio Marques, tive uma força importante dele, que ajudou na formatação da Mostra Cinema Conquista. Com isso, no início de 2004, apresentamos a ideia para a Prefeitura de Conquista, que foi aprovada, e nesse mesmo ano realizamos a primeira edição.
A.I.: Qual a importância de um evento como a Mostra para uma cidade do interior baiano?
E.P.: Acho importante uma mostra de cinema em qualquer lugar do mundo, melhor ainda quando se exibe a produção do próprio país. Uma mostra tem a capacidade de ampliar a visibilidade do que se produz em audiovisual e, além disso, através do cinema é possível mostrar a cultura, os comportamentos, os problemas ambientais, geográficos e históricos de um determinado local, ou seja, é uma série de informações. Hoje existem no Brasil cerca de 160 mostras de cinema. Na Bahia são cerca de cinco mostras realizadas em Salvador e no interior do estado em torno de quatro a cinco.
A.I.: Quais as novidades desta edição? Como foi feita a seleção dos filmes que serão exibidos?
E.P.: Uma mostra de cinema tem várias vertentes, a nossa, o próprio slogan já diz: “um olhar para o novo cinema”. Vamos exibir longas-metragens da produção nacional que foram lançados recentemente, de 2009 para 2010, que passaram em festivais do mundo inteiro e foram premiados. Entre os filmes que serão exibidos este ano, destacamos “Uma Noite em 67”, “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, “Corumbiara”, “Filhos de João”, “Admirável Mundo Novo Baiano” e o documentário “Utopia e Barbárie”. São filmes nacionais que não estão em todas as salas de cinema, principalmente os do gênero documentário – que tem sido produzido em grande escala no Brasil – e nem chegam à televisão. A TV poderia ser uma parceira incrível do cinema brasileiro, mas infelizmente, fala uma língua muito capitalista e ainda não percebeu a janela importante de parcerias que seriam possíveis Os curtas selecionados também receberam prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais. É nas mostras e festivais de cinema que as pessoas têm a possibilidade de ver esses curtas-metragens da produção nacional. Temos uma produção imensa, são aproximadamente mais de 200 curtas produzidos ao ano, um material de alta qualidade. Os vídeos escolhidos são da produção mais universitária e independente.
A.I.: Com relação ao público, qual a expectativa para este ano?
E.P.: Um evento de cinema que trabalha com vídeos independentes, curtas-metragens e longas que não aparecem em muitos lugares precisa de uma divulgação extensa. A produção começa quatro meses antes do início do evento. São cerca de 40 pessoas envolvidas diretamente, além de 15 monitores que sempre contribuem muito durante a Mostra. É importante destacar ainda que o evento também conta com apoiadores e realizadores importantes. É através do trabalho desta equipe que buscamos intensificar a divulgação para que a Mostra alcance um número de público cada vez maior. Nas edições anteriores por exemplo, tivemos um público de cerca de 300 pessoas em cada um das sessões no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, o que é uma vitória. Nas sessões nos bairros também temos um retorno muito bom, com uma média de 200 pessoas. Nas sessões itinerantes, por serem menores, temos aproximadamente 100 pessoas. Acreditamos que cerca de quatro mil pessoas participem da Mostra Cinema Conquista durante os cinco dias.