terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

EDUARDO SCOTT UMA LENDA DO ROCK BAIANO

 Beto Magno e Eduardo Scott 


Tocar rock em país como o Brasil,  um país marcado por uma vastidão de estilos musicais tradicionais ou não, nunca foi fácil. Hoje, então, com os meios de comunicação dominados por tendências que praticamente buscam homogeneizar o gosto musical do brasileiro médio em torno de ritmos como pagode, sertanejo universitário e funk, esta tarefa tem se tornado hercúlea.

Mas, isso não poderia ser considerado um motivo de desculpa um dos maiores nomes do rock 'n rool da Bahia, Eduardo Scott. Artista que iniciou sua trajetória musical na banda Gonorreia, em 1982, como vocalista, Scott nunca desistiu de lutar pelo rock, e tem levado sua bandeira a todos os palcos, a fim de não só difundir sua principal paixão, mas também de estimular nos jovens uma nova cultura de reflexão e rebeldia a partir da música.

Nesta toada, em 2018, ele lançou seu primeiro álbum solo. "Atitude", que tem 11 faixas, quatro delas inéditas, é um trabalho fruto de muita dedicação e inspiração e conta com a parceria de grandes amigos de Scott, em algumas das canções. Aproveitando, este novo momento em sua carreira, o Portal Alô News, conversou nessa semana, com esta fera do rock baiano que contou como se desenvolveu sua nova criação, como foram produzidas algumas de suas canções e as expectativas dele para o ressurgimento do rock 'n roll no cenário musical nacional.

Essa conversa, você confere a seguir:

Portal Alô News - (A.N): Você já tem uma longa trajetória no campo musical do rock; desde os anos 80 já vem construindo seu nome enquanto vocalista de diferentes bandas, mas ainda não havia tido a oportunidade de produzir um trabalho solo. Quais os principais desafios que precisou encarar para colocar o projeto “Atitude” de pé?

Eduardo Scott - (E.S): Muito boa sua pergunta; na verdade o maior desafio foi criar toda a concepção do álbum sozinho, desde criação de arte, seleção de repertório, escolha dos convidados, além de toda parte burocrática que deu um trabalho da zorra. Tanto que na parte de direção musical, divido todo o exaustivo trabalho com meus dois amigos e produtores Tom Souza (oito faixas) e Jô Estrada (quatro faixas). Esse cd levou dois anos pra ficar pronto, mas valeu a pena, ficou um álbum que acredito que se tornará uma referência para a garotada. Ele teve um teor inovador, que até no contrato de fabricação da MCK, precisou inserir um adendo, pois nunca tinham feito nos moldes desse, que usou em algumas canções, áudios originais com a participação dos próprios cantores.

(A.N): Seu CD tem 11 faixas e boa parte das músicas é interpretada em parceria com amigos seus. Mas, com certeza, você estabeleceu alguns parâmetros para escolher os artistas que participariam de seu disco. Quais foram os parâmetros utilizados?

(E.S): Escolhi basicamente os amigos que fiz e trabalhei nestes 35 anos na área e que também admiro, cada um em sua vertente. Márcio e Sylvia, por exemplo ... eu sou fã do trabalho deles há anos e essa era a oportunidade de gravar com eles. Álvaro Assmar, era o maior blues man que conheci em toda minha vida e ele havia gravado em seu álbum em vida, uma composição minha e de mais dois amigos: Claudio Lacerda e Marcos Botelho, chamada “Nessa Cidade” e foi muito emocionante gravar este dueto com ele já falecido, usando sua voz original do álbum “ The Old Road ”. O inglês Dominic Smith, havia morado uns anos aqui em Salvador e na década de 80 montamos até uma banda AZT com mais dois parceiros:  Miguel Bahiense e Carlão. Ele voltou para Londres e lá montou a StripNroll que quando escutei pensei “ele tem que estar nesse meu novo álbum" ....risos. E pra fechar a lista dos convidados, chamei a nova geração do rock baiano que mais gosto, que foi a cantora Thathi e as bandas Rock Night Club e Invena.

(A.N): O nome do álbum é “Atitude”, que também é nome uma das faixas do mesmo. Por qual motivo escolheu esse nome para ser o título do CD?

(E.S): Este titulo tem dois motivos importantes para mim. Primeiro pois eu ouvi muito das pessoas me falarem  “ gravar cd já era “ ;  “ninguém mais compra Cd “ etc. E eu tendo a certeza que não é bem assim, depende muito de como é o projeto, se terá qualidade, se terá uma arte, se terá marketing e por aí vai, tanto que U2, Lenny Kravitz, Metallica, Gilberto Gil, Gal Costa e tantos outros continuam lançando seus álbuns em formato físico,  fora também que estão nas plataformas virtuais. Eu não estou me igualando a estes grandes artistas, apenas me espelho neles e acredito que estou certo em ter o álbum físico, estarei presente também ainda este mês nas plataformas virtuais, pois óbvio, temos que acompanhar a atualidade de mercado, mas isso não quer dizer que não tenha o físico. Meus álbuns que ainda pretendo lançar terão sempre o cd físico, para os fãs colocarem sempre em suas estantes. Ah, e o segundo motivo de se chamar “Atitude"0  foi por que mesmo sem produtora, ajuda ou apoio financeiro de nenhum empresário,  eu lembrei da filosofia do punk rock que é  “ Faça você mesmo “  e foi exatamente o que fiz !

(A.N): Seu álbum tem quatro músicas inéditas, como foi o processo de desenvolvimento dessas faixas?

(E.S): Atitude é um relato literal de minha história desde os anos 80’ até hoje e na hora de escrever a letra convidei um amigo da geração punk, Guga Canibal que assim como eu passou e ainda passa pra manter viva a ideologia do punk rock na Bahia, no Brasil e no mundo. Foi a escolha perfeita para parceria, pois conseguimos retratar 35 anos de música alternativa produzida na Bahia em uma mesma canção, e no final da música ter a ilustre participação de meu amigo Tom Veiga e personagem "Loro José" do programa de Ana Maria Braga endossando toda a atitude da letra...risos... “Algo Mais”  é um grunge que quando fui pra cidade de Seattle nos Estados Unidos, entender na raiz o que é este estilo, pensei na harmonia da música para encaixar na poesia de meu amigo poeta e cartunista “ Nildão “ que tinha tudo a  ver com o que ouvi por lá, que se tornou uma pérola do álbum. A Homem de Ferro foi uma paródia que escrevi com um amigo músico e psicólogo Carlos Barros para encaixar numa melodia “eletronic rock “ do guitarrista Jô Estrada, que é a história do personagem “Tony Stark” que anda cansado da vida de super herói e descobre a cidade de Salvador para viver incógnito, só curtindo festas e muita libidinagem...risos. Já a canção "Nada a Perder" é a única canção acústica do álbum que é uma composição que escrevi em 2012 e musiquei com meu parceiro Keko Pires, e fala do relacionamento de um casal, término  e tentativa de reatar. Nessa canção eu convidei para o dueto minha amiga Thathi e essa é o hit do cd, pois de dez pessoas que a ouvem, dez a aprovam e dizem  “que música linda" e para minha grande surpresa, já está tocando em rádios em Salvador, Feira de Santana e em várias outras cidades do interior Bahia...

(A.N): Tem alguma música do disco que você considere favorita?

(E.S): Tenho, mas não posso dizer aqui, senão seria a mesma coisa que uma mãe com 12 filhos dizer que gosta mais de um do que dos outros, já imaginou a confusão que ia dar?  Risos...

(A.N): Quais os nomes do rock que Scott acredita que mais lhe influenciaram na formação da sua personalidade musical?

(E.S): São muitos, vou citar alguns dos internacionais: AC/DC, Ramones, Sex Pistols, Led Zeppelin, The Who, Elvis Presley, Chuck Berry, David Bowie, Alice In Chains, Nirvana, Sound Garden,  Billy Idol e por incrível que possa pareça “ Frank Sinatra”  ele foi o maior cantor de jazz de todos os tempos, sou fã incondicional dele !

(A.N): A capa do seu disco, com uma caveira colorida chama muita atenção visualmente. Conte a história por trás dela.

(E.S): A arte da capa do álbum é em pop art que Andy Warrol popularizou nos anos 70’  com Marylin Monroe, Rolling Stones, Judy Garland entre outros, então convidei o artista plástico André Dragão que melhor reporta esta arte aqui na Bahia para ilustrar sua arte na capa e pedi a ele também que além da capa criasse uma caveira colorida para o rotulo da mídia e fundo do acrílico. Pedi que fosse colorida, pois ele mesmo me perguntou "você adora caveira né" ? Eu respondi: "realmente você me conhece amigo". E eu pedi que tivesse cores, pois normalmente são pretas ou cinzas e queria colorida para trazer uma imagem mais alegre ao único símbolo que nos mostra que somos iguais por baixo de músculos e pele!

(A.N): A cena musical nacional nas últimas décadas está dominada por ritmos distantes do rock, como o funk, o sertanejo universitário e o axé. Fale um pouco da dificuldade se produzir rock no Brasil, especialmente na atualidade.

(E.S): Olha amigo, nunca foi fácil. Desde a minha primeira banda nos anos 80’ o Gonorréia, sempre foi difícil, pois era e ainda é como nadar contra a maré, mas sabe que eu até gosto disso!  A dificuldade me dá mais gás ainda, pois quando consigo chegar ao produto final, a realização é bem maior do que se fosse um ritmo fácil e do momento. Mas entenda bem, todos os ritmos que você citou também já estiveram por cima, depois ficam por baixo, depois voltam à cena, enfim é assim no mundo todo, você se recorda do rock no Brasil nos anos 80’? Todo mundo queria montar uma banda de rock para se dar bem, pois estava em alta. Pois é, quantos ainda estão na cena ? Muito poucos né ?  Só continua até hoje quem realmente é da onda e por que sabe que vão subir e vai descer, mas vai estar sempre presente...

(A.N): Na Bahia, e no Nordeste em geral, as barreiras para o rock são consideradas ainda maiores em função da presença marcante de ritmos como o forró e o pagode. Qual estratégia pode ser adotada pelos amantes do rock nessa região para fazer esse ritmo ter mais espaço nos meios de comunicação e em grandes eventos?

(E.S): Ter qualidade tanto em letras como na execução dos seus instrumentos. Preste atenção, se você for a um show de uma banda de rock e nas músicas as letras te façam refletir com um  “pense nisso “  ou “ lute contra isso “  ou “ ele tem razão “  e ainda por cima for bem tocada,  os meios de comunicação irão dar espaço e muito mais atenção.  Agora com relação à molecada que esteja começando sua banda é muito importante que "leiam" pois hoje em dia não estão mais querendo ler. Aí vem a questão; se a molecada não quer mais ler e a literatura é a base de todo conhecimento humano, o que pode se esperar de suas letras ?  Não estou aqui fazendo demagogia nem é caretice, eu estou dizendo apenas  “ Essa molecada precisa ler “  leiam os livros com os assuntos que gostem, pode ser ficção, romance, suspense, esoterismo etc.  mas leiam, pois terão base e argumentos para boas letras.

(A.N): Acha que o Brasil é um país que vai redescobrir sua paixão pelo rock nacional?

(E.S): Eu sinceramente espero que sim, nosso país é tão rico culturalmente que acredito que vão redescobrir o bom rock brasileiro. Espero também que não só o rock,  mas também a  boa música atemporal volte a ser escrita e difundida, pois o que está rolando no momento é uma musicalidade deteriorada com o consumismo imediato e acima de tudo descartável.  Mas pode ter certeza meu amigo, quando tudo parece perdido, vem alguma coisa de onde se menos espera e acende a chama do velho e bom rock and roll !

(A.N): Isso pode acontecer em quanto tempo?

(E.S): Eu espero que logo...risos. Ah, para fechar, já estou articulando com um amigo daí de Aracaju pra levar esse meu novo show no próximo ano pra aí, pois sou fã dessa cidade e dos sergipanos, eles sempre me receberam muito bem nas inúmeras oportunidades que passei por aí. Até breve !

 

Fonte:  www.alonews.com.br


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

CINECITTÀ: A cidade do cinema


Por Alexandre Aguiar 


Certa feita, perguntaram ao cineasta Italiano Frederico Fellini: - Senhor Fellini, onde o senhor gostaria de morar ? E de imediato Fellini não exitou em responder: - Cinecittà,  eu gostaria de morar na cidade do cinema. 

Então os Italianos, inspirados no pensamento e expressão do cineasta Frederico Fellini, preocupados com a cultura, construíram em Roma, Itália, a Cinecittà, ou seja, uma cidade dedicada ao cinema.

A Cinecittà talvez seja a grande obra dos Italianos no século XX, um complexo cinematográfico na antiga cidade histórica de Roma, estabelecendo um paralelo entre a Idade Antiga e a Idade Moderna.

Roma, do Coliseu à Cinecittà. 

Trata-se de uma infraestrutura com 400 000 metros quadrados que abriga  19 dezenove teatros, sets de filmagem e estúdios de edição, com os quais em mais de 80 anos, já foram gravados pelo menos 3 mil filmes e vencidos 52 Óscares. 

Em uma de suas super produções, o filme infantil Pinóquio, os Italianos chegaram a investir €52 milhões de euros, no ano de 2004 e a Cinecittà responde pela maior parte das produções Italianas no universo do cinema.

Aqui, no Brasil, levamos Glauber ao cemitério, parte do acervo com os originais dos filmes pegou fogo na Cinemateca Nacional e em Vitória da Conquista, o espaço dedicado a construção de uma iniciativa de cinema que faz link com a memória de artista segue abandonado desde 1990 pelo poder público.

Podemos mudar isso. 

O cinema é vetor da economia criativa, com largo potencial para geração de emprego e renda, em que a UNESCO tem recomendado programas destinados a estabelecer cidades criativas relacionadas às artes.

Em Conquista é  viável a criação de uma Empresa Pública de Cinema e Audiovisual, cabendo aos detentores do poder de decisão, nos permitir ingressar no setor,  para homenagear a memória de Glauber produzindo filmes. 

O Secretário Xangai deu anuência e seguirmos aguardando o Pacote de Leis que entre outras, propõe: a lei de criação da empresa pública de cinema e a lei setorial do fundo e incentivo ao cinema e audiovisual no Município, para o Polo Industrial de Cinema. 

Existem recursos externos sem ônus ao Município!!!


Imagens da internet e acervo pessoal - Fair use



Depoimento de Kléber Avelino (Dr. Saúde)


Depoimento de Kleber Avelino (Dr. Saúde) sobre o Museu de Kard em Vitória da Conquista - BA. 
 

domingo, 16 de janeiro de 2022

Depoimento Museu de Kard - Pedro Alexandre Massinha @massicasoficial

 
 
 
 Neste Vídeo o eterno líder da Juventude Conquistense, Pedro Alexandre Massinha @massicasoficial, Produtor, Comunicador e Articulador Cultural expõe seu pensamento acerca do Museu de Kard, localizado em Vitória da Conquista BA, convidando a todos para uma visita.

sábado, 15 de janeiro de 2022

CAFÉ DA MANHÃ COM ANSELMO VASCONCELLOS

 
 
O ator Ansselmo Vasconcellos falando sobre sua satisfação de ter dirigido seu primeiro curta metragem na Bahia a covite de Beto Magno (VM FILMES) e Rada Rezedá (RR FILMES).

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

DEPOIMENTO DE VALERIA VIDIGAL SOBRE O MUSEU DE KARD


 Neste vídeo Valéria Vidigal, vice presidente do Museu de Kard fala sobre sua experiência como Artista e administradora do museu, um convite a todos para conhecer o espaço localizado em Vitória da Conquista - BA.

DEPOIMENTO DO SECRETARIO DE CULTURA DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - BRAZIL


 Neste depoimento sobre o Museu de Kard o Cantador Xangai fala sobre sua emoção e encantamento com o museu, convidando a todos para uma visita, localizado em Vitória da Conquista, na Bahia.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O SEGUNDO MAIOR MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO BRASIL DE PORTAS ABERTAS EM 2022

Por Rada Rezedá
 

Museu de Kard, localizado em Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, numa área de aproximadamente meio milhão de metros quadrados, o segundo maior museu de arte contemporânea do Brasil se prepara para a inauguração oficial muito em breve, no início de 2022, apesar de já possuir algumas áreas abertas à visitação do público.

 

Vitória da Conquista é considerada a porta de entrada para a Chapada Diamantina, região que recebe turistas de todo Brasil e do mundo. Localizado na rodovia BA-262, o Museu de Kard possui duas galerias e 700 obras de esculturas a céu aberto. O projeto arquitetônico resolve questões de ordem funcional e de ordem estética, observando os contextos físico, cultural, socioeconômico e tecnológico: A obra Tributo a Mondrian, um cubo localizado logo na entrada, é o setor administrativo do museu, bem como a loja e o auditório; a obra Ascenção, uma pirâmide que remete a evolução humana, é também uma galeria de artes, e assim acontecem com outras obras. O projeto paisagístico do Museu de Kard valoriza as espécies endêmicas (madeira nova, favaca, canjão, dentre outras nativas da região), espécies exóticas e está trabalhando na revitalização de uma riacho e de uma lagoa existentes no local.

 

 
 
 

São 700 obras de escultura e duas galerias: Pirâmide, abrigará  permanentemente 750 obras do idealizador do museu, Allan de Kard, e a galeria Mix, que receberá peças de vários outros artistas,

 
 
 

A galeria Mix foi inaugurada em 4 de novembro último com a Expo Arte Conquista, que dispõe de 80 obras artísticas em homenagem aos 181 anos da Jóia do Sertão baiano, a cidade de Vitória da Conquista. Os artistas expositores são: Valéria Vidigal, Alex Emmanuel, Domício Campos, Lilian Morais, Romeu Ferreira e o próprio Allan de Kard. A Expo Arte Conquista esteve aberta, gratuitamente, ao público até 15 de dezembro de 2021.

 

 
 
 
 

Na entrada do Museu de Kard o visitante é recebido pela imagem majestosa da Arara Canidé. Também conhecida como Arara-Amarela, vive em bandos, é monogâmica e muito encontrada em todo o Brasil.

 

Arara Canindé

Flor do Cacau, do artista plástico Mário Cravo. Esta obra foi doada ao Museu de Kard, pelo próprio escultor, que também criou o Cristo Nordestino, localizado em Vitória da Conquista, com feições nordestinas, que relembra a situação econômica e social da população sertaneja, e possui 33 metros de altura. O monumento foi inaugurado em 1980.

 

Flor do Cacau

 
 
 
 

O Conselho trata do exercício de poder. São treze membros de um conselho, o presidente ao centro e todos numa posição de reverência, com uma das mãos no peito e outra escondida nas costas, cada uma delas esconde um objeto diferente. A obra começou em 2012 e foi finalizada em 2021.

 
 
 
 
 

Xadrez Nordestino, possui 900 metros quadrados, representa cangaço versus o Estado. “Do lado do cangaço estão Lampião e Maria Bonita, rei e rainha; Antônio Conselheiro é o bispo, o jumento é o cavalo, a torre de Bom Jesus da Lapa é a torre, e os cangaceiros são os peões”, explica o escultor Allan.

 
 
 
 

As guardiãs do Tempo faz referência a um calendário e possui 1 km e 600 metros, “Trata-se do tempo, que é a matéria-prima mais importante, é a mais perecível que a vida nos oferece. São 366 guardiãs do tempo, uma para cada dia”, afirma o artista.

 
 

A área do Museu de Kard era um antigo lixão da cidade de Vitória da Conquista e, por isso, todos os sapatos encontrados no local foram recolhidos e estão sendo transformados na obra Em que pé anda? fazendo uma referência a transformação do homem. Esta é obra que ainda não está totalmente concluída.

 
 

Mãos, interior da Pirâmide

 
 
 

Ceia, interior da Pirâmide

 
 
 

A obra Ascensão significa a saga evolutiva do átomo ao arcanjo. O ciclista que se põe a escalar a Pirâmide evolutiva rumo ao infinito representa o ser nesta busca, num verdadeiro Teotropismo positivo. Vista de frente, nota-se que a porta da pirâmide não se encontra no centro, para que o observador sinta o impulso de deslocá-la para o centro, sugerindo que a Ascensão seja a busca infinita pela perfeição

 

O Museu de Kard possui muitas outras obras de arte, como: Mon SoleiDesejos e DeverMater (figura masculina e feminina em estado de gravidez), Resistência, Tributo a MondrianMonumento ao Gráfico, Labore per Vitae, o Vento, Lápis na Mão, Sala de Estar, Diversidade Fenotípica, Monumento aos Heróis da Saúde, Jogo da Velha, Zigoto (ovo estrelado), Tukurê, Sonho de Menino (24 obras), Ode ao Amor, Transbordo, Sem Rumos e Pramix, Quo Vadere, (Aonde Fostes, conhecido como Labirinto, com 150 metros quadrados e 80 toneladas de cinzas no piso, com fotos de crianças desaparecidas).

São mais de 800 preciosidades entre esculturas e pinturas reunidas em um só lugar. Para conhecer muito bem tudo isso de perto, com certeza levariam alguns dias; a boa notícia é que o Museu de Kard pode ajudar o visitante a fazer uma pré-seleção dos pontos de interesse, e, assim, os amantes da arte podem organizar melhor a visita. Para ter uma ideia geral e ver as obras mais destacadas, é necessário dedicar pelo menos uma manhã completa para percorrer o museu. Mas é bom lembrar que apesar de já ter áreas com livre acesso, o público só poderá desfrutar de tudo, oficialmente, a partir de março de 2022.

“O Museu de Kard é um patrimônio cultural que engradece Vitória da Conquista e o Brasil. Todas as obras são de grande relevância, mas tem uma delas que é a Quo Vadere, também conhecida como Labirinto, que é enigmática e de importante cunho social, pois é uma espécie de grito de alerta sobre as crianças desaparecidas. No percurso do Labirinto serão expostas fotos, em cerâmica, das crianças que nunca voltaram para seus lares. Quem entrar no Labirinto terá sensações parecidas com as das crianças desaparecidas, isso é transformador” declara em tom decisivo o cineasta baiano, Beto Magno.


Allan de Kard

Artista plástico e agrônomo, Allan é o idealizador do Museu de Kard. Foi finalista do Troféu Prime e, em 2016, foi indicado como personalidade conquistense quando teve o privilégio de acender Pira Olímpica durante passagem da tocha pela cidade.

Exposições: Kaypê, Equilibrium, Solidare, Tukurê, Caminhos da Paz, dentre outras. Participou também, com suas esculturas e telas, da exposição Além Mar, em Coimbra, Portugal e do 3º Salão do MAM da Bahia, em 1995.

“Construo caminhos por onde trafego. Crio técnicas próprias. O pior para uma obra de arte é o silêncio, o descaso”,

Allan de Kard.


Valéria Vidigal

Conhecida como a “Artista do Café”, Valéria Vidigal é cafeicultora e artista plástica e já realizou mais de 100 exposições com a temática do café. Idealizadora do Encontro Nacional do Café, que em 2021 está em sua 15º edição, Valéria é vice-presidente do Museu de kard.

 

Valéria Vidigal

Fotos da matéria: Marcelo Saback )


Rada Rezedá é  Atriz, Jornalista e Cineasta.

fonte: http://www.lavogacompass.com

Berlim/Alemanha 

http://www.blogcarolinabrasil.com

Miami/USA