sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

A VOZ DO POVO


 Vereador  Chico Estrella




VITÓRIAS no campo... CONQUISTAS na vida!

Muito se tem dito sobre os efeitos pedagógicos do esporte na formação

de uma vida e de um caráter; o futebol, então, no nosso país e no

mundo inteiro, tem sido assim esta grande escola de homens

perseverantes e combativos, mas que também aprendem cedo a respeitar o

próximo e as regras de bem viver em sociedade. Chico Estrella Dantas é

um exemplo destes homens que, criado no mundo do futebol, soube trazer

para a vida pública e familiar as lições que aprendeu no "fair-play"

de uma longa vida de companheirismo e disciplina dentro das quatro

linhas dos gramados! Com um aguçado senso de companheirismo e

solidariedade, Chico tem se destacado no cenário político da sua

cidade, Vitória da Conquista, como um daqueles craques que está sempre

com um conselho, uma palavra de ânimo e, ao mesmo tempo, com a firmeza

e a liderança de quem veste a camisa do seu povo e, se um dia o

técnico se ausentar, pronto para assumir o comando e conduzir nosso

escrete na conquista do campeonato. Campeonato este, explica-se, como

uma metáfora da batalha que nossa terra trava todos os dias para

vencer o subdesenvolvimento e subir para a primeira divisão das

cidades evoluídas, prósperas e de um povo feliz e bem amparado. A esta

exitosa experiência, outras vieram se somar na gestão de uma liderança

política autêntica e promissora que Chico Estrella representa: Uma

família exemplar capaz de refletir a integridade e a força dos

princípios cristãos e uma longa e idônea atividade como empresário,

honesto e agente da prosperidade financeira da nossa cidade. Parece

pouco, embora raro hoje em dia, homens qualificados assim para a vida

pública, mas é o suficiente para participar com humildade no

enfrentamento dos grandes problemas que nossa terra irá enfrentar

nessa década que transcorre. Chico Estrella, como já dito acima, é um

atleta do coletivo, das mãos unidas, e sabe que sua modesta

competência, quando somada com a vossa, caro leitor, será capaz de

conduzir uma corrente de entusiasmo e energia suficientes em acordar

nossos líderes da letargia e do desânimo, ouvindo e apresentando

ideias, projetos, soluções e atitudes que arrastará a todos nós para

os trilhos do progresso e da vida feliz que é o destino desta cidade,

conforme os sonhos e as esperanças dos nossos ancestrais que

construíram esse município. Somos o futuro deles, somos o fim de todos

os seus esforços, e, nas lutas políticas que doravante travaremos ao

lado desse vigoroso atleta que é o Chico Estrella, poderemos imaginar

estes nossos ancestrais na arquibancada do Paraíso, vibrando com cada

golaço, cada jogada, cada lance criativo e empolgante, goleando sem

perdão o time adversário da decadência, da corrupção e do abandono!

Passa a bola, lança na área e deixem o Chico cabecear... E corram para

o abraço!


C.R.S

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Mostra “Nordestern: bangue-bangue à brasileira” abre agenda gratuita do ano na Cinemateca



Cena do filme "Sertânia" (Foto: Divulgação/Miguel Vassy)

Movimento social ocorrido no Nordeste entre o final do século XIX e o início do século XX, o cangaço tem uma presença extensa na filmografia brasileira. Ele começa a aparecer no cinema nordestino, sobretudo pernambucano e baiano, a partir de 1925, quando o fenômeno estava em pleno andamento, em filmes como “Filho sem mãe” (1925), “Sangue de irmão” (1927) e “Lampião, a fera do nordeste” (1930). Desses títulos, infelizmente, nenhum sobreviveu. Seguindo essa temática, a Mostra “Nordestern: bangue-bangue à brasileira” abre a programação gratuita de 2023 da Cinemateca Brasileira e fica em cartaz de 19 a 28 de janeiro, na sala Grande Otelo. 

O título mais antigo da mostra, “Lampeão” (1936), é um registro documental raro e intrigante de Lampião, Maria Bonita e seu grupo, mostrando cenas cotidianas de lazer e tranquilidade realizadas com grande esforço pelo cinegrafista Benjamin Abrahão, cuja odisseia para conquistar a confiança do grupo é ficcionalizada 60 anos depois em “Baile perfumado”(1996).

Mas é com “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, filme que completa 70 anos em 2023, que a representação do cangaço, do Nordeste e do bangue-bangue se consolida como um estilo cinematográfico tipicamente brasileiro, batizado pelo crítico Salvyano Cavalcanti de Paiva de nordestern. Isso porque esses filmes tinham uma clara inspiração nos westerns americanos e seus filmes de aventuras no Velho Oeste. Gênero controverso, tal como o próprio cangaço, por retratar o movimento por vezes como excessivamente violento, por vezes sob uma ótica romantizada e heroica, o nordestern foi produzido inclusive no Sul do país, sempre evocando os signos e o imaginário em torno do Nordeste, sua história e cultura.

De “A morte comanda o cangaço” (1960), passando pelo documentário sociológico “Memória do cangaço” (1964), pelo épico de Glauber Rocha “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1967), pelo importante documentário “A musa do cangaço” (1982), que aborda a participação das mulheres no cangaço, até produções contemporâneas que evocam o fenômeno, como “Bacurau” (2019) e “Sertânia”(2019), dentre outros, a mostra convida o público a apreciar o mosaico de produções que compõem esse movimento do cinema brasileiro.

A programação inclui também uma conversa com Kleber Mendonça Filho, co-diretor de “Bacurau”, antes da exibição de seu filme no dia 19, quinta, e uma mesa de conversa sobre mulheres no Cangaço no dia 28, sábado, com Walnice Nogueira Galvão e Maria do Rosário Caetano, organizadora do livro “Cangaço: o nordestern no cinema Brasileiro”, que estará à venda no foyer Grande Otelo depois do debate. 

Sessão Infantil 
E a partir de janeiro de 2023, a Cinemateca Brasileira inicia sessões dedicadas às crianças com frequência quinzenal, sempre aos sábados. Serão exibidos filmes brasileiros e estrangeiros, de diferentes períodos e estilos, de modo a fomentar a formação de público cinematográfico desde a infância.

Fonte: Tela Viva

ARTE MODERNA, SEM RIMA E SEM MÉTRICA

Allan de Kard 


ZOOANTROPIA


Eu sou filhote da arte moderna. 

Já nasci rompido com a métrica e o academicismo.

Minha arte vagueia no livre pensar, e num mergulho na intuição, constrói narrativas mitológicas, que quando iluminada pela razão se faz filosofia.

  Religa com o Divino,  não é fé Dogmática, pois é Fé raciocinada,

   Jamais se perde nos labirintos da Ciência, pois é puro sentimento.

  Minha arte é Sã, minha fé não é vã.

Allan de Kard  Verão de 2022

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

PONTO DE VISTA: OS SINGULARES "TERRORISTAS " DE BRASÍLIA

 



Por Joaci Góes 


Ao General Marcelo Guedon, que ontem aniversariou. 

Entre os quase 1.600 “terroristas” detidos no último domingo em Brasília, um grande número era composto por mulheres, crianças e idosos, empregados, patrões e profissionais liberais, sem qualquer antecedente criminal. Mais uma característica marcantemente singular é que nenhuma arma, branca, de fogo ou outro artefato bélico qualquer, foi encontrado com os “terroristas”. Para alguns segmentos da mídia brasileira, porém, trata-se de “mercenários fascistas a serviço da destruição dos sólidos pilares de nossa democracia, duramente conquistada”.

Tão logo deparou esse surpreendente panorama humano da multidão que acabara de predar as sedes dos três poderes, as autoridades policiais cuidaram de libertar a grande maioria, permanecendo detidos por mais algum tempo menos de 20% do grupo original, a serem liberados, logo em seguida, para se defenderem em liberdade, se a lei brasileira se sobrepuser ao voluntarismo ora reinante no Brasil, através de práticas ditatoriais de membros do Poder Judiciário, com a parceria criminosa do Poder Legislativo, comprovando o ominoso compadrio entre poderosos grupos marginais que reciprocamente se protegem. A perplexidade do difícil momento que atravessamos, com a temível tendência a se aprofundar, confere atualidade à avaliação de Rui segundo a qual “Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro.”

A verdade que não quer calar é que esta rebelião coletiva, utilizando métodos que reprovo, constitui uma miniatura do grande contingente nacional que não aceita o retorno de um peculatário, o maior de que se tem conhecimento no Planeta, depois de exaustivamente comprovadas e punidas suas enormes responsabilidades, ao mesmo posto que desonrou, graças à indecorosa e prostituída iniciativa de membros da Suprema Corte de anular o processo, exaustivamente acompanhado pelas tvs, que o condenou, com o propósito evidente de assegurar-lhe a impunidade pelas estradas largas da prescrição. Esta, sim: uma violência muitas vezes maior do que a quebradeira de Brasília. Como nos ensinou Rui “Se os fracos não têm a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.” Afinal de contas “Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!”

Não há vergonha maior na história do judiciário dos povos decentes do que a praticada por nosso Pretório Excelso, cuja credibilidade popular, na atualidade, é a menor de todos os tempos. Atos ou decisões inconstitucionais não se convalidam com a aprovação de chefes de poderes desertores do dever.

 Com a soltura de Sérgio Cabral, em nome da mínima moralidade, deveríamos soltar a totalidade de nossa população carcerária. Basta comparar os anos de condenação atribuídos a Sérgio Cabral com os de Fernandinho Beira-Mar e Marcola, meros trombadinhas.

Para mostrar sólida coerência de princípios, em sua disposição de atropelar quem quer que se oponha ao seu arbítrio, o Ministro Alexandre de Moraes deveria mandar prender, também, os ex-comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica que, em nota conjunta, denunciaram os seus excessos; bem como os Generais que acompanharam com simpatia democrática o cerco que por dois meses sofreram das populações que lhes pediam para intervir. Caso contrário, crescerá o prestígio do aforismo que ensina que “boi sabe onde arrombar a cerca”, bem como o acicate de Rui: "Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde."

Sem dúvida, a autoridade da justiça é moral, e sustenta-se pela moralidade das suas decisões.

Fonte: Jornal Tribuna da Bahia


segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ABELHAS PROCURAM FLORES


ABELHAS PROCURAM FLORES

Quando, nos idos setenta e cinco fui indicado para assumir minha primeira delegacia, fato que ocorreu em Itapetinga no alvorecer do ano seguinte, jamais poderia supor seriam os caminhos difíceis da carreira que abracei com sofreguidão, desde o início, pontes capazes de me fazer realizado e, sobretudo, percorrer trilhas deveras cintilantes.
Sim, porque como digo ultimamente pude plantar desde então, principalmente na serrana Vitória da Conquista, aonde cheguei naquele tempo, antes mesmo de aportar na terra que foi a rainha da pecuária baiana, amores e amigos. Os especialíssimos frutos desta semeadura, filhos e cúmplices, posto verdadeiros amigos, nada mais representam senão parceiros do bem, me têm ofertado momentos de emoção indescritíveis.
Confesso, quando engatinhava no mister que me tornou um caçador de infratores, atividade pela qual conheci os quatro cantos deste imenso país, bem como outras plagas fora de nossas fronteiras, buscando conhecimento, ou laborando na atividade fim, seria imponderável crer que se transformariam os episódios vividos, em obra que escrevi.
Inimaginável crer que Saques e Tiros na Noite - Sonhos, Estórias e Histórias de um Homem de Polícia - teria o condão de reconduzir este calejado investigador, tal qual raposa velha que perde o pelo, perde os dentes, mas não perde o faro, aos palcos em que os dramas ocorreram, sem riscos nem dor, mas, tão somente, no dorso do corcel alado chamado emoção.
Depois, mudando a biruta, ao invés de redigir novo elenco de memórias consegui grafar um romance - Surfando em Pipelines - e assisti serem publicadas, também, diversas crônicas que irão compor Divagares Ligeiros, justo a compilação destas divagações. Enfim, passei a rabiscar versos que têm sido iluminados, não pela inspiração deste poeta, mas pelas obras do fenomenal Ed Ribeiro, consagrado artista plástico baiano cujos quadros empresta, para ilustrar  os sonetos do que virá a ser, Poemas Iluminados.
Todas estas nuances vindas num crescendo fazem com que este Homem de Polícia creia no caráter transcendente da existência, assim como na belíssima dinâmica da vida que a faz ser tão fascinante. E é justo sobre mais um feixe de emoções que estas linhas pretendem considerar.
A convite do jovem e talentoso Beto Magno aporto ontem na estação que renovada trará o nome de um dos seus maiores inspiradores, Glauber Rocha. Cineasta, publicitário, conhecedor e amante das artes em geral, Beto reúne uma plêiade de notáveis, para lançar seu novo empreendimento e estou entre os convidados. Induvidosamente, a VM produções elevará sobremaneira o nome desta terra de tantos luminares, na musica, no cinema, na literatura, na escultura, na arte em geral, nos esportes, na política, destarte, sou privilegiado por participar do evento.
De saída, o ambiente escolhido para a solenidade abriga energia de elevada magnitude. A fazenda Vidigal, de nossa cidadã conquistense e baiana, Valéria, cujas pinturas encantam, e do esposo Giano Brito, palco onde a pedra fundamental da VM FILMES foi fincada dispensa comentários. Por seu turno, quaisquer adjetivos serão incapazes de descrever as virtudes incomensuráveis do casal anfitrião.
Apesar de amalgamados, na liga de um amor que brilha ao entorno de ambos revelando o geminar das suas almas, cada um deles tem, todavia, papel definido no exercício das responsabilidades profissionais, pessoais e sociais que desempenham, dentro da família e da comunidade onde pontuam. Mas, e acima de tudo, na medida em que entendo serem duas as razões que diferenciam os mortais de seus pares - inteligência e sensibilidade -, por certo, Giano e Valéria estão bem acima da média, nestes quesitos fundamentais.
A diferença no particular é que nele, reservado por natureza, reside a fonte onde ela, personalidade intensa busca o combustível que queima na sua permanente arte de entrega.  Como exemplo há de referir, suas férias serão oportunidade de trabalho para levar a jovens desta terra, o milagre da transformação que apenas pode ser alcançado, nas profundas águas da cultura.
Naquele sítio encantado, depois de abraçar os donos da casa pude rever velhos conhecidos e reencontrar, decerto, figuras de um passado imemorial a quem deveria rever neste plano do agora. Enquanto cumprimentava Armenio, Cassiano, Garcez, o grande escultor Allan de Kard, retratista local, J.C. de Ameida, levado a todos eles pelos sentidos elétricos de Beto, ladeado por João Luis e Vitória Magno, seus lindos filhos - mote da VM - revi alguém a quem não encontrava há anos, Luciano, amigo de meu querido irmão Valnei que voltou ao etéreo e matamos saudades. Justo sua esposa, D. Fátima cuidava de ofertar aos chegados, cadinhos magníficos, petiscos oriundos da Delícia da Nina e cachaça artesanal alambicada em Iguaí.
Enquanto o profissional local e diretores de fotografia para o cinema, Xeno Veloso e Inácio Teixeira interagiam comigo através suas conversas retinas e lentes, fui ao encontro do consagrado Lázaro Faria, publicitário e cineasta. Finalmente encarei a fera, Zelito Viana e sua esposa Vera de Paula, ele aplaudido produtor e roteirista brasileiro, pai do ator Marcos Palmeira, também produtor de alimentos orgânicos em Itororó, na fazenda Cabana da Ponte fundada por Sinval Palmeira, exponencial personalidade que pude conhecer, exatamente quando fiz meu “avant premiere” como Delegado naquelas paragens, com eles, o dramaturgo Sergio Ramos, nascido na cidade da carne do sol mais famosa do Brasil.
Após a abertura, todos os presentes foram brindados com o curta Alô Boys , lançado por Beto e pela maravilhosa película dirigida por mestre Zelito Viana e Gabriela Gastal, sob os auspícios da Mapa Filmes.  Neste momento invadiram a sala de projeção sem pedir licença - e não deveriam -, além do motivo inspirador da obra, Ferreira Goullart, Marcos Nanini, Adriana Calcanhoto, Laila Garin e Paulinho da Viola. Inebriados pela beleza do tributo ao grande e imortal artista maranhense, não restaram dúvidas acerca da máxima que intitula o filme: A ARTE EXISTE PORQUE A VIDA NÃO BASTA.
Enquanto degustava o jantar supimpa, feito com esmero pela chef Cris Luna, ao som de musica leve aos acordes de Lucinho Ferraz e da voz de  jovem e excepcional cantora, Valéria lembrou episódio inusitado ocorrido quase dezoito anos atrás. Recordou que nossas famílias se encontravam, por casualidade, numa pousada às margens da barragem de Anagé, quando houve atitude tanto neurótica, própria dos profissionais de polícia, sempre que expostos a momentos de perigo. Abelha impertinente picou seu lábio, enquanto sorvia refrigerante e tendo gritado frente a dor provocou reação incontinenti deste oficial de segurança, postado próximo à mesa onde estava. Viajamos no tempo, rimos outra vez, sua filha, na época criança acompanhou o momento hilário e viajei no trem bala do pensamento até a cama de meu João, em Salvador. Assim, como a jovem estava ele ainda infante, naquele cenário recordado.
Despedi-me de todos e voltei para a pousada onde me abrigo e agora escrevo estas linhas. Quando subi a serra imaginei, quanta felicidade para Conquista receber empreendimento do porte da VM FILMES Produções, bem como será exitosa e cheia de sucesso, a nova jornada que Beto enceta.
Ao deitar pensei numa verdade e faço-a transmitida para Giano, Valéria, seus filhos e todos que lhes amam. ABELHAS PROCURAM FLORES.
Hoje, nos revimos, ao eflúvio dos vinhos na adega, Box 111 e no sabor supimpa das iguarias feitas pelo chef Jack, estrela do Bistrô.
Afinal, o que é bom acontece muitas vezes.

Vitória da Conquista, 25 de novembro de 2017
Valdir Barbosa
Enviado do Yahoo Mail no Android


 Ilustração: tela de Valéria Vidigal 

domingo, 8 de janeiro de 2023

UM BAIANO NO EXÉRCITO DE NAPOLEÃO



Por Mamede Paes Mendonça Neto

Um baiano no Exército de Napoleão.

Caetano Lopes de Moura (1780-1860) Nasceu na cidade de Salvador, aos 7 de Agosto de 1780, sendo filho de Maximiano Lopes de Moura, mestre carpinteiro, homem de côr, “sisudo e de sãos cos­tumes”.

Em 1797, com apenas dezoito anos de idade, envolveu-se com a “Conspiração dos Búzios”, assim chamada porque seus adeptos usavam um pequeno búzio prezo à corrente do relógio. Descoberto o movimento revolucionário, Caetano Moura foge para Portugal e, depois de muitas agruras, matricula-se na Universidade de Coimbra.

Abandonando posteriormente a ideia de estudar em Portugal, partiu Lopes de Moura para a França, onde depois de grandes dificuldades conseguiu concluir o curso medico em Paris. Tolhido pela necessidade, ingressou Lopes de Moura no exercito francês, como ajudante de cirurgia, passando-se depois para a Legião Portuguêsa que servia sob as ordens de Napoleão Bonaparte. Tendo-se demitido do exercito, quando co­meçou a decadência do imperio napoleônico, fixou Lopes de Moura a sua residencia em Grenoble, onde se dedicou á pratica da medicina.

Ao cabo de algum tempo, notabilizou-se pela competência, e pela cultura.

Com a derrota de 1814, Napoleão foi exilado e Caetano Moura caiu no ostracismo. 

Sempre em luta com a adversidade, foi Lopes de Moura so­corrido em Paris pela generosidade do imperador Pedro II, que lhe concedeu uma pensão, de maneira que o ilustre brasileiro pudesse continuar, sem embaraço, os seus trabalhos científicos e literarios. Já octogenario, faleceu em Paris, a 3 de Dezembro de 1860.

Caetano Lopes de Moura deixou numerosos trabalhos de historia, geografia, literatura e diversas traduções de obras es­trangeiras. Deixou tambem uma interessante Auto-biografia, cujo autógrafo pertence ao Instituto Historico, que o possue por oferta que lhe fez o Marquês de Sapucaí.

Entre os seus trabalhos mais conhecidos, destacam-se a História de Napoleão Bonaparte e Harmonias da Criação. Lançou também várias obras didáticas, Mitologia da Mocidade, Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil, Epítome cronológico da História do Brasil.

Escrevendo em 1846, Caetano Lopes de Moura, exprimiu a sua profunda admiração pelo imperador francês na sua Histoire de Napoleon - uma biografia em que os gloriosos acontecimentos do passado foram celebrados segundo um certo modelo de historiografia do século XIX.. Na época da publicação do livro, ele morava na França há algum tempo. Relatando a Batalha de Wagram refere que 'esteve presente nesta inesquecível batalha como cirurgião-mor da Legião Portuguesa'. Em seu breve relato do encontro com Napoleão em Ebersdorf, ele observa com entusiasmo que "seus olhos eram tão cheios de vida que qualquer um que olhasse para eles era obrigado a abaixar os olhos até o chão, tal era o fogo emitido". 

O entusiasmo é ainda mais manifesto ao descrever a queda do imperador francês: 'O grande homem caiu... glória, todo o seu gênio e toda a sua grandeza moral.' Caetano Lopes de Moura nunca mais voltou ao Brasil e passou o resto da vida na França. Morreu em 1860, depois de uma vida dominada por duas grandes figuras, Napoleão e Pedro II, Imperador do Brasil.

 O exemplo de Lopes de Moura é sugestivo do poderoso fascínio que Bonaparte exerceu sobre vários intelectuais e políticos luso-brasileiros e , através deles, sobre Portugal e seu império. Pela profunda mudança que produziu nas histórias da França, da Europa e de suas colônias - redesenhando o mapa político, introduzindo o Code Civil e derrubando várias dinastias - Napoleão criou o arquétipo do herói moderno.

Ao mesmo tempo, suas ações também tiveram repercussões distintas nos impérios ibéricos, incluindo o de Portugal, receptivos ao contexto mais amplo de crise do Antigo Regime ou de uma época de revoluções. No mundo luso-brasileiro, o difícil período das invasões francesas (1807-1814 ) deu origem a representações e opiniões contrastantes sobre Napoleão e a França Imperial.

Caetano Lopes de Moura pertence ao numero dos mestiços brasileiros de origem modesta, que á custa de esforços proprios souberam elevar-se dignificando o nome de sua terra nativa. Aliás, no Brasil não foi pequeno o numero desses descendentes da raça negra que contribuiram com os frutos de sua inteligen­cia para a grandeza das artes e das letras patricias.

E o velho cirurgião do exercito bonapartista está, sem du­vida, incluído neste numero. 

FONTE: PARANHOS, Haroldo. História do romantismo no Brasil. São Paulo: Edições Cultura Brasileira, 1937.

 

sábado, 7 de janeiro de 2023

MUSEU DE KARD

Dra. Roberta Barbosa e Beto Magno 

VILAREJO 

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

MARISA MONTE


 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

INSTITUTO MUSEU DE KARD






Romeu Ferreira, Alex Emanuel, Valéria Vidigal, Domício Campos e Allan de Kard 



A chuva caí branda e continuada como deve ser as boas coisas da vida. 
Parece que foi reza na medida certa agraciando esse lugar de meu Deus.
É como se o regador Divino sob os cuidados do Jardineiro dos Céus aqui estivesse, como de fato está, aqui , ali, alhures...  
Vem bendita, vem de mansinho fecundar o solo e levar com suas águas todas as desesperanças. 
Vem e renova o Ânimo desse Nordestino que não desiste jamais.
E eu apoiado sobre meus calcanhares, fito o infinito e agradeço a inteligência Suprema do Universo, o Senhor de todos os Sóis, onipresente no Macro e Microcosmo, presente também na essência de cada Ser. 
Isso mesmo, temos o DNA divino, somos Lucigênitos, filho da luz. 
Meu Deus!!! Chove, chove, chove, chove de mansinho... 

Allan de Kard ( Verão 2016)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

CANÇÃO DO AMOR SERENO


 CANÇÃO DO AMOR SERENO


Vem sem receio: eu te recebo

Como um dom dos deuses do deserto

Que decretaram minha trégua, e permitiram

Que o mel de teus olhos me invadisse.


Quero que o meu amor te faça livre,

Que meus dedos não te prendam

Mas contornem teu raro perfil

Como lábios tocam um anel sagrado.


Quero que o meu amor te seja enfeite

E conforto, porto de partida para a fundação

Do teu reino, em que a sombra

Seja abrigo e ilha.


Quero que o meu amor te seja leve

Como se dançasse numa praia uma menina.


Lya Luft


segunda-feira, 31 de outubro de 2022

18ª EDIÇÃO PANORAMA INTERNACIONAL COISA DE CINEMA

Em sua 18ª edição, o Panorama Internacional Coisa de Cinema retoma a programação 100% presencial e volta a ser realizado em Cachoeira. O festival acontece de 3 a 9 de novembro, no Cine Metha (Salvador) e no Cine Theatro Cachoeirano (Cachoeira). #bahia #CulturaEmMovimento #GovBa #SecultBA #salvador

➕Infos: http://ow.ly/2RLr50LpUma


 

sábado, 1 de outubro de 2022

PARA OS QUE VIRÃO

Beto Magno
 

 
PARA OS QUE VIRÃO 
 
Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.
Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
 
Thiago de Mello

terça-feira, 27 de setembro de 2022

domingo, 18 de setembro de 2022

CAMINHADA DA VITÓRIA


Foto: Rosa Tunes

Vice Governador e Candidato a Dep. Federal João Leão e comitiva.
 
*Em uma semana, cinco prefeitos anunciam apoio a ACM Neto*

 

_Gestores de Seabra, Brumado, Brotas de Macaúbas, São José de Vitória e Novo Horizonte afirmaram que a população de seus municípios quer mudança na forma de governar a Bahia_


Em apenas uma semana, o candidato a governador ACM Neto (União Brasil) recebeu o apoio de cinco prefeitos, sendo quatro eleitos por partidos que integram a base do governo. Desde a última terça-feira (13) até este domingo (19), aderiram oficialmente à campanha os prefeitos Fábio Lago Sul (PP, Seabra), Eduardo Vasconcelos (sem partido, mas eleito pelo PSB em Brumado), Dr. Kléber (PSB, Brotas de Macaúbas), Jeová Nunes (PSB, São José da Vitória) e Djalma Anjos (PP), Novo Horizonte. Além dos prefeitos, mais de 20 vereadores dos cinco municípios também abandonaram a base governista e fizeram a “portabilidade”.


“Tenho certeza que a experiência e o trabalho de ACM Neto nos oito anos em que administrou Salvador são as maiores credenciais do que será feito no governo estadual a partir de 1º de janeiro do ano que vem, quando ele tomar posse”, afirmou o prefeito Fábio Lago Sul, que foi reeleito em 2020 com 60,87% dos votos. “Os apoios e a confiança dos prefeitos, vereadores, candidatos e lideranças revelam o desejo de mudança que tomou conta de todos os 417 municípios da Bahia e mostram que estamos no caminho certo, rumo a uma grande vitória no dia 2 de outubro”, disse ACM Neto.


Além do apoio ao candidato do União Brasil, os cinco gestores têm em comum críticas ao governo estadual. “Fomos completamente abandonados pelo governador Rui Costa e as promessas simplesmente não foram cumpridas”, disse o prefeito Jeová Nunes. “A população de Brotas de Macaúbas, em sua grande maioria, está muito insatisfeita com o governo estadual e quer ACM Neto como governador”, afirmou Dr. Kléber.


“Estamos a duas semanas das eleições, na reta final, e no momento mais importante temos recebido apoios muito importantes. Desde o início de minha caminhada tenho falado que se Deus e os baianos me derem a oportunidade de ser governador vou trabalhar muito para fazer a melhor administração do Brasil, como fiz em Salvador, e honrar cada voto recebido”.


*Apoio petista*- Também esta semana ACM Neto recebeu o apoio de um candidato que disputou as últimas eleições pelo

PT e continua filiado ao partido. Ézio da Farmácia disputou a prefeitura de Ibitiara em 2020, mas agora em 2022 decidiu seguir com o candidato a governador que faz oposição ao partido.


"Para nós é um prazer enorme receber ACM Neto em nossa cidade. O que a gente espera dele é que venha desempenhar um grande governo na Bahia, assim como fez em Salvador por oito anos. Foi isso que nos levou a apoiá-lo neste ano. Esse é o voto de confiança que não só eu, mas todo o nosso grupo está dando ao próximo governador da Bahia", disse Ézio da Farmácia.


Fonte: ASCOM João Leão 

domingo, 21 de agosto de 2022

FILMES HOMENAGEADOS NO I FESTIVAL DE CINEMA DE MARACANGALHA

 

  MANDINGA EM MANHATTAN

 DIREÇÃO: LÁZARO FARIA

DURAÇÃO: 54:22

 

 

 

 

 

FILMES HOMENAGEADOS NO I FESTIVAL DE CINEMA DE MARACANGAL

 

 O Corneteiro Lopes

 DIREÇÃO: LÁZARO FARIA 

DURAÇÃO: 20:38

 

 


FILMES HOMENAGEADOS NO I FESTIVAL DE CINEMA DE MARACANGALHA

 

 REVOADA TRAILER - Português

 DIREÇÃO: JOSÉ UMBERTO DIAS

DURAÇÃO: 1:20:00


FILMES HOMENAGEADOS NO I FESTIVAL DE CINEMA DE MARACANGALHA

 

 PARAÍSO INSÓLITO (Stranger Paradise ) Filme completo

DIREÇÃO: ANSELMO VASCONCELLOS 

DURAÇÃO: 19:04

 


 

FILMES HOMENAGEADOS NO I FESTIVAL DE CINEMA DE MARACANGALHA

Cascalho_2004_filme completo

DIREÇÃO: TUNA ESPINHEIRA 

DURAÇÃO: 1:44:48

ALÔ BOYS! (O Filme)

 

Quinto filme em Maracangalha

Os Pitorescos Personagens de Maracangalha

 

Quarto filme em Maracangalha

EREMITA ROSA - A Grande Dama de Maracangalha (2012) VM Filmes

 

Terceiro filme em Maracangalha

UM GRANDE SAMURAI - José Augusto Berbert de Castro (2008) VM Filmes

 

Segundo filme em Maracangalha

CINE MARACANGALHA

 

Primeiro filme feito em Maracangalha em 2008

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

ATÉ QUANDO VIA BAHIA?

 Até quando vamos aturar a VIABAHIA?

15/08/2022 10:55 em Geral

por José Maria Caires - Duplica Sudoeste

No dia 04 de março de 2020, tivemos uma audiência com o então ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas. Naquela oportunidade ele trabalhava com a possibilidade de uma possível intervenção na VIABAHIA, que, infelizmente, acabou não acontecendo.

Tive a oportunidade de me pronunciar na ocasião do encontro com o ministro e aproveitei para sugerir que ele fizesse um TAC -Termo de Ajuste de Contrato, solução que ele considerou inadequada naquele momento.

A relutância da ANTT em fazer a revisão contratual quinquenal, tem favorecido unicamente à concessionária, tanto judicial quanto financeiramente, já que muitas das contrapartidas previstas não estão sendo realizadas, enquanto as cabines de pedágio continuam arrecadando milhares de reais todos os dias.

Infelizmente a ANTT não percebe o quanto beneficia indevidamente a VIABAHIA com essa falta de atitude, ao mesmo tempo em que gera prejuízos incalculáveis para os usuários que pagam para transitar na estrada e não estão recebendo de volta os benefícios a que teriam direito.

Nas últimas semanas nem os serviços básicos de manutenção do asfalto estão sendo realizados a contento, sendo possível encontrar vários buracos e inúmeros consertos mal feitos em vários trechos da rodovia entre Feira de Santana e Vitória da Conquista.

.Até quando vamos aturar a VIABAHIA?

Não se surpreendam se o pedágio chegar aos R$ 14,00. E o pior, sem duplicação da BR-116.


Fonte: https://portalcontraponto.com/noticia/1247449/ate-quando-vamos-aturar-a-viabahia

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

ZELITO VIANA ( O DR. FANTÁSTICO)

Beto Magno, Dr. Valdir Barbosa, Valéria Vidigal, Vera de Paula e Zelito Viana



AS MEMÓRIAS DE ZELITO
Por Amir Labaki

Zelito Viana é um homem-cinema. São quase seis décadas de dedicação. Como poucos, fez de tudo, e assim nos conta no livro de memórias que finalmente lança, “Os Filmes e Eu” (Record, 296 págs, R$ 69,90).

Engenheiro de formação, Zelito é sobretudo produtor e diretor, mas também ator e fotógrafo, roteirista e selecionador musical, fomentador público (na Embrafilme de Roberto Farias de meados dos anos 1970) e distribuidor comercial (até de VHs e DVDs na Globo Vídeo). Há 57 anos mantem ativa sua produtora, a MAPA, que herdou o nome da revista cultural baiana tocada, entre outros, pelo jovem Glauber Rocha (1939-1981).

Seus primeiros passos na produção coincidem com a aurora do Cinema Novo. Pudera: um de seus próceres, ninguém menos que Leon Hirszman (1937-1987), seu colega nos estudos de engenharia, o convidou para fazer a transição profissional. No calor da hora, ou algum tempo depois, Zelito trabalhou com boa parte da patota: Cacá Diegues, Eduardo Coutinho (1933-2014), Glauber, Leon, Paulo César Saraceni (1932-2012), Walter Lima Jr.

No documentário rodado por Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988) sobre o movimento para uma TV alemã, “Cinema Novo -Improvisiert Und Zielbewusst” (1967), ei-lo apresentado correndo salas de cinema, ao lado de Cacá, para conferir o público de “A Grande Cidade”. Outro registro histórico está no livro: a Santa Ceia do Cinema Novo segundo David Drew Zingg (1923-2000), na foto batida em 1967 em mesa do Bar Zeppelin, em Ipanema, Rio. Quatro já se foram: Nélson Pereira dos Santos (1928-2018), Leon, Glauber e Joaquim Pedro. Quatro mantém alto a bandeira: Luiz Carlos Barreto, Ruy Guerra, Walter Lima Jr e o próprio Zelito.

“Os Filmes e Eu” repassa, em prosa despojada e ordem cronológica, a vida do cearense que se especializou na Europa em engenharia siderúrgica até não resistir ao chamado de Leon. A agilidade com números serviu-lhe de passaporte inicial. O amor por filmes desde a infância prenunciava a guinada. A proximidade com um dos irmãos mais velhos, o extraordinário humorista e escritor Chico Anysio (1931-2012), referendava a vocação familiar.

Sem cerimônia, Zelito reconstitui sua trajetória, discorrendo tanto sobre os grandes filmes que produziu e dirigiu quanto sobre os trabalhos de ocasião, de institucionais a campanhas políticas. A memória prodigiosa oferece anedotas deliciosas sobre quase todas as produções e perfis breves e carinhosos sobre personalidades (João Gilberto, Juruna, Mário Henrique Simonsen) e anônimos marcantes com quem conviveu.

“Terminar ‘Cabra Marcado para Morrer’ foi minha primeira tarefa a executar no mundo de cinema”, lembra Zelito. Duas décadas se passaram até conclui-la. Interrompidas as filmagens devido à eclosão do golpe de 1964, a inviabilidade de terminar o filme foi reconhecida a partir de uma projeção do copião nos laboratórios da Líder no Rio. “Nos vinte anos que se seguiram ao golpe militar, Eduardo Coutinho foi um homem obcecado pelo desejo de completar sua obra”, testemunha. O que era uma ficção engajada, na linha do CPC (Centro Popular de Cultura), se reencantaria num documentário de cristalina originalidade.

Zelito debutou como produtor com “A Grande Cidade” (1966), longa-metragem de estreia de Cacá Diegues, a quem conhecia de vista dos tempos no tradicional colégio Santo Inácio. Voltariam a trabalhar juntos em “Quando o Carnaval Chegar” (1973) e “Veja Esta Canção” (1994).

A parceria mais prolífica foi com Glauber, a quem conheceu na saída da citada projeção do primeiro “Cabra” na Líder. Estiveram juntos do curta documental “Maranhão 66” até o fim da década: “Terra em Transe” (1967), “Câncer” (1968), “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1968), “Der Leone Have Sept Cabeças” (1970). O título do último foi sacada dele. A recusa em produzir “A Idade da Terra” (1980) os afastou até a precoce morte de Glauber em 1981.

Nem só de obras-primas se constrói mais de meio século de carreira audiovisual. É assim admirável como Zelito não se furta de recordar produções eminentemente comerciais de grande sucesso, como o policial “Máscara da Traição” (1969) de Roberto Pires, com o casal Glória Menezes/Tarcísio Meira, e de retumbante fracasso, como sua primeira direção solo, “O Doce Esporte do Sexo” (1970), uma comédia de esquetes protagonizada pelo irmão, Chico Anysio.

Filmes melhores viriam. Adaptado do romance “Alma” de Oswald de Andrade (1890-1954), “Os Condenados” (1974) talvez seja ainda seu ápice no cinema ficcional. Rodado durante dois anos, “Terra dos Índios” (1979) é um marco na denúncia da violência contra as nações indígenas brasileiras, infelizmente ainda atualíssimo. Devemos a Zelito ainda os melhores retratos do poeta Ferreira Gullar (1930-2016), do dramaturgo Augusto Boal (1931-2009) e de seu multitalentoso irmão (“Chico Anysio É”, de 2006). O músico Egberto Gismonti será o próximo, anuncia o livro. O homem-cinema não para.

Fonte: http://etudoverdade.com.br/br/noticia/2217-As-Memorias-de-Zelito

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

ANSELMO VASCONCELLOS

 
Anselmo Vasconcellos
 
  1. Anselmo Carneiro Almeida Vasconcelos (Rio de Janeiro, 1° de dezembro de 1953) é um ator brasileiro de cinema, teatro e televisão.

    Já participou de mais de 50 filmes, entre os quais se destacam: Se segura, malandro!, de 1978, e Bar Esperança, o último que fecha, de 1983, ambos de Hugo Carvana; A república dos assassinos, de 1979, de Miguel Faria Jr., e Brasília 18%, de 2006, de Nelson Pereira dos Santos, entre outros.

    Na televisão, participou de telenovelas e minisséries, no humorístico Bronco, exibido pela Band, e atualmente atua na novela Genesis e Reis da Rede Record

    Carreira

    Na televisão

    Ano Título Papel
    1978 Ciranda Cirandinha Tavito
    1979 Plantão de Polícia
    1980 Ciranda Cirandinha
    O Bem-Amado Boca de Tramela
    1981 Brilhante Tavares
    Obrigado Doutor
    1982 Sítio do Picapau Amarelo Serapião
    1983 Eu Prometo Jair
    1984 Transas e Caretas Ronaldo
    1985 Um Sonho a Mais Edgar Chaves / Edson Chaves
    1986 Anos Dourados Capitão Serpa
    1987 - 1990 Bronco Chacal de Souza
    1990 Araponga Bitola
    1991 Amazônia Ezequiel
    Salomé Capivara
    1992 - 1993 Incrível, Fantástico, Extraordinário
    1993 - 1999 Você Decide
    1994 A Viagem Presidiário
    1995 Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados
    1996 A Vida Como Ela é...
    Caça Talentos Tony Dark
    1997 A Justiceira Paco
    Mandacaru Coronel Fontes
    Sai de Baixo Bartolomeu
    1998 Brida Henrique
    Corpo Dourado Naldo
    Hilda Furacão Jabuti
    Pecado Capital Jomar
    2000 Esplendor Rajão
    2001 - 2011 Zorra Total Vários Personagens
    2009 Toma Lá, Dá Cá Antônio Carlos
    2015 Zorra Vários personagens[3]
    2018 Treme Treme Pirarucu
    2021 Gênesis Ismael (idoso)
    2022 Reis Guedór, Rei dos Filisteus
    Cara e Coragem Milton Figueira

     

    No cinema

    Ano Título Papel
    1978 Fim de Festa Valentim[4]
    Se Segura, Malandro Beto[5]
    J.J.J., O Amigo do Super-Homem
    O Escolhido de Iemanjá
    Tudo Bem
    1979 A República dos Assassinos
    Eu matei Lúcio Flávio
    Terror e Êxtase
    Amante Latino
    1980 Perdoa-me por Me Traíres
    Consórcio de Intrigas
    1981 Eles Não Usam Black-Tie
    O Torturador
    1982 O Segredo da Múmia Runamb[6]
    1983 Bar Esperança
    O Bom Burguês
    1985 Chico Rei
    Tropclip
    Urubus e Papagaios
    1990 A Rota do Brilho
    1991 A Maldição do Sanpaku
    1994 Boca
    1995 Sombras de Julho
    Yemanján tyttäret
    1996 Quem Matou Pixote?
    Sambolico
    1997 O Homem Nu
    1998 Vox Populi (curta-metragem)
    1999 O Dia da Caça
    2001 Condenado à Liberdade Detetive Osmar
    2003 Apolônio Brasil, Campeão da Alegria
    2005 O Xadrez das Cores (curta-metragem)
    2006 Brasília 18%
    Madrugada de Inverno (curta-metragem)
    O Farol de Santo Agostinho (curta-metragem)
    2007 Primo Basílio
    Último Páreo
    It's A Very Nice Pra Xuxu
    O Jogador
    República dos Ratos
    2009 Tempos de Paz
    2011 Réquiem para Laura Martin
    2011 Chico Xavier Perácio
    2017 Gente Igual a Você (curta-metragem)
    2019 O Amor Dá Trabalho chefe do limbo
    2021 O Silêncio da Chuva Cláudio Lucena  

     

    Referências

  2. «Izabelle Valladares entrevista o ator e produtor Anselmo Vasconcellos - Entrevista». www.recantodasletras.com.br. Consultado em 6 de março de 2012

  3. «Anselmo Vasconcelos -Famosos - Vida - Contigo». contigo.abril.com.br. Consultado em 6 de março de 2012. Arquivado do original em 19 de dezembro de 2011

  4. GShow (29 de abril de 2015). «Dani Calabresa aceita desafio de Fabiana Karla em lançamento do Zorra». Globo.com

  5. Cinemateca Brasileira, Fim de Festa [em linha]

  6. Cinemateca Brasileira, Se Segura, Malandro [em linha]

  7. Cinemateca Brasileira, O Segredo da Múmia [em linha]