quinta-feira, 20 de agosto de 2020

CORAGEM PARA MUDAR

 

Dr. Valdir Gomes Barbosa

CORAGEM PARA MUDAR

     Soteropolitano de nascença, me pus, em meados dos anos setenta, nas bandas do sudoeste baiano. Fi-lo, ao iniciar minha carreira profissional, pois tudo começou quando assumi o cargo de Delegado de Polícia, em Itapetinga e sabem disto, aqueles que me conhecem de perto, bem como outros personagens que, com paciência leram livro de memórias que lancei - SAQUES E TIROS NA NOITE - ou textos publicados por mim, ao longo dos derradeiros tempos, aliás, tenho dito que a existência de todos nós se divide em duas fases, uma de fazer história e outra de contar histórias, atualmente, vivo com intensidade a derradeira, a despeito de continuar atuando agora como consultor, no segmento ao qual me dediquei na seara pública, por quatro décadas.

        Naquele canto do nosso imenso Estado, sobretudo em Vitória da Conquista, cidade polo de toda a região que envolve seu entorno plantei amores e amigos, assim, graças a Deus, a semeadura frutificou com abundancia, na forma de filhos, netos e outros fraternos conhecidos que foram vindo, figuras capazes de me fazer feliz e realizado. Não tenho dúvidas de que tudo faz parte de uma organização cósmica perfeita, onde nada é por acaso, destarte, todos que veem até nós, no plano da atualidade, em algum instante dos tempos sumidos estiveram conosco, assim, o reencontro objetiva resgatar equívocos, ou referendar acertos dos tempos sumidos.

        Todo este preambulo expressa o quanto desejo dizer nas linhas que se seguem, justo quando passo a falar de velhos amigos, outros que chegaram no tapete estendido pelos antigos, lugares mágicos onde desfrutamos momentos de alegria e prazer, inolvidáveis, mesmo porque, a arte de viver nada mais é, senão aproveitar seus instantes coloridos com intensidade.

         Há algumas décadas pude conhecer um homem sensível, inteligente, viajado, vivedor, amante emérito dos prazeres que o mundo nos oferece, gourmet por excelência, como indica o dicionário, "indivíduo que é bom apreciador e entendedor de boas mesas, de bons vinhos e se regala com finos acepipes e bebidas". Falo de Paulinho Baiano, filho único do baluarte Neném baiano e pai de João Paulo, a quem tenho como sobrinho, personalidades conquistenses marcantes, cada um a seu momento, como homens de bem, empresários consagrados, pais de família exemplares. Os dois primeiros há algum tempo nos deixaram, um após o outro e devem estar juntos na seara etérea privando da companhia recíproca e dos privilégios reservados àqueles que praticaram o bem, neste palco de provas e expiações.

            Paulinho, engenheiro civil por formação acadêmica, exerceu várias atividades, tanto na vida pública, bem como no âmbito privado. Ao estertor da década de oitenta foi diretor da Companha de Navegação Baiana, no governo de Nilo Coelho, em seguida já com ACM chegou a CONDER, tempo no qual estreitamos nossa amizade, pois fui Delegado de Guanambi, terra do primeiro e estive assessor dos Secretários de Segurança Pública, desde 1991 até 2003, quando assumi o posto de Delegado Geral do Estado da Bahia.

            Exatamente nesta época, início do ano 2000, Baiano enveredou pela atividade que nos fez brindados, inicialmente moradores da capital, em seguida residentes e visitantes da suíça baiana, vez que em Salvador inaugurou o restaurante Amado, na subida da Contorno, depois, ao retornar para seu rincão, abriu o Bistrô, casa de alto nível que manteve funcionando, até quando foi chamado à eternidade.

            Desnecessário falar da excelência destas casas, sobretudo o Bistrô, onde era possível encontra-lo todos as tardes e noites, pilotando uma boa taça de vinho e recepcionando os fregueses, com sua costumeira elegância e prosa leve. Incontáveis vezes tive o privilégio de privar de sua companhia agradável, entre generosas doses de boa bebida e comida especialíssima, ouvindo suas histórias do campo, nas plagas da fazenda em Itambé, ou nos ares diferenciados da Europa quando lá esteve por longa data, decerto, a porta que fez aprimorados seus conhecimentos culinários e de sommelier. 

            Todavia, relembro, de início falei, a messe que me coube, no semear pessoas queridas foi próspera. Tenho partido Paulinho, a casa finalmente veio a outras mãos, cujos sócios atuais, Antônio Rocha Neto, o Neto, e Jackson Waitx Mazzarello, Chef Jack, se tornaram também diletos amigos meus. A dupla, em perfeita simbiose tendo na pessoa de Neto a figura do empreendedor e anfitrião, enquanto Jack consagrado chefe, com passagem em grandes casas paulistas, a exemplo do Fasano mantiveram, desde 2017 quando assumiram aquele lugar, o mesmo padrão de qualidade implementado por Paulinho Baiano, não só no serviço específico, como também na cortesia dispensada por ambos, a todos os seus frequentadores, sem exceção.

            Assim, em pouco tempo, egressos de São Paulo, a despeito de Neto ser filho de Jitaúna, porém durante muitos anos esteve radicado no sul do país, eles foram se integrando à sociedade da terra serrana que os acolheu, da forma como verdadeiramente mereceram, por conta do profissionalismo e carisma de que são possuidores.

            Soube, em conversa com eles que após este período atípico, por força da malvada pandemia, a casa reabrirá em setembro próximo tomando também conhecimento de que mudanças serão efetivadas, no estilo, na forma, no modelo que esteve adotado desde quando se fez começar, com o velho Paulinho, as quais tinham sida mantidos até agora por seus sucessores.

          Este é o segredo que agiganta a vida, mudança. Tudo sempre está em permanente estado de alteração, é preciso ajustar, acomodar, modificar, adaptar-se para progredir. Vale dizer que não se trata de mudar por conta da doença que assola o mundo, neste caso os gestores querem definir um novo estilo, uma outra dinâmica ao negócio, no sentido de atender de forma cada vez mais satisfatória, os frequentadores do restaurante.

            Porém, apesar das transformações - até o nome Bistrô será substituído -, a essência do atendimento, traço inapagável da personalidade de seus donos continuará inalterável, no quanto respeita, principalmente, a atenção e carinho pelos clientes. Espero poder estar presente, na reabertura, desde já me encontro ansioso por conhecer as novidades, saber qual a nova denominação da casa que nos próximos dias nos será revelada.

            Parabéns a ambos, Neto e Jack, até porque, transformar, modificar exige grande dose de coragem e confiança. Não tenho dúvidas de que o sucesso continuará batendo às suas portas. Felicidades. 

            ABRAÇOS,

                     Valdir Barbosa

            Salvador, 18 de agosto de 2020

domingo, 10 de maio de 2020

ANSELMO VASCONCELLOS

ALÔ BOYS

EREMITA ROSA A GRANDE DAMA DE MARACANGALHA

UM GRANDE SAMURAI

PIZZARIA SANTA FÉ / COMERCIAL (Lauro de Freitas - BA)

POUSADA VILAS DO ATLÂNTICO / COMERCIAL (Lauro de Freitas - BA)

RESTAURANTE MINEIRIM / COMERCIAL (Lauro de Freitas - BA)

quarta-feira, 6 de maio de 2020

GLAUBER – O FILME, LABIRINTO DO BRASIL







GLAUBER – O FILME, LABIRINTO DO BRASIL

2003
Minutagem: 1h38' e 40'
Em Glauber – o filme, labirinto do Brasil, Silvio Tendler homenageia uma das figuras seminais do cinema brasileiro a partir da sua morte, em agosto de 1981, e compõe um mosaico com cenas do enterro, entrevistas de Glauber Rocha e de seus amigos. Glauber revolucionou o cinema. Com seus filmes, propôs uma revisão radical nos conceitos culturais do Brasil e influenciou outras cinematografias. Viveu em um tempo de sonhos de grandeza e esperança. O mundo fundia-se em uma festa libertária e a revolução viria do casamento da arte com a política, da realidade com a utopia, da verdade com o delírio. Realizou 15 filmes, escreveu ensaios, romances, peças de teatro. Um dos principais nomes do Cinema Novo, Glauber sentia-se marginalizado e não via perspectivas de saída no cinema brasileiro. O documentário mostra um homem inconformado, caótico, provocativo, que falava sem claquete, pensava grande, capaz de identificar talentos em seus amigos, dono de uma energia pulsante que nunca era estancada e que usava a palavra como pregação.


FICHA TÉCNICA

Direção, roteiro e montagem: Silvio Tendler
Imagens Históricas
Fotografia: Fernando Duarte e Walter Carvalho
Som: Cristiano Maciel
Consultoria de roteiro: Orlando Senna
Arte: Hélio Jesuíno
Labirintos: Patrícia Tebet, Cia de Design
Assistência de direção: Silvio Arnaut
Assistência da versão média: Terêncio Pereira Porto
Assistência de finalização: Fernanda Guimarães
Trilha sonora original, composiçnao, arranjos e direção musical: Eduardo Camenietzki
Interpretada por: Ithamara Koorax
Trilha adicional: Caíque Borkay
Produção e Pesquisa: Arthur Angeli, Carolina Paiva, Silvio Arnaut, Terêncio Pereira Porto
Edição das imagens: Silvio Arnaut
Edição da versão média: Renato Schvartz
Imagens das entrevistas: Américo Vermelho, Bruno Oliveira, Eryk Rocha, Johny Howard Szerman, Marcelo Garcia, Phiilippe Constantini, Estefan Hess, Silvio Arnaut
Som: Bruno Corrêa, Carolina Paiva
Finalização: Flávio Nunes
Edição de som e mixagem: Alexandre Duarte e Pedro Cintra




CURANDO MINHAS "NEURAS"!

terça-feira, 5 de maio de 2020

TÉCNICA E SENSIBILIDADE

Beto Magno

A Direção de atores é mais do que uma profissão é uma arte que requer muita sensibilidade, conhecimento, técnica e principalmente percepção. Ser diretor não é ficar aos berros no SET dando ordens e muito menos ficar provocando constrangimentos na equipe e no elenco. Ser diretor e estar atento para tirar o máximo de proveito do que o ator e equipe pode contribuir para que sua cena seja bonita, tenha sentimento e principalmente transmita verdade para quem está assistindo e essa administração em busca da verdade do ator em cena com limitações técnicas não é fácil para ambos os lados seja na publicidade, cinema, TV ou jornalismo. Você precisa compreender para ser compreendido, um diretor tem que saber extrair do ator a sensibilidade e a técnica.