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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CURSO DE CAMERA em Salvador (CINEGRAFISTA) na CAP ESCOLA DE TV E CINEMA SALVADOR

CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR

CURSO DE CAMERA em Salvador (CINEGRAFISTA)
INICIO: 03 DE NOVEMBRO
Conteúdo: curso prático – o aluno aprende a operar câmera profissional de TV; planos e movimentos de câmera; mercado de trabalho.
Investimento: R$ 350,00 ( em 2 x de r$ 175,00 com cheque pré) ou a vista R$ 300,00.
Professor: Xeno Veloso
Duração: 8 dias

sábado, 23 de outubro de 2010

O CINEMA EM SI

Beto Magno Gravando o grupo Legião de Maria no dia 27 de Setembro dia de de Cosme e Damião na Liberdade Salvador -BA. Com alunos-atores da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador
Por André Setaro
O cineasta, quando realiza um filme, traduz o real, e, no cinema, há, basicamente, quatro modos de representação da realidade: (1) o realismo e suas variadas vertentes (neo-realismo, realismo poético, realismo socialista...); (2) o idealismo (também conhecido como intimismo cujo apogeu se dá com a idade de ouro do cinema americano - anos 30 e 40); (3) o expressionismo (Alemanha nos anos 10 e 20); e (4) o surrealismo, que tem em Luis Buñuel a sua maior expressão. O grande público está mais acostumado com o realismo e o intimismo. Um filme surrealista sempre deixa nele uma impressão de confusão, pois habituado a ver tudo mastigado, com uma explicação racional e lógica para as artimanhas do enredo. Vamos ver aqui em rápidas pinceladas o que vem a ser o surrealismo no cinema.

O surrealismo parte de uma atitude revolucionária em filosofia, cujo verdadeiro objetivo não consistiria em interpretar o mundo, mas, sim, em transformá-lo. Na forma exposta por seu principal animador, André Breton, o surrealismo revela forte influência do materialismo dialético, dele retirando sua "lógica da totalidade". Assim como o sistema social constitui um todo e nenhuma de suas partes pode ser compreendida separadamente, a arte não deve ser o reflexo de uma parcela de nossa experiência mental (a parcela consciente), mas uma síntese de todos os aspectos de nossa existência, especialmente daqueles que são mais contraditórios.

O surrealismo tenciona apresentar a realidade interior e a realidade exterior como dois elementos em processo de unificação, e nisto está sua capacidade de passar do estático para o dinâmico, de um sistema de lógica a um modo de ação, o que é uma característica da dialética marxista. O cinema se revelou como o instrumento ideal para a conquista da supra-realidade, pois a câmera é capaz de fundir vida e sonho, o presente e o passado se unificam e deixam de ser contraditórios, as trucagens podem abolir as leis físicas, etc.

Quando Buñuel apresentou, em Paris, O Anjo Exterminador (1961), o exibidor lhe solicitou que escrevesse alguma coisa para colocar na porta da sala de exibição. Buñuel rabiscou o seguinte: "A única explicação racional e lógica que tem este filme é que ele não tem nenhuma". Noutra ocasião, ao ganhar o Leão de Ouro de Veneza por A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1966), lhe perguntaram o significado da caixinha de música que um japonês carrega quando no quarto com Catherine Deneuve. O cineasta respondeu que não sabia. Assim, o espectador não pode racionalizar dentro de determinada lógica nos filmes surrealistas. É claro que os significados existem, amplos, dissonantes e insólitos. E por que os convidados aristocráticos de O Anjo Exterminador, ainda que não haja nenhum obstáculo que lhes impeçam de sair, não conseguem evadir-se da mansão? Um recurso surreal para a análise da condição humana, um laboratório criado para se investigar pessoas numa situação-limite.

Excetuando-se alguns ensaios vanguardistas e sua fugidia presença em comédias de Buster Keaton, Jerry Lewis, Jim Carrey, em filmes de Carlos Saura (Mamãe Faz Cem Anos, etc), Jean Cocteau (O Sangue de um Poeta/Le sang d'un poete), entre poucos outros, o surrealismo cinematográfico está inteiramente contido em Un Chien Andalou(1928) e L'Age D'Or (1930), ambos do espanhol Luis Buñuel, com colaboração de Salvador Dali. A cena inicial do primeiro é famosíssima: o próprio Buñuel, após contemplar uma enorme lua prateada no céu, afia uma navalha e corta pelo meio o globo ocular de uma mulher que está sentada. No segundo, vemos um cão ser arremessado pelos ares, uma vaca deitada sobre a cama, um bispo e uma árvore em chamas sendo despejados por uma janela, situações de delírio erótico, baratas numa mão que toca pianola, etc.

A ambigüidade do termo surrealismo pode sugerir transcendência, predomínio da imaginação sobre a realidade. Seria pura imaginação de Séverine sua ida ao bordel todas as tardes? A rigor, isso não importa, A significação é mais ampla, conecta-se mais ao discurso do modo de tradução do real. O surrealismo pretendia um automatismo psíquico que expressasse o funcionamento real do pensamento. Você, caro leitor, às vezes não tem pensamentos indesejáveis? É o inconsciente. Assim, e isto é muito importante, o domínio do surrealismo é o que acontece na mente humana antes que o raciocínio possa exercer qualquer controle. O papa surreal André Breton dormia com um caderno em cima do criado mudo para anotar os seus sonhos, chamando, tal comportamento, de escrita automática.

O automatismo provocado pelo surrealismo implica numa transfiguração anárquica do mundo objetivo, cujo efeito imediato é o riso. Mas o humor, aqui, é uma nova ética destinada a sacudir o jugo da hipocrisia. E o sonho é encarado como uma revelação do espírito, sendo afirmada a sua riqueza sob o duplo ângulo da psicologia e da metafísica. Para chegar à consciência integral de si próprio, o homem tem de decifrar o mundo do sonho, pois deixá-lo na obscuridade representa uma mutilação do nosso ser.

Un Chien Andalou e L'Âge d'Or procuravam, pois, o homem integral, "buscando a recuperação total de nossa força psíquica por um meio que representa a vertiginosa descida para dentro de nós mesmos, a sistemática iluminação de zonas ocultas", como consta do manifesto de Breton. Neles têm um papel saliente o grotesco, o cruel, o absurdo, tudo com um sentido de revolta e solapamento.

Segundo Breton, qualquer divisão arbitrária da personalidade humana é uma preferência idealista. Se o propósito é o conhecimento da realidade, devemos incluir nela todos os aspectos de nossa experiência, mesmo os elementos da vida subconsciente. Essa é a pretensão do surrealismo, movimento artístico que abrangeu além da pintura, escultura e cinema, também a prosa, a poesia, e até a política e a filosofia.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PROGAMA "TOQUES DA BAHIA"

Beto Magno gravando "Toques da Bahia" para uma TV de SP. Com alunos da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador

CURSO DA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR

Rada Rezedá gravando com alunos da Cap Escola de Tv e Cinema no Jardin de Alha.

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR
Reserve sua vaga nos cursos antecipadamente através de mail (71) 9167.8274 - 8774.8870 - 4102.68521)
CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO em SalvadorInicio:
13 de FEVEREIRO de 2011 - reservas a partir de novembro Duração: 5 meses, turmas Sábados das 9 as 12.30h Conteúdo: dicção (voz/fala); memorização de textos; leitura e interpretação; expressão corporal; gravação. Professora: Rada Rezedá R$ 1.325,00,00 ( avista 5% ou 5x de R$ 265,00 com cheque pré)

2) CURSO DE TV PARA ATORES em Salvador Turmas para iniciantes, adolescentes e crianças Aulas as sextas das 14.30 as 17.30 h –TURMA ABERTA PARA 2010 Aulas as terças das 18 as 22h – TURMA ABERTA PARA 2010 Professora: Rada Rezedá

3) CURSO DE CAMERA em Salvador (CINEGRAFISTA)INICIO: 03 DE NOVEMBRO Conteúdo: curso prático – o aluno aprende a operar câmera profissional de TV; planos e movimentos de câmera;mercado de trabalho. Investimento: R$ 350,00 ( em 2 x de r$175,00 com cheque pré) ou a vista R$ 300,00. Professor: Xeno Veloso Duração: 8 dias

4) CURSO DE PRODUÇÃO E DIREÇÃO DE TV em SalvadorPróxima turma: OUTUBRO Conteúdo: curso pratico – o aluno aprende produzir uma peça em audiovisualInvestimento: R$ 450,00 (em 2 x de R$225,00 com cheque pré) ou a vista: R$ 400,00Professora: Rada Rezeda e professor convidado

5) CURSO DE ASSESSORIA DE IMPRENSA E PRODUÇÃOData: OUTUBROInvestimento: R$ 450,00 (em 2 x de R$225,00 com cheque pré) ou a vista: R$ 400,00 Com Roberta de Pietro, jornalista

6) CURSO DE NARRAÇÃO ESPORTIVA em Salvador (RÁDIO/TV) Proxima turma: NOVEMBRO Com Jornalista (São Paulo) Roberto Monteiro: fez cobertura jornalística de 7 Copas do Mundo Investimnto: R$ 350,00 ( em 2 x de R$225,00 com cheque pré) ou a vista R$ 300,007) CURSO DE ROTEIRO PARA CINEMA com Carol Assis Matriculas abertas

7) CURSO MAQUIAGEM PARA TV e MAQUIAGEM EFEITOS com Thyago Mandu Dias de aula: 16 de outubro – sábado das 14 as 17 h17 de outubro – domingo das 9.30 as 12.30R$ 200,00 (em 2x de R$ 100,00 ou a vista R$ 150,00) Matriculas abertas.

sábado, 24 de abril de 2010

FUNÇÔES CINEMATOGRÁFICAS E SUAS ATRIBUIÇÕES

Por Beto Magno

Aderecista – Monta, transforma ou duplica, utilizando-se de técnicas artesanais, objetos cinematográficos e de indumentária, segundo orientação do cenógrafo e/ ou figurinista.

Animador – Executa a visualização do roteiro, modelos dos personagens e os “lay-outs “de cena, conforme orientação do Diretor de animação.

Arquivista de filmes – Organiza, controla e mantém sob sua guarda filmes e material publicitário em arquivos apropriados, avalia e relata o estado do material publicitário em arquivos apropriados, avalia e relata o estado do material, coordenando os trabalhos de revisão e reparos das cópias, quando possível ou necessário, com o auxílio do Revisor.

Assistente de animação – Transfere para o acetato, os “lay-outs” do Animador e do Assistente de Animador.

Assistente de animador – Completa o planejamento de animador intercalando os desenhos, faz pequenas animações.

Assistente de Câmera de Cinema – Assiste o Operador de Câmera e o Diretor de Fotografia, monta e desmonta a Câmera de cinema e seus acessórios, zela pelo bom estado deste equipamento, carrega e descarrega chassis, opera o foco, a “zoom” e o diafragma, redige os boletins de Câmera, prepara o material a ser encaminhado ao laboratório, realiza os testes de verificação de equipamento.

Assistente de Cenografia – Assiste o Cenógrafo em suas atribuições, coleta dados e realiza pesquisas relacionadas com o projeto cenográfico.

Assistente do Diretor Cinematográfico – Assiste o Diretor Cinematográfico em suas atividades, desde a preparação da produção até o término das filmagens, coordena as comunicações entre o Diretor de Produção Cinematográfico e o conjunto da equipe e do elenco, colabora na análise técnica do roteiro e do elenco, colabora na análise técnica do roteiro, do plano e da programação diária de filmagens ou ordem do dia , supervisiona o recebimento e distribuição dos elementos requisitados na ordem do dia, coordena e dinamiza as atividades, visando o cumprimento da programação estabelecida.

Assistente de Montador Cinematográfico – Encarrega-se da ordenação, classificação e sincronização do som e imagem do copião; executa os cortes indicados pelo Montador Cinematográfico, classifica e ordena as sobras de som e imagem, sincroniza as diversas pistas componentes da trilha sonora.

Assistente de Montador de Negativo – Assiste o Montador de Negativo em suas atribuições, prepara o material e equipamento a ser utilizado , acondiciona as sobras de material.
Assistente de Operador de Câmera de Animação – Assiste o operador de Câmera no processo de filmagens de animação.

Assistente de Produtor Cinematográfico – Assiste o Diretor de Produção Cinematográfica no desempenho de suas funções.

Assistente de Revisor e Limpador – Encarrega-se da revisão e limpeza de películas e fitas magnéticas.

Assistente de Trucador – Assiste o Trucador Cinematográfico em suas atribuições.

Ator - 2 – Cria , interpreta, e representa uma ação dramática baseando-se em textos, estímulos visuais, sonoros e outros, previamente concebidos por um autor ou criados através de improvisações individuais ou coletivas, utiliza-se de recursos vocais, corporais e emocionais, apreendidos ou intuídos , com o objetivo de transmitir ao espectador o conjunto de idéias e ações dramáticas propostas, pode utilizar-se de recursos técnicos para manipular bonecos, títeres e congêneres, pode interpretar sobre a imagem a voz de outrem, ensaia buscando aliar a sua criatividade à de diretor, atua em locais onde apresentam espetáculos de diversões públicas e / ou nos demais veículos de comunicação.

Auxiliar de Iluminador – Presta auxílio direto ao iluminador na operação dos sistemas de luz , transporte e montagem dos equipamentos. Cuida da limpeza e conservação dos equipamentos, materiais e instrumentos indispensáveis ao desempenho da função.

Auxiliar de Tráfego – Encarrega-se do encaminhamento dos filmes ao seus devidos setores.
Carpinteiro – Prepara material em madeira para a cenografia e outras destinaçoes.

Cenarista de Animação – Executa os cenários necessários para cada plano, cena e seqüência da animação conforme os “lay-outs” de cena e orientação do chefe de arte e do diretor de animação.

Cenógrafo – cria , projeta e supervisiona, de acordo com o espírito da obra a realização e montagem de todas as ambientaçoes e espaços necessários, dirige a preparação, montagem e remontagem das diversas unidades de trabalho. Nos filmes de longa metragem exerce ainda, as funções de Diretor de arte.

Cenotécnico – Planeja, coordena, , constrói, adapta e executa todos os detalhes de material, serviços e montagem de cenários , segundo maquetes, croquis e plantas fornecidas pelo cenógrafo.

Chefe de Arte de Animação – Coordena o trabalho do colorista e da copiadora eletrostática.

Colador – Marcador de sincronismo – Tira as pontas de sincronismo, ao mesmo tempo que faz a marca do ponto sincrônico do anel anterior, colocando, por meio de emendas o rolo de filme e de magnético em seu estado original.

Colorista de Animação – Colore os desenhos impressos no acetato sob a supervisão do Chefe de arte.

Conferente de Animação – Confere o trabalho dos coloristas, auxilia na filmagem, cuida do mapa de animação e da ordem dos desenhos e cenários, separando-os por planos e cenas.

Continuista de Cinema – Assiste o Diretor cinematográfico no que se refere ao encadeamento e continuidade da narrativa, cenários, figurinos, adereços, maquilagens, penteados, luz, ambiente, profundidade de campo, altura e distancia da Câmera, elabora boletins de continuidade e controla os de som e de Câmera, anota diálogos, ações, minutagens, dados de Câmera e horário das tomadas , prepara a claquete, informa à produção dos gastos diários de negativo e fita magnética.

Contra-Regra de Cena – Encarrega-se da guarda, conservação e colocação dos objetos de cena sob orientação do Cenógrafo.

Cortador – colocador de anéis – Corta os trechos marcados do copião ou cópia do trabalho seguindo a numeração feita pelo Marcador de anéis.

Diretor de Animação – Cria o planejamento de animação do filme, os “lay-outs” de cena, guias de animação, movimentos de Câmera, supervisiona o processo de produção, inclusive trilha sonora, é o responsável pela qualidade do filme.

Diretor de Arte – Cria, conceitua, planeja e supervisiona a produção de todos os componentes visuais de um filme ou espetáculo, traduz em formas concretas as relações dramáticas imaginadas pelo diretor cinematográfico e sugeridas pelo roteiro, define a construção a plástico-emocional de cada cena e de cada personagem dentro do contexto geral do espetáculo, verifica elege as locações as texturas, a cor e os efeitos visuais desejados, junto ao diretor cinematográfico e ao diretor de fotografia, define e conceitua o espetáculo estabelecendo as bases sob as quais trabalharão o Cenógrafo, o figurinista, o maquiador, o técnico em efeitos especiais cênicos, os gráficos e os demais profissionais necessários supervisionando-os durante as diversas fases de desenvolvimento do projeto.

Diretor de Arte de Animação – Responsável pelo visual gráfico dos filmes de animação, cria os personagens e os cenários do filme.

Diretor Cinematográfico – Cria a obra cinematográfica, supervisionando e dirigindo sua execução, utilizando recursos humanos, técnicos e artísticos, dirige artisticamente e tecnicamente a equipe e o elenco, analisa e interpreta o roteiro do filme, adequando-o à realização cinematográfica sob o ponto de vista técnico e artístico, escolhe a equipe técnica e o elenco, supervisiona a preparação da produção, escolhe locações, cenários , figurinos, cenografias e equipamentos, dirige ou supervisiona montagem, dublagem, confecção da trilha musical e sonora, e de todo o processamento do filme até a cópia final, acompanha a confecção do “trailer”, e do “avant-trailer”.

Diretor de Dublagem – Assiste ao filme e sugere a escalação do elenco para a dublagem do filme, esquematiza a produção, programa nos horários de trabalho, orienta a interpretação e o sincronismo do ator sobre sua imagem ou de outrem.

Diretor de Fotografia – Interpreta com imagens o roteiro cinematográfico, sob a orientação do diretor cinematográfico, mantém o padrão técnico e artístico da imagem, durante a preparação do filme, seleciona e aprova o equipamento adequado ao trabalho, indicando e/ ou aprovando os técnicos sob sua orientação, o tipo de negativo a ser a adotado, os testes de equipamento, examina e aprova locações interiores e exteriores, cenários e vestuários, nas filmagens orienta o operador de Câmera, assistente de Câmera, eletricista, maquinista e supervisiona o trabalho do continuista e do maquiador, sob o ponto de vista fotográfico, no acabamento do filme, quando conveniente ou necessário, acompanha a cópia final, em laboratório, durante a marcação de luz.

Diretor de Produção Cinematográfica – Mobiliza e administra recursos humanos, técnicos, artísticos e materiais para realização do filme, racionaliza e viabiliza a execução do projeto, mediante análise técnica do roteiro, em conjunto com Diretor cinematográfico ou seu assistente, administra financeiramente a produção.

Editor de Áudio – Encarrega-se da guarda, manutenção e adequada instalação do equipamento elétrico e de iluminação do filme, distribuindo de acordo com as indicações do diretor de fotografia, determina as especificações dos geradores a serem utilizados.

Figurante – Participa, individual ou coletivamente, como complementação de cena.

Figurinista – Cria e projeta trajes e complementos usados pelo elenco e figuração, executando o projeto gráfico dos mesmos, indica os materiais a serem utilizados, acompanha, supervisiona e detalha a execução do projeto.

Fotógrafo de Cena – Fotografa, durante as filmagens, cenas do filme para efeito de divulgação e confecção de material publicitário, indica o material adequado ao seu trabalho, trabalhando em conjunto com o diretor cinematográfico e o diretor de fotografia.

Guarda Roupeiro – Encarrega-se da conservação das peças de vestuário utilizadas no espetáculo ou produção, auxilia o elenco e a figuração a vestir as indumentárias, organiza a guarda e embalagem dos figurinos, em caso de viagem.

Letrista de Animação – Executa os letreiros ou créditos para produções cinematográficas.

Maquiador de Cinema – Encarrega-se da maquilagem ou caracterização do elenco e figuração de um filme, sob orientação do diretor cinematográfico, em comum acordo com o diretor de fotografia, indica os produtos a serem utilizados em seu trabalho.

Maquinista de Cinema – Encarrega-se do apoio direto ao operador de
Câmera e eletricista no que se refere ao material maquinária, instala e opera equipamentos destinados à fixação e/ ou movimentação de Câmera.

Marcador de Anéis – Executa a marcação dos anéis de dublagem, no copião ou cópia de trabalho.

Microfonista – Assiste o técnico de som, monta e desmonta o equipamento, zelando, pelo seu bom estado, posiciona os microfones, confecciona os boletins de som.

Montador de Filme Cinematográfico – Monta e estrutura o filme em sua forma definitiva, sob a orientação do diretor cinematográfico, a partir do material de imagem e som, usando seus recursos artísticos, técnicos e equipamentos específicos, zelando pelo bom estado e conservação das pistas sonoras, faz o plano de mixagem, participando da mesma, orienta o assistente de montagem.

Montador de Negativo – Monta negativos de filmes cinematográficos e do diretor de fotografia, enquadra as cenas do filme, indica os focos e os movimentos de “zoom” e Câmera.
Operador de Câmera de Animação – Filma os desenhos em equipamentos especial responsabilizando-se pela qualidade fotográfica do filme.

Operador de Gerador – Encarrega-se da manipulação e operação do gerador e corrente elétrica durante as filmagens.

Operador de Vídeo – Responsável pela qualidade de imagem no vídeo, operando as controles aumentando ou diminuindo o vídeo e pedestal, alinhando as câmeras, colocando os filtros adequados e corrigindo as aberturas de diafragma.

Operador de Telecine – Opera projetores de telecine,
comunicando-os de acordo com as necessidades de utilização, efetua ajustes operacionais nos projetores ( foco, filamento e enquadramento ).

Operador de Áudio – Opera a mesa de áudio durante gravações, respondendo por sua qualidade.
Pesquisador Cinematográfico – Coleta e organiza dados e materiais, desenvolve pesquisas no sentido de preservação da memória cinematográfica, sob qualquer forma, quer fílmica, bibliográfica, fotográfica e outras.

Pintor Artístico – Executa o trabalho de pintura dos cenários, prepara cartazes para utilização nos cenários, amplia quadros e telas, zela pela guarda e conservação dos materiais e instrumentos de trabalho, indispensáveis à execução de sua tarefa.

Projecionista de Laboratório – Opera o projetor cinematográfico especialmente preparado para os trabalhos de estúdio de som.

Revisor de Filme – Executa a revisão e reparo das cópias de filmes, verificando as condições materiais das mesmas, sob coordenação dos arquivistas de filmes.

Roteirista de Animação – Cria, a partir de uma idéia texto ou obra literária, sob forma de argumento ou roteiro de animação, narrativa com seqüências de ação, com ou do qual se realiza o filme de animação.

Roteirista Cinematográfico – Cria a partir de uma idéia, texto ou obra literária, sob a forma de argumento ou roteiro cinematográfico, narrativa com seqüências de ação, com ou sem diálogos, a partir da qual se realiza o filme.

Técnicos em Efeitos Especiais Cênicos – Realiza e /ou opera, durante as filmagens, mecanismos que permitem a realização de cenas exigidas pelo roteiro cinematográfico, cujo efeito dá ao espectador convencimento da ação pretendida pelo diretor cinematográfico.

Técnicos em Efeitos Especiais Óticos – Realiza e elabora trucagens, durante as filmagens, com acessórios complementares à Câmera, sem a utilização de laboratório de imagens ou “truca”.

Técnico de Finalização Cinematográfica – Acompanha as trucagens e faz o tráfego de laboratórios, supervisionando a qualidade do material trabalhado, na área do filme publicitário.
Técnico de Manutenção Eletrônica – Encarrega-se da conservação, manutenção e reparo do equipamento eletrônico de um estúdio de som.

Técnico de Manutenção de Equipamento Cinematográfico –e/ou eletrônica cinematográfica. Responsável pelo bom andamento das máquinas, com profundo conhecimento de mecânica
Técnico Operador de Caracteres – Opera as caracteres nos programas gravados, filmes, vinhetas, chamadas, conforme roteiro da produção.

Técnico Operador de Mixagem – Encarrega-se de reunir, em uma única pista, todas as pistas sonoras de um filme, após submete-las a vários processos de equalização sonora.

Técnico de Som – Realiza a interpretação e registro durante as filmagens, dos sons requeridos pelo diretor cinematográfico, indica o material adequado ao seu trabalho e à equipe que o assiste, examina e aprova, do ponto de vista sonoro, as locações internas e externas, cenários e figurinos, orienta o microfonista, acompanha o acabamento do filme, a transcrição do material gravado para magnético perfurado, a mixagem e a transcrição ótica.

Técnico de Tomada de Som – Realiza a gravação de vozes, ruídos e musicas, em estúdios de som, opera a mesa de gravação, executa equalizações sonoras.

Técnico em Transferencia Sonora – Realiza a transferencia de sons gravados em discos, fitas magnéticas ou negativo ótico, realiza testes de ajuste do equipamento e da qualidade do negativo ótico revelado.

Trucador Cinematográfico – Executa trucagens óticas, realizando efeitos de imagem desejados pelo diretor cinematográfico, opera o equipamento denominado “truca”.

Texto Retirado do Guia dos Profissionais de Cinema e Vídeo – Sindicine SP – 1997 - 95 páginas. I. Cinema/ Vídeo. II. SINDCINE. III. Título.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PONTO DE VISTA

Beto Magno e Xeno Veloso

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

Por Serge Daney


2 de Dezembro 1989 – Velho princípio da “nossa” cinefilia: o ponto de vista. Para mim, o ponto de vista é precisamente o que vem no lugar de um corpo que é elidido na imagem, o que pode ser visto do ponto cego. O ponto de vista refere-se ao que pode ser visto por um personagem que estaria sempre no lugar da câmera. Persistir com esse ponto de vista diretamente significa confrontar problemas de mise en scène (desde que haja imagens proibidas, o que não seria consistente com o ponto de vista único). A questão do “ponto de vista” vem para perguntar quem está olhando. Quem é o personagem adicional? Por exemplo, no filme de Depardon, outro guarda, o guarda “que saberia”. O cinema do ponto de vista único está desaparecendo/ausentando-se (em ambos sentidos do termo) em sua (mística, pictória) relação com o “real”. Ele abole a si mesmo. Ele nunca teve muito sucesso, visto que confisca para si mesmo o imaginário (e priva a audiência disto: Antonioni, Depardon). Obsessivo.


O cinema do ponto de vista duplo é o cinema popular por excelência, visto que este acampa firmemente entre o plano e o contraplano (leia o livro de Warren), bancando o “pequeno objeto a” ( petit objet a) entre dois objetos capturados numa luta de forças (veja minha velha idéia sobre Tubarão: o tubarão e a perna da criança). É popular porque cria uma identificação vertiginosa entre dois pólos: ativo/passivo, caçador/caça, torturador/vítima, etc. Histeria.


Isto deixa o cinema com n pontos de vista; no fim, é isso o mais importante. Algumas vezes é popular, mas não necessariamente. Ele tem que brincar/fazer malabarismo com a paranóia, a lei, a loucura. Não consigo imaginar um filme melhor que The Night of the Hunter nessa categoria, a categoria da polifonia, do carnaval (talvez junto com Ivan o Terrível, 2001, alguns filmes de Ford).




Tiebreak (set de desempate): o cinema sem nenhum ponto de vista é possível? Não. Nós teríamos que analisar televisão não com metáforas visuais mas táteis (“ponto de toque”, acolchoamento tátil) e proxêmica1.



23 Julho 1988 – DEMY (tv). O fim de Duas Garotas Românticas. Estúpido, devastado, emoção definitiva. Uma emoção tão forte que tudo que eu sempre pensei – e escrevi – sobre Demy continua verdadeiro. Um cineasta difícil, não completamente sentimental, mórbido e alegre.



Só uma “idéia”. Melancolia não é nostalgia. O mundo de Demy (o meu também, suponho) é melancolia instantânea. Não há mundo perdido, nenhum ideal que se foi, nenhum estado prévio pelo qual nos lamentamos. Pela simples razão (perversion oblige 2) que não queremos saber nada desse mundo “do qual viemos” (mais aliança do que parentesco, etc). Melancolia é instantânea como uma sombra. Coisas se tornam melancólicas imediatamente, graças à música e à música do diálogo. É a boa disposição ( good mood) com a qual os personagens falham em tudo (exceto talvez no essencial) que é terrível e comovente ao mesmo tempo. Um não falha nas coisas porque não as vê mas porque ele descobriu muito rapidamente um jeito de esvaziá-las do seu conteúdo, de circular ao redor delas, de dançar. Darrieux descobre quem é o sádico e diz: “E ele comandava tudo enquanto cortava o bolo!”



O essencial era o amor mas este seguiu perdendo suas cores. Já nesse filme a beleza do “último minuto” porque todo final feliz é puro voluntarismo. Porém, mais tarde (Pele de Asno, etc) este se atrita mais e mais. E voluntarismo é precisamente o assunto de Une chambre en ville.
A força absoluta de Demy é relacionar tudo de um ponto de vista perfeito: o da mãe. A mãe que nunca cresceu, que é frívola, que esqueceu de parar de ser uma garotinha. O mundo é organizado a partir desse ofício cego


A dançar: Gene Kelly.


26 Março 1988 – Ontem, entre a tarde e a noite, em frente à TV. Abandono rapidamente 8 ½, mesmo que nunca o tenha visto, mas me exaspera e me pego assistindo até o fim um filme que objetivamente acho mal feito, mal contado, mal tudo: O Veredicto de Sidney Lumet. Esquizofrenia da televisão: nós não só assistimos o que não é bom (não é bem feito), mas nós vemos até melhor do que no cinema (edição, por exemplo), e mesmo assim nós preferimos ver um filme mal feito do que um bem feito. Ou ainda: os conceitos de “bem feito” e “mal feito” não são relevantes na televisão. Ou o filme tem uma força tamanha que se impõe ou nós estamos na relatividade de um mundo de imagens, numa banheira do imaginário, onde tudo é interessante. Isso depende do clima do momento.



Ontem eu preferi assistir Mason e especialmente Newman compondo com idade, com tudo. Lumet é o arquetípico cineasta que filma do ponto de vista de ninguém, portanto com uma eficiência abstrata, tão abstrata que é reduzida ao nonsense de roteiro. Ele acelera quando não há razão pra isso. Um belo momento. Newman finalmente encontrou a enfermeira que “sabe” o que aconteceu. Ela cuida de crianças em Chelsea. Ela tem uma bela face de santa de sindicato. Ela está no playground; Newman, que chegou de Boston, está abordando-a desajeitadamente. Close-up no bilhete Boston-Nova Iorque, que cai de seu bolso. E lá, um pequeno truque do velho Lumet, um pouco da verdadeira velocidade: contracampo em Newman que não está mais aparecendo: "Você vai me ajudar?" Ela vai ajudá-lo, não porque o roteiro exige isso, mas porque nós fomos colocados no lugar dela (pela mise en scène) e ela no nosso, e porque o desejo de que ela o ajude foi inscrito no filme. Coisas velhas mas existentes, pelo amor de Deus!



O exemplo do filme de Lumet, uns dias atrás (“Você vai me ajudar?”) soma tudo isso. É impuro ( ou pouco refinado) mas suficiente. O plano de Newman – de um Newman que pede ajuda e pede duas vezes: para o outro personagem (off) e a mim que – por um instante – fui capaz de me colocar no filme no lugar desse personagem ausente da imagem. E ele será ajudado duas vezes: no roteiro e por mim (neste momento, eu aceito seguir com o filme, e então fazê-lo funcionar).



Notas:


1.O termo proxêmico foi cunhado pelo antropologista Edward T. Hall em 1966. Consiste no estudo de distâncias mensuráveis entre as pessoas à medida em que interagem. “Como a gravidade, a influência recíproca entre dois corpos é inversamente proporcional, não apenas ao quadrado de sua distância mas até possivelmente ao cubo da mesma”.



2.Paráfrase da expressão clássica em francês Noblesse oblige ( Nobreza exige, ou obriga), referindo-se a regras fundamentais e imprescindíveis de etiqueta. No caso, de perversão.


Traduzido do livro L'exercise a eté profitable, monsieur. Tradução original do francês para o inglês por Laurent Kretzschmar.


Traduzido do inglês para o português por Luan ales.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV E CINEMA, TELEJORNALISMO, LOCUÇÃO, CINEGRAFISTA, ROTEIRO em Salvador

Cap Escola de Tv em Salvador

* CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO

(atores, jornalistas, comunicadores em geral) Com Rada Rezedá

Conteudo: Dicção (respiração/voz/fala); Expressão corporal; Memorização e interpretação de textos; Gravação; Noções sobre set de filmagem, direção de fotografia e mercado de trabalho. No 5º mês de curso é gravado um vídeo com a turma que fará parte do projeto "Baianos que Brilham".

INICIO: OUTUBRO – toda quarta-feira das 19 as 22h LIGUE:(71) 9167.8274


**CURSO DE ROTEIRO PARA TV (turma para iniciantes) com Marlu Chaves Conteudo: construção de narrativas ficcionais,construção de personagens,televisão e sua estética,a criança contemporânea e os elemntos narrativos que não podem faltar numa história,técnicas de roteiro com ênfase em teledramaturgia infantil.

OUTUBRO Valor: R$ 250,00 ( a vista 20% desconto ou 2x de R$ 125,00)

LIGUE: (71) 9167.8274


***CURSO DE LOCUÇÃO (turma para iniciantes) OUTUBRO PROFESSORES: Rada Rezedá e Jai luna VALOR: R$ 290,00 (a vista 15% desconto) LIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO DE PRODUÇÃO E DIREÇÃO PARA TV (turma para iniciantes) DIAS: 24,26 e 25 de outubro HORÁRIO: Sab das 14 as 18hDom das 9 as 13h e das 14 as 18 hSeg das 19 as 22 hVALOR: R$ 300,00 (a vista R$ 260,00) PROFESSOR: Rada Rezedá e professor convidado da área

LIGUE: (71) 9167.8274


***** CURSO PARA CINEGRAFISTA (turma para iniciantes)DIAS: 19, 20 e 21 de outubro VALOR: R$ 250,00 a vista ou 2x R$ 150,00

SET DE GRAVAÇÃO DO CURTA "PELO CONTRÁRIO"

Gravando!! Cap Escola de tv em Salvador
Vitória Magno e Tábita Chananda (alunas da Cap Escola de Tv em Salvador)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O CINEMA

Beto Magno

A palavra cinema origina-se do cinematógrafo (invenção dos irmãos Lumière), que vem do grego "kinema", movimento e "ghaphein", registrar. Cinema significa registro do movimento, e pode ser definido como a arte de produzir imagens em movimento.

Entretanto, o cinema é antes de tudo uma ilusão de ótica. Só enxergamos as imagens se movimentando na tela porque somos portadores de uma deficiência visual chamada "persistência retineana", ou seja, uma característica do olho humano que faz com que uma imagem permaneça fixa na retina por algumas frações de segundos, mesmo depois de não estarmos olhando para ela. Nossos olhos não são capazes de perceber, durante a projeção, os intervalos que separam os fotogramas na cópia do filme. Fotogramas constituem uma série de fotografias paradas, cada uma das quais representando uma parte de um movimento completo. Quando aparece uma faixa negra, ainda estamos vendo o fotograma anterior, e continuamos vendo o fotograma que vem depois da faixa quando o fotograma seguinte toma o seu lugar. Isto quer dizer que uma sucessão de figuras (imagens) passadas torna-se capaz de mostrar a sensação do movimento contínuo. Atualmente a velocidade da filmagem é de 24 fotogramas por segundo.


O cinema é, também, conhecido como "a sétima arte". Esta expressão foi criada pelo crítico e estudioso de cinema Ricciotto Canudo , italiano radicado na França, e fundador do "Clube dos Amigos da Sétima Arte", e popularizada, no início da segunda década do século XX, época dos "filmes de arte" franceses, colocando o cinema no mesmo patamar de status do teatro, da música, da literatura, do balé, da pintura e da escultura. Esta denominação é bastante utilizada atualmente.


Segundo Louis Delluc, "o cinema é, talvez, a única arte realmente moderna, porque é ao mesmo tempo filha da máquina e do ideal humano".

A princípio, o cinema foi apenas uma maravilhosa invenção mecânica. Depois, sua linguagem evoluiu, a técnica e seus efeitos se sofisticaram, até chegar à fase atual, caracterizada por uma evolução dos temas, do conceito de personagem e do conceito de estrutura narrativa.

PRECURSORES:

A preocupação do homem com o registro do movimento é muito antiga. O desenho e a pintura rupestres foram as primeiras formas de representação da vida humana e da natureza registradas pelos nossos ancestrais, produzindo narrativas através de figuras.

Durante séculos, civilizações buscaram meios para produzir a realidade. A mais remota precursora do cinema de que se tem noticia é a Sombra Chinesa. Surgidas na China, por volta de 5.000 a.C., e difundidas na Índia e em Java, o jogo de sombras do teatro de marionetes oriental projetavam silhuetas de figuras humanas, animais ou objetos recortados sobre paredes ou telas de linho. O operador narrava a ação quase sempre envolvendo príncipes, guerreiros e dragões.

No século XV, Leonardo da Vinci enuncia o princípio da Câmara Escura. O invento é desenvolvido pelo físico napolitano Giambattista Della Porta, no século XVI, que consiste em projetar imagens numa caixa fechada, com um pequeno orifício coberto por uma lente. Através dele penetram e se cruzam os raios refletidos pelos objetos exteriores. A imagem, invertida, inscreve-se na face do fundo, no interior da caixa. A Câmara Escura permitia a projeção de imagens externas dentro de um quarto escuro.

No século XVII, o alemão Athanasius Kircher cria a Lanterna Mágica, que se baseia no processo inverso da câmara escura, composta por uma caixa cilíndrica iluminada à vela, que projeta as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro. A Lanterna Mágica é considerada a precursora das sessões de cinema.

Nos séculos XVIII e XIX, o teatro em caixa é apresentado nas ruas e feiras. O apresentador, puxando fios, desenrola cenas iluminadas por velas. No fim do século XIX, as placas de lanterna mágica não são mais apenas pintadas à mão, mas podem ser recobertas de cromolitografias ou de fotografias. O teatro passa também por uma renovação, com os espetáculos do cabaré parisiense "Le Chat Noir", em que se projetam silhuetas em zinco, variando as cores e a intensidade luminosa.

SÉCULO XIX:


A invenção da fotografia pelos franceses Joseph- Nicéphone Niépce e Louis-Jacques Daguerre abre caminho para o espetáculo do cinema, que também deve sua existência às pesquisas do inglês Peter Mark Roget e do belga Joseph-Antoine Plateau sobre a persistência da imagem na retina após ter sido vista. Sendo o fenômeno da "persistência retineana" conhecido desde a antiguidade, o problema dos cientistas era descobrir o princípio da composição e decomposição do movimento a partir de uma série de imagens fixas. Em 1832, Plateau inventa um aparelho o fenacistoscópio, formado por um disco com várias figuras desenhadas em posições diferentes, ao girar o disco elas adquiram o movimento.

Durante todo o século XIX, inventores tentam produzir a ilusão do movimento. Em 1833, o britânico W.G. Horner idealiza o zootrópio, jogo baseado na sucessão regular de imagens. Em 1877, o francês Émile Reynaud cria o teatro óptico, uma combinação de lanterna mágica e espelhos para projetar filmes de desenhos numa tela. Na mesma época, Eadweard Muybridge, nos Estados Unidos, experimenta o zoopraxinoscópio, decompondo em fotogramas corridas de cavalos. Pesquisas posteriores sobre o andar do homem ou o vôo dos pássaros levam Étienne-Jules Marey, em 1887, ao desenvolvimento da cronofotografia, a fixação de fotografias de várias fases de um corpo em movimento, que é a própria base do cinema. Contudo, o inventor americano Thomas Alva Edison, desenvolve, com o auxílio do escocês William Kennedy Dickson, o filme de celulóide perfurado. E, em 1890, roda uma série de pequenos filmes em seu estúdio, o Black Maria, primeiro da história do cinema. Esses filmes não são projetados em uma tela, mas no interior de uma máquina, um aparelho para a visão individual de filmes chamado cinetoscópio.

A partir do aperfeiçoamento do cinetoscópio, os irmãos franceses Auguste e Louis Lumière idealizam o cinematógrafo, invento equipado com um mecanismo de arrasto para a película, conseguindo projetar imagens ampliadas numa tela. Na apresentação pública de 28 de dezembro de 1895, no Salão Indiano do Grand Café do boulevard des Capucines, em Paris, o cinema nascia oficialmente, o público viu, pela primeira vez, filmes como "A saída dos operários da fábrica Lumière" e "Chegada de um trem à estação", breves testemunhos da vida cotidiana. O cinema começava a dar os seus primeiros passos.

O CINEMA MUDO:

No início do século XX, a arte cinematográfica já era uma indústria, os filmes silenciosos divertiam o público com a força das suas imagens e das expressões dos atores. As cenas eram acompanhadas por instrumentos musicais e por pequenas orquestras e apresentavam legendas que explicavam as ações ou o diálogo dos personagens.

Desde a sua origem até o seu apogeu, o cinema mudo evoluiu. Os primeiros filmes eram curtos e rudimentares, apenas documentários sobre a vida cotidiana, marca dos irmãos Lumière; O gênero ficção foi introduzido pelo ilusionista, diretor, ator, produtor, figurinista e fotógrafo Georges Méliès, conhecido como o criador do espetáculo cinematográfico, que desenvolve diversas técnicas como: fusão, exposição múltipla, uso de maquetes, truques ópticos, precursores dos efeitos especiais. Dos trabalhos que marcaram destacam-se "O encouraçado Maine" (1898), "A caverna maldita" (1898), "A gata borralheira" (1899) e sua obra-prima mais conhecida "Viagem à Lua" (1902); Edwin Porter inaugura o western americano com "O Grande Roubo do Trem" (1903), e marca o começo da indústria do cinema; David Griffith estabeleceu a linguagem narrativa, seus maiores sucessos são "O Nascimento de uma Nação" (1915) e "Intolerância" (1916).

Escolas experimentais expandiram a estética do cinema e legalizaram a sua visão artística, como:

A Escola de Brighton, na Inglaterra: seus principais representantes foram James Williamsom e George Albert Smith que tinham predileção por filmagem ao ar livre, com luz natural, em amplos espaços. Esta tendência, combinada com o aprimoramento das técnicas de montagem e planificação, criou um tipo de filme envolvente e vibrante, entre eles se destaca "Attack on a China Station", de Williamson, onde a câmara não permanecia fixa, obedecendo o ponto de vista do espectador, fazendo com que o mesmo participasse da ação. Os ingleses são considerados os pais dos filmes de perseguição.

Na França com Charles Pathé e Ferdinand Zecca, que realizam filmes longos em que substituem a fantasia pelo realismo, com "Histoire d'um Crime"(1901) e "Lês Victimes de L'Alcoolisme"(1902). Seus filmes eram simples, diretos, claros e objetivos, e também, utilizavam doses de erotismo e aberrações; Léon Gaumont , montou uma fábrica de equipamentos cinematográficos, como o cronotógrafo, um equipamento que unia projetor e câmara ao mesmo tempo, o cronofone (1902), um sistema que tentava sincronizar o som dos filmes com um disco previamente gravado, e o cronochrone (1912), uma técnica que se utilizava de três cores para proporcionar a sensação de filmes coloridos. Gaumont produziu pequenos filmes; a primeira mulher cineasta, Alice Guy; secretária de Gaumont.

A Itália, produziu grandiosos espetáculos culturais. O filme mais conhecido foi "Cabiria"(1914), de Giovanni Pastrone, que utilizou cenários suntuosos com locações na Tunísia, Sicília e nos Alpes, alcançando sucesso internacional.

A Alemanha foi o berço dos filmes de terror. A série "Der Golen"(1914), de Paul Wegener é tido como um clássico do terror antigo.

A Rússia se destaca com experiências pioneiras, como o "stop motion", efeito de
animação através de filmagem quadro a quadro. Um dos filmes mais conhecidos é "A Bela Leukanida"(1912), de Wladyslaw Storewicz, que usa bonecos animados.

O expressionismo alemão, o construtivismo Russo e o Surrealismo Espanhol surpreenderam com sua complexidade e inovação.

O expressionismo alemão: a obra que inaugurou e até hoje simboliza o expressionismo no cinema é o "Gabinete do Dr. Caligari"(1919), de Robert Wiene. As perspectivas distorcidas, os cenários grosseiros, móveis, que não se encaixavam na anatomia humana, um forte jogo de luzes e sombras, e uma aberta discussão sobre a sanidade e a loucura, transformou o filme numa obra obrigatória dos cursos de cinema e em todas as listas dos mais importantes filmes do século. Outro gênio do expressionismo alemão foi Fritz Lang, uma das suas obras-primas foi "Metrópolis"(1927), o mais caro filmes já rodado na Alemanha. A visão futurista do homem dominado pelo sistema capitalista até hoje impressiona. Os gigantescos edifícios, pontes, viadutos e construções dispostas de forma caótica, cria um ambiente claustrofóbico.

O construtivismo russo: "Greve" e "Encouraçado Potemkim", ambos de 1925, de Sergei Eisenstein, revoluciona a arte e a técnica da montagem, imprimindo em seus filmes um ritmo e uma riqueza visual jamais apreciada até então. Este último filme colocou a União Soviética no mapa do cinema e fez de Eisenstein uma celebridade do dia para a noite.

O surrealismo espanhol: com Luis Bǔnuel e Salvador Dali. A produção "Um Cão Andaluz"(1928), mostra uma série de imagens chocantes, aparentemente sem conexão umas com as outras.

Com a primeira guerra mundial, o cinema se concentrou nos Estados Unidos. Em Hollywood, na Califórnia, nasceram os primeiros grandes estúdios, como a Universal, a Keystone, a Paramount, Fox, United Artists, Columbia, entre outros. A denominação "estrela" passou a consagrar e a imortalizar mitos como Douglas Fairbanks, Mary Pickford, Rodolfo Valentino, John Barrymore, Theda Bara, Gloria Swanson, Greta Garbo, entre muitos. Os reis da comédia Max Linder, Mack Sennett, Charles Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd, Stan Laurel e Oliver Hardy ( a dupla "o gordo e o magro") e diversos outros, ampliaram e solidificaram o cinema como o mais popular das diversões.

Exatamente quando a imagem silenciosa alcançava o seu ápice, o cinema começava a falar.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CASA DE CINEMA DA BAHIA



Associação sem fins lucrativos, fundada em 2003 e qualificada pelo Ministério da Justiça como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Nosso objetivo é promover ações de difusão da linguagem audiovisual, capacitando, formando e reciclando profissionais na criação e produção de cinema e vídeo. Apoiamos, difundimos e divulgamos a sétima arte por acreditarmos no cinema como uma ferramenta de formação cultural e transformação social.


A sede da Casa de Cinema da Bahia está localizada num antigo casarão no centro histórico do Pelourinho, em Salvador - Bahia e possui infra-estrutura com estúdio, salas para Ilha de Edição, Pabx, Internet. É um local de encontros e debates com realizadores independentes, estudantes e profissionais do audiovisual.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Filme sobre capoeirista baiano Besouro Mangangá é superprodução



Ivan Dias Marques Redação CORREIO

Berimbau... Cânticos... Palmas... Roda... Jogo... Saltos... Câmera... Ação! A capoeira saiu das senzalas e ganhou a liberdade com muita luta e gana. Exportou-se. Agora, a arte vai ganhar as telonas. E não haveria lugar melhor do que a Bahia para servir de inspiração para Besouro, longa-metragem que conta a história do mais mítico dos capoeiristas da história e que estreia nos cinemas em 30 de outubro.

Nascido em Santo Amaro da Purificação, Manoel Henrique Pereira (1897-1924), o Besouro Mangangá, pode ser novidade para muitos leitores e futuros espectadores, mas é velho conhecido das rodas de capoeira em cânticos, onde é tão relembrado quanto os mestres Pastinha e Bimba. Descrito como valente e mulherengo, ele tinha o ‘corpo fechado’ pelos orixás, o que era explicação para fugas mirabolantes. Batia em policiais e morreu, segundo as histórias, vítima de ‘trairagem’.

Mito
No livro Mar morto (1936), Jorge Amado (1912-2001) dedica um capítulo a Besouro. O escritor afirma que o mito é mais importante do que os senhores e os nobres de Santo Amaro: “A estrela de Besouro pisca no céu. É clara e grande.Um dia voltará para se vingar. Voltará outro, ninguém saberá que é Besouro. A sua estrela desaparecerá do céu, ele brilhará na Terra”.

Coube a um capoeirista, natural de Lençóis, trazer Besouro de volta em forma de interpretação. Aílton Carmo, 22, estava na Bélgica, chegou no segundo teste de elenco do filme, foi “tesourado” pelos concorrentes (gíria que significa ser boicotado no jogo), mas acabou ganhando o papel de protagonista. “É muito importante para mim representar o Besouro. Por ser negro, capoeirista. Sei quem era ele”, afirma o artista, que enfatiza a importância para a cultura capoeirista que não fosse qualquer um que interpretasse a lenda.

O ator faz questão de dar crédito à preparadora de elenco Fátima Toledo (Cidade de Deus), 55, conhecida pelos métodos “diferentes” (e eficazes) de afinar os atores para atuar. De acordo com Aílton, a alagoana sugou a alma dele num trabalho considerado por Aílton muito duro: “Ela conseguiu fazer de mim o Besouro guerreiro”, conta.

O longa é baseado no livro Feijoada no paraíso, do escritor carioca Marco Carvalho. O estreante diretor João Daniel Tikhomiroff, 59, construiu uma trama que envolve o mito em ação, romance, religião e história. “O filme baseia-se no livro, mas não se prende a ele nem aos personagens reais que fizeram parte da vida de Besouro. Não se trata de um filme biográfico, nem histórico. É ficção, uma verdadeira fantasia, baseada nas lendas sobre um homem extraordinário”, explica o cineasta carioca.

Para Aílton, que pretende seguir a carreira de ator (mas sem esquecer a capoeira), o filme serve também para a preservação da cultura brasileira e baiana: “Acho um resgate da figura de Besouro, que estava sumido.”

Superprodução
O Besouro não é um filme qualquer mesmo. Além de trazer a história de um mito nacional para o grande público, o longa-metragem, orçado em R$ 10 milhões, teve uma produção poucas vezes vista no cinema brasileiro. Apesar de ser a sua estreia na telona, João Daniel Tikhomiroff tem um currículo respeitável como publicitário: ele ganhou 41 Leões no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, sendo um dos brasileiros mais premiados no evento.

Os efeitos especiais nas lutas foram comandados pelo chinês Huen Chiu Ku, que trabalhou nas coreografias de Matrix (1999), O tigre e o dragão (2000) e Kill Bill (2003/2004). Com ele, os saltos que Besouro dava ganharam tamanho proporcional às lendas. Uma delas conta que ele, após ser alvejado diversas vezes, levantou-se e pulou de uma ponte, só aterrissando do outro lado, para espanto de todos. “Foi meio estranho fazer, amarrado com cabos, alguns movimentos da capoeira a que eu estava acostumado”, lembra Aílton Carmo, que gostou do resultado final no filme, apesar de só ter visto parte dele ainda.

A fotografia de Besouro é do equatoriano Enrique Chediak, vencedor de um Sundance por Hurricane (1997). O filme ainda tem produção associada de Daniel Filho, distribuição da Buena Vista International, documentário e making of realizados por Kátia Lund (co-diretora de Cidade de Deus) e fotos de Christian Cravo. A qualidade final fez com que o filme, mesmo antes de chegar às salas, fosse um dos pretendentes à indicação brasileira ao Oscar 2010.

Trilha
A música de Besouro é um caso à parte. A direção é de Rica Amabis, de projetos como o 3 na Massa e Instituto: ele convidou o mestre Gilberto Gil para a fazer o tema, arranjado pela Nação Zumbi e com participação do percussionista Naná Vasconcelos. “Trata-se de falar de um herói brasileiro, negro, ligado à capoeira e ao candomblé, que são aspectos da nossa cultura só recentemente legitimados na sociedade brasileira. Por isso, tive muito cuidado pra fazer a música”, declarou Gil.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O HOMEM QUE NÃO DORMIA


Do diretor Edgard Navarro

SINOPSE

Numa mesma noite, cinco pessoas de uma cidadezinha do interior são acometidas por um mesmo pesadelo envolvendo um homem sinistro e um tesouro enterrado. Com a chegada de um misterioso peregrino, o vilarejo é arrebatado da rotina medíocre e os personagens são lançados num vórtice de acontecimentos insólitos. Será assim que cada um terá sua verdade trazida à luz e se libertará do jugo perverso das hipocrisias, medos e doenças, assumindo as rédeas de seus destinos e reescrevendo suas vidas.