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terça-feira, 19 de outubro de 2010

MORRE VIVALDO DA COSTA LIMA

por Beto Magno

Morre o antropólogo baiano Vivaldo da Costa Lima
Na manhã de quarta-feira (22/9), morreu o antropólogo baiano Vivaldo da Costa Lima, vítima de insuficiência cardiorrespiratória e renal. Professor emérito da Universidade Federal da Bahia, o dentista por formação tornou-se referência no estudo da cultura afro-brasileira, autor de obras clássicas sobre o candomblé, a exemplo de O Conceito de Nação nos Candomblés e A Família de Santo nos Candomblés Jejes-Nagô da Bahia. Vivaldo era irmão do saudoso Dr. Altamirando da Costa Lima, médico conceituado em Vitória da Conqista - Ba. Pai dos meus amigos: Francisco Gabriel Mendonça Costa Lima (XICO) e Altamirando da Costa Lima Filho (NANDÃO). todos intelectuais, escritores e Artistas Plásticos de renome no Brasil e Filho do Criador do Vinho Composto da Jurubeba e posteriormente da fabrica de bebidas JURUBEBA LEÃO DO NORTE: Paulo da Costa Lima

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV E CINEMA, TELEJORNALISMO, LOCUÇÃO, CINEGRAFISTA, ROTEIRO em Salvador

Cap Escola de Tv em Salvador

* CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO

(atores, jornalistas, comunicadores em geral) Com Rada Rezedá

Conteudo: Dicção (respiração/voz/fala); Expressão corporal; Memorização e interpretação de textos; Gravação; Noções sobre set de filmagem, direção de fotografia e mercado de trabalho. No 5º mês de curso é gravado um vídeo com a turma que fará parte do projeto "Baianos que Brilham".

INICIO: OUTUBRO – toda quarta-feira das 19 as 22h LIGUE:(71) 9167.8274


**CURSO DE ROTEIRO PARA TV (turma para iniciantes) com Marlu Chaves Conteudo: construção de narrativas ficcionais,construção de personagens,televisão e sua estética,a criança contemporânea e os elemntos narrativos que não podem faltar numa história,técnicas de roteiro com ênfase em teledramaturgia infantil.

OUTUBRO Valor: R$ 250,00 ( a vista 20% desconto ou 2x de R$ 125,00)

LIGUE: (71) 9167.8274


***CURSO DE LOCUÇÃO (turma para iniciantes) OUTUBRO PROFESSORES: Rada Rezedá e Jai luna VALOR: R$ 290,00 (a vista 15% desconto) LIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO DE PRODUÇÃO E DIREÇÃO PARA TV (turma para iniciantes) DIAS: 24,26 e 25 de outubro HORÁRIO: Sab das 14 as 18hDom das 9 as 13h e das 14 as 18 hSeg das 19 as 22 hVALOR: R$ 300,00 (a vista R$ 260,00) PROFESSOR: Rada Rezedá e professor convidado da área

LIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO PARA CINEGRAFISTA (turma para iniciantes)DIAS: 19, 20 e 21 de outubro VALOR: R$ 250,00 a vista ou 2x R$ 150,00

SET DE GRAVAÇÃO DO CURTA "PELO CONTRÁRIO"

Gravando!! Cap Escola de tv em Salvador
Vitória Magno e Tábita Chananda (alunas da Cap Escola de Tv em Salvador)

GRAVAÇÃO DO CURTA "PELO CRONTÁRIO"

Vitória Magno na CAP Escola de Tv em Salvador
Vitória Magno

Cap Escola de tv em Salvador
Set de gravação no Parque da Cidade Salvador-BA

Alunas da Cap Escola de Tv em Salvador

Cena do filme "Pelo Contrário" Parque da Cidade




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

Cap Escola de Tv em Salvador
* CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO (atores, jornalistas, comunicadores em geral) Com Rada Rezedá

Conteudo: Dicção (respiração/voz/fala); Expressão corporal; Memorização e interpretação de textos; Gravação; Noções sobre set de filmagem, direção de fotografia e mercado de trabalho.No 5º mês de curso é gravado um vídeo com a turma que fará parte do projeto "Baianos que Brilham".

INICIO: OUTUBRO – toda quarta-feira das 19 as 22hLIGUE:(71) 9167.8274


** CURSO DE ROTEIRO PARA TV (turma para iniciantes) com Marlú Chaves

Conteudo: construção de narrativas ficcionais, construção d epersonagens, televisão e sua estética,a criança contemporânea e os elemntos narrativos que não podem faltar numa história, técnicas de roteiro com ênfase em teledramaturgia infantil.

INICIO: OUTUBRO

Valor: R$ 250,00 ( a vista 20% desconto ou 2x de R$ 125,00)

LIGUE: (71) 9167.8274


***CURSO DE LOCUÇÃO (turma para iniciantes) OUTUBRO PROFESSORES:

Rada Rezedá e Jai luna

VALOR: R$ 290,00 (a vista 15% desconto)LIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO DE PRODUÇÃO E DIREÇÃO PARA TV (turma para iniciantes)

DIAS: 24,26 e 25 de outubro HORÁRIO:

Sab das 14 as 18h Dom das 9 as 13h e das 14 as 18 hSeg das 19 as 22 h

VALOR: R$ 300,00 (a vista R$ 260,00)

PROFESSOR: Rada Rezedá e professor convidado da áreaLIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO PARA CINEGRAFISTA (turma para iniciantes)

DIAS: 19, 20 e 21 de outubroVALOR: R$ 250,00 a vista ou 2x R$ 150,00

sábado, 3 de outubro de 2009

CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV, E VIDEO

Por Beto Magno

Acredite em você! Estão abertas as inscrições para os cursos de interpretação para TV na CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR com a professora, atriz e diretora Rada Rezedá em Salvador. Têm cursos voltados à atores iniciantes, reciclagem de profissionais, jornalistas, oradores e diretores de cenas. No programa aulas de interpretação de texto, gravação, dicção, memorização e improvisos teatrais.

Outros cursos estão sendo oferecidos neste segundo semestre: roteiro, produção, teatro e canto. Turmas para crianças, adolescentes e adultos. Mais informações pelo telefone 71 8774-8870. Clicando no banner ao lado você entra no blog da Cap Escola de TV. Se você quer uma oportunidade para entender a linguagem da TV e garantir um extra no mercado televisivo e publicitário a hora é agora, não deixe de fazer esse curso. A Cap Escola de TV esta fazendo elenco de várias produções para publicidade, TV e cinema.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Filme sobre capoeirista baiano Besouro Mangangá é superprodução



Ivan Dias Marques Redação CORREIO

Berimbau... Cânticos... Palmas... Roda... Jogo... Saltos... Câmera... Ação! A capoeira saiu das senzalas e ganhou a liberdade com muita luta e gana. Exportou-se. Agora, a arte vai ganhar as telonas. E não haveria lugar melhor do que a Bahia para servir de inspiração para Besouro, longa-metragem que conta a história do mais mítico dos capoeiristas da história e que estreia nos cinemas em 30 de outubro.

Nascido em Santo Amaro da Purificação, Manoel Henrique Pereira (1897-1924), o Besouro Mangangá, pode ser novidade para muitos leitores e futuros espectadores, mas é velho conhecido das rodas de capoeira em cânticos, onde é tão relembrado quanto os mestres Pastinha e Bimba. Descrito como valente e mulherengo, ele tinha o ‘corpo fechado’ pelos orixás, o que era explicação para fugas mirabolantes. Batia em policiais e morreu, segundo as histórias, vítima de ‘trairagem’.

Mito
No livro Mar morto (1936), Jorge Amado (1912-2001) dedica um capítulo a Besouro. O escritor afirma que o mito é mais importante do que os senhores e os nobres de Santo Amaro: “A estrela de Besouro pisca no céu. É clara e grande.Um dia voltará para se vingar. Voltará outro, ninguém saberá que é Besouro. A sua estrela desaparecerá do céu, ele brilhará na Terra”.

Coube a um capoeirista, natural de Lençóis, trazer Besouro de volta em forma de interpretação. Aílton Carmo, 22, estava na Bélgica, chegou no segundo teste de elenco do filme, foi “tesourado” pelos concorrentes (gíria que significa ser boicotado no jogo), mas acabou ganhando o papel de protagonista. “É muito importante para mim representar o Besouro. Por ser negro, capoeirista. Sei quem era ele”, afirma o artista, que enfatiza a importância para a cultura capoeirista que não fosse qualquer um que interpretasse a lenda.

O ator faz questão de dar crédito à preparadora de elenco Fátima Toledo (Cidade de Deus), 55, conhecida pelos métodos “diferentes” (e eficazes) de afinar os atores para atuar. De acordo com Aílton, a alagoana sugou a alma dele num trabalho considerado por Aílton muito duro: “Ela conseguiu fazer de mim o Besouro guerreiro”, conta.

O longa é baseado no livro Feijoada no paraíso, do escritor carioca Marco Carvalho. O estreante diretor João Daniel Tikhomiroff, 59, construiu uma trama que envolve o mito em ação, romance, religião e história. “O filme baseia-se no livro, mas não se prende a ele nem aos personagens reais que fizeram parte da vida de Besouro. Não se trata de um filme biográfico, nem histórico. É ficção, uma verdadeira fantasia, baseada nas lendas sobre um homem extraordinário”, explica o cineasta carioca.

Para Aílton, que pretende seguir a carreira de ator (mas sem esquecer a capoeira), o filme serve também para a preservação da cultura brasileira e baiana: “Acho um resgate da figura de Besouro, que estava sumido.”

Superprodução
O Besouro não é um filme qualquer mesmo. Além de trazer a história de um mito nacional para o grande público, o longa-metragem, orçado em R$ 10 milhões, teve uma produção poucas vezes vista no cinema brasileiro. Apesar de ser a sua estreia na telona, João Daniel Tikhomiroff tem um currículo respeitável como publicitário: ele ganhou 41 Leões no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, sendo um dos brasileiros mais premiados no evento.

Os efeitos especiais nas lutas foram comandados pelo chinês Huen Chiu Ku, que trabalhou nas coreografias de Matrix (1999), O tigre e o dragão (2000) e Kill Bill (2003/2004). Com ele, os saltos que Besouro dava ganharam tamanho proporcional às lendas. Uma delas conta que ele, após ser alvejado diversas vezes, levantou-se e pulou de uma ponte, só aterrissando do outro lado, para espanto de todos. “Foi meio estranho fazer, amarrado com cabos, alguns movimentos da capoeira a que eu estava acostumado”, lembra Aílton Carmo, que gostou do resultado final no filme, apesar de só ter visto parte dele ainda.

A fotografia de Besouro é do equatoriano Enrique Chediak, vencedor de um Sundance por Hurricane (1997). O filme ainda tem produção associada de Daniel Filho, distribuição da Buena Vista International, documentário e making of realizados por Kátia Lund (co-diretora de Cidade de Deus) e fotos de Christian Cravo. A qualidade final fez com que o filme, mesmo antes de chegar às salas, fosse um dos pretendentes à indicação brasileira ao Oscar 2010.

Trilha
A música de Besouro é um caso à parte. A direção é de Rica Amabis, de projetos como o 3 na Massa e Instituto: ele convidou o mestre Gilberto Gil para a fazer o tema, arranjado pela Nação Zumbi e com participação do percussionista Naná Vasconcelos. “Trata-se de falar de um herói brasileiro, negro, ligado à capoeira e ao candomblé, que são aspectos da nossa cultura só recentemente legitimados na sociedade brasileira. Por isso, tive muito cuidado pra fazer a música”, declarou Gil.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O HOMEM QUE NÃO DORMIA


Do diretor Edgard Navarro

SINOPSE

Numa mesma noite, cinco pessoas de uma cidadezinha do interior são acometidas por um mesmo pesadelo envolvendo um homem sinistro e um tesouro enterrado. Com a chegada de um misterioso peregrino, o vilarejo é arrebatado da rotina medíocre e os personagens são lançados num vórtice de acontecimentos insólitos. Será assim que cada um terá sua verdade trazida à luz e se libertará do jugo perverso das hipocrisias, medos e doenças, assumindo as rédeas de seus destinos e reescrevendo suas vidas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MANUAL DESCOMPLICADO DE ROTEIRO



Por André setaro


Roberto Lyrio Duarte Guimarães ou, como é mais conhecido, Roberto Duarte, lança, amanhã, dia 25 de agosto, a partir das 18 horas, no Instituto Goethe (Icba), que se localiza no Corredor da Vitória, o livro Primeiro Traço - Manual descomplicado de roteiro, um tratado sobre o roteiro cinematográfico ou, segundo as palavras do autor, "o meu pequeno manual". Na verdade, Roberto Duarte é um pesquisador que está sempre a refletir sobre a construção do roteiro e pode ser considerado um dos poucos especialistas no assunto. Há mais de uma década realiza oficinas quase permanentes abertas ao público que se destinam a ensinar, discutir, analisar, e pensar sobre a elaboração do roteiro, que é a pré-visualização de um filme. Excetuando-se os casos particulares, aqueles de cineastas que dispensam o roteiro, o fato é que este é imprescindível para um filme que se queira consistente e bem alinhavado. Duarte sabe caminhar pelos labirintos de sua construção.

A recomendação aqui é feita sem nenhuma hesitação. Leiam e comprem Primeiro Traço - Manual descomplicado de roteiro. E clique na imagem para ver a capa em tamanho maior. O livro é editado pela Edufba e contou com o apoio da Fapesb.

domingo, 16 de agosto de 2009

EU ME LEMBRO, DE EDGARD NAVARRO



Beto Magno

Eu Me Lembro é um filme que desperta no espectador um gostar carinhoso. Incursão nas memórias de Edgard Navarro e na história do país, o filme é costurado por uma trilha sonora muito bem selecionada (com direito a canção original de Caetano Veloso), e conta a história de Guiga, da sua infância na ainda provinciana Salvador, passando pela descoberta do sexo na adolescência até a rebeldia da juventude – entre os anos 50 e 70. Assisti-lo é o tipo de experiência que nos coloca dentro do furacão, desperta tantas questões que o filme quase parece ficar perdido no meio de tanta coisa

A primeira delas, claro, é o fato de que Edgard Navarro demorou tantos anos para fazer seu primeiro longa-metragem. paralelamente, a revista Cine Imperfeito lançava uma edição sobre cineastas desaparecidos, incluindo o Edgard Navarro, na mesma época que o diretor ganhava diversos prêmios no Festival de Brasília. Se é claro que não se pode gostar de um filme só porque ele teve um processo demorado e sofrido de realização, isso vem à mente de forma inevitável quando estamos assistindo ao filme e pensamos em Superoutro, experiência radical dirigida por Navarro no fim dos anos 80 – filme que dá vontade de fazer cinema, escatológico e engraçado, certamente inspirador. Por que tanto tempo entre aquele e este filme? Em relação ao radicalismo de Superoutro, Eu Me Lembro trabalha em chave muito distinta. Está ali o roteiro bem concatenado, os lampejos de loucura que não extrapolam limites, explicações sobre a matriz psicanalítica do filme a disposição no site do filme. Seria ridículo exigir que um cineasta atendesse às nossas expectativas, mas não deixa de ser triste perceber como a estética agressiva e radical de alguns cineastas se apaziguou: sinal dos tempos, ou de que um filme é sempre muito mais do que um filme.
Neste sentido, Eu Me Lembro é bem simples mesmo. Evoca claramente uma matriz felliniana na sua incursão ao passado, mas não chega a existir ali nada da indistinção surrealista entre fantasia e realidade, a força e beleza dos momentos de magia. O filme tem grandes momentos, é verdade: os atores estão especialmente bem e muitas situações são inspiradas. Apesar do período da infância ser extenso demais, o retrato da família é bonito, cada um seguindo o seu caminho e a criança observando e absorvendo tudo aquilo. É a matriz do que virá a seguir na vida de Guiga e não é a toa que o filme termina com um devaneio seu, louco de cogumelo, onde surgem todos os personagens de sua infância.

Mas, tem grua, muita grua e a presença ostensiva do equipamento faz pensar que existe muita intenção para pouco cinema, ou que definitivamente falta ao filme uma linguagem que dê conta de tanta intenção. O que não tira a força da experiência que é ver o filme, mas certamente deixa uma saudade, uma espécie de um lirico regresso a nossa própria infância e adolecência.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

BETO MAGNO E VITÓRIA MAGNO

Da câmara fixa, parada, dos tempos dos Irmãos Lumiére e de George Méliés, passando pela sistematização da linguagem cinematográfica com David Wark Griffith (O nascimento de uma nação, 1914, Intolerância, 1916), o cinema, que completou o seu centenário em 1995, sofreu, na sua trajetória, várias transformações em seu estatuto da narração. Do reinado da arte muda, quando se pensou o cinema ter alcançado a sua essência como linguagem, passando pela introdução do som - que, inegavelmente, modificou a arte do filme, a linguagem cinematográfica recebeu, na sua trajetória, influências da tecnologia, incorporando seus avanços. As inovações tecnológicas favoreceram a ruptura dos esquemas tradicionais (produtivos e expressivos) e a difusão de usos do cinema que, anteriormente, tinham sidos feitos só em caráter excepcional (as vanguardas históricas e certos momentos heróicos do neorrealismo).Incorporando os avanços tecnológicos, o cinema conseguiu sair da supremacia da montagem para a profundidade de campo - a invenção das objetivas com foco curto permitiram a um Welles a ousadia de uma renovação estética em Cidadão Kane, ponto de partida da linguagem do cinema moderno. A profundidade de campo permitiu a utilização de filmagens contínuas sem a excessiva fragmentação da montagem anterior. Com a profundidade de campo,anuncia-se, uma década depois, a eclosão do modelo de Michelangelo Antonioni que, com sua trilogia A aventura - A noite - O eclipse deu ao cinema uma nova maneira de pensar e um estilo de representar.

O fracionamento deu lugar a demoradas incursões da câmera dentro da tomada, permitindo, com isso, maior poder de captar a alma humana nos seus devaneios e nas suas angústias como, também, com Roberto Rossellini, assaltar com a câmera o momento histórico, o instante real. A instalação da película pancromática (aquela dotada de maior sensibilidade) e a difusão de câmeras mais fáceis de manobrar mudaram a face do cinema e foram fatores que contribuíram para o advento do chamado cinema moderno. A câmera na mão, que veio a facilitar a apreensão da realidade, surgindo o cinema-verité, é uma conseqüência da tecnologia. A película pancromática, por mais sensível, fez com que os realizadores saíssem dos estúdios fechados e se intrometessem, com suas câmeras, nos exteriores mais recônditos, descobrindo, com isso, um cinema mais verdadeiro porque menos artificial. A tecnologia determinou uma evolução da linguagem cinematográfica?
Evidentemente que a tecnologia determina uma transformação da linguagem cinematográfica, ainda que não venha a provocar a revolução estética que se verificou quando da passagem do cinema mudo para o sonoro. A tecnologia encontra-se , por exemplo, hoje, tão evoluida, que provoca no espectador uma impressão de realidade antes impossível de ser verificada (os dinossauros de verdade dos filmes de Spielberg: O parque dos dinossauros e O mundo perdido). Tem-se a estética cinematográfica quando a técnica se conjuga com a linguagem , instaurando-se, aí, o ato criador.

Se o cinema nasceu em 28 de dezembro de 1895, com a projeção pública do cinematógrafo efetuada pelos Irmãos Lumiére, a linguagem cinematográfica somente veio a se consolidar, no entanto, vinte anos depois, em 1914/15 com O Nascimento de uma nação (The birth of a nation), de David Wark Griffith. Entre o seu nascimento e a consolidação de sua linguagem, o cinema passou por uma série de de gradações evolutivas, com o descobrimento, aos poucos,dos elementos determinantes de sua especificidade como linguagem sem língua. Um cinegrafista de Lumiére, Promio, andando numa gôndola em Viena, e observando o casario, inventou o travelling. Griffith em alguns curtas da Biograph ofereceu a expressão definitiva ao close-up. Edwin S. Porter, com sua narrativa ainda balbuciante, tenta a montagem e o enquanto isso que viria a desencadear um elo importante para a construção da linguagem cinematográfica.

O fato é que a linguagem fílmica nasce a partir do momento em que se constatou que a câmera podia sair do lugar, que podia se movimentar, mover-se, dando origem, com isso, à mudança do ângulo visual. Outra conquista importante veio com a constatação pelos ingleses da escola de Brighton de que, para contar uma história, é preciso inserir um primeiro plano, um close-up, dentro de um plano geral, nascendo, com isso, a montagem. O grande sistematizador, porém, é David Wark Griffith, o pai da linguagem cinematográfica sem a qual, aliás, o cinema não existiria como é hoje praticado.

O próprio Serguei Eisenstein deve muito a Griffith. Este, no frigir dos ovos, é muito mais importante do que o soviético, pois o grande criador, o inventor genial, o sistematizador preciso. Esta descontinuidade real do cinema e que se transforma numa impressão de continuidade, de fluxo contínuo, é resultado de uma abstração inconsciente da linguagem cinematográfica pelo espectador. Este, acostumado aos filmes, absorve os seus truques de linguagem, contando que esta não fuja da padronização à qual está acostumado. O que significa dizer: se, antes, para fazer que o público compreendesse que um personagem estava se lembrando do passado era preciso a utilização de fumacinhas e de diversos artifícios - nunca o corte direto presente/passado como num flash-back moderno, o cinema da contemporaneidade abdica de qualquer artifício no sentido explicativo.

Os lances de memória que tornaram incompreensível O ano passado em Marienbad (1961), de Alain Resnais, hoje estão sendo utilizados na publicidade televisiva. O puzzle proposto por Welles em Cidadão Kane é perfeitamente identificável em fitas desta suposta pós-modernidade.
Conta-se, entretanto, o caso de uma moça da Sibéria que, em visita a Moscou, julgou horrível o primeiro filme (uma comédia) que tinha visto em sua vida, porque "seres humanos eram despedaçados, as cabeças jogadas para um lado, os corpos para outro". Equando Griffith mostrou os primeiros close-ups em um cinema, e uma imensa cabeça decapitada sorriu para o público, houve pânico na platéia. Aliás, quando da primeira projeção do cinematógrafo dos Lumiére, em 1895, um trem que se dirigia à câmera determinou que algumas pessoas, ainda que a pequenez da tela, o preto-e-branco nem tão real assim, se escondessem assustadíssimas, debaixo das cadeiras - com medo de o trem sair da tela e esmagá-las. Em dois filmes de 1948, Laurence Olivier (Hamlet) e Alfred Hitchcock (Festim diabólico/Rope) eliminam o corte, substituindo a descontinuidade das imagens por uma circulação incessante da câmera, que soluciona a velha contradição entre cinema e teatro. Em Crises d'alma(Cronaca de un amore), Michelangelo Antonioni também renova a estrutura fílmica pela valorização da construção formal pelo movimento no interior de longas sequências e não mais pelo movimento de plano a plano.

Glauber Rocha também valoriza a construção formal pelo movimento no interior de longas sequências, ainda que Terra em transe seja filme de montagem sincopada, de planos curtos, com influência clara do cinema investigativo de Welles. A maioria dos filmes de Glauber Rocha, no entanto, revela um predomínio do plano-sequência - ao invés de ser dividida em cenas e diversos planos é feita numa única tomada. Isso levou Marcel Martin, ensaísta francês, a pensar numa transformação do cinema contemporâneo, transformação que começou com a desdramatização praticada por Michelangelo Antonioni, nos anos 50, e o aparecimento da câmera móvel que possibilitou o cinema-verité.

Segundo o grande Marcel Martin em seu fundamental A linguagem cinematográfica (Brasiliense, 1990): "O cineasta tende cada vez menos a decupar seu filme demaneira a destacar uma série unilinear e inequívoca de acontecimentos; já não sublinha por meio de montagem ou de movimentos de câmera aquilo sobre o que ele deseja fixar a atenção do espectador; a câmera não desempenha mais o seu papel habitual de nos dar o ponto de vista de uma testemunha virtual e privilegiada sobre todos os acontecimentos, facilitando, assim, o trabalho perceptivo e estimulando a preguiça intelectual do espectador (...) O abandono da linguagem concebida como conjunto de procedimentos de escrita ligados à técnica, tal como era praticada por Eisenstein ou Welles, é, portanto, acompanhada de uma rejeição do espetáculo, noção ligada à da direção (...) Passamos a um outro plano: o cinema de roteiristas cede espaço ao cinema de cineastas. O cinema não mais consiste essencialmente em contar uma história por meio de imagens, como outros o fazem por meio de palavras ou notas musicais: consiste na necessidade insubstituível da imagem, na preponderância absoluta da especificidade visual do filme sobre seu caráter de veículo intelectual ou literário.

Nos filmes decididamente "modernos", o espectador não mais tem a impressão de estar assistindo a um espetáculo inteiramente preparado, mas de estar sendo acolhido na intimidade do cineasta, de estar participando com ele da criação: diante desses rostos quese oferecem, desses personagens disponíveis, desses acontecimentos em plena constituição, desses pontos de interrogação dramáticos, o espectador conhece a angústia criadora."

Tempo e diegese
O paradoxo do tempo, segundo a Filosofia, reside na existência de dois passados: o passado que desapareceu e o passado que permanece como parte integrante do presente, gravado na memória e essencialmente criador. O passado que se encontra em cada um - qual uma madeleine a esperar a busca do tempo perdido. Tal paradoxo ganhou, no cinema, aspectos mais radicais. Nele, a noção de tempo é extremamente ambígua, porque não existe um único tempo, mas vários tempos mantendo entre si relações estreitas, e que só podem ser separados por uma operação do espírito.Distinguem-se, no filme: o tempo real (ou o tempo físico: duração cronométrica da projeção); o tempo psicológico (duração subjetiva da fábula narrada: um dia, meses, anos); e o tempo dramático (ou narrativo: tempo verbal em que transcorre a história/fábula: presente, passado ou futuro).Objetivamente, a rigor, o filme é um tributário do passado, mas de um passado que se refaz cada vez que o filme é projetado na tela. Mesmo que sua ação decorra no presente só existiu, esta ação, de fato, durante a filmagem, daí a aparente falsidade do presente cinematográfico, um presente virtual que, na realidade, é um passado.

Em 2001, Uma odisséia no espaço (2001: A space odyssey, 1968), de Stanley Kubrick, há, por meio de um corte direto, a passagem de milhares de anos, quando um grande macaco, levantando-se, joga, com força, um enorme osso para o ar e este osso, no corte, transforma-se numa nave espacial. Se a projeção de A família (La famiglia, 1987), de Ettore Scola, dura pouco mais de 130 minutos, seu tempo real, físico, o seu tempo dramático, narrativo, no entanto, compreende mais de 80 anos na vidade um velho senhor que, na Itália, constituiu grande família.Para estudar melhor o assunto, a filmologia - nova ciência que estuda a influência do filme sobre o espectador e estabelece as bases psicológicas que o aproximam ou afastam da ação desenrolada na tela - criou o termo diegese. A diegese refere-se a tudo que pertence, no processo intelectivo, à história contada no filme, ao mundo fabulístico sugerido ou pretendido pela ficçãocinematográfica. A diegese, portanto, abarca o mundo ficcional apresentado pelo filme e tudo o que esse mundo implica, se fosse tomado como verdadeiro.

sábado, 18 de julho de 2009

BERBERT DE CASTRO UM GRANDE SAMURAI


Beto Magno

Foi lançado nessa quarta-feira dia 15/07/09 no bar e restaurante extudo no Rio Vermelho, o curta "Cine Maracangalha" e o documentário sobre o saudoso "samurai" de Maracangalha e jornalista José Augosto Berbert de Castro, com presença de intelectuais, artistas, empresários e famíliares do homenageado, a festa foi amplamente divulgada pela imprensa baiana.

O curta é uma adaptação de uma das cronicas do livro omonimo de Berbert que a diretora da CAP Escola de Tv, a atriz e apresentadora de tv Rada Rezedá fez e dirigio com a participação de atores da sua Escola de tv.
Já o documentário BERBERT DE CASTRO UM GRANDE SAMURAI tem como objetivo homenagear o grande cronista de cinema e jornalista que nos deixou em julho do ano passado já no final das gravações. Tem duração de 35 mim e leva a assinatura dos diretores: Beto Magno, Chico Argueiro e Rada Rezedá

sábado, 27 de junho de 2009

CARRINHO DE PAU (O FILME)


Direção Son Araujo



Carrinho de pau é uma história que mistura o surreal e a dura realidade de uma família que vivia no Oeste da Bahia. É através de uma narrativa lírica e envolvente, na qual ocorre a mistura da árdua realidade sertaneja com a espera fantástica, da luta das famílias que vivem da renda do campo. Uma história que nos revela a verdadeira seca existente no coração do campesino.

sábado, 24 de janeiro de 2009

NÃO FAÇAM ESTAS CARAS TÃO ROMANTICAS!

Beto Magno VM FILMES

Por Fabrício Apache

Se todos soubessem o quanto é difícil para o poeta escolher uma profissão. O gosto pelo saber causa uma profunda contradição entre o aprendiz e o mundo. Transformar força de trabalho em dinheiro ao invés de produzir alimentos?

O dinheiro não paga o marfim onde ostentamos os nossos luxos.
Mas a falta do dinheiro não sustenta os nossos ossos.

É uma pena que não se pague para evoluir o mundo o que se paga para a destruição, alienação e loucura...
A geração dos intelectuais drogados está colocando muito a perder o elixir do futuro que está contido nas grandes descobertas.

Parece que estamos anestesiados para combater a alienação porque não damos continuidade às pesquisas que os cientistas e filósofos iniciaram e por mais que sejamos cabeça-aberta, estamos deixando que a mesma religião que tanto renegamos, permeie o nosso imaginário e coloque um véu de fumaça por sobre o espírito de Nietzsche e de tantos outros.

Onde estão os espíritos que alimentarão a transformação do mundo para um mundo esclarecido onde as pessoas não sejam escravas das inverdades que as fazem cometer atos de ignorância profunda, umas contra as outras, o tempo inteiro ?

A má interpretação da teoria da relatividade se torna argumento na boca de tediosos que justificam a sua preguiça mental na infinidade de possibilidades que existem, sem saber que o que se trata, quando se diz relativo, é uma ampliação do panorama sobre a percepção da teoria de causa e efeito.
Até parece que o modo de vida de hoje é um efeito sem causa e sem remédio, e que os nossos artistas se esquecem de se alimentar da fonte das descobertas, produzindo assim cada vez menos alimentos filosóficos, científicos ou mesmo poéticos, pois mesmo a busca pela linguagem vem se dissociando da vontade de fortalecer o poder da semiótica e também da atualização dos mecanismos de comunicação em nome do livre arbítrio para se fazer rabiscos e batizá-los de estética, valorizando assim o egocentrismo em detrimento da evolução do saber.

Ora, como são cansativos esses pos-modernistas ultrapassados, que não cansados da sua fadiga existencial produzida pelo medo de utilizarem o cérebro e por isso serem castigados como todos que ousaram desde os tempos remotos.
Afirmam estas almas modestas, que não há mais nada novo a ser criado, e por isso nada novo há de ser feito.

Será que o mundo e a nova produção cultural estão fadados a estacionar sobre uma afirmação ridícula como esta?

Devemos dizê-los, com muita doçura, para não inflamar os egos, que não sejam tolos porque nenhum indivíduo nunca criou e sim é o tempo que cria com sua engrenagem de vidas que se movimentam para o instante inusitado e o nosso organismo sensível pouco está apto para perceber ao mesmo tempo em que acontece um movimento tão sutil.

O que se diz novo não é produto, objeto, de criação. O que se diz novo é uma nova visão, uma descoberta dentro desta infinidade de micro e macro composições que formam a natureza visível e invisível. Então, se o que conhecemos não corresponde a u uma micrograma do que existe, e levando em consideração que somos nós quem ficamos para trás, e o tempo segue, como diremos que não há nada de novo para ser mostrado?

Cineastas Baianos, quem sois vós dentre os homens?

Hão de viver sempre à sombra de Glauber Rocha enquanto não tiverem coragem de serem o que são, quando são é claro, porque a maioria nem é nada.

Muitos pensam que são e esta vaidade é pura preguiça de arregaçarem as mangas para estudar a causa da dor que inflama nossos órgãos e da falta de esclarecimento que nos põe uns contra os outros, e que tenta a todo custo nos impedir de sermos felizes.

Onde está a coragem que nos impulsiona para o conflito em vez de nos acalmarmos com falsas verdades.

De que valeu o sangue derramado na idade média em prol da luta pela verdade e contra a opressão?

Quando Galileu Galilei lançou suas lentes telescópicas, por através da ignorância, até bem perto da verdade, Aristóteles já era uma múmia.

Deixemos de valorizar tanto a cultura antepassada em detrimento do que nossos olhos conseguem enxergar e em detrimento também da nossa vontade de produzir uma cultura melhor, percebida numa sociedade mais organizada e menos oprimida.

Vejo um ou dois artistas dentre tantos cineastas; o recado aqui é:
não adianta querer saber fazer se não tem o que dizer, por que para ter o que dizer é necessário ser aprendiz do saber e isso não é fácil, portanto arregacem as mangas e lutem contra esses hipócritas
que nos dizem para ficarmos quietos enquanto destroem as mentes das nossas crianças.
Quem não estiver de acordo que dê logo uma pedrada!

domingo, 18 de janeiro de 2009

SÉTIMA ARTE

Beto Magno gravando em Alagoinhas
por Francisco Russo

Só Evoluímos no Precipício


A crise de criatividade que impera em Hollywood faz com que dezenas de continuações e refilmagens cheguem aos cinemas ano após ano. Puro apelo comercial, já que quase sempre busca-se usar a fama do passado para faturar mais uns trocados. Com O Dia em que a Terra Parou, nova versão do clássico de 1951, não é diferente. Comparar os filmes é fácil, já que a nova versão é bem inferior à original. Mas isto não quer dizer que seja ruim. E muito disto deve-se à força de sua mensagem e o quão atual ela é nos dias de hoje.O filme original foi lançado em pleno pós-2ª Guerra Mundial, uma época em que a Guerra Fria tinha grande força e havia o temor mundial de que uma nova guerra, agora nuclear, destruísse o planeta. Pouco mais de meio século depois, o temor permanece mas as causas são diferentes. Há o aquecimento global, as guerras permanecem em pleno vigor - Israel que o diga -, o homem continua a destruir a si próprio. Ainda durante o filme, algumas perguntas vieram em mente: afinal de contas, o que mudou nestes últimos 50 anos? Por que este alerta continua tão real?A resposta pode estar no próprio filme: "eles são destrutivos". O ser humano, por natureza, é conquistador e, em sua ânsia, não se importa com o que está ao seu redor até que passe a incomodá-lo ao ponto de fazer com que se mexa para resolver o problema. Sua arrogância natural faz com que se coloque acima de tudo, que considere que possa resolver toda e qualquer questão. É uma tática que tem dado certo, ao menos por enquanto. Só que, muitas vezes, o homem se esquece que é apenas uma espécie de passagem em um planeta que já tem bilhões de anos. Ou seja, a Terra não depende do ser humano. Esta simples constatação, somada às notícias que vemos diariamente sobre os efeitos da civilização ao planeta, responde a pergunta sobre a atualidade do tema. Surge então a derradeira questão: estará o ser humano fadado ao desastre, pelas suas próprias características? A resposta é indefinida, mas há no filme uma boa dica: o título desta coluna. É algo a se pensar.Questões como estas são o que tornam o novo O Dia em que a Terra Parou um bom filme. O tom direto e ameaçador do original é diluído, em parte pela exibição gratuita de efeitos especiais e pelo drama água-com-açúcar entre madrasta e enteado. Há também algumas questões que revelam muito do porquê desta história ser refilmada agora. A reação agressiva diante do inusitado, que pode ser ameaçador mas não necessariamente o é, vem do filme original. Mas a paranóia pós-11 de setembro faz com que a situação apresentada seja bastante verossímil. Neste ponto há o dedo do diretor Scott Derrickson, pela inserção de breves notícias e imagens da atualidade, algumas até usando personalidades mundiais. A ficção científica muitas vezes é usada para retratar a realidade sob outro aspecto, e é o que ocorre aqui. Troca-se alienígena por imigrante, Gort por qualquer ameaça terrorista e o que se tem? O Dia em que a Terra Parou, ao menos em boa parte.Há, porém, alguns defeitos sérios na nova versão. O início na Índia existe apenas para explicar a origem do personagem principal, algo que atende à quase exigência do cinema norte-americano em minuciar a história. Não é preciso, por ser este um detalhe sem importância e porque deve-se considerar que há alguém com cérebro sentado na poltrona do cinema. Há, como acontece com boa parte dos blockbusters da atualidade, a inserção desnecessária de cenas de ação. O personagem Gort é mal aproveitado no desfecho, por desperdiçar seu impacto visual e o potencial do que poderia ser feito com os efeitos especiais de hoje. E, é claro, o filme não tem o impacto do original por ser esta uma história já contada.Não é um filme perfeito, longe disto. Nem chega perto do original. Quem for buscar um filme de ação pode se decepcionar. Mas, para quem deseja analisar o mundo à sua volta, vale a pena. Mesmo sendo esta uma refilmagem, é um dos casos em que pode-se notar que há cabeças pensantes em Hollywood.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

OS PIONEIROS DO CINEMA

Irmãos Lumiére
Por Beto Magno

OS PRIMEIROS FILMES DA HISTÓRIA DO CINEMA, REALIZADOS PELOS IRMÃOS LUMIÉRE, POSSUÍAM ALGUMAS CARACTERISTICAS EM COMUM. A CÂMERA FICAVA SEMPRE FIXA, POSICIONADA NUMA MESMA ALTURA E COM O ÂNGULO DE VISÃO DA OBJETIVA PRÓXIMO AO DO OLHAR HUMANO. A MAIORIA DESTES FILMES ERAM DOCUMENTÁRIOS, SEM CORTES, DE CURTISSIMA DURAÇÃO ( TEMPO APROXIMADAMENTE DE 2 MINUTOS). OS IRMÃOS LUMIÉRE SIMPLISMENTE COLOCAVAM A CÂMERA NO TRIPÉ, ESCOLHIAM UM ASSUNTO QUALQUER, E REGISTRAVAM, SEM INTERRUPÇÃO, A CENA ATÉ O FILME CHEGAE AO FINAL. PODE-SE CITAR, COMO POR EXEMPLO: SORTIE DES OUVIRIERS DE L'USINE LUMIÉRE ( SAÍDA DOS OPERÁRIOS DA FABRICA LUMIÉRE), LE GÔUTER DE BÉBÉ ( OLANCHE DO BEBÊ ),LA DÉMOLITION D"UN MUR (A DEMOLIÇÃO DE UM MURO) E L"ARRIVÈE D"UN TRAIN EN GARE DE LA CIUTAT ( A CHEGADA DE UM TREM NA ESTAÇÃO DE UMA CIDADE), ESTE ULTIMO, O MAIS CONHECIDO.

QUANDO SE ASSISTE AOS CURTISSIMOS FIMES DE AUGUST E LOUIS LUMIÉRE, NOTA-SE QUE ELES APENAS REGISTRAVAM IMAGENS EM MOVIMENTO, SEM SE PREOCUPAR COM AS POSSIBILIDADES QUA A CÂMERA PODERIA OFERECER. AINDA NÃO EXITIA UMA LINGUAGEM CINEMATO´RÁFICA E O CINEMA NÃO ERA PENSADO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA.

NA VERDADE, DEVE-SE A MÉLIÈS O CREDITO DE SER O PRIMEIRO A UTILIZAR O CINEMA DE FORMA CRIATIVA, PINTANDO OS FOTOGRAMAS, MODIFICANDO A REALIDADE, INTERVINDO NO TEMPO E NO ESPAÇO, CRIANDO, DESTA MANEIRA, MAGICAS VISUAIS, COMO EXEMPLO PODE-SE CITAR L"HOMME ORCHESTRE ( A BANDA DE UM HOMEM SÓ), REALIZADO EM 1900, ONDE CADEIRAS E HOMENS MULTIPLICAM-SE E DESAPARECEM. EM L" HOMME Á LA TÊTE DE CAOUTCHOUC ( O HOMEM DA CABEÇA DE BORRACHA) DE 1902, UMA CABEÇA AUMENTA E DIMINUI ATRAVÉS DOS RECURSOS DE SUPERPOSIÇÃO E RETROCESSO DO FILME NO INTERIOR DA CÂMERA.

MÉLIÈS TAMBEM FOI REPONSÁVEL PELA INTRODUÇÃO DO CORTE NOS FILMES, O QUE PERMITIA, PELA PRIMEIRA VEZ, PENSAR O CINEMA EM TERMOS DE MONTAGEM, NO ENTANTO, MÉLIÈS ERA RELUTANTE EM ULTILIZAR TÉCNICAS JÁ CONHECIDAS PELA FOTOGRAFIA, COMO, POR EXEMPLO, O CLOSE-UP. EXISTIA UMA CERTA PREOCUPAÇÃO EM NÃO CORTAR OS PERSONAGENS NA ALTURA DO JOELHOS OU DO BUSTO, ACREDITANDO QUE O PÚBLICO NÃO ACEITARIA BEM A IDÉIA DE ASSISTIR AOS ATORES CORTADOS.

OBSERVANDO A PRODUÇÃO DOS PIONEIROS DO CINEMA PODE-SE DIZER QUE ESTES FILMES APRESENTAVAM AO ESPECTADOR A MESMA PERSPECTIVA OBSERVADA POR UM ESPECTADOR DE TEATRO, POIS A CÂMERA PERMANECIA SEMPRE FIXA, SEM ALTERAR O PONTO DE VISTA EM RELAÇÃO AO CENÁRIO. O´PRÓPRIO CORTE, QUANDO ULTILIZADO, SERVIA APENAS PARA DIVIDIR DUAS AÇÕES DIFERENTES, DA MESMA FORMA QUE O TEATRO ULTILIZA A CORTINA ENTRE DOIS ATOS. DURANTE ALGUM TEMPO, NO INÍCIO DO SECULO PASSADO O CINEMA FOI CONSIDERADO COMO SENDO O " TEATRO FILMADO".