quinta-feira, 14 de abril de 2022

O FAZER CINEMATOGRAFICO

  Valeria Vidigal e Beto Magno

 

 Diretor de cinema / Cineasta


É o profissional que transforma um roteiro literário adaptado de uma obra anterior ou não, fato verídico ou totalmente ficcional, em imagens cinematográficas, com a participação de uma equipe de vários especialistas técnico-artísticos, narrando a sua história em curta ou longa duração para ser projetada em salas de cinema, emissoras de televisão ou quaisquer meios de exibição que venham a ser inventados. O seu trabalho consiste em participar de todos os preparativos: escolha de elenco, de locações ou cenários, figurinos, textura fotográfica, trilha sonora, efeitos especiais, detalhamento plano a plano e planejamento das filmagens. Durante as filmagens, ensaia e dirige os atores nas cenas previstas no roteiro seguindo o planejamento aprovado anteriormente com o diretor de produção do filme. Em uma equipe, ele é o líder criativo do processo, orquestrando o andamento das demais funções. Concluídas as filmagens, participa da finalização técnico-artística do filme. Assiste aos copiões (filmes revelados e copiados em estado bruto) e, em seguida, dirige os trabalhos de montagem dos planos realizados fracionadamente numa narrativa contínua. Nesta etapa, escolhe a trilha musical e possíveis efeitos de laboratório ou estúdio de som. Quando todas as pistas sonoras estão concluídas (diálogos, ruídos, música etc.) acompanha a mixagem e a cópia final para exibição. Um filme pode ser realizado em 6 meses: da criação do roteiro, passando pela preparação, filmagens e finalização. Para exercer esta função, o profissional deve freqüentar uma escola de cinema ou de comunicação na especialidade, visando futuramente, através de estágios, conseguir a prática e a formação necessárias para dirigir o seu primeiro filme. Uma das carreiras de acesso à direção é a assistência de direção.
 
Continuísta
 
É a atividade conhecida internacionalmente no meio cinematográfico como script girl e boy script (quando executado por homens). É o profissional que mantém a unidade dramática do filme registrado em trechos (planos). Classifica, organiza e identifica esses planos por números, possibilitando o seu controle na execução (com mesma referência para todos os departamentos da equipe: figurino, maquiagem, contra-regra, elenco, etc.), nos serviços de laboratório, telecinagem e montagem. Essa relação de continuidade que controla pode ser temporal, espacial de posição ou movimento. No set, ele secretaria toda a equipe técnica, anotando tudo que envolve a fotografia e a câmera em cada plano (lentes, estoque de filme, rolos em revelação, rolos rodados, distâncias e alturas de câmeras, material de maquinaria empregado no plano, filtros, diafragma, temperatura de cor ou quaisquer observações determinadas pelo diretor de fotografia). Assim como subsidia o diretor do filme com tudo que possa relacionar-se à continuidade entre os planos a serem filmados e à decupagem previamente feita do roteiro. É responsável pela clareza da narrativa, por isso controla a execução dos planos que integram a decupagem proposta pelo diretor do roteiro. Não pode deixar que faltem planos para a montagem ou que não se interliguem. Auxilia a produção no controle e tráfego dos negativos virgens, expostos a serem enviados para revelar nos laboratórios, a telecinagem e posteriormente a montagem. Elabora as folhas de continuidade, supervisiona os boletins de câmera e som. Executa as claquetes, controla o seu conteúdo a cada plano. Participa da etapa de preparação do filme no detalhamento técnico de: figurinos, objetos de cena, veículos empregados na cena, locações adaptadas e personagens. Atua em parceria com o diretor do filme, o seu primeiro assistente e o diretor de produção na visita às locações, na decupagem plano a plano do filme. Suas tarefas se encerram após as filmagens e a revisão de todos os copiões do material filmado. Sua formação pode ser alcançada em uma escola de cinema, estágios em ilhas de edição ou salas de montagem, curso de montagem e muita leitura sobre linguagem cinematográfica. Deve ser uma pessoa de espírito prático, organizada e com muito senso de observação.
     
Diretor de fotografia
 
É o técnico de cinema e vídeo responsável pelas imagens de um produto audiovisual. Supervisiona em uma equipe de filmagem ou gravação tudo que pode interferir no resultado da imagem. Sugere os enquadramentos, alternativas de planos (e lentes), movimentos de câmera (equipamentos indicados para tal), no intuito de obter maior concisão narrativa do filme e melhor compreensão por parte do espectador. Tem a responsabilidade artística de criar um clima dramático-visual através da textura fotográfica obtida com o uso de filtros, negativos e iluminações sugeridas pelo roteiro, transpondo em imagens as idéias do diretor do filme ou vídeo. É co-responsável, em parceria com o diretor e o montador do filme, pela linguagem narrativa do produto audiovisual. Acompanha o filme, do ponto de vista técnico, em todas as etapas, desde a preparação, passando pelas filmagens e a finalização em laboratório (revelação, copiagem, trucagens e marcação de luz), até a primeira cópia de exibição comercial. No Brasil, a grande maioria dos diretores de fotografia acumulam a função de operador de câmera, ao contrário do que ocorre na grande indústria cinematográfica americana ou européia. O diretor de fotografia deve possuir um conhecimento técnico de: ótica, filmes, filtros, efeitos especiais, iluminação; paralelamente aos conhecimentos artísticos de: linguagem cinematográfica (montagem), composição, cores e estética. É o chefe da equipe técnica em uma filmagem. Para exercer a função, deverá cursar uma escola de cinema ou galgar cargos de formação em vários filmes como estagiário: fotógrafo de cena (stil), carregador de chassis (clap loader), 2 assistente de câmera, 1 assistente de câmera, operador de câmera e finalmente fotógrafo de cena.
     
Fotógrafo de cena
 
É o profissional que colhe com uma câmera fotográfica flagrantes das cenas filmadas, com o mesmo enquadramento da câmera, das cenas mais fortes do filme para comporem o material de divulgação do filme na imprensa (como matéria e propaganda) e para as portas de cinema.
 
Diretor de produção
 
É o técnico de cinema ou vídeo que representa o produtor executivo de uma empresa de produção cinematográfica, investido de poderes necessários que viabilizem o planejamento e acompanhamento de execução de uma obra audiovisual cinematográfica ou videográfica. A partir de um roteiro original apresentado pelo contratante, e da soma dos recursos disponíveis, ele planeja e gerencia todas as etapas do processo produtivo, até que se obtenha um produto de exibição comercial em salas de cinema ou emissoras de televisão. Podemos comparar a atuação de um diretor de produção à de um gerente de banco. Em cinema ele tem poderes de decisão, em comum acordo prévio com o produtor executivo ou a empresa para a qual trabalha. Em televisão, sobretudo no Brasil, esse poder está fracionado em várias instâncias administrativas da emissora, transformando-o num coordenador de produção. Um diretor de produção pode ser convocado previamente por uma empresa produtora cinematográfica ou um executivo do mercado de capitais para a montagem do projeto de captação, fazendo a previsão orçamentária, um plano de execução e de desembolso financeiro a partir do roteiro cinematográfico proposto. O trabalho de um diretor de produção em um filme começa desde a pré-produção, quando ele ajuda a contatar e contratar técnicos especializados, artistas, fornecedores de serviços e locadores de equipamentos, monta o plano de trabalho, elabora solicitações e autorizações especiais, programa o serviço de transporte, alimentação e hospedagem dos membros da equipe, pagamentos semanais dos técnicos, previsão de despesas e listagem de compras. Durante o período das filmagens, mantém toda a infra-estrutura de funcionamento da produção, delegando aos seus assistentes vários afazeres, colocando o seu melhor assistente no set de filmagem representando-o. Após as filmagens, ou seja, na desprodução, devolve equipamentos, dispensa fornecedores e apresenta o seu relatório final à empresa produtora.

Assistente de câmera
 
É o técnico que auxilia o diretor de fotografia em relação aos equipamentos e acessórios da câmera cinematográfica em um filme. Seu trabalho começa na fase de preparação, quando realiza testes de definição e foco das lentes, de fixidez e estabilidade da imagem e o total funcionamento dos equipamentos e acessórios de câmera, comunicando ao diretor de fotografia qualquer irregularidade. Apresenta ao diretor de produção a listagem de materiais que será necessário comprar antes das filmagens. No período das filmagens suas tarefas são preparar a câmera e todos os seus acessórios no set de filmagens, obedecendo o planejamento do trabalho e o comunicado pela folha diária de serviços distribuída pela produção. Carrega diariamente a caminhonete do material de câmera da produtora até as filmagens, acompanhando sempre o equipamento. Distribui as demais tarefas aos assistentes e estagiários da equipe de imagem. Antes da execução dos planos, após estarem carregados os chassis e colocados corretamente na câmera, executa a preparação do foco, medindo as distâncias e exercitando-se durante os ensaios com os atores. É quem aciona e corta a câmera para o operador de câmera, cobra a claquete da continuísta e informa os dados técnicos do plano para que ela possa colocar em sua folha de continuidade. Após as filmagens diárias, descarrega os negativos expostos, etiqueta as latas, prepara o boletim de câmera em conjunto com a continuísta e entrega o material exposto acompanhado dos boletins à produção do filme. Acompanha os copiões, mantém informada a continuísta sobre o volume de negativo usado, o estoque e as previsões de uso. Acompanha sempre o trabalho dos maquinistas na instalação da câmera em tripés, gruas, dollie ou cam remote, vigiando o seu equipamento, as condições de segurança para o mesmo e as facilidades de operação para o câmera. Faz a limpeza diária do equipamento no final do dia, sendo o responsável principal pelo equipamento durante a jornada de trabalho. Finda as filmagens é que tem a responsabilidade pela devolução do equipamento junto à locadora. Um assistente de câmera tem sua formação em escola de cinema e um conjunto de estágios em vários filmes de longa ou curta metragem. Recomenda-se um conhecimento mínimo de ótica e eletricidade. É uma das etapas para atingir a especialidade máxima do seu setor, a direção de fotografia.

Clap Loader (carregador de chassis)
 
É o assistente específico para abastecer de negativo virgem e descarregar os chassis de negativo exposto, enviando ao laboratório para revelação e telecinagem. É um técnico contratado apenas em filmagens que trabalham com várias câmeras cinematográficas.
 
Figurinista
 
É o profissional de cinema que cria as indumentárias (a partir de pesquisa de época) ou figurinos para os personagens contidos no roteiro cinematográfico previamente fornecido pela produção. São de sua responsabilidade os figurinos da figuração, assim como todos os acessórios que compõem a vestimenta: bengalas, bolsas, chapéus, luvas, óculos etc. Os desenhos são apresentados ao diretor do filme, supervisionados pelo diretor de arte. Uma vez aprovados seus custos são orçados. Feita a compra dos tecidos, materiais e aviamentos é montada sua oficina e equipe de execução. A escolha de materiais empregados sofre uma consulta por parte do diretor de fotografia para testes prévios dos tecidos e cores, assim como do técnico de som, evitando futuros ruídos que incomodem a captação do som. Todos os figurinistas indicam seus auxiliares (assistentes, costureiras, bordadeiras, lavadeiras, tingidoras etc.) para comporem temporariamente sua equipe na fase de confecção e provas e testes com os atores diante das câmeras, sob as luzes, e sua resposta no negativo adotado para o filme.
Após os consertos, os figurinos dados como prontos são numerados por personagens e cenas com a continuísta para um bom andamento das filmagens no que se refere a guarda-roupa. A partir das filmagens sua equipe é reduzida a guarda-roupeiras (que darão manutenção às roupas e providenciarão lavagens). Findas as filmagens os figurinos pertencem à empresa produtora. São acondicionados em caixas e entregues com uma lista à direção de produção. Os figurinistas são advindos de escolas de corte e costura ou de curso de estilismo do SENAI e similares nacionais e estrangeiros. É necessário um conhecimento de moda, de história e sobretudo dos hábitos e acessórios usados correspondentes a tais figurinos.
 
Guarda-roupeira
 
É a profissional de cinema que durante o período das filmagens dá manutenção aos figurinos: executa reparos, manda lavar e os mantêm sob sua guarda, ajudando os atores principais e figuração a se vestirem para as cenas. Conhece as roupas pelos personagens e seus números de indumentária referenciados pelo roteiro e a decupagem de figurino, em comum acordo com a continuísta.
 
Técnico de som
 
É o profissional responsável pela captação com qualidade técnica de diálogos dos personagens, músicas e ruídos ambientais da cena necessários à montagem dos planos filmados. Comanda a escolha dos microfones apropriados e acessórios no posicionamento dos microfones feito pelo seu auxiliar imediato: o microfonista. É de sua responsabilidade catalogar todos os planos com identificação semelhante aos da câmera e da decupagem previamente feita no roteiro dramático. No set deve ensaiar a movimentação do boom com o microfone utilizado sem que provoque sombras sobre os personagens ou os cenários. Assim como deve camuflar os seus demais microfones distribuídos no set de filmagem ocultando-os da captação da câmera. Na fase de preparação deve visitar as locações escolhidas e conferir o material locado em testes para aprovação do nível de ruído. E se os locais escolhidos para filmar precisarem de algum tratamento acústico ou se apresentarem falta de condições para captação do som direto. No caso de som guia deve municiar o montador de sons isolados da seqüência para serem montados em pista independente e mixados. Durante os takes auxilia a continuísta e o diretor em relação a textos sobrepostos, dicção defeituosa dos atores ou cortes de ação por defeitos técnicos de câmera, cabos ou ruídos parasitas à cena (ruídos de máquinas, aviões, animais etc.) ou mesmo a precipitação do diretor no corte da ação. Na finalização é responsável pela conferência da qualidade, transcrição do som para a edição e o resultado em ótico para exibição. Os técnicos de som são emergentes de escolas de cinema ou formados em estúdios de som, escolas técnicas de eletrônica, devendo ter noções de linguagem cinematográfica e acústica e um período de estágio e aprendizado no set para o bom desempenho de suas funções durante as filmagens.
   
Microfonista
 
É o técnico de cinema e televisão que auxilia o técnico de som na operação do boom, da girafa e instalação dos microfones na captação dos sons ambientais e de diálogos em um set de filmagens. Deve ter conhecimento de eletrônica, acústica e ser emergente de uma escola técnica em eletrônica ou uma escola de cinema na especialidade de som. É conveniente um estágio em estúdio de som antes de freqüentar uma equipe de som. É a carreira de acesso para tornar-se um técnico de som.
     
Cenógrafo
 
É o profissional de cinema, vídeo e televisão que cria os cenários em estúdio ou adapta locações para serem utilizadas como set de filmagens. A partir de um roteiro cinematográfico apresentado pela empresa produtora ou produtor executivo, executa um projeto cenográfico composto por plantas baixas e perspectivas com as cores definitivas propostas e suas dimensões previstas. O projeto é aprovado pelo diretor do filme e submetido a orçamento incluindo os materiais, pessoal temporário especializado (carpinteiros, trabalhadores braçais, cortineiros, tapeceiros, pintores de arte, escultores etc.) visando a adequação orçamentária do filme e os prazos de execução para viabilizar o planejamento das filmagens pela produção. Antes de sua execução deverá ser proposto ao diretor de fotografia um comum acordo em relação às tintas e cores que poderão interferir ou colaborar no resultado fotográfico do filme. Em muitos casos, quando o filme é quase todo realizado em locações reais de época, adaptadas, o cenógrafo transforma-se num diretor de arte. Em filmes muito trabalhosos existem as duas funções, cabendo ao diretor de arte o comando visual da parte cenográfica do filme. Tem como auxiliar direto seu assistente de cenografia. São formados em arquitetura, com noções de construção, resistência de materiais e normas de segurança. Muitos cenógrafos são emergentes de escolas de belas-artes, de experiência teatral ou televisão. Muitos são carnavalescos que se adaptam às técnicas de cinema. Devem ser bons desenhistas, ter noção de perspectiva, conhecer as lentes cinematográficas e a movimentação dos equipamentos de maquinaria e iluminação para determinadas previsões em seus cenários. Devem saber ler uma planta de execução e ter noções de construções em madeira e outros materiais. É ferramenta de trabalho o conhecimento de estilos de construção e um profundo conhecimento de história da arte.
     
Cenotécnico
 
É o técnico de cinema que, seguindo uma planta desenhada pelo cenógrafo, executa e comanda a construção dos cenários e alguns tipos de móveis cenográficos para o cenário do filme. Chefia a equipe de carpinteiros, pintores e escultores que compõem o departamento de cenografia de um filme ou vídeo.
 
Roteirista
 
É o criador de um texto literário com trama especializada para cinema ou televisão (com duração temporal previamente estabelecida) de fatos reais ou ficcionados de situações que se encadeiam, dialogadas ou não, em determinados casos adaptado de uma obra literária onde evolui uma trama dramática desenvolvida pelos personagens acompanhada com clareza pelo espectador. Um roteiro não é um romance, daí sua especificidade de escritura dividindo-o em seqüências por locação, determinando o período da jornada (se dia ou noite) e precisando o espaço cênico onde se desenrola a ação. Um roteirista pode ser proveniente de uma escola de letras, de jornalismo, de cinema ou com experiência na escritura de textos teatrais, desde que tenha vocação para escrever situações e criar personagens. O seu diálogo deve ser eminentemente coloquial e verossímil.
Existem profissionais especializados em trabalhar apenas em uma fase ou tratamento do roteiro, que são os: argumentistas, dialoguistas, gags men e os pesquisadores.
     
Argumentista
 
É o que redige em uma sinopse de cinco páginas a trama central da história e seus personagens principais. Esta etapa não possui diálogos ou indicações e subdivisões de cenas em seqüências por locações. É apenas a trama, a carpintaria dramática do princípio ao fim.
     
Dialoguista
 
É o especialista em criar diálogos coloquiais ou regionalismos em uma cena onde os personagens conversam e têm um tipo físico determinado ou exercem uma função que deverá possuir em seu vocabulário expressões e jargões da atividade. É o caso de filmes policiais que empregam a gíria do submundo.
     
Gags man
 
É o especialista em criar situações cômicas ou diálogos de humor em cenas preexistentes de um roteiro definitivo.
     
Pesquisador
 
É o profissional contratado para colher informações sobre a época, hábitos, vestimentas para roteiros que serão escritos sobre determinados temas históricos ou especializados. Tomemos por exemplo um filme que se passa nos bastidores de astronautas, ou de médicos na Antiguidade. O profissional pode também ser contratado após vários tratamentos do roteiro para corrigir erros de data em roteiros históricos ou baseados em fatos reais.
     
O desenho animado
 
É a técnica de criar movimentos naturais em cinema e vídeo de objetos ou personagens, desenhando-se, recortando-se papéis ou moldando massas; a decomposição do movimento em vários quadros (frames ou fotogramas), filmados a seguir em câmera adaptada a uma truca vertical, ordenados um a um. A ordem de execução destes desenhos é preestabelecida em um roteiro visual semelhante a uma história em quadrinhos, denominado story board, onde estão contidos todos os "desenhos-chaves" que narram a história a ser posta em movimento. A partir deles temos que criar as posições intermediárias do movimento antes de filmar definitivamente e criar a sensação do movimento humano. Assim como estabelecer os cenários e as demais partes do desenho onde essas figuras evoluem. Estudar os movimentos simultâneos em tempos diferentes. Um desenhista pode empregar o método de animação de 24 quadros (ou frames) por segundo em uma truca "quadro a quadro" (Oxberry) ou pelo sistema de computação gráfica, usando programas de animação para computadores. Na técnica tradicional os desenhos são pintados em acetato transparente a partir dos originais desenhados em papel vegetal. As cores são adicionadas (pela parte de trás dos acetatos) uma a uma. A seguir desenha-se o cenário de fundo onde esta figura evoluirá. Para cada elemento que se sobreponha, a imagem e o seu movimento acontecem simultaneamente: deverá ter um acetato exclusivo para ele, desenhado à parte, que será filmado junto na hora em que formos para a truca. Na truca cada acetato estará colocado em uma prateleira com o quadro vazado para que todos sejam vistos e filmados pela câmera. Estes quadros (frames ou fotogramas) deverão estar marcados por um número, num roteiro ou plano de animação, para a filmagem correta. Um desenhista de animação deverá a priori ter vocação artística de desenhista ou cursar uma escola especializada de desenho. Alguns desenhistas de animação vêm das histórias em quadrinhos, são chargistas de jornal ou são egressos de escola de belas-artes. Porém o ideal é freqüentarem escolas de cinema onde existem cursos de animação, como no Canadá, Bélgica, França, Checoslováquia e USA. Dentro desta especialidade existem vários nichos de mercado de trabalho, tais como: trucagens, animação técnica e publicidade.
 
Assistente de direção
 
É o técnico de cinema responsável por tudo o que deverá acontecer no local de filmagem, seja do ponto de vista técnico ou artístico. É o profissional que substitui o diretor do filme na preparação do set. Controla todos os setores para que tudo esteja pronto na hora em que o diretor chegar para filmar. Seu trabalho começa desde o detalhamento plano a plano do roteiro, na etapa de pré-produção. Ele visita as locações escolhidas pelo diretor, o diretor de fotografia e o diretor de produção, analisando os prós e contras que possam interferir no andamento das filmagens e no resultado artístico da cena. Toma conhecimento de todas as intenções do diretor, das possibilidades técnicas e das providências de produção que devem ser tomadas para que as filmagens aconteçam ali a tempo e hora previstos no plano de trabalho elaborado pela produção com a sua participação. Ele tem que obter e controlar todas as informações com antecedência, conferindo tudo, evitando falhas, atrasos ou interrupções desnecessárias das filmagens. Tem sempre de estar apto a responder qualquer pergunta do diretor e demais membros da equipe e providenciar soluções imediatas a problemas que se coloquem de forma imprevista. Auxilia o diretor na preparação e realização artística do filme. Subordinado diretamente ao diretor do filme, trafega com desenvoltura entre todos os departamentos da equipe. Tem de conhecer linguagem cinematográfica, equipamentos e sua utilização. Todo o aspecto de montagens e desmontagens dos sets e providências de produção. Supervisiona os trabalhos de todos os departamentos, inclusive o de elenco, ensaiando os textos antes das filmagens. É o homem de ligação e coordenação entre a direção, de um lado, a produção e o conjunto da equipe, do outro. A sua função é aparentemente genérica mas de grande complexidade, daí dividir suas tarefas por vários assistentes, fazendo face às responsabilidades. Tem de ser um líder sem ser autoritário. Dar ritmo ao set sem atropelar os profissionais. O assistente é formado em escolas de cinema, e muito estágio como 2 ou 3 assistente de direção em muitos filmes, antes de assumir o cargo de 1 assistente de um filme ou vídeo.
 
Operador de câmera/Câmera
 
É o técnico de cinema que opera as câmeras de cinema ou de vídeo. É o responsável pelos enquadramentos dos planos que compõem uma cena, sejam planos fixos ou em movimento. Tem de estar apto a operar a câmera com cabeças fluidas ou a manivela. No tripé ou sobre equipamentos de maquinaria, tais como: carrinhos, gruas, dollie, Pee wee, cam remote ou camera car. Tem de conhecer os tipos de lentes, filtros, acessórios de câmera e todos os modelos de câmeras (35mm, 16mm, super 16mm e Panavision) usados no mercado cinematográfico, controlar a qualidade do foco ou o movimento de zoom operado pelo 1 assistente de câmera durante a execução dos planos, assim como a qualidade de execução dos movimentos de maquinaria. Durante os ensaios é de sua obrigação perceber se há algum equipamento em quadro no take, defeitos tais como reflexo ou sombras de câmera. Alertar sobre quaisquer fatos que possam dispersar o espectador: ator que olha para a lente, figuração não prevista no quadro, publicidade exposta no enquadramento. Deve exigir instalação confortável e segura de seu equipamento para operação do mesmo durante as filmagens. É de sua responsabilidade zelar pelo equipamento que opera, protegendo-o do sol, da chuva ou outras intempéries. Não deve permitir expor o equipamento a situações de risco sem autorização do produtor executivo. Deve colaborar com os companheiros de equipe na montagem e no deslocamento do equipamento dentro do set de filmagem. Acata as ordens do diretor de fotografia e alerta-o quando do emprego de filtros e outros efeitos.
Deve conhecer linguagem cinematográfica, composição e dramaturgia. É formado nas escolas de cinema, cursos promovidos pelas emissoras de televisão, ou egresso dos postos de assistente de câmera.
 
Operador de stady cam
 
O stady cam é um equipamento complementar das filmagens. Trata-se de um estabilizador contra solavancos e trepidações de câmera, quando é operada na mão. É indicado para as cenas de ação. É um equipamento locado com operador. Este câmera apenas opera a câmera sobre este equipamento nas cenas programadas no filme. Não faz parte efetiva da equipe de filmagens. É contratado por um período predeterminado. Trabalha sob as ordens do diretor de fotografia na execução de planos previstos na decupagem pelo diretor do filme.

Produtor executivo
 
É o profissional de cinema que atua na área empresarial. É o captador de recursos para um projeto por ele elaborado ou empresa que o contratou. Na maioria dos casos o produtor executivo é o proprietário da empresa produtora que recebe a proposta de co-produção de um diretor que dispõe de um roteiro original. Ou ainda, compra os direitos de adaptação de uma obra literária e investe nos trabalhos de um adaptador (roteirista) e elabora a montagem do projeto do ponto de vista técnico-artístico e financeiro. Convoca técnicos especializados de vários setores para avaliarem o seu roteiro, do ponto de vista de seus setores, visando formular um anteprojeto de venda de cotas de produção. Formula uma equipe provável, assim como um elenco e diretor a ser contratado para realizar aquela obra audiovisual. Após captar os recursos necessários à realização do filme contrata um preposto (um diretor de produção) para o gerenciamento dos recursos, execução de preparação e filmagens segundo um plano de trabalho apresentado. Durante a realização das filmagens prevê a cobertura jornalística constante sobre o produto audiovisual que elabora, organiza a finalização e prepara o seu lançamento e vendas para o exterior, assim como a sua participação em festivais de cinema nacionais e internacionais que credenciarão o seu filme para o circuito comercial de exibição.
Todo produtor executivo tem uma infra-estrutura montada de escritório, contador e pessoal capacitado na preparação de um projeto cinematográfico, a fim de administrá-lo no mercado de capitais para a captação de recursos através de leis de incentivos.
 
Assistente de produtor executivo
 
Dependendo do porte do filme a empresa pode contratar um diretor de produção de sua confiança e nomeá-lo como assistente de produtor executivo para supervisionar os custos e o planejamento proposto pelo diretor de produção. É um representante da empresa produtora do filme em questão. É muito comum nos grandes estúdios onde se realizam muitos filmes ao mesmo tempo de uma mesma produtora.
 
Assistente de produção
 
É o técnico de cinema e vídeo que se responsabiliza por parte das tarefas delegadas pelo diretor de produção. Os assistentes de produção têm a coordenação do primeiro assistente de direção em relação ao diretor do filme. Ocupam-se de tarefas tipo: transporte, alimentação, chamada geral dos atores, ensaio e convocação da figuração, providenciar veículos e animais de cena, autorizações oficiais, acompanhamento de preparação de locações, testes de maquiagem, de cabelos, de figurino etc. São profissionais egressos de escolas de cinema ou de comunicação, que pretendem seguir a carreira de diretor de cinema e estão nesta função para sua formação prática e amadurecimento dos conhecimentos teóricos que assimilaram nas escolas especializadas. Devem conhecer linguagem cinematográfica, ter espírito prático, ser simpáticos, observadores, organizados e conhecer os mecanismos de uma produção, sobretudo os documentos que circulam em uma filmagem: boletim de câmera, de som, plano de trabalho e folhas de serviço (as quais devem distribuir ao final de cada dia de filmagem a todos os membros da equipe). Devem organizar uma agenda com todos os endereços de fornecedores de serviços e equipamentos para cinema. Devem ter uma noção dos equipamentos que terão de providenciar, quando convocados pelo diretor de produção.
 
Chefe eletricista/Eletricista
 
É o técnico de cinema e vídeo responsável por todos os serviços de instalação elétrica e dos refletores cinematográficos e seus acessórios em um set de filmagens. Trabalha sob as ordens do diretor de fotografia. Acompanha o diretor de fotografia nas visitas às locações, visando fazer um levantamento de necessidades, autorizações e providências que devem ser tomadas do ponto de vista técnico para que possamos ter alimentação energética no local suficiente para alimentar todos os refletores desejados pelo diretor de fotografia na realização dos planos previstos no roteiro criados pelo diretor do filme. Lista os acessórios necessários e complementares aos equipamentos solicitados pelo diretor de fotografia. Calcula os tempos necessários para as instalações e desmontagens ou eventuais deslocamentos com os materiais para outras locações durante o filme, para que o diretor de produção possa planejar as filmagens. Relaciona a quantidade de auxiliares que necessitará em função da complexidade das instalações e materiais a serem montados e operados. Quanto maior o filme, maior a estrutura de iluminação, e consequentemente maior o número de auxiliares que necessita. Este profissional se forma em escolas técnicas de eletricidade - SENAI e outras instituições similares. Deve conhecer bem os equipamentos, trabalhando como eletricista auxiliar, e depois de alguns anos de prática galgar o posto de chefe eletricista. Possui suas próprias ferramentas, tais como voltímetro/amperímetro. Deve estar apto a avaliar as condições de fornecimento de energia em uma locação e solicitar ou não a locação de geradores, instalação de luz festiva ou autorização do proprietário do imóvel para retirar energia do seu PC.

Eletricista
 
É o técnico de cinema e vídeo que monta os refletores, distribui os cabos que servirão para a passagem das "fases" e faz a ordenação das linhas de alimentação energética dos refletores. Monta o quadro de segurança e distribui no set, monta as caixas intermediárias, espalha os tripés e garras onde serão instalados os refletores solicitados pelo chefe eletricista. Leva a linha até o gerador ou PC, trabalhando em parceria com o geradorista ou eletricista do imóvel local. É quem afina e posiciona filtros e difusores nos refletores durante a iluminação do set e mantém o serviço de ligar e desligar os mesmos. Organiza o caminhão da elétrica e dá manutenção aos materiais de iluminação durante as filmagens. Findas as filmagens é o responsável pela conferência do material e a sua devolução na empresa locadora. Seu trabalho começa três a quatro dias antes das filmagens e termina no mesmo prazo, findas as mesmas.
 
Geradorista 

É o técnico de cinema e vídeo que acompanha o gerador vindo da locadora. É o responsável pela alimentação de energia dos refletores. Está sob o comando do chefe eletricista, mantendo o gerador sempre ativo, na amperagem e voltagem corretas, para o consumo do set. É um profissional que conduz o caminhão que transporta o gerador até o set e leva-o de volta finda a jornada.
     

Chefe maquinista/Maquinista
 
É o técnico de cinema e vídeo responsável pela instalação de todos os equipamentos que podem dar suporte aos equipamentos de iluminação e câmera (três tabelas, praticáveis, torres, etc.), com segurança e muita rapidez. Opera os equipamentos que movimentam as câmeras em um set, a saber: gruas, carrinhos, dollies, panther, Pee wee, "ligeirinhos" etc. A qualidade de uma imagem depende diretamente da operação de qualidade de um equipamento pelo maquinista e sua interação com o câmera. Dão apoio aos eletricistas na montagem dos parques de luz em um estúdio, locação adaptada ou estúdio. Montam tripés, auxiliam na puxada de grossos cabos, manobram rebatedores e auxiliam na montagem de acessórios de iluminação como o butterfly. Numa equipe numerosa o profissional mais experiente é o maquinista e os demais seus auxiliares. Deve possuir amplo conhecimento sobre alta tensão e eletricidade caseira. Formam-se em escolas técnicas de marcenaria/ carpintaria (SENAI) ou congêneres. Muitos são formados em empresas estatais (Central Técnica da FUNARJ) ou em barracões de escolas de samba em convênio com os sindicatos de classe. Devem possuir conhecimento de laçadas de segurança, operar equipamentos auxiliares de elevação, tais como: carretilhas, contrapeso e trucks. Devem dominar bem soluções de segurança para a câmera, instalando-a sobre um veículo etc. São os homens das soluções inteligentes, seguras e rápidas.
 
Maquinista
 
É o profissional que executa as tarefas de montagens de suportes para equipamentos de luz e de câmera sob o comando do chefe maquinista. É o responsável pela execução dos movimentos de aparelhos que conduzem as câmeras.
     
Operador de vídeo assist
 
É o técnico de cinema responsável pela captação em vídeo, em paralelo com a câmera cinematográfica, das imagens que estão sendo impressas no interior da mesma em película cinematográfica, projetando-as num monitor de vídeo, no momento da cena ou após a cena filmada.

Contra-regra
 
É o técnico de cinema e vídeo responsável por todos os objetos de cena que integram uma ação em um cenário (não estão incluídos aí os que fazem parte do figurino). Participa de um filme desde a preparação, quando se faz o detalhamento dos objetos de cena junto com o cenógrafo, preparando suas providências ou construção. Esta lista é passada ao diretor de produção, que providencia sua locação ou materiais para a sua construção. Durante as filmagens, seguindo o plano de trabalho e a folha de serviço, providencia os objetos a serem colocados em cena no momento de execução dos planos sob a supervisão da continuísta. A maioria dos contra-regras são egressos do teatro ou da televisão e fazem parte da equipe de cenografia.
 
Maquiador/Cabeleireiro
 
É o técnico-artista de cinema e vídeo que prepara a maquiagem convencional de embelezamento ou de efeito dos personagens, segundo a descrição acordada na decupagem com o diretor do filme. O uso de determinados materiais deve ser submetido ao diretor de fotografia, evitando erros e desencontros na imagem. Todas as maquiagens e cabelos a serem adotados nos filmes pelo elenco devem ser testados com a luz definitiva do filme antes de começarem as filmagens. É a formatação do "tipo" dramático do personagem. Existem profissionais que apresentam seus projetos em computador ou desenhados para aprovação prévia pelo diretor do filme. Conforme o tamanho do elenco a ser maquiado e penteado, ele apresenta as previsões de tempo ao diretor de produção, assim como a necessidade da contratação de auxiliares temporários em cenas que envolvam muito elenco e figuração. Apresenta uma lista de cosméticos a serem adquiridos pela produção e mantém a tempo e hora os personagens maquiados e constantes correções durante as filmagens. Os apliques postiços deverão também ser providenciados pela produção e testados convenientemente antes de serem usados em cena diante das câmeras.
     
Montador/Editor
 
É o técnico de cinema e vídeo que reúne, ordena e dá ritmo às imagens filmadas e sons captados fracionadamente no set, dando um sentido narrativo à história proposta pelo roteiro literário do filme seguindo uma decupagem prévia do diretor do filme. O montador deverá sugerir mudanças de lugar e duração das seqüências, visando obter maior clareza narrativa e impacto emocional sobre o espectador para conduzi-lo sem que perceba durante 100 a 120 minutos de exibição. Prepara todas as pistas de som: diálogos (captados em direto), dublando (falas que faltaram ou que se tornaram inaudíveis), preencherá os vazios sonoros com ruídos de sala, música incidental, e colocará a trilha do filme em seus devidos lugares. Providenciará a edição dos traillers comerciais e o mapa de mixagem. O seu trabalho começa logo após duas ou três semanas de iniciadas as filmagens, ordenando o material bruto vindo do laboratório. Caso este material seja finalizado em ilha digital, deverá passar, após a revelação dos negativos, por uma telecinagem (transferência da imagem fílmica para sinal digital e imagem em vídeo). Feito isto, transposto todo o material ("importado") para os computadores, começa então o seu primeiro corte chamado de "corte largo". Após as filmagens concluídas, o diretor assiste ao material pré-montado. Após a sua aprovação começa então a montagem propriamente dita. Mudam-se seqüências de lugar, são encontradas soluções de linguagem obtidas em laboratório (fusões, congelamentos etc.). E finalmente dá-se o 2 corte. Aprovado pelo diretor, começam então o corte final, "o corte fino", e os ajustes sonoros e a retirada de alguns "tempos mortos" da montagem. Passa-se à mixagem e a cópia está pronta para ser trabalhada no estúdio de som (no caso de Dolby stereo) e a cópia final ótica em laboratório com a devida marcação de luz pelo diretor de fotografia e a colocação dos letreiros de apresentação, com nome do elenco e equipe técnica. Faz-se a projeção final desta cópia para o diretor do filme, com a presença do montador e do diretor de fotografia. O material está então pronto para exibição comercial. O seu trabalho desenrola-se dentro de um prazo de dois a três meses. Os montadores são egressos de escolas de cinema ou são formados em uma ilha de edição ou moviola (mesa de montagem tradicional de filmes). Devem ter amplo conhecimento de linguagem cinematográfica, além de uma formação de operação de ilha informatizada. A melhor formação para um montador é exercer primeiramente a função de continuísta e em seguida passar para uma sala de montagem ou ilha de edição.
     
Trilheiro/Músico de cinema
 
É o artista responsável pela criação de todas as músicas pontuativas, incidentais e temáticas a serem colocadas na trilha sonora do filme, acompanhando em background as imagens montadas de um filme, visando auxiliar a obtenção do "clima dramático" da cena ou plano desejado pelo diretor. Seu trabalho pode ser feito isolado em um estúdio com seus músicos e depois ajustado na montagem ou a partir das imagens visionadas previamente antes de criar as partituras. Os temas são apresentados, uma vez compostos, previamente ao diretor do filme, para aprovação, e em seguida gravados e mixados com a trilha final do filme. Existem trilhas que se tornam mais sucesso que os próprios filmes, devido à sua qualidade musical, ou o inverso, músicas que se tornam famosas pela qualidade dramática do filme e das cenas em que foram usadas. Esses músicos criadores são egressos de escolas de música ou são autodidatas.
     
Efeitos especiais
 
É responsável por eles o técnico de cinema e vídeo que trabalha com a ilusão, o truque e a magia. Monta traquitanas, maquetes, sistemas de explosão, modelos ampliados ou animais de controle remoto que aumentam a veracidade das cenas impossíveis, perigosas ou de grande efeito visual e impacto emocional. É uma profissão de curiosos e sobretudo maquetistas e pessoas que adoram informática aliada a conhecimentos de maquinarias por eles inventadas. Existem empresas tradicionais no mercado americano e europeu nas quais os conhecimentos passam de pai para filho.
     
Laboratorista
 
Técnico de laboratório cinematográfico
É o técnico de cinema que processa as imagens em laboratório. Trabalha no setor industrial do cinema. Tem conhecimentos de química de laboratório e do funcionamento dos equipamentos de revelação, lavagem e copiagem de filmes fotográficos contínuos (cinematográficos). É formado pelo SENAI ou estagiando durante anos no laboratório onde recebe sua formação. Trabalha com negativos e positivos cinematográficos. Conhece todas as etapas dos filmes em laboratório. Porém as especialidades em laboratório são muito precisas, tais como: copiagem, revelação, janela molhada, sonorização ótica, letreiros, trucagens óticas, titulagem, banda internacional, master, cópia marrom, blow up, lavagem de ultra-som, armazenamento de negativo, montagem de negativo, marcação de luz.
 
Marcador de luz
 
É o técnico de cinema do setor industrial, trabalhando no interior dos laboratórios, conhecido como colorista ou marcador de luz. É o operador das máquinas analisadoras (Analyser) de cores e luminância. Trabalha plano a plano, sob a orientação das indicações do diretor de fotografia na equalização das cores de todos os planos de uma seqüência e do filme como um todo. Monta um mapa das cores fundamentais (azul, vermelho e amarelo) e seus percentuais para serem corrigidos na cópia final. Uma vez revisado pelo fotógrafo e aprovado pelo produtor, este mapa será o guia de todas as cópias para a comercialização. Deve ser formado em curso específico promovido pelo sindicato de classe ou congênere.

Montador de negativo
 
É o técnico de cinema do setor industrial, trabalhando no interior dos laboratórios, que ordena os negativos brutos, localizando e colando os planos para a futura copiagem, baseando-se no copião positivo montado, enviado pelo montador. Seu trabalho é supervisionado pelo montador do filme antes de ser dado como finalizado para que possa a seguir sofrer a marcação de luz e serem efetuadas as cópias de comercialização do filme. É nesta etapa que se providenciam as trucagens de laboratório ("fusões", "congelamento de imagens", desdobramento para aumento de câmera lenta etc).

segunda-feira, 11 de abril de 2022

A SEMANA SANTA

 



Conta a tradição cristã a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém. Sentado sobre um burrinho, foi saudado pela multidão em delírio. Os quatro evangelistas narram a mesma história: foi recebido por gente que estendia as suas vestes sobre o chão poeirento. As patas do burrinho pisavam os ramos das palmeiras  espalhados para enfeitar seu caminho. Os devotos sorriam, bradando entre amor e fé: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 

Menos de uma semana depois, o mesmo Jesus Cristo estava morto. Após humilhações públicas e torturas, foi crucificado – a mais degradante morte que o Império Romano destinava aos que infringiam a Lex Julia Majestatis. Horas antes fora traído, negado e abandonado pelos amigos mais próximos; vira o governador Pilatos lavar as mãos em público e a multidão preferir salvar um conhecido criminoso. Dos que o saudaram dias antes, nem sinal. Na hora sombria, amargou plena e profunda solidão, a beber vinagre quando estava sedento, a ver suas roupas serem sorteadas entre desconhecidos. Aos pés da cruz, apenas sua mãe e alguns raríssimos amigos.

Jesus Cristo não é caso isolado na história da humanidade. Antes e depois dele, oradores, filósofos, poetas, astrônomos, imperadores e modernos cientistas desabaram da glória ao subsolo. De Julio Cesar a Cícero; de Hipatia de Alexandria a Alan Turing; de Sócrates a Oscar Wilde.

É do temperamento coletivo a frivolidade. As multidões mudam de opinião ao sabor das circunstâncias. Hoje, herói aplaudido; amanhã pária, candidato ao repúdio público.

Em tempo de redes sociais, o fenômeno é ainda mais rápido. Instantâneo, por vezes. Tem-se a ilusão de ter muitos amigos, mas passam os modismos, os gostos mudam, os queridinhos de ontem cedem lugar aos novos e – já disse o poeta – a mão que afaga também apedreja. Ai de quem se apega.

Mais que isso. Nossas vidas, a virtual e a real, são ruidosas. Pouco permitem que desfrutemos de nossa própria companhia. Estamos sempre a nos reunir, festejar, visitar, numa sucessão de compromissos. Em todos os intervalos, celular à mão, inclusive na cama, antes de dormir. Ao acordar, lá está ele, bem ao lado, na cabeceira, com sua vertiginosa espiral de novidades e emoções. Curtir, comentar, reagir, replicar e começar tudo outra vez. As horas escorrem rápidas e nunca estamos sós.

Do turbilhão da rede emergimos cansados, consumidos por inquietudes novas, não raro com uma pedra no coração ou ainda mais conscientes de que estamos de fato sozinhos, que certas amizades (virtuais ou não) revelam-se distanciadas dos nossos sentimentos e convicções. Ao se desnudarem, demonstram a nossa crua solidão espiritual – e esta é um estado que raros suportam. É que farejamos o perigo embutido na solitude. Nesse terreno pantanoso, o olhar se volta para si mesmo, não há certeza da pisada ou do que há após o véu do mistério. Certamente há dourados sóis, mas também os segredos que habitam os subterrâneos do espírito. Exige destemor.

O saber estar consigo mesmo – arte algo esquecida em meio às modernidades tão sedutoras – é essencial quando se pensa em meditação e tranquilidade da alma. A propalada mente calma nada mais é do que adaptação às circunstâncias, autocontrole, resiliência. Ela não se curva ao desespero, mesmo em meio à adversidade e às lágrimas sentidas. Sabe que cólera e paixões desenfreadas são péssimas conselheiras. Importante não as deixar assumir o controle.

Alcançar este estado de graça é um árduo e longo caminho. Exige treinamento, perseverança, disposição. E, se havemos de trilhá-lo, que seja de imediato, mesmo que se esteja abatido.

Os mais sábios, entre nós, souberam apreciar a solidão e suas lições.

Sócrates morreu cercado de discípulos, mas, a rigor, estava só. Não havia ali quem estivesse em comunhão com a sua serenidade. Os discípulos e a família estavam aflitos e ele teve de lhes dar exemplos de fidelidade às próprias ideias. Suas horas finais foram usadas para demonstrar o valor de suas teses. Não queria choro ou descontrole. Bebeu a cicuta até a última gota, sem que a mão tremesse. Na hora final, pediu que lhe cobrissem o rosto. Queria a solidão. Não se consegue isso de uma hora para outra.

Na história narrada nos evangelhos ocorre exatamente o mesmo. O Jesus que morre é ainda o homem que ensina, perdoa e exemplifica, apesar do corpo que se finda entre dores. Uma de suas últimas frases é emblemática: Eli, Eli, lamá sabactani (Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?). Não é um pedido de ajuda, nem queixa. Estava apenas recitando antigo Salmo, o 22, que inicia com essa exata frase.

O poema de Davi fala de um homem desprezado, cujas vestes foram repartidas e as forças secaram. Um homem que morre sozinho e faz da finitude um instante de contemplação poética: “Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.(…) Mas tu, Senhor, não te afastes de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me“.

Os instantes finais de Jesus Cristo são voltados inteiramente para si; a divindade e a companhia que evoca estão nele mesmo. Ficaram para trás os amigos que o traíram e negaram, os que dormiram enquanto chorava. Acho notável que Cristo chore na solidão de um jardim, ouvido apenas pela natureza silenciosa. Chora por se sentir esmagado pelo que virá, incompreendido, abandonado – como todo mundo. Tão humano. Chega a pedir que seja afastado o cálice amargo que lhe é oferecido, mas logo o aceita, pois sabe da importância da experiência. No final, perdoa a todos, pois compreende a alma humana, tão ignorante, mesquinha e volúvel. Ficaram para trás a política dos homens, as hipocrisias, as disputas por macro e micro poder. Nada disso importava no instante supremo. A ele bastava saber o que carregava no peito. É um modelo filosófico poderoso, que vai além de religiões. O que fez não é impossível para nenhum outro ser humano. Preparar-se para tal solidão pacificada é o desafio que hoje se impõe a todos nós.

Coragem, pois. Ao olhar no universo de si mesmo, pode-se descobrir galáxias e nebulosas, planetas que giram docemente, estrelas de alta magnitude. Nesse gesto de amor próprio, o homem aprende a estar bem consigo. A mão pousa gentilmente sobre o peito, afagando a solidão. Em paz.

(Texto: Sonia Zaghetto; Pintura: Cristo perante o sumo-sacerdote.  Gerrit van Honthorst. 1617)

#DomingodeRamos2022 #SemanaSanta

FENASDETRAN


 Excelente a iniciativa e o chamamento de atenção para o que mais infelicita a família, ACIDENTES DE TRÂNSITO.                         Parabéns à FENASDETRAN e ao CEATV pela trabalho de repercussão Nacional e Internacional.      
                                           
Estarei lá no dia 24/4/22.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Beto Magno

 Audiência pública proposta pelo vereador Chico Estrella no dia 04/03/2022. Foi indubitavelmente uma demostração de preocupação com a classe artística sobretudo com o áudiovisual de Vitória da Conquista.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

LEIS XANGAI DA CULTURA



CÂMARA DISCUTE INDICAÇÃO DO PACOTE DE "LEIS XANGAI DA CULTURA" AO EXECUTIVO NESTA SEXTA  

Nesta sexta-feira (08) os vereadores de Vitória da Conquista discutirão a indicação do Pacote de "Leis Xangai da Cultura" ao Executivo Municipal.  

A indicação é um desdobramento decorrente da Audiência Pública realizada na última segunda-feira (04), voltada à implementação de Políticas Públicas para Efetividade Constitucional dos Direitos Culturais.

A apresentação do Pacote de "Leis Xangai da Cultura" à Prefeita Sheila Lemos tem como objetivo a revisão e adequação do texto, através da Procuradoria Jurídica, nos termos do Poder Executivo, bem como seu encaminhamento ao Legislativo.  

A matéria dispõe sobre:  a) Projeto de Lei da Fundação Municipal de Cultura; b) Projeto de Lei Municipal de Proteção e Estimulo a Preservação do Patrimônio Cultural; c) Projeto de Lei Municipal de Incentivo a Cultura; d) Projeto de Lei da Empresa Pública Municipal de Cinema - CINECONQ; e) Projeto de Lei de Incentivo e Fundo Municipal de Cinema e Audiovisual. 

Durante a audiência, que contou com a participação dos Secretários Municipais de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Serviços Públicos, Agricultura e Finanças, além de diversos representantes de setoriais da cultura, houve consenso quanto a necessidade da aprovação do Pacote de Leis que, na oportunidade, foi amplamente debatido e aplaudido.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

DESAFORA BRASIL

Paulo Souza, Beto Magno e Bismark Fugazza
 
OS HIPÓCRITAS, que de hipócritas não tem nada! Grupo de humor com viés conservador.

@paulosouza.oficial
@betomaggno @bismarkfugazza.oficial

DESAFORA BRASIL

Salão de convenções do Hotel Mercure Rio Vermelho - Salvador - BA

 Debatemos várias propostas e encaminhamos á mesa, muitas aprovadas em plenário por todos os participantes do evento. Propostas que serão implementadas a curto e médio prazo.

DESAFORA BRASIL

Beto Magno

 Desafora Brasil é um evento apartidário, para pensadores, mobilizadores e influenciadores da direita exporem seus pontos de vista, ideias e considerações sobre o atual cenário político brasileiro. O objetivo é a busca por uma pauta máxima em comum, a ser defendida coletivamente.

Uma ação de baixo para cima, caminho inverso e politicamente oposto ao do principal movimento político de esquerda, o Foro de São Paulo. 

O 7° Desafora Brasil  foi realizado nos dias 01, 02 e 3 de abril  no hotel Mercure em  Salvador-BA 

#DesaforaBrasil #FIV #DireitaBrasileira

domingo, 20 de março de 2022

CENÁRIOS E PERSPECTIVAS


 Como conquistar cada vez mais mercados internos e externos de forma consistente e estruturada? O NPA entende que avanços acontecem a partir de ações que unam mercado e produção, formação e pesquisa, política e representatividade. É por isso que unimos estes 3 fronts de atuação e  lançamos inscrições para a mesa redonda online Cinema Paranaense: cenários e perspectivas. 

O encontro terá a participação do produtor Antonio Gonçalves Junior, do professor e diretor Eduardo Baggio e da distribuidora e produtora audiovisual Paula Gomes, com a mediação do coordenador do NPA, Marcelo Munhoz. 

✍🏼Anota aí, será dia 26 de março (sábado), das 10h às 12h, via Google Meet. 

✔️A participação é gratuita, mas estará sujeita à lotação da sala virtual, por isso é necessário fazer inscrição. Acesse para saber mais: https://tambormultiartes.com/mesa-redonda-cinema-paranaense-cenarios-e-perspectivas/

Realização: Tambor Multiartes  
#NPA2021 #cinemaparanaense  #cinemaCuritiba

sexta-feira, 18 de março de 2022

MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL GLAUBER ROCHA


  O Instituto Museu de Kard e sua vice presidente a artista plástica Valeria Vidigal recebem hoje a medalha do mérito cultural Glauber Rocha na Câmara Municipal de Vitória da Conquista - Bahia .

sexta-feira, 4 de março de 2022

Zelito Viana explica a função social do cinema

 

 

Zelito Viana, produtor e cineasta que, em 1965, fundou com Glauber Rocha a Mapa Filmes do Brasil, explica a função social dos documentários. Zelito realizou, entre outros, Terra em transe (1966), O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968) e Cabeças Cortadas (1970). Em 1999 dirigiu seu projeto mais ambicioso, Villa Lobos, uma vida de paixão.

ENTREVISTA COM DR. ARMENIO SANTOS

 

O médico oftalmologista Armênio Souza Santos, ex-secretário de Saúde de Vitória da Conquista, é um dos defensores do Tratamento Precoce contra o Coronavírus e testemunha vários casos de pacientes que utilizam a Ivermectina, Cloroquina e Azitromicina.

Polêmico, o médico diz que a pandemia do Coronavírus é a 3ª Guerra Mundial, mesmo declarando estar imunizado. “Não estou desconfiando e nem descaracterizando a vacina, estou querendo dizer que nesse mundo de mentiras não temos em quem acreditar”, confessa.

Personagem da cena política conquistense, ele é mais um nome colocada na disputa nas eleições de 2022. E o que vem por aí? Como deverá ser a representatividade política local depois das eleições de 2022?

 

Fonte: sudoestedigital.com.br/

 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

EDUARDO SCOTT UMA LENDA DO ROCK BAIANO

 Beto Magno e Eduardo Scott 


Tocar rock em país como o Brasil,  um país marcado por uma vastidão de estilos musicais tradicionais ou não, nunca foi fácil. Hoje, então, com os meios de comunicação dominados por tendências que praticamente buscam homogeneizar o gosto musical do brasileiro médio em torno de ritmos como pagode, sertanejo universitário e funk, esta tarefa tem se tornado hercúlea.

Mas, isso não poderia ser considerado um motivo de desculpa um dos maiores nomes do rock 'n rool da Bahia, Eduardo Scott. Artista que iniciou sua trajetória musical na banda Gonorreia, em 1982, como vocalista, Scott nunca desistiu de lutar pelo rock, e tem levado sua bandeira a todos os palcos, a fim de não só difundir sua principal paixão, mas também de estimular nos jovens uma nova cultura de reflexão e rebeldia a partir da música.

Nesta toada, em 2018, ele lançou seu primeiro álbum solo. "Atitude", que tem 11 faixas, quatro delas inéditas, é um trabalho fruto de muita dedicação e inspiração e conta com a parceria de grandes amigos de Scott, em algumas das canções. Aproveitando, este novo momento em sua carreira, o Portal Alô News, conversou nessa semana, com esta fera do rock baiano que contou como se desenvolveu sua nova criação, como foram produzidas algumas de suas canções e as expectativas dele para o ressurgimento do rock 'n roll no cenário musical nacional.

Essa conversa, você confere a seguir:

Portal Alô News - (A.N): Você já tem uma longa trajetória no campo musical do rock; desde os anos 80 já vem construindo seu nome enquanto vocalista de diferentes bandas, mas ainda não havia tido a oportunidade de produzir um trabalho solo. Quais os principais desafios que precisou encarar para colocar o projeto “Atitude” de pé?

Eduardo Scott - (E.S): Muito boa sua pergunta; na verdade o maior desafio foi criar toda a concepção do álbum sozinho, desde criação de arte, seleção de repertório, escolha dos convidados, além de toda parte burocrática que deu um trabalho da zorra. Tanto que na parte de direção musical, divido todo o exaustivo trabalho com meus dois amigos e produtores Tom Souza (oito faixas) e Jô Estrada (quatro faixas). Esse cd levou dois anos pra ficar pronto, mas valeu a pena, ficou um álbum que acredito que se tornará uma referência para a garotada. Ele teve um teor inovador, que até no contrato de fabricação da MCK, precisou inserir um adendo, pois nunca tinham feito nos moldes desse, que usou em algumas canções, áudios originais com a participação dos próprios cantores.

(A.N): Seu CD tem 11 faixas e boa parte das músicas é interpretada em parceria com amigos seus. Mas, com certeza, você estabeleceu alguns parâmetros para escolher os artistas que participariam de seu disco. Quais foram os parâmetros utilizados?

(E.S): Escolhi basicamente os amigos que fiz e trabalhei nestes 35 anos na área e que também admiro, cada um em sua vertente. Márcio e Sylvia, por exemplo ... eu sou fã do trabalho deles há anos e essa era a oportunidade de gravar com eles. Álvaro Assmar, era o maior blues man que conheci em toda minha vida e ele havia gravado em seu álbum em vida, uma composição minha e de mais dois amigos: Claudio Lacerda e Marcos Botelho, chamada “Nessa Cidade” e foi muito emocionante gravar este dueto com ele já falecido, usando sua voz original do álbum “ The Old Road ”. O inglês Dominic Smith, havia morado uns anos aqui em Salvador e na década de 80 montamos até uma banda AZT com mais dois parceiros:  Miguel Bahiense e Carlão. Ele voltou para Londres e lá montou a StripNroll que quando escutei pensei “ele tem que estar nesse meu novo álbum" ....risos. E pra fechar a lista dos convidados, chamei a nova geração do rock baiano que mais gosto, que foi a cantora Thathi e as bandas Rock Night Club e Invena.

(A.N): O nome do álbum é “Atitude”, que também é nome uma das faixas do mesmo. Por qual motivo escolheu esse nome para ser o título do CD?

(E.S): Este titulo tem dois motivos importantes para mim. Primeiro pois eu ouvi muito das pessoas me falarem  “ gravar cd já era “ ;  “ninguém mais compra Cd “ etc. E eu tendo a certeza que não é bem assim, depende muito de como é o projeto, se terá qualidade, se terá uma arte, se terá marketing e por aí vai, tanto que U2, Lenny Kravitz, Metallica, Gilberto Gil, Gal Costa e tantos outros continuam lançando seus álbuns em formato físico,  fora também que estão nas plataformas virtuais. Eu não estou me igualando a estes grandes artistas, apenas me espelho neles e acredito que estou certo em ter o álbum físico, estarei presente também ainda este mês nas plataformas virtuais, pois óbvio, temos que acompanhar a atualidade de mercado, mas isso não quer dizer que não tenha o físico. Meus álbuns que ainda pretendo lançar terão sempre o cd físico, para os fãs colocarem sempre em suas estantes. Ah, e o segundo motivo de se chamar “Atitude"0  foi por que mesmo sem produtora, ajuda ou apoio financeiro de nenhum empresário,  eu lembrei da filosofia do punk rock que é  “ Faça você mesmo “  e foi exatamente o que fiz !

(A.N): Seu álbum tem quatro músicas inéditas, como foi o processo de desenvolvimento dessas faixas?

(E.S): Atitude é um relato literal de minha história desde os anos 80’ até hoje e na hora de escrever a letra convidei um amigo da geração punk, Guga Canibal que assim como eu passou e ainda passa pra manter viva a ideologia do punk rock na Bahia, no Brasil e no mundo. Foi a escolha perfeita para parceria, pois conseguimos retratar 35 anos de música alternativa produzida na Bahia em uma mesma canção, e no final da música ter a ilustre participação de meu amigo Tom Veiga e personagem "Loro José" do programa de Ana Maria Braga endossando toda a atitude da letra...risos... “Algo Mais”  é um grunge que quando fui pra cidade de Seattle nos Estados Unidos, entender na raiz o que é este estilo, pensei na harmonia da música para encaixar na poesia de meu amigo poeta e cartunista “ Nildão “ que tinha tudo a  ver com o que ouvi por lá, que se tornou uma pérola do álbum. A Homem de Ferro foi uma paródia que escrevi com um amigo músico e psicólogo Carlos Barros para encaixar numa melodia “eletronic rock “ do guitarrista Jô Estrada, que é a história do personagem “Tony Stark” que anda cansado da vida de super herói e descobre a cidade de Salvador para viver incógnito, só curtindo festas e muita libidinagem...risos. Já a canção "Nada a Perder" é a única canção acústica do álbum que é uma composição que escrevi em 2012 e musiquei com meu parceiro Keko Pires, e fala do relacionamento de um casal, término  e tentativa de reatar. Nessa canção eu convidei para o dueto minha amiga Thathi e essa é o hit do cd, pois de dez pessoas que a ouvem, dez a aprovam e dizem  “que música linda" e para minha grande surpresa, já está tocando em rádios em Salvador, Feira de Santana e em várias outras cidades do interior Bahia...

(A.N): Tem alguma música do disco que você considere favorita?

(E.S): Tenho, mas não posso dizer aqui, senão seria a mesma coisa que uma mãe com 12 filhos dizer que gosta mais de um do que dos outros, já imaginou a confusão que ia dar?  Risos...

(A.N): Quais os nomes do rock que Scott acredita que mais lhe influenciaram na formação da sua personalidade musical?

(E.S): São muitos, vou citar alguns dos internacionais: AC/DC, Ramones, Sex Pistols, Led Zeppelin, The Who, Elvis Presley, Chuck Berry, David Bowie, Alice In Chains, Nirvana, Sound Garden,  Billy Idol e por incrível que possa pareça “ Frank Sinatra”  ele foi o maior cantor de jazz de todos os tempos, sou fã incondicional dele !

(A.N): A capa do seu disco, com uma caveira colorida chama muita atenção visualmente. Conte a história por trás dela.

(E.S): A arte da capa do álbum é em pop art que Andy Warrol popularizou nos anos 70’  com Marylin Monroe, Rolling Stones, Judy Garland entre outros, então convidei o artista plástico André Dragão que melhor reporta esta arte aqui na Bahia para ilustrar sua arte na capa e pedi a ele também que além da capa criasse uma caveira colorida para o rotulo da mídia e fundo do acrílico. Pedi que fosse colorida, pois ele mesmo me perguntou "você adora caveira né" ? Eu respondi: "realmente você me conhece amigo". E eu pedi que tivesse cores, pois normalmente são pretas ou cinzas e queria colorida para trazer uma imagem mais alegre ao único símbolo que nos mostra que somos iguais por baixo de músculos e pele!

(A.N): A cena musical nacional nas últimas décadas está dominada por ritmos distantes do rock, como o funk, o sertanejo universitário e o axé. Fale um pouco da dificuldade se produzir rock no Brasil, especialmente na atualidade.

(E.S): Olha amigo, nunca foi fácil. Desde a minha primeira banda nos anos 80’ o Gonorréia, sempre foi difícil, pois era e ainda é como nadar contra a maré, mas sabe que eu até gosto disso!  A dificuldade me dá mais gás ainda, pois quando consigo chegar ao produto final, a realização é bem maior do que se fosse um ritmo fácil e do momento. Mas entenda bem, todos os ritmos que você citou também já estiveram por cima, depois ficam por baixo, depois voltam à cena, enfim é assim no mundo todo, você se recorda do rock no Brasil nos anos 80’? Todo mundo queria montar uma banda de rock para se dar bem, pois estava em alta. Pois é, quantos ainda estão na cena ? Muito poucos né ?  Só continua até hoje quem realmente é da onda e por que sabe que vão subir e vai descer, mas vai estar sempre presente...

(A.N): Na Bahia, e no Nordeste em geral, as barreiras para o rock são consideradas ainda maiores em função da presença marcante de ritmos como o forró e o pagode. Qual estratégia pode ser adotada pelos amantes do rock nessa região para fazer esse ritmo ter mais espaço nos meios de comunicação e em grandes eventos?

(E.S): Ter qualidade tanto em letras como na execução dos seus instrumentos. Preste atenção, se você for a um show de uma banda de rock e nas músicas as letras te façam refletir com um  “pense nisso “  ou “ lute contra isso “  ou “ ele tem razão “  e ainda por cima for bem tocada,  os meios de comunicação irão dar espaço e muito mais atenção.  Agora com relação à molecada que esteja começando sua banda é muito importante que "leiam" pois hoje em dia não estão mais querendo ler. Aí vem a questão; se a molecada não quer mais ler e a literatura é a base de todo conhecimento humano, o que pode se esperar de suas letras ?  Não estou aqui fazendo demagogia nem é caretice, eu estou dizendo apenas  “ Essa molecada precisa ler “  leiam os livros com os assuntos que gostem, pode ser ficção, romance, suspense, esoterismo etc.  mas leiam, pois terão base e argumentos para boas letras.

(A.N): Acha que o Brasil é um país que vai redescobrir sua paixão pelo rock nacional?

(E.S): Eu sinceramente espero que sim, nosso país é tão rico culturalmente que acredito que vão redescobrir o bom rock brasileiro. Espero também que não só o rock,  mas também a  boa música atemporal volte a ser escrita e difundida, pois o que está rolando no momento é uma musicalidade deteriorada com o consumismo imediato e acima de tudo descartável.  Mas pode ter certeza meu amigo, quando tudo parece perdido, vem alguma coisa de onde se menos espera e acende a chama do velho e bom rock and roll !

(A.N): Isso pode acontecer em quanto tempo?

(E.S): Eu espero que logo...risos. Ah, para fechar, já estou articulando com um amigo daí de Aracaju pra levar esse meu novo show no próximo ano pra aí, pois sou fã dessa cidade e dos sergipanos, eles sempre me receberam muito bem nas inúmeras oportunidades que passei por aí. Até breve !

 

Fonte:  www.alonews.com.br


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

CINECITTÀ: A cidade do cinema


Por Alexandre Aguiar 


Certa feita, perguntaram ao cineasta Italiano Frederico Fellini: - Senhor Fellini, onde o senhor gostaria de morar ? E de imediato Fellini não exitou em responder: - Cinecittà,  eu gostaria de morar na cidade do cinema. 

Então os Italianos, inspirados no pensamento e expressão do cineasta Frederico Fellini, preocupados com a cultura, construíram em Roma, Itália, a Cinecittà, ou seja, uma cidade dedicada ao cinema.

A Cinecittà talvez seja a grande obra dos Italianos no século XX, um complexo cinematográfico na antiga cidade histórica de Roma, estabelecendo um paralelo entre a Idade Antiga e a Idade Moderna.

Roma, do Coliseu à Cinecittà. 

Trata-se de uma infraestrutura com 400 000 metros quadrados que abriga  19 dezenove teatros, sets de filmagem e estúdios de edição, com os quais em mais de 80 anos, já foram gravados pelo menos 3 mil filmes e vencidos 52 Óscares. 

Em uma de suas super produções, o filme infantil Pinóquio, os Italianos chegaram a investir €52 milhões de euros, no ano de 2004 e a Cinecittà responde pela maior parte das produções Italianas no universo do cinema.

Aqui, no Brasil, levamos Glauber ao cemitério, parte do acervo com os originais dos filmes pegou fogo na Cinemateca Nacional e em Vitória da Conquista, o espaço dedicado a construção de uma iniciativa de cinema que faz link com a memória de artista segue abandonado desde 1990 pelo poder público.

Podemos mudar isso. 

O cinema é vetor da economia criativa, com largo potencial para geração de emprego e renda, em que a UNESCO tem recomendado programas destinados a estabelecer cidades criativas relacionadas às artes.

Em Conquista é  viável a criação de uma Empresa Pública de Cinema e Audiovisual, cabendo aos detentores do poder de decisão, nos permitir ingressar no setor,  para homenagear a memória de Glauber produzindo filmes. 

O Secretário Xangai deu anuência e seguirmos aguardando o Pacote de Leis que entre outras, propõe: a lei de criação da empresa pública de cinema e a lei setorial do fundo e incentivo ao cinema e audiovisual no Município, para o Polo Industrial de Cinema. 

Existem recursos externos sem ônus ao Município!!!


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