sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

GRAVANDO UM PROGRAMA PARA TV NO RIO DE JANEIRO

Foto Patricia Cortizo
Beto Magno e Rada Rezedá no Teatro Leblon gravando com a atriz Cissa Guimarães uma entrevista para o programa "Papo de Ator"

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA " PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Antenor Netto Beto Magno gravando o Programa "Papo de Ator" com Rosa Maria Mortinho, Paulo Camarotti e Patricia Cortizo alunos da Cap Escola de Tv e Cinema de Salvador na livraria travessa no shopping Leblon no Rio de Janeiro

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "PAPO DE ATOR" GRAVADO NO RIO DE JANEIRO

Foto: Antenor Netto Beto Magno, Paulo Camarotti, Clarissa Noronha e Patricia Cortizo Alunos da Cap Escola de Tv Cinema de Salvador entrevistanto o ator André Matos da Rede Globo de Televisão

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

GRAVANDO O PROGRAMA "PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Rada Rezedá Beto Magno gravando o ator Davi Pinheiro (o Sambarylove) com alunos da Cap Escola de Tv e Cinema de salvador

"PAPO DE ATOR" PROGRAMA PRODUZIDO PELA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DE SALVADOR

Foto: Patricia CortizoBeto Magno Gravando com Tadeu Mello e Alunos da Cap Escola de TV e Cinema Salvador no Rio de Janeiro

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Beto Magno
Clarissa Noronha, Antenor Netto, Matheus Santana Alunos da Cap Escola de Tv e Cinema de Salvador com Glôria Pires na Livraria Travessa no Shopping Leblon - Rio de Janeiro
Foto: Rada Rezedá
Beto magno e Orlando Moraes observam o abraço da Gloria Pires em uma Fã

"PAPO DE ATOR" UM PROGRAMA PRODUZIDO PELA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DE SALVADOR

Foto: Patricia Cortizo
Beto Magno, Val Perré ( Ator Global e ex- aluno da Cap Escola de Tv e Cinema de Salvador) e Rada Rezedá gravando o programa "Papo de Ator" na casa de Rui Barbosa em Botafogo - Rio de Janeiro

CINE LEBLON RIO DE JANEIRO

Foto: Lília de Souza
Rada Rezedá, Bruno Garcia e Beto Magno no Leblon Rio de Janeiro

GRAVANDO O PROGRAMA "PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Clarissa Noronha
Beto Magno, Araci Cardoso e Rada Rezedá nas gravações do programa "Papo de Ator" na Casa de Rui Barbosa em Botafogo - Rio de Janeiro

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Noel Pestana
Beto Magno gravando o programa "Papo de ator" na Casa de Rui Barbosa em Botafogo - Rio de Janeiro com Osmar Prado, Priscila Camargo e Rada Rezedá junto com alunos da Cap escola de Tv e Cinema de Salvador,

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Rada Rezedá
Beto Magno, Isabela Cortizo, Kaliandra Borges, Maria Padilha, Patricia Cortizo e Paulo Camarotti na Livraria Travessa no Shopping Leblon - Rio de Janeiro no lançamento do Livro sobre os 60 anos da Tv Tupi e gravação do Programa "Papo de Ator" com alunos da Cap Escola de Tv e Cinema de Salvador

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "PAPO DE ATOR" NO RIO DE JANEIRO

Foto: Raquel Machado
Paulo Camarotti, Patricia Cortizo, Matheus Santana, Bemvindo Sequeira, Lília de Souza, Noel Pestana, Rada Rezedá e Beto Magno gravando o programa "Papo de Ator" na Casa de Rui Barbosa em Botafogo - Rio de Janeiro todos alunos da Cap Escola de Tv de Salvador

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA "PAPO DE ATOR"

foto: Matheus Santana
Beto Magno e Bemvindo Sequeira gravando o Programa "Papo de Ator" na Casa de Rui Barbosa em Botafogo Rio de Janeiro

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PRODUÇÃO DE ELENCO PARA O FILME 2 DE JULHO DO DIRETOR LÁZARO FARIA

foto: Rada Rezedá Beto Magno, Priscila Camargo, Araci Cardoso e Luci Ibanez no almoço oferecido a Cap Escola de Tv e Cinema e VM filmes na casa de Araci Cardoso no Rio de Janeiro

REUNIÃO NO RIO DE JANEIRO

foto: Beto Magno
Três grandes atrizes: Priscila Camargo, Rada Rezedá e Araci Cardoso

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR E VM FILMES DA A DICA PARA DIRETORES DE VIDEO

Por Beto Magno

Diretor Suisso filma Doc sobre Gilberto Gil e precisa de Assitente de Direção com comprovada experiencia, para trabalhar de 2 a 6 de março. É indispensavel falar Ingles.
Interessados mandar CV para: lazaro@lazarofaria.com.br

domingo, 23 de janeiro de 2011

ACONTECEU NO RIO DE JANEIRO NA PRODUTORA DE CINEMA MAPA REUNIAO SOBRE FILME 2 DE JULHO

foto: Beto Magno Zelito Viana e Vera Palmeira da MAPA FILMES e Lázaro Faria da CASA DE CINEMA DA BAHIA

CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR PRESENTE NA REUNIÃO SOBRE O FILME LONGA 2 DE JULHO DO DIRETOR LAZARO FARIA.


No ultimo dia 19 Beto Magno da CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR e VM FILMES esteve presente à reunião de produção com o diretor do filme 2 de JULHO e com os produtores Zelito Viana e Vera Palmeira da MAPA FILMES.

Varios acertos e ajustes para dar start a produção do filme, dentre eles a definição de alguns atores do cenario nacional e a necessidade de já no mes de fevereiro dar inicio aos testes para atores e figuração em Salvador, local onde será rodado o filme.

Atores baianos, vem ai mais uma oportunidade de trabalho!

ALUNOS DA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR FAZEM CURSO NO RIO DE JANEIRO E GRAVAM PROGRAMA DE TV

Por Beto Magno

Alunos da CAP Escola de Tv e Cinema em Salvador estão no Rio de Janeiro durante 15 dias fazendo curso na Escola Art Cenica, em Botafogo, com Antonio Amancio que também é empresário de alguns atores , como : Aline Moraes e Cauã Reymond.
Além do curso, os alunos também estão gravando um programa para a tv web CANAL BA, que faz parte da primeira rede de tv web do norte e nordeste. Os primeiros entrevistados do programa "Papo de Ator" serão alguns atores do Rio de Janeiro: Edwin Luisi, Darlan (Laranjinha), Osmar Prado, Otton Bastos, Rosa Maria Mortinho, Anderson Muller (o guarda Abel), Bemvindo Siqueira, Priscila Camargo, Araci Cardoso, Val Perré, Anselmo Vasconselos, Thiago Lacerda, Tadeu Mello, André Matos, Davi Pinheiro, Maria Padilha o lendário Zózimo Bubu e Cissa Guimarães dentre outros.
O CANAL BA estreou na Bahia na quinta -feira da Lavagem do Bonfim com a apresentação de Rada Rezedá, diretora da CAP Escola de Tv e Cinema em Salvador.

sábado, 15 de janeiro de 2011

CAP ESCOLA DE TV CURSOS NA AREA DE TELEVISÃO EM SALVADOR

Turma de alunos da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador

MATRICULAS ABERTAS PARA 2011


SERÃO RESERVADAS VAGAS NOS CURSOS APENAS MEDIANTE MATRICULA

Valor da matricula: R$ 30,00



1) CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO / APRESENTADOR
Inicio: 19 de fevereiro Fim: 19 de julho
Duração: 5 meses, turmas Sábados das 9 as 12.30h
Conteúdo: dicção/voz/fala; memorização de textos; leitura e interpretação; expressão corporal; gravação.
Investimento: R$ 1.325,00 - a vista tem 5% desconto ou 5X de R$ 265,00



2) CURSO DE TV PARA ATORES salvador
2.1) Turmas para iniciantes, adolescentes e crianças
Inicio: 18 de fevereiro
Aulas as sextas das 14.30 as 17.30 h

2.2) Turmas para adultos
Inicio: 15 de fevereiro
Aulas as terças das 18.30 as 22h

Duração das turmas adulta e adolescentes: de fevereiro a dezembro
Investimento: R$ 245,00 / mês
Professora: Rada Rezedá


3) CURSO DE PRODUÇÃO/ DIREÇÃO DE TV
Inicio: 7 de fevereiro
Dias de aula: 7, 8, 9, 10,11 das 18.30 as 21.30h
Conteúdo: As 3 etapas da produção com a gravação de um vídeo de 1 minuto no final do curso.
R$ 450,00 (2x com cheque pré) ou à vista R$ 400,00
Professora: Rada Rezeda e professor convidado


4) CURSO CINEGRAFISTA
Inicio: 7 de fevereiro
Dias de aula: 7, 8, 9, 10,11 das 18.30 as 21.30h
Conteúdo: curso prático – o aluno aprende a operar câmera profissional de TV;planos e movimentos de câmera; lentes, etc.
Investimento: R$ 450,00 (2x com cheque pré) ou à vista R$ 400,00
Professor: Xeno Veloso


5) CURSO TV E TEATRO ESPECIFICO PARA MELHOR IDADE
COM MONTAGEM DE ESPETACULO MUSICAL NO FINAL
Inicio: 15 de março
Conteúdo: aulas de expressão corporal, dança, teatro, TV, voz/canto.
Terças e quintas: das 14.30 as 16.30 h
Coordenação do curso: Rada Rezedá
Investimento: R$ 245,00 / mês


6) CURSO MAQUIAGEM PARA TV e MAQUIAGEM EFEITOS
Dia: 19 de fevereiro – das 14.30 as 17.30
Conteúdo: Noções básicas sobre maquiagem para TV e para noite
Dia: 20 de fevereiro - das 14.30 as 17.30
Conteúdo: Maquiagem criativa para carnaval
Investimento: R$ 150,00 em 2x com cheque pré ou a vista R$ 135,00
com Thyago Mandu


7) CURSO LOCUÇÃO - salvador turma iniciantes
Dias: 7, 8, 9, 10,11 das 14.30 as 17h
Conteúdo: dicção/voz; interpretação de textos, microfones, gravação.
Investimento: R$ 400,00 (2x com cheque pré) ou à vista R$ 350,00
com Rada Rezedá

8) CURSO DE EDIÇÃO DE IMAGEM salvador
Inicio: 14 de fevereiro
Dias: 14,15,16,17,18,21 e 22 das 18.30 as 21.30 h
Conteúdo: Edição em Final Cut. Como montar um audiovisual adequando conhecimento da linguagem cinematográfica aos recurso do final cut pró. Aula teórica e prática com montagem de um vídeo de 1 minuto.
Investimento: R$ 850,00 (em 2x com cheque pré) ou à vista R$ 750,00
Professor: Xeno Veloso

OUTROS CURSOS DA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR
COM DATAS A DEFINIR PARA 1º SEMESTRE DE 2011:

• Curso de roteiro de cinema

• Curso de apresentador de auditório – a partir de abril de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

EM FASE DE PRÉ PRODUÇÃO O FILME 2 DE JULHO DO DIRETOR LÁZARO FARIA



Produção de elenco Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador
e Beto Magno da VM Filmes

TESTES PARA FILME 2 DE JULHO NA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM FEVEREIRO

ATENÇÃO

A primeira fase dos testes para o Filme 2 de Julho, do diretor Lazaro Faria, começa em fevereiro. Os interessados devem enviar fotos profissionais para mail 2djulho@capescoladetv.com.br ou 2djulho@gmail.com .

Aqueles que enviarem material de forma correta receberao atraves do mail os textos dos personagens para memorizacao e estudo a fim de apresentarem em teste de video.

A partir de hoje os interessados podem enviar material para a seleção do filme: FOTOS PROFISSIONAIS E RESUMO CURRICULAR NUM SÓ E-MAIL (não enviar curriculo num mail e fotos em outro mail)

A CAP ESCOLA DE TV E CINEMA EM SALVADOR fará os testes em video na segunda quinzena de fevereiro.

Essa primeira fase de testes é para crianças e adolescentes de 7 a 19 anos

e

Homens e mulheres de 20 a 30 anos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

INTIMISMO CINEMATOGRÁFICO

Cary Grant e Deborah Kerr em Tarde demais para esquecer (An affair to remember), do genial Leo McCarey: obra-prima em seu gênero.

Por André Setaro

Fala-se muito em intimismo cinematográfico, mas quase nada, pelo menos em língua portuguesa, existe escrito sobre esta maneira de representação do real nas imagens em movimento. O recente lançamento de "Imitação da vida" ("Imitation of life", 1959), de Douglas Sirk, faz emergir o pensamento sobre o que significa o intimismo e o modo pelo qual é traduzido, nele, o "real".


O intimismo representa, por excelência, a escola idealista no cinema. A realidade é filtrada pelo sentimentalismo e pela subjetividade, o que o identifica com o romantismo. Segundo Maurício Rittner, em seu exemplar livro introdutório, "Compreensão de cinema", editado pela Buriti em 1965, nos filmes intimistas nem sempre o desfecho da história é feliz, fato característico dos filmes românticos. Como as normas de conduta, ainda segundo Rittner, próprias do intimismo são normais ideais, elas acarretam uma técnica de renúncia aos valores autênticos da vida. Assim, o universo romântico-intimista configura um sistema de forças em conflito: as forças do sentimento e as forças da razão. Mas em sua fé nos sentimentos, os personagens se tornam quase místicos.


Segundo o crítico de arte Herbert Reed, existem três modos básicos de representar o mundo: o realismo, o idealismo (intimismo), e o expressionismo, havendo um quarto modo (surrealismo) que tenta substituir o realismo, que é, esta, a "escola", por assim dizer, que registra tão verazmente quanto possível aquilo que nossos sentidos conseguem perceber no mundo real. Há no realismo cinematográfico várias vertentes (neo-realismo italiano, realismo poético francês, realismo socialista, realismo fantástico, realismo crítico...). A maioria dos filmes do Cinema Novo brasileiro pode se inserir dentro do realismo, assim como a famosa escola de documentaristas britânicos dos anos 20 (John Grierson, Paul Rotha...).


No expressionismo (e, principalmente, no expressionismo alemão dos anos 10 e 20) o que importa não é a tradução do real (como no realismo), mas a expressão de seu reflexo na sensibilidade e no espírito. O filme ícone do expressionismo é "O gabinete do Dr. Caligari" (Robert Wiene, 1919), com seus cenários de papelão, objetos pintados, gesticulação exagerada. Há uma preocupação maior na plástica da imagem do que nos recursos da montagem. A cenografia tem uma forte presença na produção de sentidos. O expressionismo influenciou todo o cinema ("Cidadão Kane", de Orson Welles, com seu jogo de luz e sombras, é uma obra expressionista.)


O nome maior do surrealismo no cinema é o de Don Luis Buñuel, autor de duas obras puramente surrealistas:"Un chien andalou" (1928) e "L'Âge d'or" (1930), ambas em colaboração com Salvador Dali, filmes que chocaram platéias e provocaram escândalos. O surrealismo tenciona apresentar a realidade interior e a realidade exterior como dois elementos em processo de unificação. Tem grande influência de Freud ("A interpretação dos sonhos") e do materialismo histórico.


O móvel, entretanto, da coluna, é o intimismo, que tem seu apogeu nas décadas de 30, 40 e 50 no cinema americano. Para uma sociedade extremamente imediatista e consumista, atualmente filmes intimistas podem provocar risos (vindos, evidentemente, de débeis incapazes da percepção da obra em seu momento histórico) e parecer, à primeira vista, anacrônicos. Mas os filmes intimistas, quando realizados com classe, com talento, com estilo, podem suscitar uma espécie de estesia pela beleza de sua "mise-en-scène". Alguém, de sã consciência, poderia rir dos filmes de Douglas Sirk ("Palavras ao vento", "Almas maculadas", "Tudo que o céu permite", "Amar e morrer", "Desejo atroz", entre outros)? O intimismo significa a evolução de uma história cinematográfica em torno das eternas constantes do amor, com a tônica no estudo exaustivo das relações afetivas e dos fatores que as precipitam ou as impedem. E criou um universo dramático especificamente feminino centrado nas reações da mulher diante do mistério do amor. Por exemplo: "...E o vento levou" ("Gone with the wind", 1939), de David Selznick/Victor Fleming/George Cukor/Sam Wood, embora a sua ação se localize na Guerra de Secessão americana (1861/1864), esta se torna apenas um "pano de fundo", porque o que importa é a análise da personalidade esfuziante de Scarlett O'Hara (vivida com empenho inexcedível por Vivien Leigh) e suas oscilações diante do mistério do amor. Todos os acontecimentos básicos do filmes são explicados em função dos estados passionais (outro exemplo marcante é "O morro dos ventos uivantes"/"Wuthering Heights", também de 1939), de William Wyler, com Laurence Olivier, David Niven, Merle Oberon. A dimensão lírica do intimismo é dada por um tratamento acentuadamente romântico dos personagens e das situações.


O intimismo parte de uma visão realista, que é deliberadamente selecionada e exaltada em alguns de seus aspectos. Para Rittner, o intimismo induz das formas da realidade uma idéia abstrata, mais perfeita do que a original. A realidade "deveria ser assim" e não "assim", como seria numa visão realista. A idéia abstrata mais perfeita do que a realidade não torna o intimismo "menor", mas, muito pelo contrário, fala-se, muitas vezes, melhor da realidade através da fantasia e da estilização. Diria mesmo que há uma possibilidade estética maior no intimismo do que no realismo "tout court".


A própria realidade, no intimismo, é recriada em termos de poesia e de ternura e, por isso, quase se torna estática, desvitalizada, isolando os personagens de seu meio. É, no entanto, pela imobilização da realidade circunstancial que o intimismo se torna revelador, transformando o vulgar em invulgar, o superficial em transcendente.


Com a barbárie estabelecida no consumo do produto cinematográfico, com o cinema transformado em "fast food", o público solicita, hoje, mais a brutalidade e a ação do que a ternura e a poesia. Ri-se de certos momentos românticos dos filmes intimistas. Ri-se de forma esquizóide, nos dias que correm, da poesia e da beleza. Há, patente, uma preferência por um realismo quase naturalista do que pelo tratamento intimista dos personagens e das situações. Rir de uma obra como "Assim estava escrito" ("The bad and the beautiful", 1953), de Vincente Minnelli, filme intimista, dá àquele que ri um atestado inconteste de imbecilidade congênita.


São exemplos de filmes intimistas: "Grande Hotel" ("Grand Hotel", 1932), de Edmund Goulding, com Greta Garbo, John Barrymore, Joan Crawford, que saiu recentemente numa coleção de Dvds de um jornal paulista, , "Esquina do pecado" ("Back street", 1932), de John M. Stahl, que dirigiu a primeira versão, em 1934, de "Imitação da vida", "Anna Cristie" (idem, 1930), de Clarence Brown, com Garbo, "A dama das camélias" ("Camille", 1936), com Garbo e Robert Taylor, "Adeus Mr. Chips" ("Good-bye Mr. Chips", 1939), de Sam Wood, "Um lírio na cruz" ("Till we meet again", 1944), de Frank Borzage, "Carta de uma desconhecida" ("Letter from a unknow woman", 1948), de Max Ophul, com Louis Jordan e Joan Fontaine, "Por tua causa" ("Because of you", 1952), de Joseph Pevney, com Loretta Young e Jeff Chandler, "Tarde demais para esquecer" ("A affair to remember", 1955), de Leo McCarey, com Cary Grant e Deborah Kerr, "Suplício de uma saudade" ("Love is a many splendored thing", 1955), de Henry King, com William Holden e Jennifer Jones, entre muitos outros. E os grandes "sirks" já citados dos anos 50.



TESTE

Beto Magno testando atores para um curta na Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"TOCAIA NO ASFALTO"

Petrus Pires filho do Cineasta Roberto Pires grande responsavel pelo resgate da Obra do seu Pai

Por André Setaro

A cópia de Tocaia no asfalto, de Roberto Pires, que se encontrava em vias de extinção no seu negativo original, conseguiu ser totalmente restaurada. É um feito e tanto para a preservação da memória do cinema baiano. Considero este o melhor filme, até hoje, entre as mais de duas dezenas de longas metragens realizados na Bahia. Depois dele, na minha opinião, vem A grande feira, do mesmo Pires, que foi homenageado no ano em curso pela passagem dos 50 anos de seu primeiro longa e primeiro do cinema baiano: 'Redenção', de 1959.

Thriller genuinamente baiano realizado em 1962, que aborda o relacionamento dos políticos com a criminalidade e as idiossincrasias da personalidade de um pistoleiro de aluguel, Tocaia no asfalto, de Roberto Pires, produzido logo após 'A grande feira', é um filme que pode ser visto em dois planos: no plano de sua narrativa e no plano de sua fábula (história). No primeiro, destaca-se sobremaneira a artesania de Pires, o domínio pelo qual articula os elementos da linguagem cinematográfica em função da explicitação temática. Seu trabalho, nesse particular, é de ourivesaria e, aqui, em Tocaia no asfalto, tem-se um exemplo onde a narrativa suplanta a fábula, ainda que os dois planos sempre devam ser observados em processo de simbiose.

Realizado em plena efervescência do chamado Ciclo Baiano de Cinema - 1959-1963, Tocaia no asfalto, atesta o seu vigor e a sua atualidade temática. Duas seqüências podem ser consideradas antológicas e das melhores do cinema brasileiro: a tentativa de assassinato frustrada na Igreja de São Francisco, e a do cemitério do Campo Santo. Pires demonstra o seu apuro, o seu sentido de cinema, o 'timing' raro, um faro, por assim dizer, para 'pensar' cinematograficamente o estabelecimento da 'mise-en-scène' como fator de impacto e de emoção.

Ainda que uma obra formatada nos moldes de uma linguagem clássica -o que não lhe tira de modo nenhum a qualidade, que se fundamenta na chave narrativa da progressão dramática griffithiana, há, no entanto, uma sequência que, sem se ter medo de errar, poder-se-ia chamá-la de eisensteiniana. É aquela na qual Roberto Ferreira tenta se ver livre dos presos num caminhão e tenta intimidá-los com um revólver, ocasionando uma fuga em pleno movimento do veículo, quando vem a morrer o irmão do personagem interpretado por Agildo Ribeiro. A rapidez, com que são expostos os rostos embrutecidos dos pobres diabos que estão no caminhão, tem um ritmo que se assemelha a um 'touch' buscado na concepção de montagem de Sergei Eisenstein. Esta sequência é um 'flash-back', quando Agildo Ribeiro, dançando, sente-se mal e começa a ter pesadelos retroativos.

Assim, Tocaia no asfalto se sobressai pela narrativa impactante que está a serviço do argumento, mas que predomina sobre este. Que versa sobre um pistoleiro contratado para matar um político corrupto (Milton Gaúcho), que, chegando do interior, vai morar num prostíbulo e se apaixona por uma mulher (Arassary de Oliveira). Enquanto isso, um jovem político bem intencionado (Geraldo D'El Rey) pretende instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as falcatruas do grupo do político que está na mira do assassino. Mas as reviravoltas do argumento determinam uma contra-ordem e o pistoleiro, na iminência de matar, é avisado que não mais precisa cumprir o trabalho. Apesar de um matador profissional, tem, porém, seus códigos de honra e prefere ir até o fim naquilo para o qual fora incumbido. Não lembra 'Sargento Getúlio', de João Ubaldo Ribeiro?

Tocaia no asfalto se desenrola em dois ambientes: o ambiente burguês da casa do político, abrangendo as festas, os colóquios e o namoro de sua filha (Angela Bonatti) com o jovem e promissor parlamentar, e o ambiente pobre do prostíbulo comandado com mão de ferro por Jurema Penna e, no qual, o pistoleiro é hospedado, vindo a conhecer uma prostituta pela qual se apaixona. A latere, alguns personagens, como o policial interpretado por Adriano Lisboa, que circula entre os dois ambientes, Antonio Pitanga, outro matador, contratado, desta vez, para matar o outro. Pires, em alguns momentos, através da montagem paralela, tenta mostrar os acontecimentos em perspectiva de simultaneísmo, quando, por exemplo, Agildo e Arassary conversam no Farol de Itapoã.

Notável realizador, Roberto Pires, responsável pelo primeiro longa feito aqui, Redenção (1956-59), pelo seu extremado domínio formal da linguagem, poderia ter ido longe se trabalhasse no exterior, mas as injunções mercadológicas de um cinema caótico, como o brasileiro, determinaram-lhe, por vezes, um recesso forçado. Mas filmes como A grande feira e Tocaia no asfalto bastam para se ter um cineasta.

Não se pode deixar de registrar a funcionalidade da partitura de Remo Usai - que soa como um grito trágico na seqüência final do trem, o bom argumento de Rex Schindler - também produtor, associado a David Singer, e a fotografia de Hélio Silva. E uma pergunta que não se quer calar: por que, com todos os recursos existentes hoje, o cinema baiano não consegue fazer algo parecido com Tocaia no asfalto?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

TESTE PARA CURTA BAIANO COM ATORES NEGROS



SELEÇÃO DE ATORES E ATRIZES NEGRAS PARA ATUAÇÃO EM UM CURTA



Acontece nesta terça-feira (04/01/11), das 9h às 18h, a audição de atores e atrizes negras para atuação em um filme que será rodado em película. A seleção acontecerá no CDCN (Pelourinho).

As 100 primeiras atrizes e atores à preencherem a ficha de inscrição no local terão prioridade na seleção.

Especificação:
- Experiência em atuação em alguma dessas áreas: Televisão, Cinema ou Teatro (profissional ou comunitário)
- Currículo (mandar por email e/ou trazer no local de seleção)
- Se menor de 18 anos, vir acompanhado do responsável ou possuir autorização assinada pelo responsável

Personagens com diálogo R$ 150,00 (Diária)

1 Mulher gravida de 18 a 27 anos (Atriz pode está gravida ou não)
1 Artista de rap de 18 a 27 anos (Ator pode ter experiência com rap ou não)
1 Primo de 27 a 40 anos
1 Tia de 35 a 65 (Mulher pesando a partir de 100kg)
1 Sobrinha de 13 a 17 anos

Personagens sem diálogo R$ 100,00 (Diária)
2 Policiais - Homens de 30 a 45 anos
3 Jogadores de baralho - Homens de 25 a 45 anos

Figurantes R$ 50,00 (Diária)
2 Garotas poposudas - 18 a 25 anos
3 Meninos de 7 a 13 anos

Serviço:
Seleção de Atores e Atrizes Negras
04/01/11 -- Das 9h às 18h
Auditório do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado da Bahia - CDCN: Rua Ribeiro Santos, 42 – Carmo- Pelourinho (Proximo a escadaria de Jerônimo)
Mais informações: selecao@candacecine.com



CAP ESCOLA DE TV E CINEMA: MATRICULAS 2011 ABERTAS



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

OS MELHORES DE 2010

Por André Setaro

Publicado originariamente na revista eletrônica Terra Magazine em 28 de dezembro de 2010.

Com quase 40 anos como colunista cinematográfico, lembro-me como era difícil, chegada a hora de fazer a lista dos indefectíveis 10 melhores filmes do ano, como era árdua realizar a triagem. Havia, para se ter uma idéia, mais de 30 filmes que mereciam entrar na relação, mas, a lista, não se sabe por que, sempre restrita a uma dezena, dava dor de cabeça ao colunista. A situação, nos dias que correm, é totalmente diferente. Há de se suar para se achar 10 filmes convincentes e capazes de figurar numa lista dos melhores filmes do ano. Neste ano, por exemplo, encontrei somente 8 filmes que merecem, realmente, entrar numa relação desse tipo, e mesmo assim...

O que conduz a este resultado paradoxal: os dez melhores filmes de 2010 são oito. Há outros filmes que gostei, mas que não merecem a lista ou a lista não os merece, a exemplo de Um homem sério, dos Irmãos Coen, O segredo de seus olhos, de Juan José Campanella, A ilha do medo, de Martin Scorcese, O homem que engarrafava nuvens, de Lírio Ferreira. Um filme que, tenho quase certeza, estaria no topo seria, se o tivesse visto, Tetro, de Francis Ford Coppola. Também Film socialismo, de Jean-Luc Godard, somente o vi depois de ter já elaborado a lista.

1.) VINCERE (Vincere, 2009), de Marco Bellocchio, com Vittoria Mezzogiorno, Filippo Timi, Fausto Russo Alezi, Michela Cescon. Filme operístico, realizado por um dos mais talentosos cineastas italianos da atualidade (De punhos cerrados, O diabo no corpo, Bom dia, noite), Vincere acondiciona as três constantes temáticas do autor: o sexo, a loucura e a história italiana, na história da primeira mulher, Ida Dalser, do ditador Benito Mussolini que, ao alcançar o poder, rejeita-a e, para fugir à sua perseguição, interna-a num sanatório. Obra de pathos, ópera e cinema delirante.

2.) O ESCRITOR FANTASMA (The ghost write, 2009), de Roman Polanski, com Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Cattrall. Ainda que sem a genialidade, a surpresa, a inovação, o frescor, do pretérito, Polanski é um realizador de extraordinário domínio formal de seu veículo comunicante. Sua habilidade está aqui presente nesta obra derradeira que mereceu, no Festival de Berlim, o troféu de melhor diretor. Um homem (Ewan McGregor) é contratado para reescrever e terminar um livro de memórias de um ex-primeiro-ministro britânico (interpretado pelo ex-007 Pierce Brosnan), porque o ghost writer anterior cometera suicídio. A tarefa, porém, se mostrará cheia de acidentes e reviravoltas. Cinema e ao mesmo tempo prazer do cinema.

3.) A FITA BRANCA (Das weisse band, 2009), de Michael Haneke, com Sussane Lothar, Gabriela Maria, Ulrich Tukur, Joseph Bierbchler. Palma de Ouro no Festival de Cannes, filme estranho e insólito (que dá a impressão de uma obra de Dreyer pela plástica das imagens e pela criação do clima, mas sem a espiritualidade deste, muito pelo contrário), Das weisse band reflete sobre as origens do mal numa sociedade rígida, preconceituosa e extremamente rigorosa nos seus mandamentos educacionais. A ação se passa em 1913, numa vila protestante na Alemanha. Crianças e adolescentes de um coral, educadas com rigor, são vítimas de estranhos acidentes que tomam a forma de um ritual punitivo.

4.) BAARIA (Baaria, 2009), de Giuseppe Tornatore, com Francesco Scianna, Margareth Madè, Ângela Molina. Tornatore, diretor de Nuevo Cinema Paradiso, O homem das estrelas, entre outros, é um dos poucos cineastas italianos contemporâneos que fazem jus à tradição do belo cinema de seu país. Baaria é um painel admirável sobre quatro décadas da história italiana, através do acompanhamento de seu personagem desde os anos 30, quando criança problemática, passando pela Segunda Guerra Mundial, até o seu romance proibido e seu ingresso no Partido Comunista Italiano. Saga épica, a vida e a morte, o amor e o ódio. Extraordinária! Partitura do maestro Ennio Morricone.

5.) O BRILHO DE UMA PAIXÃO (Bright star, 2009), de Jane Campion, com Abbie Cornish, Thomas Sangster, Paul Schneider. Neozelandesa que se notabilizou porO piano, ainda que não muito considerada pela crítica arrogante em seus filmes posteriores, mostra, aqui, em O brilho de uma paixão, uma extrema sensibilidade e capacidade narrativa poética para contar o relacionamento do poeta inglês John Keats, um amor poético etéreo e platônico, com a jovem Fanny. O que encanta no filme é o equilíbrio narrativo, e, nos filmes de Campion a arte é mais do que uma forma de expressão, é a forma como personagens transpõem barreiras físicas ou emocionais.

6.) GUERRA AO TERROR (The hurt locker, 2009), de Kathryn Bigelow. Neste filme inesperado, que venceu o Oscar, realizado por uma mulher que foi casada com James Cameron (Avatar), a paisagem da guerra é uma paisagem insípida, desoladora, ainda que com os riscos iminentes, e que faz lembrar algumas obras do grande Samuel Fuller para quem o único heroísmo que existe num conflito bélico é a sobrevivência. Soldados que integram o batalhão anti-bombas no Iraque comem o pão que o diabo amassou. Cada dia concluído de trabalho é um dia a mais na vida deles. Bigelow expõe o vazio existencial da guerra e mostra o aspecto viciante ao qual estão expostos os soldados de um ponto de vista até, poder-se-ia dizer, psicanalítico.

7.) SEMPRE BELA (Belle toujours, 2006), de Manoel de Oliveira, com Michel Piccoli, Bulle Ogier, Lawrence Foster. Como se poderia fazer uma homenagem ou uma revisão de um clássico como A bela da tarde (Belle de jour), de Luis Buñuel? O resultado seria previsível: uma catástrofe. Mas o centenário diretor português Manoel de Oliveira assim não considerou e fez um filme de certa forma surpreendente. Quase quarenta anos depois, as duas personagens de Belle de jour voltam a se encontrar (Piccoli conserva o seu papel original). Mas ela tenta por todos os meios evitá-lo. Oliveira é um cineasta que não pode ser comparado com seus pares, mas separado.

8.) TROPA DE ELITE 2, de José Padilha, com Wagner Moura, André Ramiro, Maria Ribeiro. Nascimento (Wagner Moura), agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele descobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que imagina. A corrupção da polícia é mostrada como uma ferramenta de um jogo de poder muito mais complexo. Padilha mostra que tem poder como metteur-en-scène, e, abstraindo-se juízos de valor ideológicos, o filme é eletrizante. Já superou, na bilheteria, Dona Flor e seus dois maridos, como o filme brasileiro mais visto em todos os tempos.